Cromatografia do Fladen, Oliver Blanco |
por Sebastião Pinheiro
20 de outubro 2016
Viva Zapata! A luta segue, e segue...
O amigo, prof. Zeca (Pampa-Selva) Pires, me fez pensar quando postou
sobre um novo de análise de solo. Com apenas três anos, em 1950, a morte de meu
pai obrigou a entender e estudar as violências antes de compreender o porquê da
vida. O positivo é que adquiri a capacidade de perceber as sofisticações e
fantasias por trás das violências.
Nos últimos anos debrucei sobre análises de solo um pouco além do
sentido tecnológico de Liebig, Henry, Rothamstead, Rockefeller, TVA ou Yagodín.
O postado mostra uma nova ferramenta que propõe mudança, mas pode escamotear a
manutenção da ideologia ao que os vulgares dizem: “Mudam as moscas, mas o
substrato permanece o mesmo”.
Destemido, despretensioso e sem soberba orgulho-me dos enfrentamentos e
embates contra as violências antropo-etno-tecnológicas e todas as derrotas que
contribui nas pretendidas vitórias que desejava construir.
1. O BACULLOVIRUS alastrou pela soja e quem deveria apoiar com logística
e estratégia sempre esteve com suas táticas sorrateiras solapando-o induzidos
pelas empresas de venenos contrariadas e prejudicadas pela queda nas vendas,
pois as oito aplicações caíram para 0,5/Ha em toda a soja. Não imaginam quantas
vezes fui alertado sobre o risco de usar lagartas sem o conhecimento do número
de cápsides ativos para garantir um controle efetivo. Eram doutos professores e
pesquisadores de pedigree. Foram mais de duas décadas de uso sem qualquer
problema. Mas, como bem disse a Assentada M. G. Gonçalves, a escola deseduca e
impõe a subserviência ao status. As autoridades pressionadas cumpriram ordens
internacionais e o Bacullovirus foi para a lata do lixo. Hoje um livro sobre o
seqüenciamento genômico do Bacullovirus custa mais de 800 dólares e nele não há
uma referencia aos doutos nativos, nem sequer aos adventícios, pois todo o
material foi apropriado pelas mesmas empresas de agrotóxicos que não queriam a
“alternativa” fora do seu tempo.
2. Igual destino teve o Controle dos AGROTÓXICOS (Receituário
Agronômico), quantas horas de cursos, treinamentos gratuitos por mais de duas
décadas. Eu gostaria de ganhar 10 dólares por cada vez que escutei: “Temos a
melhor lei de agrotóxicos do mundo”. Sim, eu já teria comprado o Aston Martin
dos meus devaneios vulgares. Conquistamos a lei estadual e nacional, no entanto
elas nunca foram aplicadas, pois seu elogio era para anulá-la e manter-se a
corrupção cartorial daqueles com dever de ofício. Do alto de sua ignorância foi
dito, que era preciso usar os agrotóxicos para que os pobres pudessem comer. É
por isso que os EUA são o terceiro consumidor, e em queda acelerada. A lei
nacional não aplicada foi mudada três vezes para atender interesses
industriais. O descalabro foi nomear o Presidente Executivo do lobby dos
Agrotóxicos para chefiar a Câmara Setorial do Governo. Ele fez as vendas
crescerem mais de 300 por cento, isto quando as sementes transgênicas surgiam
para diminuir o uso dos venenos. Enquanto, os militantes no governo criaram a
Campanha “Permanente” contra os mesmos. Aqueles mesmos professores,
pesquisadores que diziam nos anos 70 e 80 que o uso de veneno estava
diminuindo, pois os clorados e fosforados estavam sendo substituídos por
piretróides sintéticos que tinham pequena concentração por isso era usado maior
quantidade. Hoje pedem o olhar misericordioso e condescendente;
3. Os BIOFERTILIZANTES são já conhecidos há mais de 35 anos na
agricultura a partir do RS, mas somente agora os entreguistas podem festejar o
surgimento do SERENADE®, apenas um “ALINIT” de 1893 da mesma empresa com
alterações genéticas para proteção; Há orgulhoso status em consumi-lo...
