foto do blog: Geo - Conceição |
Como sorrir ao ver no Globo Rural
(exibido em 14.04.2013 pela emissora Rede Globo) o "progresso brasileiro"
em que o tom da reportagem especial de domingo trazia: "Agronegócio é responsável por ampliação de fronteiras da Mapitoba"? Deveras ser especial
o programa em que se mostrou o sucesso da cana-de-açúcar também - creio que para cada alqueire arrendado ao destino de sua produção, acaba com o emprego de muitos técnicos no Brasil pela pouca criação e dispersão epistemológica no campo. Em outra matéria, a Embrapa mostrou sua
pesquisa de como vem tratando a papilomatose em bovinos (ou de como não tratar;
a pesquisadora "Velma" tá é judiando dos bichos) como também, o insucesso da Agricultura Familiar ao
mostrar uma família qualquer nordestina, aquela esquecida há muitos anos por
promessas, pela cúpula política de coronéis, pela seca, etc. e tal, não somente neste domingo mas
diariamente em vários outros programas. Triste cunha ideológica, insistente em dizer
que a Agricultura Familiar não é o caminho para o Brasil vencer. Pois vencer
segundo o filho do novo latifundiário da matéria, foi vender 200 ha de terra no sul e
comprar 5.000 ha em Mapitoba.
Me desculpe mais a ciência mecanicista da antiga, século XX, não emplaca no desenvolvimento interno do Agronegócio em território brasileiro como um bem durável. Quem irá herdar as externalidade ambientais (impactos sociais e naturais decorridos pelo sistema de produção voltado ao mercado externo) a posterior? Eu, neste presente, não mais! E mais, o sistema de produção tradicional que preserva a cultura local, sistema orgânico, o saber de comunidades, persistiu por 2.000 anos na Europa e 3.000 na China e ainda sobrevive por lá. O Brasil, com seus 191 anos de dependência não precisa ser destruído para depois começarmos do zero.
Me desculpe mais a ciência mecanicista da antiga, século XX, não emplaca no desenvolvimento interno do Agronegócio em território brasileiro como um bem durável. Quem irá herdar as externalidade ambientais (impactos sociais e naturais decorridos pelo sistema de produção voltado ao mercado externo) a posterior? Eu, neste presente, não mais! E mais, o sistema de produção tradicional que preserva a cultura local, sistema orgânico, o saber de comunidades, persistiu por 2.000 anos na Europa e 3.000 na China e ainda sobrevive por lá. O Brasil, com seus 191 anos de dependência não precisa ser destruído para depois começarmos do zero.
Não
conheço Mapitoba pessoalmente, mais pela grandeza da região, extensão do nosso Cerrado, o abastecimento alimentar do
nordeste estaria assegurado. Depois do saco cheio, já parando em pé, outras
políticas de viabilização da informação técnica, investimentos (contando com a
não corrupção, secular, da cúpula política; sem generalizar é claro) possibilitaria a inclusão do nordeste numa das regiões brasileiras mais ricas na
produção de alimentos orgânicos, frutas e outros. Não priorizando a produção de animais.
Sacrificam
uma região permitindo o desmatamento, não só em Mapitoba mais em todo o vale do
Amazonas para impor um sistema de produção, um manejo da orografia do solo, totalmente
degradante. Um sistema agrícola importado, quase toda informação (e eles estão de olho fi): tratores,
colheitadeiras, sementes, adubos, aviões aplicando agrotóxicos e a grandeza
proprietária. Diz o novo grande fazendeiro: "Quando chegamos era tudo mata"!
- Cara, aquelas áreas extensas e planas eram matas?! sim. Cerrado! O produtor desmatou 80% e deixou 20%, creio? Não seria essa também, uma das causas da alteração no regime de chuvas no nordeste? Que beleza: plantou-se soja, milho, "gudão". Introduziu tratores,
aviões, agrotóxicos e vamos ao "progresso", na marra das cidades. Agora
queremos energia, estradas, saúde, casa, lazer, cinema...
_ Creio que essa notícia chegou tarde demais...............
_ Creio que essa notícia chegou tarde demais...............
"Sacrifica-se o que é perpétuo ao que é
provisório." Dizia Joaquim Nabuco em 1885 em discurso parlamentar na
defesa do Projeto de monarquia federativa, assim como, colocou que "A prova é a imigração, que faz a
grandeza dos Estado Unidos e mostra que a pátria, ao contrário do que dizia
Danton, o homem a leva nas solas dos pés para colocá-la onde encontra a
liberdade, a remuneração do seu trabalho, o respeito dos seus direitos
individuais e o futuro da sua família." Parafraseio novamente Joaquim; o governo ainda
é centralizador na administração regional, "é uma forma grosseira de sociedade política, uma falsa democracia dando
em resultado uma falsa independência."
Já
se vão 191 anos de independência sem Reforma Agrária. "(...) significa o
trabalho livre, é assim uma reforma econômica; significa no futuro a pequena
propriedade, é assim uma reforma agrária, e como é uma explosão da dignidade
humana, do sentimento da família, do respeito ao próximo, é uma reforma moral
de primeira ordem."
Do
mais, beijo na bunda, fui... fiquem mais um pouco com Joaquim Nabuco na veia! e com a opção econômica brasileira pelo Agronegócio voltado para exportação. Brasil, neo-colônia da gringolândia.
"Sei que a imensa expansão do nosso território é uma causa de legítimo orgulho para todos os brasileiros, e que é uma extraordinária fortuna nacional ocuparmos a parte mais talvez mais prometedora de todo o globo em uma extensão que permite que centenas de milhões, constituindo a nacionalidade brasileira dos séculos futuros, vivam e prosperem dentro do seu próprio país...
Eu não quisera diminuir de uma polegada o
domínio incomparável que nos coube na partilha do mundo e que é só por si uma
garantia de que, no solo que habitamos, há de existir um dia uma das mais
fortes e poderosas sociedade humanas. O que eu digo é que não encontrareis em
toda terra um país livre da extensão do Brasil governado pela mesma
centralização absurda."
O. Blanco
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