Somos um país de clima tropical e nossos solos são pobres em matéria orgânica. Devido ao clima quente e úmido a decomposição é acelerada. Assim, o aproveitamento pelas plantas do produto decomposto da matéria orgânica, o húmus, é pouco ou quase nada.
O grande desafio da Agroecologia é fazer a transição da agricultura convencional – uso de adubos químicos, agrotóxicos, preparos de solo com lavragem pesada – para um sistema que conserve o solo e o meio ambiente – uso de adubos verdes, cobertura vegetal e resíduos vegetais (resto de culturas), plantios de quebra-ventos, árvores, preparos mínimo do solo, policultivos, entre outras técnicas relevantes ao bom funcionamento dos ciclos biogeoquímicos, da fauna e da flora. Também é um desafio, obter alimentos saudáveis, em equilíbrio com os recursos naturais e sem a dependência de insumos externos. Ficar então, livres das sugadoras multinacionais que visam apenas o lucro e a contínua degradação ambiental, cabendo ao cidadão o consciente consumo.
A Agroecologia é uma ciência de caráter multidisciplinar, logo, fornece os princípios básicos para o estudo e tratamento de ecossistemas produtivos ou preservadores dos recursos naturais, e que sejam culturalmente sensíveis, socialmente justos e economicamente viáveis (ALTIERI, 1987), neste caso, para o correto manejo de nossos solos, aqui entra todos os solos brasileiros, deve se trabalhar inúmeras técnicas, todas elas integradas. O camponês e a camponesa deve estar consciente que todas são importantes no sistema. A Agroecologia exige muito trabalho, conhecimento e paciência até que se atinja um estádio de evolução para comercializar os excedentes de alimentos, assim como, as associações de produtores estarem unidas para processá-los em agroindústrias. O processo é lento. Mas no futuro, vai sorrir aquela família de produtores rurais que privilegiarem introduzir um sistema que preserve a multiplicação de bons tratos com a terra.
Alguns conhecimentos técnicos que devem ser concretizados e construídos nas cercanias dos Assentamentos rurais são:
• A preservação de nascentes. É vital a conservação do recurso ÁGUA; plantar árvores nativas em sua volta e nas margens de cursos d’águas e lagos contribuirá para a preservação dos recursos hídricos, mantendo micro climas favoráveis às culturas;
• Introduzir ÁRVO
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• Cobertura vegetal. Um solo tropical nunca pode ficar sem cobertura vegetal, no limbo. Pois existem no solo muitos organismos benéficos (fungos, bactérias, minhocas, etc.) que estruturam o solo, ajudam a sintetizar a matéria orgânica proveniente da matéria morta vegetal. O solo tem vida, deve ser uma esponja com macro e microporos contendo: gases (oxigênio, carbono) e capacidade de infiltração e armazenamento de água. Portanto, o assentado deve procurar introduzir as técnicas de plantio direto, não seria ainda a solução agroecológica, mais é o primeiro passo para não deixar o solo descoberto;
• Uso de LEGUMI
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• Uso de calcário e rocha fosfatada (ROCHAGEM). São dois minerais dentro de um sistema agroecológico indispensáveis para manter a ciclagem do sistema, sem eles a mobilização dos nutrientes no solo não acontece, fazendo com que o sistema não se desenvolva ou quase pare.
Lembramos que: nossos solos não podem permanecerem descobertos; bons tratos com a terra é condição indispensável para o crescimento de boas raízes e a conseqüência é a colheita de bons frutos, a conservação ambiental, local este, que adquiriste para viver em família e criar filhos fortes e sadios.
Planeje a evolução de sua terra conquistada. As informações de manejo ecológico dos solos são muitas, assim, estaremos à disposição para passá-las, podendo, no entanto, ser construídas e concretizadas em conjunto, técnicos e produtores. Somos todos agentes de mudanças e o futuro a nós pertence, basta querer agarrá-lo. Não sejamos iguais ao agro negócio, temos nossa própria ideologia em relação à natureza que nos cerca. DEUS agradece, pois ele está entre nós. Amém!
Engenheiro Agrônomo