fonte: huffpost |
10 de janeiro de 18
por Sebastião Pinheiro
(rede sociais)
Pensei agressivamente em escrever: “O
cretinismo do governo brasileiro”, fui ao dicionário Aurélio Buarque de
Hollanda para embasamento etimológico, então lembrei meu querido e saudoso
professor Alceu. Ele me ensinou Lógica. Na época eu gostava dessa matéria
porque ela me auxiliava a entender a matemática com seus conceitos abstratos e
invisíveis para um despossuído de família, amor e deus. Ele ensinou-me que, a
lógica era a ferramenta mais importante para as análises éticas e morais, base
do instrumental das ciências sociais. Perdemos a noção de valores sociais no
convívio com as violências estruturais dos poderes econômicos, religiosos e
políticos.
Com lógica podemos entender a
pretensão de quebra da “Regra de Ouro” da lei que obriga respeito e fidelidade
nas contas fiscais do Governo, que personagem ilegítimos e golpistas tenta
desrespeitar. Sem ela há a “tabula rasa” e todos somos corruptos e desonestos.
Eu estava certo em pesquisar o
significado de “cretinismo” um termo extraído de doença genético-fisiológica,
mas entendido como enfermidade social (econômica, religiosa e política), por
isso essa quadrilha está querendo, agora, alterar a Constituição através de uma
emenda para suspender o respeito fiscal, alegando ter evitado um golpe
esquerdista “a la Venezuela”. É isso que escuto todo o dia nas rádios
paulistas.
Em lógica não interessa a opinião,
mas a dualidade do alcance dos discursos e ações, suas metas e objetivos
veiculados e finalidade a ser alcançada.
pfizer |
Foi a lógica que me ensinou que o
modelo de agricultura imperial com fármacos, venenos e perfumaria para combater
as doenças e pragas está lastreada em lucros desmedidos (irresponsáveis) e que
somente denunciando com embasamento técnico – científico é possível seguir por
caminhos diametralmente oposto, alternativo ou desvio. Contudo, qualquer
decisão nesse sentido passa por análise ideológica (econômica, religiosa e
política) pelo que a afirmativa de “ilegitimidade” do atual governo é tão
válida quanto a de “tentativa de golpe” do anterior. Ambos estão alicerçados em
normas escritas interpretadas conforme interesses pessoais dentro dos círculos
de poder. Seja em um “habeas corpus” de solta – prende, ou na afirmação que um
presídio é “Home Office” do Crime; ou perigoso ser visitado pela presidente do
STF por ter explosivo almoxarifado pelos presos.
O governo paulista está dividindo uma
dose de vacina para 4 pessoas. Se vacina fosse alimento estaria mascarando a
morte famélica e criando a desnutrição. É lógica, mas nada nem ninguém vem a
público perguntar se a resposta imunitária diminui.
Pensar que os macacos estão morrendo
há mais de dez meses de febre amarela silvestre, bem antes do Congresso
Nacional aprovar a bagatela de 6 bilhões para a Campanha Eleitoral, mas não há
dinheiro para fazer vacinas e retornamos a 1900 de Oswaldo Cruz. Não é
cretinismo alguém ignorar isso.
Em lógica construo minha afirmação: O
Brasil é uma favela, apenas uma favela.
Não se ofenda, seja lógico, por favor
vá aos livros buscar a origem desta expressão favela, além de identidade vulgar
da bela Euforbiácea, (Cnidoscolus quercifolius Pohl) de lembrança histórica
(religiosa - messiânica , épica - fanática, genocida – eugenista e muitas outras
dualidades lógicas que pululam por aí. Enquanto isso o septuagenário, e
professor universitário da área do direito aparece na TV perguntado sobre sua
vida sexual responde, no nível do repórter, “que foram setes na semana”, que
tem sete dias. Na há respeito sequer à investidura de mandatário que “la
noblese obligé”, o que não permite espaço pela lógica e sua dualidade.
Lembro que um dos irmãos Vilas Boas
levou a um cacique Xavante as tropelias nazistas na Europa em 1942. O
“selvagem” apenas respondeu: “Esta tribo não vai muito longe e purgará por suas
ações”.
Uma jovem perguntou por que não
sabemos educação ambiental. A resposta é simples, porque perdemos a sabedoria
“selvagem” que vai além dos conhecimentos lógicos despido de sabedoria.
Cada coração está sangrando com que
dia a dia que escutamos, vemos e lemos nos meios de comunicação com ou sem
lógica.
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