Saci
O Saci, ou Saci-pererê, é uma personagem bastante conhecida do folclore brasileiro, que teve sua origem presumida entre os indígenas da região das Missões, no Sul do país, por onde se espalhou em sua quase totalidade.
O Saci
A figura do Saci surge como um ser maléfico, como somente brincalhão ou gracioso, conforme as versões comuns ao sul.
Na Região Norte do Brasil, a mitologia africana o transformou em um negrinho que perdeu uma perna lutando capoeira, imagem que prevalece nos dias de hoje. Herdou também, da cultura africana, o pito, uma espécie de cachimbo, e da mitologia européia, herdou o píleo, um gorrinho vermelho usado pelo lendário.
Representação
O Saci é um negro jovem de uma só perna, portador de uma carapuça sobre a cabeça que lhe confere poderes mágicos. Sobre este último caractere é de notar-se que já na mitologia romana registrava Petrônio, no Satiricon, que o píleo conferia poderes ao íncubo e com recompensas a quem o capturasse.
Considerado uma figura brincalhona, que se diverte com os animais e pessoas, fazendo pequenas travessuras que criam dificuldades domésticas, ou assustando viajantes noturnos com seus assobios - bastante agudos e impossíveis de serem localizados. Assim é que faz tranças nos cabelos dos animais, depois de deixá-los cansados com correrias; faz as cozinheiras queimarem as comidas; ou aos viajores se perderem nas estradas.
Papel do mito
A função desta "divindade" era o controle, sabedoria, e manuseios de tudo que estava relacionado às plantas medicinais, como guardião das sabedorias e técnicas de preparo e uso de chá, mezinhas, beberagens e outros medicamentos feitos a partir de plantas.
Como suas qualidades eram as da farmacopéia, também era atribuído a ele o domínio das matas onde guardava estas ervas sagradas, e costumava confundir as pessoas que não pediam a ele a autorização para a coleta destas ervas.
O Saci na arte e literatura
O primeiro escritor a se voltar para a figura do Saci-Pererê foi Monteiro Lobato, que realizou uma pesquisa entre os leitores do jornal O Estado de São Paulo. Com o título de "Mitologia Brasílica - Inquérito sobre o Saci-Pererê", Lobato colheu respostas dos leitores do jornal que narravam as versões do mito, no ano de 1917. O resultado foi a publicação, no ano seguinte, da obra Saci-Pererê: resultado de um inquérito, primeiro livro do escritor.
Com a transposição dos textos de Lobato para a Televisão, o Saci deixou o imaginário para ser personificado numa figura de carne e osso.
Existe um documentário sobre o Saci feito por Sylvio do Amaral Rocha e Rudá K. Andrade. Somos Todos Says refaz o caminho do Inquérito de Lobato e resignifica o mito hoje. Fruto de longa pesquisa em comunidades rurais, vilas e pequenas cidades do Vale do Paraíba, Vale da Ribeira e da região de Botucatu, o filme dá voz a pessoas que dizem ter visto ou ouvido sacis. Rudá e Sylvio ficaram um ano e meio na realização do projeto, reduzindo o material recolhido para 50 minutos. A pré-estréia de “Somos todos Sacys” ocorreu no MIS, em 27 de abril de 2005. Dois dias depois, foi exibido pela Rede STV (Sesc Senac). O Documentário está disponível na internet.
Dia do Saci
Em 2005 foi instituído o Dia do Saci no Brasil, comemorado no dia 31 de outubro, a fim de restaurar as figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao Halloween.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Saci
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