por Sebastião Pinheiro
er que o
problema envolvia pouca água eles pediram a batida do Kultrun (mapuche) e
teponaztli (azteca). Chegaram os iluminados Siete Cueros e Nezahualcoyotl
acostumados com o deserto, o primeiro mascando pétalas de arrayan e o segundo
palitando os dentes com espinho de cactos. Em seguida eles pediram o canto da
“Linha do Oriente” e três velas e incenso, chegaram dois mascates kafre da
Serra da Barriga e São Francisco. Ajoelhado esclareci desnecessariamente o
problema, também meu. Oxé que senti um calafrio, vixe um cheiro de bolinho de
bacalhau & chopinho, misturado com perfume de lavanda e pólvora queimada
inundou meu congá e todos riram. Eram dois velhos conhecidos, o amigo Lutz e
Maria Bonita. Sem cerimônias começou a faina, cada um falava a continuação do
outro como em um jogral rotineiro ou filarmônica com excelsa regência.
“Um dos temas mais diabólicos das
últimas duas décadas é a destruição da agricultura sertaneja. Isto fez este
antigo estudioso das Ligas Camponesas usar a aritmética, pois a catástrofe
agora será um milhão de vezes pior que a da Revolução Verde (que atingiu muito
mais o Sul e fez desaparecer o agricultor organizado, e agora tem o pequeno
produtor familiar que tenta sobreviver, mas vem sendo tratado como reserva de
mercado & contrapartida para a produção de alimentos naturais como matérias
primas certificadas e garantida para a integração nas grandes marcas como
Coca-Cola, PepsiCo, Nestlé, Cargill-Seara e outros de interesse da Fundação
Rockefeller. É só esperar, tudo que está sendo manipulado e induzido para esse
destino.
Os riscos das cisternas de plástico
para a saúde da família camponesa hoje e amanhã. A resposta seria muito simples
e fora da lógica dos doutores de universidades e institutos. As cisternas de
plástico não foram projetadas para armazenar água da chuva, o foram para
depositar água tratada com um período de residência mínimo onde a liberação de
substancias tóxicas do plástico ficam inferiores a 1 x 10-9 ou 0,000.000.001
grama/Litro, onde somente as moléculas ultra-tóxicas, por exemplo DIOXINAS
& FURANOS HALOGENADOS causam danos.
Quando se coleta a água da chuva, não
é preciso dizer que ela é resultado da evaporação do mar e que não contem sais
minerais é água destilada e não mata a sede, por não ter minerais, e, para
todos os seres vivos a presença de sais minerais, sua diversidade e quantidade
determinam a evolução de cada espécie, metabolismo e qualidade de vida. Logo o
consumo de água sem minerais seria um problema muito sério. Mais eis que a “mão
divina” fez que a organização camponesa, como a Fênix começasse a fazer as
cisternas de placas. A água da chuva, pura em contato com a parede da cisterna
solubiliza quantidades mínimas dos minerais presentes no cimento (Si, Ca. Mg,
Fe, Zn, Nióbio, Terras Raras etc.). Essa dissolução ao longo de 12 a 24 meses
(tempo de residência) deixa a água com uma concentração sub-ideal para os seres
humanos da região sertaneja cujo solo é bastante rico em sais minerais e
permite com uma boa agricultura (sem agrotóxicos ou adubos químicos solúveis)
produzir alimentos altamente mineralizados que compensam harmoniosamente os
minerais da água. Recordem que eu sempre recomendei fazer o que fazíamos em
casa colocar uma pedra de Enxofre de aproximadamente três quilos por cisterna
de placas a cada dois anos ou quando aquelas desaparecessem. Com a cisterna de
placas o sertanejo antes de tomar a água mineral de Deus equilibrada com sua
agricultura camponesa, ele se organiza e resgata o valor do mutirão. É isto que
se quer destruir para sua diáspora como mão de obra aviltada na construção
civil do sudeste.