4. As SEMENTES AGROECOLÓGICAS, que deveriam ser idealizadas por dever de
Estado, mas sem autorização imperial, ficou revolucionaria à cargo dos “SemTerra” reforçando a ironia fina do Prof. Darcy Ribeiro;
5. Sobre as FARINHAS DE ROCHA é interessante que um estrangeiro leu um livro em português e criou uma ONG financiada pela primeira Government NGO e logo um séquito servil articulou a nova legislação sobre as mesmas para atender os interesses das grandes corporações de insumos e serviços na agricultura. Não obstante, há hoje mais de cem empresas produzindo “Pós de Rochas” na América Latina.
6. A AUTOCERTIFICAÇÃO CAMPONESA foi a resposta derradeira à picaretagem
das certificações LEISA & SARD (Conferência em Hertogenbosch/91),
imediatamente denunciada. Lembro um corrupto que para justificar-se
choramingava: “Não se pode ignorar 80 bilhões de dólares ano”. Hoje Coca-Cola,
Nestlé, Cargill e Pepsi hegemonizam o mercado de orgânicos, controlam seus
preços e subvencionam muitas ONGs. Mas apesar deles a Auto-certificação
Camponesa é mundial;
7. Por fim, mas muito longe de ser finalmente, o prof. Zeca
(Pampa-Selva) Pires nos alerta sobre as novas análises. Estamos esperando isso,
igual ao Bacullovirus OGM, Serenade OGM , legislações, etc. há muito tempo. É
por isso que o prof. Zeca e outros na América Latina já possuem seus Campos de
Metagenômica com a finalidade de “Transplante de Células Tronco do Microbioma
do Solo” e Observações Metaproteômicas in situ na terra camponesa. Através da
Cromatografia de Pfeiffer avançamos na análise das "Huminas Álcali
Insolúvel" e "Huminas Álcali Solúveis", importantes na fixação
de Carbono, Nitrogênio, Enxofre e minerais raros nos Biomas Pampa e Cerrado e
avaliar os impactos de fungicidas e herbicidas sobre a Saúde no Solo. Há os
mais avançados que vão além integrando nela as homeopatias (foto) feita por
eles na ETA – Viamão.
8. Ansioso espero a nova derrota agradecendo a oportunidade, pois o
Prof. Milton Santos alertou: “A força da alienação vem dessa fragilidade dos
indivíduos, quando apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os
une... O mundo não é formado apenas pelo que já existe, mas também pelo que
pode efetivamente existir”. Não há o que temer, pois temos tempo, muito tempo.
9. Eles são especialistas em “Matopiba” onde duas empresas mandam (uma
delas é dona de todo o fertilizante fosfatado do mundo e preocupa a milicaiada
latinoamericana, que está livre da faina nos golpes de Estado e de caçar
políticos da Guerra Fria. Eles ainda ignoram o que seja “ecopoiesis” das
corporações sobre o Biopoder Ultrassocial Camponês. Sim, a bola da vez imperial
é o judiciário, mas precisa modernizar-se.
10. "Toda comodidade é cara, aliena e retarda a evolução do
cérebro” pelo que a primitiva parte “reptília” é ativada de forma subliminar
para o consumo através do dinheiro, status sem sentimentos, sabedoria e
dignidade.
11. “Ex nunc” (a partir de agora) permite a torção do enredo (plot
twist) contra a falsa sensação de consolo do que não pode ser encontrado em
outros fenômenos (Nietzsche). “Deus ex Machina” é da coxia da tragédia grega e
deve por lá perambular, quando os doutos andam não mais à cavalo, porém no Jet
set internacional.
Perdão, Mestre Quintana saiu hendecassílabo. Ignoramos que o penteado da
Princesa Leia Organa, de Guerra das Estrelas foi copiado do povo Hopí (FOTO).
Imitamo-los tocando flauta ao luar conscientes como o Kokopili para ajudar a
vida crescer integrando o pó de estrelas ao microbioma com harmonia. O Oliver
enviou um croma de Fladen, que é idêntico ao da Agua termal de Vicente Dutra
feito pelo M. Fiametti, "E la nave va"
O vento leva as respostas (The answer blowin’ the Wind) enquanto as
perguntas agridem meu rosto (However questions knock in my face), mas sem
qualquer violência (but without any violence).
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