por Sebastião Pinheiro
Eng. Agronômo e Florestal, escritor, analista científico
Juquira Candiru
'…Quanto
mais palpável é uma verdade, mais tempo requer para conquistar o lugar a
que tem direito. Os obstáculos, que se colocam em seu caminho, se devem
a que essa verdade desencadeia ao seu redor um verdadeiro ódio. Pois,
ela anuncia uma revolução, uma perturbação dos interesses existentes e
dos lugares conquistados.'
- Samuel Hahnemann
- Samuel Hahnemann
A
primeira pessoa que ouvi abordar o tema dos radicais livres foi o
médico homeopata fluminense Radjalma Cabral Lima. Eu estava dando um
curso no Assentamento na antiga Fazenda Normandia próximo a
Carauru/PE . Ele apareceu e foi convidado a dar uma oficina sobre
saúde. Ensinou como os indígenas consertam seus corações e
problemas comuns a todos ao compassar a batida dos pés (de todos) no
chão, meditação dinâmica extremamente profunda que deixa as
meditações personalistas ou individualistas no chinelo. Isso foi no
final do Século XX. Ali também conheci o famoso biólogo “Lula do
Mel”, que conhece abelhas como poucos no país. Os alunos eram
engenheiros agrônomos recém-contratados pelo antigo MIRAD/INCRA
para atuar nos assentamentos. A quase totalidade inexperiente trazia
o vício messianista da elite local, periodicamente expelidos em
minoria revoltada de muitas universidades vítimas da reciclagem do
modelo. Tornam-se, posteriormente, expoentes na política local, e
não raros com projeção na política nacional. Mantendo o status
quo confundindo revolta individual e rebeldia comunitária com
oportunidade de ascenção social e futuro. Eles ficaram bem
contrariados e os mais ousados externaram seu descontentamento.
Já
se vão duas décadas e quanto mais envelheço mais presente tenho os
Brasis que muitos desconhecem. Os jornais alardeiam dois pataxós que
se formaram médicos na UFMG; Ano passado foi uma Kaigang no RS. No
Mato Grosso (do Norte), foto, um grupo de brasileiros se formou em
Pedagogia. Imagino as reflexões dos amigos Dra. em filosofia
Cristine Takuá, Prof. Maximino Rodrigues, e muitos que estavam no
Seminário Internacional de Educação para o Campo em Uberlândia
organizado pelo Dr. Prof. Antonio Claudio. Relembro o já exposto
que, anos antes uma jovem indígena havia se formado em Direito e o
pró-reitor. Estava muito exultante para trazê-la para uma palestra.
Foi parado em seu consumismo exótico ao ser perguntado: Desde quando
no Brasil há Faculdades de Direito Indígenas. Sim, é uma pergunta
muito boa, quando teremos Universidades Indígenas para nos
formarmos. Não se ofendam, o mundo está sinalizando e a eleição
de Trump é diagnóstico definitivo que é preciso aprender éticascivilizatórias nativas e o mesmo vale para outras populações
tradicionais, pois os adventícios estão deixando muito a desejar e
a crise alastrasse tornar-se epidêmica, em um mundo confuso e mais
perigoso que os radicais livres, que enunciava o Dr. Radjalma.
Agora
termino de reler um artigo dos tchecos sobre os radicais livres,
metalothioneinas uso de agrotóxicos e riscos de câncer. Com o atual
sistema ético na educação e manejo da tecnologia nos sistemas
vivos, vamos necessitar, e muito, dos ensinamentos civilizatórios
indígenas ou teremos, como disse a ministra presidente do STF:
Guerra e não paz...
