Proposta de Curso
Saúde no
Solo e Cromatografia de Pfeiffer
Diálogos e Oficinas da agriCultura
Orgânica
_Ferramentas da Agroecologia 7.0_
Facilitador: Oliver H. Naves Blanco – Eng. Agrônomo / Consultor da Juquira Candirú
Satyagraha
Equipe: Local - agentes públicos, multiplicadores
de tecnologia, técnicos, estudantes, agricultor/a.
Contato: blancoagroecologia@gmail.com / Fone:
(18) 9.9693-6466
Carga
horária: 32 horas (4 dias)
Local: Propriedade Rural familiar – propriedade
modelo – ou área da Comunidade.
O curso é uma proposta de retorno ao futuro. Propõe como
objetivo o resgate e a regeneração, o sobrelevar e a integração, através de
diálogos e de oficinas, a Cultura local campesina. Aborda o Território rural
caipira, no devir histórico de lutas e conquistas em prover a alimentação e o
acesso ao espaço de mercado local. Também provoca nos participantes a inclusão
socioeconômica de empreendedorismo familiar coletivo, na perspectiva de uma
evolução natural em nível de ruralidade tecnológica e avanços atuais das
políticas públicas, no âmbito econômico e social, entre campo-cidade.
Segundo o PNAD/IBGE 12 milhões de pessoas no campo
encontra-se em situação de extrema pobreza, pobreza e vulnerabilidade. “Se o
campo não planta, a cidade não come”. Do cenário político atual, o que
podemos esperar do Governo? A saída está em cada vez mais fortalecer os espaços
de Saberes coletivos, sua união e sua organização, e planejar a redução da
dependência dos insumos industriais de síntese química ou biológica, exógenos a
comunidade rural, paridos de grandes Indústrias corporativa de grande acúmulo
de Capital e Marketing enganoso, como também, diminuir o assistencialismo
condicionado. Agronegócio não é Agricultura, é apenas negócio. Sem
perder de vista o uso das ferramentas democráticas em exigir as políticas
públicas adaptadas em regionais e decididas em coletivos internos, abertos
publicamente, assim como, o respeito aos 30 milhões de brasileiros/as que vivem
no campo, buscamos enfim, a autonomia produtiva e a segurança social com a
intercomunicação direta com o consumidor final, sendo este, dotado de
informação, capaz de assegurar a certificação das famílias produtivas bem como
sua permanência no campo.
O camponês/agricultores familiares, assumem o papel de ator
principal, saindo das clausuras de “subsistência” e simples protagonista e
fornecedor de matéria prima de uma Industria decadente. Passamos então a
fortalecer a ideia de consciência Ultrassocial e de Biopoder Camponês, tratando
o Império opressor com suas próprias armas. No pensamento de Lévy (1995),
cada ser humano é um mundo diferente, são conhecimentos diferentes, porque cada
pessoa é diferente, cada pessoa é um universo a ser descoberto. Esse
conhecimento, não se trata somente do conhecimento científico, esse limitado
uso da razão, mas do conhecimento que qualifica a espécie homo sapiens. No
espaço do Saber o conhecimento é entendido como um savoir-vivre ou um
vivre-savoir que, segundo Lévy (1999, p. 121), é “co-extensivo à vida”, porque
engloba em si a completude humana, na sua história e naquilo tudo que ela pode
oferecer. Este saber é a nossa inteligência; é a inteligência humana, o
saber viver.
A Saúde do Solo é uma prioridade primeira irrefutável aos
povos do mundo. Regenerar sua higidez, fertilidade, é um respeito universal
para com a humanidade, seus semelhantes e Natureza – do espaço Terra.
"A Terra, e toda a vida, estão sendo saturadas com produtos químicos
artificiais em um evento diferente de toda a história do planeta", diz o cientista australiano Julian Cribb,
autor de "Surviving the 21st Century" (Springer International
2017) que em entrevista, complementa: "A Agência Europeia de
Produtos Químicos estima que existem mais de 144 mil produtos químicos
produzidos pelo homem. O Departamento de Saúde dos EUA estima que 2000
novos produtos químicos estão sendo lançados todos os anos. O Programa do Meio
Ambiente da ONU adverte que a maioria desses produtos nunca foi examinado para
a segurança da saúde humana". "A Organização Mundial de Saúde estima
que 12 milhões de pessoas - uma em cada 4 - morrem todos os anos de doenças
causadas pela poluição do solo, da água e do ar, exposições químicas, mudanças
climáticas e radiação ultravioleta, que resultam da atividade humana". Nos
atenta Milton Santos, “o meio urbano é cada vez mais um meio artificial...”.
