A pequena passagem teórica a respeito do ciclo do Etileno descrita e investigada pelo professor Pinheiro Machado em seu livro PRV - tecnologia agroecológica para o 3º milênio, exposta logo a baixo, é para mim, mais uma peça misteriosa da natureza que integra a influência do Sol, ou sua expressão artística em nosso Planeta em harmonizar o macro e o microcósmico, na criação e recriação do solo que circula entre plantas e animais, e retorna novamente em ação sine qua non dos micróbios em prol a vida e vitória da Natureza.
Há muito que investigar sobre esses mistérios e os mecanismos que geram o milagre da vida; por exemplo, qual seria o papel do húmus na geração do etileno? ou o etileno para com o húmus? Tudo passa pelo húmus.
"O papel da matéria orgânica na formação do solo foi muito apreciada, mesmo nos tempos antigos. Ela recebeu uma consideração mais definitiva com o reconhecimento do solo como um corpo natural, produzida com o resultado de forças naturais, principalmente clima e vegetação. Desde os tempos dos romanos até o meio do século 18, o termo 'húmus' foi frequentemente utilizado para designar o solo como um todo. Provavelmente, com essa ideia em mente, foi sugerido recentemente que a ciência do solo poderia chamar-se de humologia." Faria com que o Mané besteira perdesse todos os dentes da boca em meio a sua aula de fertilidade do solo para 90 novos engenheiros agrônomos em Jaboticabal.
Se daria por histórias contadas, o fim da hegemonia do agronegócio e sua farsa na
Crédito Agricultura Familiar |
Os estudos se deve a maiores integrações possíveis e maiores participação social. "Olsen, sugeriu que sempre que um efeito favorável da matéria orgânica sobre o crescimento da planta, foi observado devido ao aumento na quantidade de Fe (ferro) disponível para as plantas." "A formação e acumulação de substâncias e hormônios promotores de crescimento em húmus e sua importância na nutrição das plantas ainda podem ser considerados como sujeitos à especulação; resultado desses estudos, um relacionamento se acreditava existir entre phytaminas, vitaminas e hormônios, que circulam a partir do solo para a planta e animal, e de volta ao solo."
Bem, termino minha participação acrescentando que é bem provável que os nutrientes disponíveis no solo pela ação do ciclo do etileno, como cita Pinheiro, NH4, Ca, K, P, S, Carbono, Ferro, e outros, ficam armazenados no húmus do solo por períodos considerados. Como um reservatório a ser utilizado pelas plantas no momento requerido, quando essa manda um sinal aos parceiros terrestres, micróbios e, e os humanos.. húmus... humanidade.. humildade.. humilhação (lembrar que este ciclo só acontece em um solo Vivo; impossível para àqueles que praticam uma agricultura química, veneneira = Agro é Pop, Agro é Tech, tá na Rede Globo de tv..)
fonte: tierramor.org |
"O gás etileno é largamente conhecido na agronomia convencional por sua ação catalisadora na maturação de frutos e na sua posterior conservação. Como um importante produto da biologia do solo, entretanto, passou a ser conhecido a partir da década de 1970, com os trabalhos de Smith, e na década seguinte, com a publicação do trabalho de Widdowson. Posteriormente (1997) vários pesquisadores - Cook, Penmetsa, Kluson e outros - se interessaram pela ação do gás etileno na renovação da MO do solo, na mineralização do N, na sua potencialidade alelopática e na sua ação no mecanismo aeróbio/anaeróbio, que controla a liberação de íons de macro e microelementos para a nutrição das plantas, em solos com boas estruturas e densidade e que não tenham sido roturados e/ou agredidos recentemente. A principal produção de etileno, que é um regulador crítico da atividade biológica do solo, ocorre nos microssítios anaeróbios, em condições de alta redução.
Em geral, o crescimento vegetal está limitado pelo aporte insuficiente de nutrientes disponíveis. Muitos nutrientes, como P e o S, se mantêm imobilizados como sais complexos de Fe3+ férrico, isto é, Fe oxidado. Esses sais férricos têm uma carga elétrica muito alta e fixam fortemente nutrientes como P e sulfato que, assim, não são nem lixiviados, nem absorvidos pelas planta (Widdowson 1993)1.
Em solos bem estruturados e com a conveniente porosidade, as plantas em crescimento têm uma intensa atividade nas raízes e há uma grande proliferação de microrganismos, que são alimentados pelos exsudatos vegetais. Essa alta atividade produz uma redução do nível de O2, e microrganismos anaeróbios iniciam sua atividade, produzindo o gás etileno em microssítios. O etileno inativa, mas não mata os aeróbios, com a consequente limitação da anaerobiose. É um ciclo que se repete constantemente, quando as condições do solo são favoráveis.
À medida que aumenta o nível de etileno, os sais férricos (Fe3+) insolúveis são reduzidos a ferrosos (Fe2+). Neste estado, os sais férricos até então insolúveis, são solubilizados, e o P e S passam a ser disponíveis nas plantas. Igualmente, o Fe ferroso se fixa aos domínios orgânicos da argila, liberando na solução do solo nutrientes vegetais catiônicos - NH4, Ca, K e outros. Como esse mecanismo aeróbio-anaeróbio ocorre próximo aos pelos absorventes, onde a atividade biológica é máxima, os nutrientes encontram-se em lugar exato para serem absorvidos pela planta. Eis porque as plantas das florestas, com diversidade botânica e das pastagens bem manejadas, sempre são viçosas e sadias."
Luiz Carlos Pinheiro Machado, Pastoreio Racional Voisin - Tecnologia Agroecológica para o Terceiro Milênio, pg. 90. 2ª edição, Editora Expressão Popular - São Paulo - 2010
Luiz Carlos Pinheiro Machado, Pastoreio Racional Voisin - Tecnologia Agroecológica para o Terceiro Milênio, pg. 90. 2ª edição, Editora Expressão Popular - São Paulo - 2010
1 - WIDDOWSON, R. W. Hacia una agricultura holística: un enfoque científico, Hemisferio Sur, Buenos Aires: 1993, 270p.
2 - O Húmus: origem, composição química, e importância na natureza. Selman Abraham Waksman - tradução Sebastião Pinheiro.
2 - O Húmus: origem, composição química, e importância na natureza. Selman Abraham Waksman - tradução Sebastião Pinheiro.
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