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BIOCIDAS, como tudo começou...
Treze anos mais tarde, em 1958, a idéia de Rachel de escrever sobre os perigos do DDT, teve um novo alento, quando ela soube da grande mortandade de pássaros em Cape Cod, causada pelas pulverizações de DDT. Porém seu uso tinha aumentado tanto desde 1945, que Rachel não conseguiu convencer nenhuma revista a publicar sua opinião sobre os efeitos adversos do DDT. Ainda que Rachel já fosse uma pesquisadora e escritora reconhecida, sua visão do assunto soava como uma heresia. Então, ela decidiu abordar o assunto em um livro.
Porém, além de ela estar cuidadosamente munida de evidências a seu favor, cientistas eminentes vieram em sua defesa e quando o Presidente John Kennedy ordenou ao comitê científico de seu governo que investigasse as questões levantadas pelo livro, os relatórios apresentados foram favoráveis ao livro e à autora. Como resultado, o governo passou a supervisionar o uso do DDT e este terminou sendo banido.
Então, em vez dos defensores da natureza terem de provar que os produtos eram prejudiciais, foram os fabricantes que passaram a ter a obrigação de provar que seus produtos são seguros.
BIOCIDAS, como tudo começou...
Um dos livros que marcaram o século XX
Ao ser introduzido para uso no combate a pragas, o DDT — o mais poderoso
pesticida que o mundo já conhecera — terminou por mostrar que
a natureza é vulnerável à intervenção humana.
A maior parte dos pesticidas é efetiva contra um ou outro tipo de insetos,
mas o DDT era capaz de destruir de imediato centenas de espécies diferentes
de insetos. O DDT, cujo inventor recebeu o Prêmio Nobel, tornou-se conhecido
durante a II Guerra Mundial, quando foi usado pelas tropas americanas contra
insetos causadores da malária. Ao mesmo tempo, na Europa, começou
a ser usado sob a forma de pó, eficiente contra pulgas e outros pequenos
insetos.
No livro Silent Spring (A Primavera Silenciosa), lançado em 1962,
Rachel Carson mostrou como o DDT penetrava na cadeia alimentar e acumulava-se
nos tecidos gordurosos dos animais, inclusive do homem (chegou a ser detectada
a presença de DDT até no leite humano!), com o risco de causar
câncer e dano genético.
A grande polêmica movida pelo instigante e provocativo livro é
que não só ele expunha os perigos do DDT, mas questionava de
forma eloqüente a confiança cega da humanidade no progresso tecnológico.
Dessa forma, o livro ajudou a abrir espaço para o movimento ambientalista
que se seguiu. Juntamente com o biólogo René Dubos, Rachel Carson
foi uma das pioneiras da conscientização de que os homens e
os animais estão em interação constante com o meio em
que vivem.
Quando o DDT se tornou disponível para uso também por civis,
poucas pessoas desconfiavam do miraculoso produto, talvez apenas aquelas que
eram ligadas a temas da natureza. Uma dessas pessoas foi o escritor E. W.
Teale, que advertia: "Um spray que atua de forma tão indiscriminada
como o DDT, pode perturbar a economia da natureza tanto quanto uma revolução
perturba a economia social. Noventa por cento dos insetos são benéficos
e, se são eliminados, as coisas em pouco tempo fogem do controle."
Outra dessas pessoas foi Rachel Carson, que propôs um artigo para o
Reader's Digest falando sobre a série de testes que estavam sendo feitos
com o DDT próximo a onde ela vivia, em Maryland. A idéia foi
rejeitada.
Treze anos mais tarde, em 1958, a idéia de Rachel de escrever sobre os perigos do DDT, teve um novo alento, quando ela soube da grande mortandade de pássaros em Cape Cod, causada pelas pulverizações de DDT. Porém seu uso tinha aumentado tanto desde 1945, que Rachel não conseguiu convencer nenhuma revista a publicar sua opinião sobre os efeitos adversos do DDT. Ainda que Rachel já fosse uma pesquisadora e escritora reconhecida, sua visão do assunto soava como uma heresia. Então, ela decidiu abordar o assunto em um livro.
A Primavera Silenciosa levou quatro anos para ser terminado. Além
da penetração do DDT na cadeia alimentar, e de seu acúmulo
nos tecidos dos animais e do homem, Rachel mostrou que uma única aplicação
de DDT em uma lavoura matava insetos durante semanas e meses e, não
só atingia as pragas, mas um número incontável de outras
espécies, permanecendo tóxico no ambiente mesmo com sua diluição
pela chuva.
Rachel concluía que o DDT e outros pesticidas prejudicavam irremediavelmente
os pássaros e outros animais, e deixavam contaminado todo o suprimento
mundial de alimentos. O mais contundente capítulo do livro, intitulado
"uma fábula para o amanhã", descrevia uma cidade americana
anônima na qual toda vida — desde os peixes, os pássaros,
até as crianças — tinham sido silenciadas pelos efeitos
insidiosos do DDT.
O livro causou alarme entre os leitores americanos. Como era de se esperar,
provocou a indignação da indústria de pesticidas. Reações
extremadas chegaram a questionar a integridade, e até a sanidade, de
Rachel Carson.
Porém, além de ela estar cuidadosamente munida de evidências a seu favor, cientistas eminentes vieram em sua defesa e quando o Presidente John Kennedy ordenou ao comitê científico de seu governo que investigasse as questões levantadas pelo livro, os relatórios apresentados foram favoráveis ao livro e à autora. Como resultado, o governo passou a supervisionar o uso do DDT e este terminou sendo banido.
A visão sobre o uso de pesticidas foi ampliada e a conscientização
do público e dos usuários começou a acontecer. Logo,
já não se perguntava mais "será que os pesticidas
podem ser realmente perigosos?", mas sim "quais pesticidas são
perigosos?"
Então, em vez dos defensores da natureza terem de provar que os produtos eram prejudiciais, foram os fabricantes que passaram a ter a obrigação de provar que seus produtos são seguros.
A maior contribuição de A Primavera Silenciosa foi a conscientização
pública de que a natureza é vulnerável à intervenção
humana. Poucas pessoas até então se preocupavam com problemas
de conservação, a maior parte pouco se importava se algumas
ou muitas espécies estavam sendo extintas. Mas o alerta de Rachel Carson
era assustador demais para ser ignorado: a contaminação de alimentos,
os riscos de câncer, de alteração genética, a morte
de espécies inteiras... Pela primeira vez, a necessidade de regulamentar
a produção industrial de modo a proteger o meio ambiente se
tornou aceita.
Fonte: www.geocities.com
Lendo o livro saberás o porque da notícia abaixo...
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