Segundo Santos, “...
com a Revolução Industrial a articulação tradicional, histórica da comunidade,
com o seu quadro orgânico natural, foi então substituída por uma vasta anarquia
mercantil. Agora o fenômeno se agrava, na medida em que o uso do solo se torna
especulativo e a determinação do seu valor vem de uma luta sem trégua entre os
diversos tipos de capital que ocupam a cidade e o campo”. No mais adverte
que “os processos da química e da genética juntamente com as novas
possibilidades criadas pela mecanização, multiplicam a produtividade agrícola e
reduzem a necessidade de mão-de-obra no campo”.
Para
tal, o curso convida atores sociais locais de domínio transdisciplinar à
dialogicidade. De agentes locais do funcionalismo público, técnicos e técnicas
multiplicadores, produtores rurais, consumidores e demais interessados no
conteúdo.
Com
práticas simples, integradas a criatividade da cultura local, e utilizando-se
dos recursos naturais locais e ferramentas da Agricultura Orgânica
Internacional – resultado do acúmulo semiótico de agricultores/as no tempo,
constituição nômade do pensamento inteligente da América Latina na defesa de
seu território – buscamos conciliar às já estabelecidas práticas agrícolas
locais, com vínculos técnicos para o fortalecimento da segurança alimentar, da
sustentabilidade, e da fraternidade econômica entre as comunidades rurais.
“Ninguém pode negar que uma rede […] de filiações econômicas e psíquicas está
sendo tecida numa velocidade que aumenta sempre, que abraça e constantemente
penetra cada vez mais fundo em nós. A cada dia que passa, torna-se um pouco
mais impossível para nós agir ou pensar de forma que não seja coletiva […] Nós
chegaremos ao princípio de uma nova era. A Terra ganha uma nova pele. Melhor
ainda, encontra sua alma (CHARDIN, 1947, apud: ZWARG, 2005, p. 12).
Avançaremos, portanto, ao sair da virtualidade
do “ciberespaço antropológico”, ao acreditar em uma utopia realista, de
uma constante quebra de paradigmas científicos e endógenos; desacelerar a
velocidade da informação, e por novas rodas e redes no conhecimento coletivo
acumulado, propondo seu potencial de expansão local; este é o mundo real quando
damos soluções aos problemas adiados - o Agir das práxis. Para isso devemos
agir. Reunir pensamentos coletivos e a “mão-na-massa” multiplicar.
Dessas
utopias realistas universais, registros históricos, que não devem ser
esquecidas em cada passo onde se conquista, cada oikos familiar regenerado, “a
felicidade da roça”, há tempos subtraídas por um machismo tecnocrático, corrompido,
e maculada de morte & Marketing enganoso. Avançamos no Saber e Fazer da
agricultura, readequando as evoluções atuais da tecnologia, passando pela
verdade de informa de tudo a todos e todas, para se firmar a existência e o
dever do respeito a nossa diversidade agrícola, em evolução no seu tempo e
espaço: famílias tradicionais Quilombolas, Indígenas, assentados/as da Reforma
Agrária, Agricultores familiares e cidadãos urbanos dependentes do campo;
garantir a liberdades, liberdade econômica, o descobrir da espiritualidade, o
saber-viver da luta mais justa pela Vida é o melhor que podemos deixar às
próximas gerações. Completa Rudolf Steiner,
“O conhecimento
deixou de interessar-se por grande parte da vida anímica humana. Ele queria
pesquisar a relação entre o homem e a existência quando esta dirige seus
sentidos e sua inteligência crítica à “natureza”; não queria mais ocupar se com
o que o homem desenvolve como relacionamento com o mundo espiritual, quando usa
sua capacidade de percepção interior a exemplo de seus sentidos. Resultou daí a
necessidade de relacionar a vida espiritual dos homens não com a cognição do
presente, mas com tradições e conhecimentos válidos no passado. A vida anímica
humana ficou cindida. De um lado, o homem tinha diante de si o conhecimento da
natureza que ia evoluindo, desabrochando na atualidade viva. De outro,
vivenciava uma relação com o mundo espiritual que resultava de conhecimentos
acumulados no passado. Essa vivência ia perdendo toda noção de como o
conhecimento se realizava no passado. Existia a tradição, mas faltava o caminho
pelo qual as verdades acumuladas tinham sido conhecidas. Existia apenas a possibilidade
de se acreditar na tradição.”
