por Sebastião Pinheiro
Desculpem minha euforia.
Acordou-se na COP 21 em Paris tirar o Carbono da Atmosfera e colocá-lo na
Natureza e Solo para evitar o Efeito Estufa e Mudança Climática, mas muitos
políticos brasileiros são de opinião contrária, pois vivem a realidade do tango
Cambalache, [letra ao final].
Em agosto de 1961, ao ter
suspensas as aulas no segundo ano do ginasial fui assistir, no Fórum de São
Gonçalo/RJ (foto), o juri de um jovem afrodescendente de 21 anos que havia
matado um desafeto a tiros. O advogado de defesa, se não era o Roberto
Jefferson, era parecidíssimo, alegou
legítima defesa por ação putativa, pois o morto fizera o gesto brusco de tirar
um algo do bolso traseiro da calça e morrera com um rosário nas mãos. Imaginei
a cena bem carioca: A tragédia a partir da galhofa, pois ao assassino, que era
evangélico fora posto o apelido de Exu. A morte ocorreu por ódio (bulling), não
medo ou religião, e o vulgo "Exu" foi condenado a vinte anos de
prisão; Dias depois Jânio Quadros renunciou e cada vez mais o "jeitinho
brasileiro", irreverente foi transformado em cambalache argentino.
21 anos depois, em uma das mais
antigas e belas cidade do Ocidente, Trier, capital de verão do Império Romano,
na Alemanha senti-me um snobe (sin nobilitas) ao passar ali a estação. Foi a
única cidade naquele país onde encontrei alemães relaxados e felizes (fora da
arena), não sei se é pelo Rio Mosel, presença da Fronteira de Luxemburgo ou a
relíquia de Matias um dos apóstolos de Cristo. Contudo, ali assisti um segundo
julgamento transmitido pela TV: A moção de desconfiança ao Primeiro Ministro
Helmut Schmidt, da SPD (foto) através da ruptura na coalização com os liberais
(FDP) de Genscher, um grande especialista em terrorismo internacional. O
"bode expiatório" da moção era a autorização de estacionamento de 102
misseis atômicos Pershing-2 no país militarmente ocupado, na verdade a visita
que Schmidt fizera à outra parte da Alemanha injuriou os vencedores. Na noite
anterior nas proximidades um cidadão revoltado arremetera seu Mercedes Benz
contra um caminhão militar que transportava um dos misseis atômicos e vazou o
combustível. Isso obrigou a evacuar mais de 25 mil pessoas por questões de
inteligência, não de segurança. O mais perigoso guerrilheiro do RAF
Baader-Meinhof, Christian Klaar foi preso e mostrado ao povo, embora somente os
deputados votassem. A sessão no parlamento durou o normal e eu sem ser torcedor
senti que o que assistira era mais que um julgamento, era um golpe, pois já
assistira dezenas de quarteladas brasileiro argentinas e ainda não sabia o que
era uma democracia financeira. Ainda guardo as moedas vigentes depois de 1945
até a criação do Euro. Ela diz - Bank Deutscher Länder, 1945.
A União Europeia e Estados
Unidos, infelizmente não são espelhos, nem reflexo para o povo da América
Latina. Atônito, como Jonas olhando aos céus acompanho a disputa: Impeachment para cá e Golpe para lá, pois
aqui o poder ainda não é um fluxo de energia absoluta que não admite indução,
manipulação ou condução. Ele é um meio tanto para os políticos da situação como
da oposição para tráfico, corrupção e prostituição ou como canta o tango, puro
cambalache. É por isso que estamos extasiados com os lampejos de energia
absoluta emanada da Operação Lava à Jato, que não percebemos pela carência de
educação cívica, comportamento e idiossincrasia de torcedores ou cartolas e não
como cidadãos banhados pelo verdadeiro poder político de sua irradiação.
Envergonhado e pudico, mas sem
arrependimentos, ouso esta chanson de geste, ou payada caipira: “Quem pariu Mateus que o embale” é a
forma popular errônea do ditado português “Quem pariu os maus teus que o balance”.
