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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

terça-feira, 31 de julho de 2018

Econometria Campesina


17 de julho de 2018
por Sebastião Pinheiro 

Em Saravena, Arauca, diante de um mural pintado coletivamente, digno de Diego de Rivera, percebi um passarinho que chamamos de cardeal e, também galinho da campina ou Tie Guazu (Paroaria spp., classificado por Millet/Buffon em 1776/1781). Eu gosto muito dos nomes locais dos passarinhos, pois descobri, mais um.

Sempre aprendo. No Mural a consiga: "Nos enterraram. Não sabiam que éramos sementes". Cultura é a primeira e última expressão humana.

Por fortuna da minha infância carrego comigo todas as figuras do folclore nativo, cujas fábulas encantaram minha educação: "A pata sola" (Mula sem cabeça); "O Boitatá" (Güiou luminoso) e o "Curupira" (a criança com os pés ao contrário) sei as funções místicas de cada um (fotos). Todas essas figuras estranhas foram criadas por humanos como forma

pedagógica ou repressiva de estímulo ou precauções para preservá-lo. Folclore que com o passar do tempo se transforma na mitologia de superação da natureza, aspiração humana no ultrassocial.

De onde estou posso antever em "dèja vu" o que
virá para as próximas gerações, mais do que um folclore macabro ou mitologia hedionda um genocídio, por isso é necessário antecipar uma reação e construção, o restauro do Bio~Poder campesino na região. 

Consegui consolidar o por que da maior resistência dos camponeses das zonas de montanha e êxito na defesa do seu território. As outras regiões niveladas foram priorizadas pela agricultura industrial moderna, ao qual eu não me dava conta, nem consciência.

Nas montanhas vemos menor erosão cultural, maior distribuição de renda e poder cidadão compartilhado na comunidade, algo que não existe mais nas planícies do agronegócio.

Me encontro na várzea colombiana, onde há uma incursão aniquiladora do agronegócio cobiçada para a expansão de commodities estratégicas do Complexo Industrial Militar (Financeiro), lembrem-se do que disse Eisenhower em 1954, por isso que é necessário decifrar o que representa a "Palma Africana", "Eucalipto", "Soja", sementes transgênicas e Glifosato que ameaçam diretamente a autonomia, a saúde e até a existência campesina. 

Como em outras planícies, aqui isso começa na desvalorização humana pressionando sua autoestima para que abandone, venda suas terras e migrem para as cidades para aumentar a "massa salarial", consumo de alimentos industrializados, e principalmente, não concorrer com a produção da indústria alimentícia. Com isso o agronegócio visa eliminar a concorrência, pois não tem alimentos desvitalizados, contaminados e procura enganar com belas embalagens e propagandas subliminares que valem mais de 80% do custo, mas sem isso estariam fora do mercado. Simón Rodríguez, o maestro de S. Bolívar disse: "Ou inventamos ou erramos".

Lembro agora o que Susan George disse em 1980: "60% da economia do mundo está nas mãos de 20 corporações gigantescas". Isto foi antes das fusões da Biotecnologia e não é folclore ou mitologia, mas pode ser tratado tanto pelos políticos ou cientistas subservientes como tais figuras iniciais.

Ignoramos que os alimentos de monocultura, milho, trigo, arroz valem 80% do valor dos produtos nas prateleiras (estantes) dos Super mercados e Shopping Center, onde recheios com celulose e amido engrossam e dão consistência, mas tirando o poder nutritivo. Esses alimentos seguem preços internacionais como commodities, regulados com a bolsa de Chicago e estão sobre o poder dos governos igual a energia para permitir maior lucros aos monopólios, por isso as monoculturas dos 5 grandes blocos (Cargill, Louis Dreyfus, ADM, Bayer-Monsanto). Assim submetem camponeses e povos.

As corporações e corretores, por definição indústrias alimentícias não compram matérias-primas diretamente de camponeses, não é por causa do seu grande número, cultura ou consciência ambiental - social. É pela concorrência: Os querem extintos, transformados em consumidores de seus produtos e substituídos por novos "agricultores" (growers), meros consumidores de créditos, insumos e serviços, sem identidade com a terra e sem uma cultura que impeça o consumismo das linhas de montagem" em que está transformado o agronegócio. São eles que no Chile, Argentina, Uruguai, Brasil, Santa Cruz na Bolívia e todas as planícies da América Latina substituem o que a indústria alimentar deseja pela sua maior capacidade de consumir insumos, serviços e tecnologias, mais principalmente de concentrar "mais valia" drenando, descapitalizando o campo e transferindo para as grandes corporações em conluio com governos.