Diante
disto, as oficinas do curso ‘Saúde no Solo também busca a quebra de paradigmas
de “crescimento” e “desenvolvimento” atrelados a economia dominante
macrossocial exógena, quando busca elevar o microssocial endógeno, em processos
autóctones de regeneração do oikos doméstico com a permacultura, a economia
solidária entre campo e cidade, os estímulos a participação de vivências, sendo
também objetivos cidadão da Blanco Agroecologia, de apoiar uma Agroecologia
Camponesa, que também integra o respeito a autonomia da Agricultura Familiar
diante dos distúrbios antropocêntrico do meio ambiente, ao fermentar as
resiliências ambientais, produtivas e biopolíticas, possibilitando a inclusão
sócio/produtiva e reafirmar, proteger, e respeitar antigos princípios
seculares, que estão na base da economia camponesa. Para uma campesina
Agroecologia reafirmamos,
‘Nosso
objetivo consiste somente em reforçar esses princípios imemoriais, aprofundar o
seu valor cultural, transformá-lo espiritualmente e dar forma a uma organização
técnico-social tal que eles não só pudessem manifestar a excepcional força de
resistência passiva que desde sempre lhes foi própria, mas que também tivessem
vida ativa, agilidade e, se quiser, força propulsora.’ (Alexander Vasilevich Chayanov)
Nós da Blanco Agroecologia
e Juquira Candirú Satyagraha estamos a disposição para atender em todo
território Nacional e Internacional. O curso é voltado para grupos de
agricultores/as e/ou técnicos/as reunidos em Associações, Cooperativas, Redes,
Grupos de Orgânicos, Núcleo de Estudos em Agroecologia - NEAs, Centros de
Promoção à Educação de jovens e adultos, e outras que se adequem ao tema. Entrar
em contato nos e-mails: blancoagroecologia@gmail.com e juquira@yahoo.com –
enviaremos uma proposta adaptada ao Local/Território, integrada a demanda real,
com o conteúdo programático e a lista de materiais necessários.
Encarecidamente,
Oliver Naves Blanco
Eng. Agrônomo
Conteúdo Programático
Módulo I: Agricultura Orgânica: bioremineralização
e regeneração da saúde do solo; compostos, biofertilizantes especiais, caldas minerais, construção de solo com
farinha de rochas regionais.
Crise do modelo Agronegócio convencional e
transição Orgânica industrializada
-- Evolução geológica da Terra, minerais, matéria
Orgânica e microrganismos
-- Impactos da revolução Verde; Agroecologia
Camponesa; números da Agricultura Familiar
-- Diálogos sobre o Princípio da Trofobiose - elicitores, fitoanticipinas
-- Nutrição mineral de plantas - Farinha de rochas
Regionais
-- “Campo Metagenômica”
-- Confecção do Atlas de Saúde do Solo da
propriedade
-- Manejo holístico de propriedades rurais – integração
das atividades
-- Fitossociologia: adubação verde, plantas
espontâneas e adventícias (relação C/N)
- - Ferramentas do Bombeiro/a Agroecológico/a
Oficinas teórico/práticas de elaboração de
insumos orgânicos (autonomia de produção comunitária):
-- Elaboração de biofertilizantes fermentado anaeróbicos a base de merda de vaca (Sideróforos)
-- Elaboração do “Xacualolibiol” etnobiofertilizante
a base de abóboras, bactérias fotossintizadoras
-- Elaboração e prática de caldos minerais quentes e frias a base de Enxofre e sulfatos
-- Elaboração da Água de Vidro (óxido Cálcio e Óxido de Magnésio)
-- Remineralização do solo – Farinha de rochas:
utilização e experiências práticas do uso do pó de rocha
-- Peletização
de sementes
-- Elaboração de Fosfito (fósforo, silício e cálcio); produção de Fósforo
-- Elaboração do “Biochar” – usos e práticas do carvão vegetal na agricultura; manejo
da matéria na propriedade;
-- Calcinação
de ossos – fosfito e sal mineral para animais
-- Elaboração do adubo fermentado tipo “Bocashi” – práticas, utilização e
experiências
-- Hidrolatos de potássio, solubilização da fração
húmica para aplicação nos cultivos
Modulo II: Microbiologia dos solos e
Cromatografia de Pfeiffer
Microbiologia dos solos
-- Importância da microbiologia para a saúde no
solo: visita e coletas na Mata local
-- Produção de EM (microrganismos eficientes) e Lactobacillus
-- Elaboração do Silo de Microrganismos;
multiplicação e usos na alimentação animal
-- Elaboração de biofertilizantes fermentado
a base Semeadura de Microrganismos: quelatização mineral
-- Bioativação do carvão moído - substrato para
mudas de hortaliças e mudas nativas de árvores
-- Húmus do Ninho de Cupim e Turfa, utilização da
agricultura
-- Biocolóides orgânicos
-- Agrohomeopatia
-- Construção do “CAMPO DE METAGENÔMICA CAMPESINO”
Oficina de Cromatografia de Pfeiffer
-- Introdução aos métodos de Cromatografia de
Pfeiffer e sua utilização em aferir a qualidade dos alimentos
-- Coleta e preparação das amostras: solo,
compostos, alimentos
-- Procedimento metodológico da técnica da
cromatografia horizontal circular, preparo e sensibilização do papel filtro
para as analises
-- Exposição teórica da análise qualitativa da
saúde no solo; Interpretações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
"no artigo 5º, inciso IV da Carta da República: 'é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato'."