Traduzo parte do artigo dos tchecos: -“Os radicais livres, metalothioneinas são partículas químicas contendo um ou mais elétrons não emparelhados, que podem ser parte da molécula. Eles fazem com que a molécula se torne altamente reativo. Os radicais livres (a) podem ser gerados durante a irradiação UV, raios X ou gama, (b) são produtos de reações catalisadas por metais, (c) estão presentes no ar como poluentes, (d) são produzidos por neutrófilos e Macrófagos durante a inflamação e (e) são subprodutos da cadeia respiratória mitocondrial. Radicais livres são conhecidos por desempenhar um papel duplo em sistemas biológicos, porque eles podem ser considerados benéficos ou deletérios. Os efeitos benéficos dos radicais livres estão na resposta imune à infecção e que eles são uma parte de muitos sistemas de sinalização celular. Em contraste, em altas concentrações de radicais livres, eles podem ser importantes mediadores de danos às estruturas celulares, incluindo lipídios e membranas, proteínas e ácidos nucleicos, quando ocorre estresse oxidativo.
Os
efeitos nocivos dos radicais livres são equilibrados pela ação
antioxidante de enzimas antioxidantes e antioxidantes não-enzimáticos
[5]. Apesar da presença do sistema de defesa antioxidante, que
protege as células dos danos oxidativos originados pelos radicais
livres, os danos oxidativos acumulam-se durante o ciclo de vida e,
com os radicais relacionados com danos de DNA, proteínas e lipídios,
desempenha um papel chave no desenvolvimento de doenças, como
câncer, aterosclerose, artrite e doenças neurodegenerativas . Os
radicais livres mais importantes em organismos aeróbios são
espécies reativas ao oxigênio (ROS) e espécies reativas ao
nitrogênio (RNS). Uma síntese das espécies reativas mais
importantes do oxigênio e do Nitrogênio está resumido em (Tabela
1) foto. Nesta revisão, nossa atenção está voltada para as
relações mútuas de metalotioneína e íons de zinco (II).
As
metalotioneínas (MTs) pertencem ao grupo de proteínas
intracelulares ricas em cisteína, ligadas a metais que foram
encontradas em bactérias, plantas, invertebrados e vertebrados.
Estas proteínas foram descobertas em 1957 como proteínas de ligação
ao cádmio isoladas de rim de cavalo. Desde a sua descoberta, estas
proteínas ricas em cisteína de baixo peso molecular têm sido
continuamente estudadas em todas incluindo propriedades físicas,
químicas e bioquímicas. Mamíferos MTs pode conter 61-68
aminoácidos, e entre eles 20 são cisteínas. Estas proteínas
únicas estão envolvidas em diversas funções intracelulares [18],
mas seu papel na desintoxicação de metais pesados e na manutenção
da homeostase essencial de íons metálicos, que é devido à sua
alta afinidade por esses metais, é principalmente investigados. Para
os mamíferos, MTs ligam o zinco, mas com excesso de cobre ou cádmio,
o zinco pode ser facilmente substituído por esses metais. Células
que contêm quantidades excessivas de MTs são resistentes à
toxicidade de cádmio, enquanto linhas celulares que não podem
sintetizar MTs são sensíveis ao cádmio. Estudos genéticos
usando
modelos de camundongos transgênicos ou knockout são mais evidências
do papel das MTs na proteção contra toxicidade de cádmio. Com base
em modelos estruturais, pode-se supor que a molécula MT é composta
por dois domínios de ligação, α e β, que são compostos por
clusters de cisteína. A ligação covalente de átomos metálicos
envolve resíduos de sulfídrico cisteína (Foto). A parte N-terminal
do peptídeo é designada por domínio β e tem três locais de
ligação para íons bivalentes, e a parte C-terminal (o domínio α)
tem a capacidade de ligar quatro íons metálicos bivalentes.
O
Dr. Prof. Volney Garrafa, em 1999 em Brasília, no Seminário sobre
os Transgênicos no STJ mereceu o questionamento: “Quando o
conhecimento na Biologia Molecular está subordinado ao mercantilismo
imperial na Sociedade Industrial Moderna, qual é o poder da Bioética
moderna (adventícia) para alterar esses rumos?
Desde 1919 oficial e
legalmente são conhecidos os danos dos agrotóxicos na saúde e
natureza, mas eles continuam em ascenção…
Estes
formandos tem uma tarefa gigantesca engrossar as fileiras para a
retomada do caminho Ético na e com a Natureza. Valeu o pioneirismo
grande mestre, médico homeopata Radjalma, já há uma trilha a
encontrar.
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