Com a cisterna de plástico que água
ele vai tomar? Água destilada de laboratório com a liberação de substancias
química conhecidas e desconhecidas (DIOXINAS E FURANOS HALOGENADOS) que são
formadas na água pelo contato, calor e tempo de residência (armazenamento). Substancias,
muitas delas são mimetizadoras hormonais. Isto é conhecido e denunciado há mais
de 25 anos pelo livro “Our stolen Future” de Colburn e outros que foi traduzido
no Brasil (1995) pela Cooperativa Ecológica Coolméia (depois fechada pelo
governo por dever 165.000 reais ao INSS) e com uma edição pela L&PM
Editores (vendido pela internet): “NOSSO FUTURO ROUBADO” ou “FUTURO ROUBADO”.
Os principais contaminantes das cisternas de plástico são: METAIS PESADOS (Arsênico, Cádmio, Mercúrio, Chumbo, Cromo, Zinco, Estanho, Manganês,) são acumulativos daninhos ao sistema nervoso.
Os principais contaminantes das cisternas de plástico são: METAIS PESADOS (Arsênico, Cádmio, Mercúrio, Chumbo, Cromo, Zinco, Estanho, Manganês,) são acumulativos daninhos ao sistema nervoso.
Os resíduos químicos tóxicos são: PVC
Vinylchlorid; Polystyrol; Polyhydroxy ether de Bisphenol A; PolyUrethane;
Isothiocyanate; Dietilhexylphthalate; Acrylnitril e causam câncer de mama,
próstata, estomago, pulmão, bexiga, linfático, leucemia, mas devido as
interações com os metais pesados e entre eles os principais danos são
nascimentos de bebes deformados e a infertilidade devido a feminilização
masculina, impotência e alteração hormonal nas mulheres.
Substancias complexas que
potencializadas (sinergizadas) com bebidas alcoólicas, cigarro, resíduos de
agrotóxicos e outros formando outras substancias muitíssimo mais perigosas que
raríssimos laboratórios têm condições de analisar, mas são impossíveis de
diagnosticar ou avaliar toxicologicamente.
Se a realidade tem essa cara e
tamanho, por que então se quer usar a cisterna de plástico? A constituição
garante minha opinião. - A cisterna de plástico precisa eliminar o poder de
organização camponês (que nos últimos trinta e cinco anos fez mais que os
governos ou organismos multilaterais (FAO, OMS, UNEP, UNIDO, OMC) para enraizar
com dignidade o agricultor autônomo e livre no Sertão.
Quando em 1981 comecei a ver o
dinheiro de entidades europeias chegar ao Brasil no mesmo momento que a
Extensão Rural (Rockefeller) diminuía suas ações fiz questão de colocar no ERAA
de Cruz das Almas que devia ser feita uma projeção onde aquilo ia terminar,
pois ninguém dá dinheiro a ninguém de graça.... Quando vimos o dinheiro
internacional para o 1 milhão de cisternas conversamos com o pessoal para que
abrissem os olhos com a mesma projeção.
O que devemos entender é que só
existe governo autônomo ou autêntico quando ele tem dinheiro dele e não
necessita de empréstimos de bancos. O Banco Mundial usa a dependência como
instrumento de submissão dos governos carentes.
Assim qualquer governo, por mais
comprometido e identificado com seu povo fica impedido de atender as demandas
ou obrigado a atender as manipuladas, induzidas ou planejadas por ele. O
negócio funciona assim: O assessor 34 do Banco Mundial telefona para o Gabinete
da Presidência do país pobre e diz: “Avisa o chefe que os empréstimos para
saúde, educação, infra-estrutura estão prontas para a assinatura, mas o que
está travando é essa organização de cisternas, que não interessa a um grupo
grande corporações. É bom fazer uma substituição pelas de plástico”.
Com o governo mesmo percebendo o
ardil e precisando cumprir prioridades, quem irá pagar o pato? Isto não é
fraqueza nossa, nem privilégio. Em qualquer país do mundo, seja na União Europeia,
América, Ásia ou África e isso que ocorre e não há imprensa (T. Turner, Rupert
Murdoch) que denuncie ou acadêmico que abra a discussão e debate sincero.
Lembro que gravamos uma reportagem onde foi dito que, a questão da água para o sertanejo não era uma questão de cisterna, mas de crédito para habitação rural para se poder, como na Austrália captar mais água para melhorar a infra-estrutura do sertão. Onde há mais Sol será feita a agricultura natural do amanhã e permitir autonomia à família sertaneja, que necessita mais de 60 metros cúbicos de água e só pode captar com um telhado de qualidade e pelo menos com 200 metros quadrados. Jamais se deve coletar água da chuva sobre plástico (lona preta) que é mais perigoso que o incolor, pela presença de pigmentos que contém metais pesados.