Depois de vinte anos de luta,
tardiamente conseguimos a lei nacional
dos agrotóxicos 7802/89 que jamais foi fiscalizada, pelo “poder” das
empresas e o esdrúxulo, hoje, é a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária vir
a público dizer que 1 em cada 50 casos de intoxicações por agrotóxicos é
notificado. Recentemente um agrônomo foi responsabilizado pelo Ministério
Público do RS por envenenar 15 pessoas com 2,4-D, onde o Receituário Agronômico
existe há trinta anos por legislação estadual e nacional.
O passado não perdoa:
Conquistamos a Lei de Agrotóxicos, então surgiu a tramitação da Lei de
Biossegurança projeto do senador, depois vice-presidente Marco Maciel. Já
havíamos participado na tradução do livro “Biotecnologia
Muito Além da Revolução Verde” de Henk Hobbelink, em 1987 e
acompanhávamos a mudança da Ordem Internacional do GATT para OMC e entendemos
que estavam agindo de forma diferente aos agrotóxicos, se antecipando à
discussão popular não para exercício cívico, mas para seu consumo, pois
assinávamos “The Gene Exchange”, da União dos Cientistas Conscientes.
Desconfiados, não participamos nas discussões do projeto, mas acompanhamos par
e passo toda a tramitação em nível latino americano e terceiro-mundista, pois
era mais uma lei para dotar de poder econômico os interesses segmentários da
biotecnologia e não a Biossegurança da Sociedade. Aprovada como Lei de Biossegurança Nº 8.974/95 vimos
que ela nasceu mutilada para preservar interesses, sendo nesse momento vetada a
criação da CTNBIO. Ignoramos, pois estávamos avante, pois já em 1991 havíamos
conseguido aprovar a Lei Estadual dos
Transgênicos Nº 9.543/91. A lei federal era nada mais que um “pitbull
banguela” para o povo. A CTNBIO foi
criada somente seis meses depois pelo Decreto 1.520/95, nesse interregno, o
mandatário FHC visitou os EUA e a Argentina de Menem e estranha e
clandestinamente começou o contrabando de sementes para sua multiplicação pelos
agricultores com o beneplácito das autoridades federais e estaduais corrompendo
o Protocolo de Cartagena, forma de impor o poder corporativo acima do estado e
sociedade.
Embora alertado foi apresentado
por vaidade na Assembleia Legislativa (RS) o Projeto de Lei 16/99 com dois
artigos e apenas seis linhas para substituir uma lei estadual pioneira que já
existia há nove anos. Emergencialmente redigimos o Decreto 39.314/99,
regulamento a mesma (que teve modificações de interesse partidário para eleger
um candidato a deputado federal nas eleições seguintes) que no primeiro dia de
governo havia declarado “Território Livre de Transgênicos”. Três anos depois
toda a safra de soja era feita com sementes “Maradona” nascida no estado,
repito com beneplácito do governo que apesar das firulas, escaramuças e jogo
para a torcida de órgãos e autoridades do executivo estadual e nacional e seus
judiciários. Por consciência política deixamos de externar opiniões sobre o assunto
na forma correta do ditado português deixando-os balançar os maus teus.
O tempo passou, hoje há a
estratégia militante de usar entidades para seu proselitismo. Recentemente
queriam “festejar” os 10 anos da Lei de Biossegurança, quando foram avisados
que ela já tinha 20/30 anos. Desconheciam que ela já fora modificada duas
vezes, primeiro no Regulamento 4724/03, e depois pela lei 11.105/05 para
atender a mesmas ordens heteronômicas em nada diferente do governo anterior. Um
grupo de militantes na CTNBIO, com sua presença (minoritária) convalida os
interesses das grandes corporações (ABIA) e sabem não exercer poder decisório,
mas constroem oposição partidária nada “ingênua” para o “respeitável público”.
Nem creio que eles saibam, mas honesta foi a engenheira agrônoma Marilena
Lazzarini representante dos consumidores (IDEC) na CTNBIO original que
se demitiu já na segunda reunião ao perceber que essa seria sua função (convalidar interesses). Hoje, percebemos
o novo comportamento partidário na busca da credibilidade exangue ou perdida...
