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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Proposta de Curso Saúde no Solo



Proposta de Curso
Saúde no Solo e Cromatografia de Pfeiffer
Diálogos e Oficinas da agriCultura Orgânica
_Ferramentas da Agroecologia 7.0_

Facilitador: Oliver H. Naves Blanco – Eng. Agrônomo / Consultor da Juquira Candirú Satyagraha
Equipe: Local - agentes públicos, multiplicadores de tecnologia, técnicos, estudantes, agricultor/a.
Contato: blancoagroecologia@gmail.com / Fone: (18) 9.9693-6466
Carga horária: 32 horas (4 dias)
Local: Propriedade Rural familiar – propriedade modelo – ou área da Comunidade.

O curso é uma proposta de retorno ao futuro. Propõe como objetivo o resgate e a regeneração, o sobrelevar e a integração, através de diálogos e de oficinas, a Cultura local campesina. Aborda o Território rural caipira, no devir histórico de lutas e conquistas em prover a alimentação e o acesso ao espaço de mercado local. Também provoca nos participantes a inclusão socioeconômica de empreendedorismo familiar coletivo, na perspectiva de uma evolução natural em nível de ruralidade tecnológica e avanços atuais das políticas públicas, no âmbito econômico e social, entre campo-cidade.
Segundo o PNAD/IBGE 12 milhões de pessoas no campo encontra-se em situação de extrema pobreza, pobreza e vulnerabilidade. “Se o campo não planta, a cidade não come”. Do cenário político atual, o que podemos esperar do Governo? A saída está em cada vez mais fortalecer os espaços de Saberes coletivos, sua união e sua organização, e planejar a redução da dependência dos insumos industriais de síntese química ou biológica, exógenos a comunidade rural, paridos de grandes Indústrias corporativa de grande acúmulo de Capital e Marketing enganoso, como também, diminuir o assistencialismo condicionado. Agronegócio não é Agricultura, é apenas negócio. Sem perder de vista o uso das ferramentas democráticas em exigir as políticas públicas adaptadas em regionais e decididas em coletivos internos, abertos publicamente, assim como, o respeito aos 30 milhões de brasileiros/as que vivem no campo, buscamos enfim, a autonomia produtiva e a segurança social com a intercomunicação direta com o consumidor final, sendo este, dotado de informação, capaz de assegurar a certificação das famílias produtivas bem como sua permanência no campo.
O camponês/agricultores familiares, assumem o papel de ator principal, saindo das clausuras de “subsistência” e simples protagonista e fornecedor de matéria prima de uma Industria decadente. Passamos então a fortalecer a ideia de consciência Ultrassocial e de Biopoder Camponês, tratando o Império opressor com suas próprias armas. No pensamento de Lévy (1995), cada ser humano é um mundo diferente, são conhecimentos diferentes, porque cada pessoa é diferente, cada pessoa é um universo a ser descoberto. Esse conhecimento, não se trata somente do conhecimento científico, esse limitado uso da razão, mas do conhecimento que qualifica a espécie homo sapiens. No espaço do Saber o conhecimento é entendido como um savoir-vivre ou um vivre-savoir que, segundo Lévy (1999, p. 121), é “co-extensivo à vida”, porque engloba em si a completude humana, na sua história e naquilo tudo que ela pode oferecer. Este saber é a nossa inteligência; é a inteligência humana, o saber viver.
A Saúde do Solo é uma prioridade primeira irrefutável aos povos do mundo. Regenerar sua higidez, fertilidade, é um respeito universal para com a humanidade, seus semelhantes e Natureza – do espaço Terra. "A Terra, e toda a vida, estão sendo saturadas com produtos químicos artificiais em um evento diferente de toda a história do planeta", diz o cientista australiano Julian Cribb, autor de "Surviving the 21st Century" (Springer International 2017) que em entrevista, complementa: "A Agência Europeia de Produtos Químicos estima que existem mais de 144 mil produtos químicos produzidos pelo homem. O Departamento de Saúde dos EUA estima que 2000 novos produtos químicos estão sendo lançados todos os anos. O Programa do Meio Ambiente da ONU adverte que a maioria desses produtos nunca foi examinado para a segurança da saúde humana". "A Organização Mundial de Saúde estima que 12 milhões de pessoas - uma em cada 4 - morrem todos os anos de doenças causadas pela poluição do solo, da água e do ar, exposições químicas, mudanças climáticas e radiação ultravioleta, que resultam da atividade humana". Nos atenta Milton Santos, “o meio urbano é cada vez mais um meio artificial...”.
 