Lembro que gravamos uma reportagem onde foi dito que, a questão da água para o sertanejo não era uma questão de cisterna, mas de crédito para habitação rural para se poder, como na Austrália captar mais água para melhorar a infra-estrutura do sertão. Onde há mais Sol será feita a agricultura natural do amanhã e permitir autonomia à família sertaneja, que necessita mais de 60 metros cúbicos de água e só pode captar com um telhado de qualidade e pelo menos com 200 metros quadrados. Jamais se deve coletar água da chuva sobre plástico (lona preta) que é mais perigoso que o incolor, pela presença de pigmentos que contém metais pesados.
Outro aspecto do plástico é que ele é
menos durável que a cisterna de placas por ser facilmente oxidado pela luz
ultravioleta que no sertão não é pouca, ficando quebradiço e liberando
moléculas halogenadas de baixo peso molecular. Jamais uma cisterna de plástico
conseguirá nas condições sertanejas de luminosidade e calor superar oito anos
de idade. Não há em nosso país estudos técnico-científicos sobre a formação de
novas substancias pela luz ultravioleta e pelo calor e seu comportamento
toxicológico na água depositada por longo tempo nessas cisternas.
Se o pessoal dos organismos
multilaterais das Nações Unidas, Banco Mundial e governos fossem mais
inteligentes criaria no crédito de instalação habitacional-cisterna de placas a
obrigação de recuperação das micro bacias hidrográficas revegetação/ reflorestamento
com algodão arbóreo, ou árvores frutíferas sertanejas ou de múltiplos
propósitos como quebra-vento em uma “silvicultura social” como fazem os
indianos há pelo menos três milênios para a dinâmica do ciclo da água.
Minhas sugestões para as organizações
nordestinas:
1. Consigam o Livro Futuro Roubado ou
Nosso Futuro Roubado (é um só com dois títulos);
2. Leiam e discutam-no e preparem um
cordel;
3. Encenem uma peça teatral com os
movimentos sociais;
4. Criem um Núcleo de Debate com
estudantes secundários para multiplicarem o entendimento social;
5. Apoio as paróquias para que os
párocos usem essa leitura em suas ações evangelizadoras;
6. Levem aos interessados subsídios para que eles conjuntamente transformem em vetores de políticas públicas regionais.
6. Levem aos interessados subsídios para que eles conjuntamente transformem em vetores de políticas públicas regionais.
Para a elite acadêmica: Este texto é
elaborado em contraponto à “Teoria Matemática da Tecnologia” da Max Mason e
Warren Weaver (reservado da Rockefeller Foundation, 1949) & Plano America
2050 da mesma fundação (1996), que pode ser lido em inglês no site do NEA/ITCP
UFRGS.
Quando estávamos terminando as
obrigações e se preparavam baixou o esculápio Cipriano Barata, circunspecto,
sem cerimônias e taciturno determinou: Vocês não disseram, mas a pior ameaça é
de próprios candidatos do governo que já estão instalando cisternas de plástico
até em brejo, nem tão prioritário (São Sebastião da Roça/PB) e isso vai se
alastrar desmoralizando o Sertão e prostituindo os sertanejos. Sorridente e
experiente assinalou: Essa luta é missão em Aruanda.
Ele puxou o último canto:
“Com licença de Oxalá é Vovó Roza que
vai saravá”
“Com licença de Oxalá é Vovó Roza que vai saravá”.
O perfume de Alfazema inundou o congá.
“Com licença de Oxalá é Vovó Roza que vai saravá”.
O perfume de Alfazema inundou o congá.
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ONGs defendem reservatórios de alvenaria
Fonte: CAA |
Um comentário:
Caro Sebastião Pinheiro, muito boa sua matéria, chamar a atenção para esse tipo de questão é realmente papel dos tem olhos de ver... muitos não tem! Uma curiosidade, você disse que colocava uma pedra de Enxofre de aproximadamente três quilos por cisterna de placas a cada dois anos ou até quando aquelas desaparecessem. Qual a finalidade desse procedimento?
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