Em 1995, no final das reuniões da
Rodada Uruguai chegaram oito representantes da Monsanto na delegação
norte-americana nomeados por Bill Felattio Clinton para o fechamento dos
beneplácitos à engenharia genética e biotecnologia de valor incalculável
perante a economia e sociedade daquele país. Sepultava-se o lema: “Há Fome no Mundo”, que doutrinara religiosamente
os últimos 50 anos, substituído por “Há pobreza no mundo”.
Sobre transgênicos, internamente, já em 1996 a FDA
antecipava a existência de riscos & problemas fisiológicos com os
transgênicos para saúde, natureza, agricultura e alimentos, mas os interesses
imperiais eram superiores.
Na CTNBIO só se prioriza a
biossegurança do evento biológico e proteção ao “criador” e “criatura”, coisa
que o setor especializado do Ministério da Indústria e Comércio faz através da
UPOV, mas a função da CTNBIO extrapola a lei e garante com “ciência e
tecnologia” o ideário das corporações, pois ideologicamente ela está acima das
outras pastas, que por si só já são arcaicos cartórios e feudos burocráticos e
políticos sob qualquer tipo de governo.
Grupos partidários começaram a
monopolizar a questão de forma maniqueísta com fins egoístas e eleitorais e
transformaram o país no maior consumidor de agrotóxicos, sementes transgênicas
e discussão sobre agroecologia, sem ação efetiva. Após o livro “Transgênicos: O
fim do Genesis”, em 2000 resolvemos atuar como submarino e somente observar,
torpedo e submersão. (livro citado aqui)
A metade da área de cultivo do
mundo está infestada por ervas adventícias mutantes resistentes ao Glyphosate
que nascem nas terras do agricultor e podem a qualquer momento serem reclamadas
como propriedade da empresa, a exemplo do que ocorreu com o canadense Percy
Schmeisser condenado por ter suas sementes contaminadas por genes patenteados.
Por outro lado a solução adotada foi o uso do herbicida Paraquat que elevará o
problema em poucos anos ao quadrado e depois ao cubo.
O ditado, agora é argentino e
guasca: “Éramos muchos y parió mi abuela”. Vieram as alterações ambientais na
agricultura com a alteração no Código Florestal. Do ponto de vista cidadão é
involução ética e moral do mesmo interesse anterior. Os problemas de solo,
água, vegetação, clima, agrotóxicos estão mais agudos e catastróficos? Os
desastres de Petrópolis RJ; Itajaí em SC, Restinga Seca, Agudo ou de São
Lourenço do Sul e Angra dos Reis, não mostram suas razões originais, nem
interessa que se fale diques (“ataques”) para armazenar água e barragens
caseiras criando diques em rosário e sua ruptura catastrófica nas bacias sem
retenção e aludes de barro (caudal sólido) que arrasta pontes... para respaldar
a ausência de fiscalização do governo que ignora que esta lei atinge
diretamente a segurança das cidades e hidrologia nacional (Este trecho está no
livro Saúde no Solo versus Agronegócios – BIOPODER CAMPONES – e já estava na
gráfica quando ocorreu o “crônica hidrológica” da IBP Billiton - VALE DO RIO
DOCE- SAMARCO em Mariana/MG).
Discute-se a APP na margem são 10
ou 15 metros, mas como se mede a largura de um arroio ou rio? O que é linha de
ribeira? Qual rio brasileiro tem o regime hídrico com as crescidas normais e extraordinárias
calculadas nos últimos vinte anos. Por favor, geógrafos, me ajudem. Eu só posso
dizer que a cada dez safras perdemos três por clima e cinco não têm preço
compensador. Será que os serviços ambientais, selos e certificados da WWF logo
estarão se impondo diretamente, através da Ajuda Técnica Internacional ou
franquias?
O que me espanta é que esta mesma
discussão florestal que ocorre aqui é simultânea à que ocorre na Argentina,
Chile, México e Nicarágua, será isso a evolução do AMI ou a passagem de GTZ a
GIZ? Passo a entender que o circo do AMI foi um laboratório onde recolheram
argumentos para ser usado como munição contra os Estados Nacionais e suas
sociedades: “Inteligência” é coisa séria.