Segundo Santos, “... com a Revolução Industrial a articulação tradicional, histórica da comunidade, com o seu quadro orgânico natural, foi então substituída por uma vasta anarquia mercantil. Agora o fenômeno se agrava, na medida em que o uso do solo se torna especulativo e a determinação do seu valor vem de uma luta sem trégua entre os diversos tipos de capital que ocupam a cidade e o campo”. No mais adverte que “os processos da química e da genética juntamente com as novas possibilidades criadas pela mecanização, multiplicam a produtividade agrícola e reduzem a necessidade de mão-de-obra no campo”.

         Para tal, o curso convida atores sociais locais de domínio transdisciplinar à dialogicidade. De agentes locais do funcionalismo público, técnicos e técnicas multiplicadores, produtores rurais, consumidores e demais interessados no conteúdo.
        Com práticas simples, integradas a criatividade da cultura local, e utilizando-se dos recursos naturais locais e ferramentas da Agricultura Orgânica Internacional – resultado do acúmulo semiótico de agricultores/as no tempo, constituição nômade do pensamento inteligente da América Latina na defesa de seu território – buscamos conciliar às já estabelecidas práticas agrícolas locais, com vínculos técnicos para o fortalecimento da segurança alimentar, da sustentabilidade, e da fraternidade econômica entre as comunidades rurais. “Ninguém pode negar que uma rede […] de filiações econômicas e psíquicas está sendo tecida numa velocidade que aumenta sempre, que abraça e constantemente penetra cada vez mais fundo em nós. A cada dia que passa, torna-se um pouco mais impossível para nós agir ou pensar de forma que não seja coletiva […] Nós chegaremos ao princípio de uma nova era. A Terra ganha uma nova pele. Melhor ainda, encontra sua alma (CHARDIN, 1947, apud: ZWARG, 2005, p. 12).
         Avançaremos, portanto, ao sair da virtualidade do “ciberespaço antropológico”, ao acreditar em uma utopia realista, de uma constante quebra de paradigmas científicos e endógenos; desacelerar a velocidade da informação, e por novas rodas e redes no conhecimento coletivo acumulado, propondo seu potencial de expansão local; este é o mundo real quando damos soluções aos problemas adiados - o Agir das práxis. Para isso devemos agir. Reunir pensamentos coletivos e a “mão-na-massa” multiplicar.
          Dessas utopias realistas universais, registros históricos, que não devem ser esquecidas em cada passo onde se conquista, cada oikos familiar regenerado, “a felicidade da roça”, há tempos subtraídas por um machismo tecnocrático, corrompido, e maculada de morte & Marketing enganoso. Avançamos no Saber e Fazer da agricultura, readequando as evoluções atuais da tecnologia, passando pela verdade de informa de tudo a todos e todas, para se firmar a existência e o dever do respeito a nossa diversidade agrícola, em evolução no seu tempo e espaço: famílias tradicionais Quilombolas, Indígenas, assentados/as da Reforma Agrária, Agricultores familiares e cidadãos urbanos dependentes do campo; garantir a liberdades, liberdade econômica, o descobrir da espiritualidade, o saber-viver da luta mais justa pela Vida é o melhor que podemos deixar às próximas gerações. Completa Rudolf Steiner,  

“O conhecimento deixou de interessar-se por grande parte da vida anímica humana. Ele queria pesquisar a relação entre o homem e a existência quando esta dirige seus sentidos e sua inteligência crítica à “natureza”; não queria mais ocupar se com o que o homem desenvolve como relacionamento com o mundo espiritual, quando usa sua capacidade de percepção interior a exemplo de seus sentidos. Resultou daí a necessidade de relacionar a vida espiritual dos homens não com a cognição do presente, mas com tradições e conhecimentos válidos no passado. A vida anímica humana ficou cindida. De um lado, o homem tinha diante de si o conhecimento da natureza que ia evoluindo, desabrochando na atualidade viva. De outro, vivenciava uma relação com o mundo espiritual que resultava de conhecimentos acumulados no passado. Essa vivência ia perdendo toda noção de como o conhecimento se realizava no passado. Existia a tradição, mas faltava o caminho pelo qual as verdades acumuladas tinham sido conhecidas. Existia apenas a possibilidade de se acreditar na tradição.”