Dizia Lutzenberger: "Um milhão de camponeses produzindo 100 ovos diários cada é menos interessante para a indústria alimentícia que, um empresário produzindo os mesmos 100 milhões de ovos, pois induz a propinas e "vacinas" mais gordas, que, para as corporações é embutida nos custos. É por isso que os governos planejam, induzidos e constroem para eles a infraestrutura e logística destinada a beneficiar as corporações, como se fosse uma obra pública, porém construída com dinheiro público. Mas o grave, é permitir a propaganda na mídia e marketing, o que oprime e expulsa camponeses dos seus territórios por carência de infraestruturas e obras públicas.

A alienação desses novos membros do agronegócio são úteis para o desenvolvimento de tendências, sem alternativa ou questionamentos e passa a ser a política mundial através dos órgãos multilaterais, enquanto dia a dia verticalizem os seus interesses dentro do modelo e através das violências estruturais perpetram o genocídio econômico em que vivemos.

O problema maior é que as grandes planícies próximas das cadeias de montanhas, que começam a conhecer as monoculturas enfrentam outro problema que é por tal mais notável e catastrófico: a apropriação do mais-valia campesino, que deve ser dividida em mais-valia ambiental e social. Qual os significados dessas mais-valia e como são apropriados pelos governos, sem os devidos serviços ou políticas públicas?

Todo e qualquer alimento natural campesino ao chegar a uma capital (Bogotá é um bom exemplo), cria uma rede de negócios que não são de interesses central do agronegócio, das grandes corporações. As infraestruturas, logísticas, distribuições e diversificação da renda são vigorosas e necessitam ser estudadas e equacionadas dentro de uma econometria, onde os governos são suspeitos para fazê-los e as academias necessitam purgar as induções dos "Chicago Boys".

Pelo desgaste da agricultura moderna a partir dos anos 60 no centro e 80 na periferia foi criado o termo "deseconomias externas"* ao processo produtivo e cumulativo de capital embasado nas "deseconomias internas" inerentes ao empresário. Desempenho das máquinas, manejo e gestão, logísticas e outras que lentamente passarão a ser responsabilidade-função do Estado e Sociedade. Algumas legislações foram aprovadas, mas, de valor cosméticos na ordem de combate à poluição e devastação da natureza.

Após a Conferência Rio 92 surgiu o conceito de "Sustentabilidade" com campanhas subliminares para absorver as deseconomias externas, coisa que na agricultura campesina não é necessária, pois os seus processos tecnológicos não produzem tais deseconomias. Para a ideologia de desenvolvimento e crescimento da Indústria de Alimentos (Agronegócios) a presença campesina é subversiva e precisa ser eliminada pela qualidade superior e baixo preço de seus produtos, mas principalmente por impedir o acumulo de capital de forma exponencial concentrada. A mais-valia social e ambiental camponesa são prejuízos para os corretores (brokers) e corporações.

Como na agricultura camponesa não há as deseconomias externas pela reação ao uso de crédito especulativo, adubos químicos, agrotóxicos, máquinas intensivas, sementes transgênicas com suas proteínas tóxicas e resíduos de genes estranhos. Além disso, por sua escala as deseconomias sociais e ambientais nulas ou quase, são perfeitamente corrigidas pela organização e tecnologias apropriadas.

No cálculo da destruição da mais-valia social camponesa é necessário considerar os custos sociais dos massacres, luto e insegurança social não como deseconomias externas, mas como responsabilidade consciente das corporações; da mesma forma, da mais-valia ambiental camponesa por causa da devastação e contaminação da natureza.

Estes dois últimos componentes crescem em proporção na mais-valia geral camponesa pelos danos à mudança climática, pois com a mesma ação ultrassocial camponesa de produção de alimentos, pois o campesino pela sua forma de produzir, mais do que mitigar, corrigir os impactos negativos da mudança climática, fixando os gases do efeito de estufa no solo de vital importância também nas reservas de água e isto precisa ser levado em conta.