Hoje se fala em soja sustentável
inclusive na Amazônia e Caatinga, já que o Cerrado nem está na constituição...
No Sul, não pode plantar uva e laranja, mas com os serviços e participações
pode soja, gado rastreado por satélite, eucalipto e tudo mais até na Amazônia,
através da lavagem verde.
Voltemos ao problema florestal.
Não participamos de induções ou falsa polêmica nos interessam encontrar a
quinta pata do gato. - A OMC está ludibriando ruralistas eliminando a
intromissão pública corrupta e incompetente na propriedade contida nos código
de 34 e 65, para posteriormente impor a adoção de serviços (uso de matéria
orgânica certificada, TMCC- Procter Gamble Co.) na restauração ambiental
compulsória? – Minha gente, o Estado Mundial Totalitário, não é a “viúva”
brasileira e não admite circo nem ciclo ou seja nenhum tipo de cambalache.
De outro lado, o MST reclama do
“pousio sem restrição” de tempo e de técnica, eliminando o conceito de terra
improdutiva em 40 milhões de Hectares.
Além disso, os ruralistas
fragilizam o Cadastro Ambiental Rural, de forma que a população não tenha
acesso aos dados, escondendo todos aqueles que cometem crimes ambientais e
ferindo o princípio da transparência governamental para a sociedade. A OCDE e
suas empresas querem Reforma Agrária? Vejam a mudança do artigo 27 da
Constituição mexicana para ingressar ao NAFTA e a reconcentração da propriedade
naquele país.
Vale a pena repetir: Em 1993 o
livro “O solo e qualidade da água: uma agenda para a agricultura” da Câmara de
Agricultura do Conselho Nacional de Pesquisas dos EUA embasou a Farm Bill de
1994, assinada por F. Clinton, que mudou o sagrado nome do Serviço de
Conservação do Solo dos EUA para Natural Resources for Conservation, onde água,
clima e biodiversidade são as prioridades. Isto fez que o país passasse a ser o
segundo consumidor de agrotóxicos; Na Europa só se fala em “Saúde do Solo”. Nós falamos “qualidade do solo” com o uso adequado e permanente de venenos;
sustentabilidade com eucalipto ou gado rastreado e revogamos leis para atender
única e exclusivamente, um mercado estratificado no Estado Mundial Totalitário,
induzido pelo GIZ, WWF... O aparente novo código e leis não serão aplicados,
pois a prioridade não é cidadania e sim Mercado (e Eugenia).
O governo recebeu a ordem
outorgar a água e não se discutiu que isso podia ser feito com o plantio de
árvores nas áreas de preservação permanente ou quebra-ventos. Logo virá a ordem
de fixar carbono ao solo e isso será feito através da compra de serviços de
biotecnologia com o uso de compostos (metagenômica) e uso de herbicidas e não com
o incremento do Carbono através de adubação verde sem o uso de herbicidas como
já é na Austrália, Nova Zelândia, EUA e Canadá.
Esta chanson de geste, payada
caipira não termina aqui. Aproveitando o lampejo de energia absoluta da
Operação Lava à Jato. Não estranhei quando a operação que prendeu vários
caciques iamém arrendatários e meieiros de terras para garimpagem de diamantes
ilegais que permitiam a lavagem de dinheiro público do cambalache.
O desafio é que estudem o porquê
da Expedição Roosevelt em 1913-1914 na região do Rio da Dúvida que mudou de
nome (Rio Roosevelt) (foto) e entendam o filme “The massacre at Parallel 11”
(“O massacre dos Cinta Largas”), em 1963.
O que levaria o ex-presidente
Theodore Roosevelt, pai do presidente Franklin D. Roosevelt, quase perder a
vida em um lugar tão remoto. Houve uma segunda expedição em 1919 e não foi bem
recebida pelos nativos, por quê? Diamantes rosados? O aventureiro
anglo-norte-americano George Miller Dyot tentou uma expedição em 1927 via aérea
na área que se afirma ser a maior jazida de diamantes do mundo. O massacre dos
Cinta Largas nos anos 50 foi organizado por um seringalista peruano, onde
Miller Dyot tinha uma empresa aérea. Já o de 1963 foi organizado pelo
seringalista Antônio Junqueira e o país foi acusado pela primeira vez de
genocídio internacionalmente.