         Diante disto, as oficinas do curso ‘Saúde no Solo também busca a quebra de paradigmas de “crescimento” e “desenvolvimento” atrelados a economia dominante macrossocial exógena, quando busca elevar o microssocial endógeno, em processos autóctones de regeneração do oikos doméstico com a permacultura, a economia solidária entre campo e cidade, os estímulos a participação de vivências, sendo também objetivos cidadão da Blanco Agroecologia, de apoiar uma Agroecologia Camponesa, que também integra o respeito a autonomia da Agricultura Familiar diante dos distúrbios antropocêntrico do meio ambiente, ao fermentar as resiliências ambientais, produtivas e biopolíticas, possibilitando a inclusão sócio/produtiva e reafirmar, proteger, e respeitar antigos princípios seculares, que estão na base da economia camponesa. Para uma campesina Agroecologia reafirmamos,

‘Nosso objetivo consiste somente em reforçar esses princípios imemoriais, aprofundar o seu valor cultural, transformá-lo espiritualmente e dar forma a uma organização técnico-social tal que eles não só pudessem manifestar a excepcional força de resistência passiva que desde sempre lhes foi própria, mas que também tivessem vida ativa, agilidade e, se quiser, força propulsora.’  (Alexander Vasilevich Chayanov)

          Nós da Blanco Agroecologia e Juquira Candirú Satyagraha estamos a disposição para atender em todo território Nacional e Internacional. O curso é voltado para grupos de agricultores/as e/ou técnicos/as reunidos em Associações, Cooperativas, Redes, Grupos de Orgânicos, Núcleo de Estudos em Agroecologia - NEAs, Centros de Promoção à Educação de jovens e adultos, e outras que se adequem ao tema. Entrar em contato nos e-mails: blancoagroecologia@gmail.com e juquira@yahoo.com – enviaremos uma proposta adaptada ao Local/Território, integrada a demanda real, com o conteúdo programático e a lista de materiais necessários.

                Encarecidamente,

Oliver Naves Blanco


Eng. Agrônomo



Conteúdo Programático

Módulo I: Agricultura Orgânica: bioremineralização e regeneração da saúde do solo; compostos, biofertilizantes especiais, caldas minerais, construção de solo com farinha de rochas regionais.

Crise do modelo Agronegócio convencional e transição Orgânica industrializada

-- Evolução geológica da Terra, minerais, matéria Orgânica e microrganismos
-- Impactos da revolução Verde; Agroecologia Camponesa; números da Agricultura Familiar
-- Diálogos sobre o Princípio da Trofobiose - elicitores, fitoanticipinas
-- Nutrição mineral de plantas - Farinha de rochas Regionais
-- “Campo Metagenômica”
-- Confecção do Atlas de Saúde do Solo da propriedade
-- Manejo holístico de propriedades rurais – integração das atividades
-- Fitossociologia: adubação verde, plantas espontâneas e adventícias (relação C/N)
- - Ferramentas do Bombeiro/a Agroecológico/a 

Oficinas teórico/práticas de elaboração de insumos orgânicos (autonomia de produção comunitária):

-- Elaboração de biofertilizantes fermentado anaeróbicos a base de merda de vaca (Sideróforos)
-- Elaboração do “Xacualolibiol” etnobiofertilizante a base de abóboras, bactérias fotossintizadoras
-- Elaboração e prática de caldos minerais quentes e frias a base de Enxofre e sulfatos
-- Elaboração da Água de Vidro (óxido Cálcio e Óxido de Magnésio)
-- Remineralização do solo – Farinha de rochas: utilização e experiências práticas do uso do pó de rocha
-- Peletização de sementes
-- Elaboração de Fosfito (fósforo, silício e cálcio); produção de Fósforo
-- Elaboração do “Biochar” – usos e práticas do carvão vegetal na agricultura; manejo da matéria na propriedade;
-- Calcinação de ossos – fosfito e sal mineral para animais
-- Elaboração do adubo fermentado tipo “Bocashi” – práticas, utilização e experiências
-- Hidrolatos de potássio, solubilização da fração húmica para aplicação nos cultivos

Modulo II: Microbiologia dos solos e Cromatografia de Pfeiffer
Microbiologia dos solos

-- Importância da microbiologia para a saúde no solo: visita e coletas na Mata local
-- Produção de EM (microrganismos eficientes) e Lactobacillus
-- Elaboração do Silo de Microrganismos; multiplicação e usos na alimentação animal
-- Elaboração de biofertilizantes fermentado a base Semeadura de Microrganismos: quelatização mineral
-- Bioativação do carvão moído - substrato para mudas de hortaliças e mudas nativas de árvores
-- Húmus do Ninho de Cupim e Turfa, utilização da agricultura
-- Biocolóides orgânicos
-- Agrohomeopatia
-- Construção do “CAMPO DE METAGENÔMICA CAMPESINO”

Oficina de Cromatografia de Pfeiffer

-- Introdução aos métodos de Cromatografia de Pfeiffer e sua utilização em aferir a qualidade dos alimentos
-- Coleta e preparação das amostras: solo, compostos, alimentos
-- Procedimento metodológico da técnica da cromatografia horizontal circular, preparo e sensibilização do papel filtro para as analises
-- Exposição teórica da análise qualitativa da saúde no solo; Interpretações.







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