Perdoem-me a ousadia, mas o maior valor não está sobre a “mais-valia econômica", mas sobre a "mais-valia social" pelo valor cultural do alimento campesino no fornecer da capital e grandes cidades. Aqui pude perceber o por que os Chefs procuram alimentos culturais camponeses para seus caros pratos. Queira Deus que não estejam mancomunados com a Indústria de Alimentos nas áreas populares, e também de luxo.

Como calcula-la e destaca-la dentro da composição do mais-valia, sem perder de referência que campesino em seu modo de produção preserva a natureza e meio ambiente, que se põe na contra via as deseconomias externas criadas pelo agronegócio, pois há uma "mais-valia ambiental camponesa" de valor tão grande quando a "mais-valia social camponesas" e deve, urgentemente, ser "econometrizada".

Nas áreas de várzea entre montanhas na América Latina, com população campesina são mais de cem anos de massacres e genocídios realizados por interesses do império.

Qual é o valor da Econometria Invisível Campesina na América Latina, em especial quanto a mais-valia social e ambiental?

Quais os seus impactos positivos sobre o trabalho, Distribuição e Desconcentração de Renda?

Enquanto isso, nas Planícies Altas (Planaltos) do Brasil (e outras áreas semelhantes na América Latina), já totalmente ocupado por aquelas 5 corporações expulsando os agricultores familiares, tivemos a legislação ambiental (Novo Código Ambiental) induzida para os serviços de GoNGO (ONG Governamentais), tipo WWF e outras do Jet set transnacional (Paz Verde) para consolidação da indústria alimentar através de propaganda sobre uso de solo por Aptidão, respeito à natureza e restrição de áreas para se tornar inviável a agricultura familiar já estabelecida há 250 anos.

O usuário campesino desde as Ligas Camponesas derrubada por U.S State Dept., em 1964, agora está em estertores no MATOPIBA (72 milhões de hectares, ameaçando mais de milhão de usuários camponeses, que é usado na propaganda oficial do órgão de Investigação Nacional. Na expansão final da fronteira do agronegócios; com exceção da Amazônia, onde a ameaça é a produção do “BIOCHAR”® como commodity, para suprir a Europa, Norte-América, Ásia e Austrália. O diabólico é que eles querem vender serviços do “BIOCHAR”® e a reflorestação com Eucalipto para poder vender as suas usinas de pirólises da madeira, inventadas antes da Primeira Guerra Mundial).
 
A leitura de "Rescoldo bajo Cenizas", de Ignacio Betancur Sánchez é recomendado. Respostas necessitam de especialistas comprometidos com a construção do Bio~Poder campesino. Zapata Vive e a luta segue. 
 
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*Denominadas también externalidades negativas, consisten en que los costos de una actividad se difunden a otras personas sin que reciban por ello ninguna compensación. Por ejemplo, la contaminación que producen las industrias químicas produce un deterioro en el medio ambiente que sufren todos los habitantes del entorno sin que reciban por ello ninguna compensación.
Lopez Dominguez, Ignacio



IGNACIO BETANCUR, SU CORAZÓN: "RESCOLDO BAJO CENIZA" fonte: libros y libres

DE EDUCACIÓN Y ESPÍRITU JUVENIL

Dice Ignacio Betancur en sus Confesiones peregrinas: "[...]pese a todas las adversidades, existen jóvenes llenos de capacidades y de sueños hermosos con un horizonte brillante, lleno de colorido. Jóvenes que cuando ven espacios para participar, para crear, para soñar, nos dan demostraciones que nos llenan de entusiasmo. Ellos, los jóvenes, que son el futuro, representan una fuerza capaz de transformarlo todo.

Así como en un temblor de tierra podemos apreciar fuerzas extrañas y poderosas que mueven edificios y llegan a hundir ciudades, también en la juventud hay una fuerza poderosa capaz de transformar la patria, si la dirigimos bien; pero también capaz de hundirla, si la orientamos mal y no le permitimos liberar su potencial.

Pensamos que actualmente la juventud carece de oportunidades. No tiene espacios para expresarse, no encuentra cómo ni con quiénes dialogar, ni en su casa, ni en el colegio, ni en el municipio, ni en la parroquia.

Siempre hemos creído que esos muchachos no sirven para nada, que son perezosos, díscolos e inútules. Nosotros, tanto profesores como padres de familia, estamos llamados a la reflexión y a un cambio de pedagogía en nuestra relación con ellos. Porque joven no es quien tiene poca edad, sino quien tiene alma y corazón llenos de ese potencial capaz de mover montañas".

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