Cabe a pergunta: As mesmas
escaramuças indígenas de 2004 visavam o mesmo objetivo? Talvez ignorem o
diamante rosado de 30 milhões de dólares contrabandeado desde as terras dos
infelizes iamém (cintas largas) vendido em Hong Kong. Lembram o funcionário do
DNPM em 2004 que traficava certificados para esquentar diamantes ilegais e
lavagem de dinheiro público, saiu nos jornais...
Na Rondônia que crescia 17% ao
ano nos anos 80 e se tirava ouro do Madeira em toneladas escutei a conversa que
não se fechava negócio em Bruxelas, Amsterdam, Nova York, Ida-Oberstein e São
Paulo sem que um garimpeiro em Porto Velho não dissesse o que tinha em mãos.
Não é diferente do escândalo do Paládio vendido à França para fins militares e
que os garimpeiros de Serra Pelada, seus proprietários jamais virão um centavo
e todo ele virou cambalache...
Se o lampejo não for fugaz e
passageiro, podemos esperar peixes e moluscos graúdos nas redes da Lava à Jato.
Dizem que fará os valores em tela nos escândalos nacionais serem chamados de
óbulo (esmola), como o fez nas denúncias Roberto Jefferson na CPI dos Correios,
que o levou, bem acompanhado à prisão.
Pobre jovem evangélico “Exu” deve
ter purgado quase toda a vida na cadeia, por não criar rãs no Pará, nem criar
gado em Alagoas ou vender decretos & similares. Ele existiu somente para os
seus familiares e pequeno círculo, já os políticos nacionais são honoráveis
homens públicos que usam um avião público para ir a uma clinica implantar
cabelos. Enquanto, um dos maiores da Alemanha Herbert Ernst Karl Frahm, que
teve sua cidadania cassada por Hitler (Gunnar Gaasland ou Wlly Brandt) é
respeitado entre todos os políticos, religiosos e educadores deste planeta.
Não seja pessimista, nem cínico,
com um bandoneon, piano, violino e rabeca cantemos o tango, pois temos todo o
tempo do mundo e chegaremos lá. FELIZ NATAL.
Que el mundo fue y será una porquería, ya lo sé. En el quinientos seis y
en el dos mil, también.
Que siempre ha habido chorros, maquiavelos y estafaos, contentos y
amargaos, barones y dublés.
Pero que el siglo veinte es un despliegue de maldá insolente, ya no hay
quien lo niegue. Vivimos revolcaos en un merenguey en el mismo lodo todos
manoseados. Hoy resulta que es lo mismo ser derecho que traidor, ignorante,
sabio o chorro, generoso o estafador... ¡Todo es igual! ¡Nada es mejor! Lo
mismo un burro que un gran profesor.
No hay aplazaos ni escalafón, los ignorantes
nos han igualao. Si uno vive en la impostura y otro roba en su ambición, da lo
mismo que sea cura, colchonero, Rey de Bastos, caradura o polizón. ¡Qué falta
de respeto, qué atropello a la razón! Cualquiera es un señor, cualquiera es un
ladrón... Mezclao con Stravisky va Don Bosco y La Mignon, Don Chicho y
Napoleón, Carnera y San Martín... Igual que en la vidriera irrespetuosa de los cambalaches se ha mezclao la vida, y herida por un sable sin
remache ves llorar la Biblia junto a un calefón. Siglo veinte, cambalache
problemático y febril... El que no llora no mama y el que no afana es un gil.
¡Dale, nomás...! ¡Dale, que va...! ¡Que allá en el Horno nos vamo’a
encontrar... No pienses más; sentate a un lao, que ha nadie importa si naciste
honrao... Es lo mismo el que labura noche y día como un buey, que el que vive de los otros, que el que mata, que el que cura, o está fuera de
la ley...
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