"Havia florestas ricas e diversificadas, como a Amazônia, no Brasil, ricas em diversidade, ricas em produção, habitat para mais espécies do que qualquer outro lugar na Terra.
E nos foi dito: as florestas não são produtivas.
Nossas florestas foram convertidas para eucaliptos, para a indústria de celulose. Para pinheiros, que alimentam a indústria madeireira.
Essas monoculturas são altamente empobrecidas. São empobrecidas quando medidas em termos de vida, quando medidas em diversidade e quando medidas quanto ao que podem fornecer às comunidades locais.
O mesmo vale para a agricultura. As monoculturas de soja que estão se expandindo na América Latina, são desertos verdes. Elas não possuem diversidade, não atendem a necessidades locais. Elas são colocadas em navios cargueiros para torturar animais na Europa e nos EUA, como ração para gado, ou para serem convertidas em combustível para automóveis, sob a forma de biodiesel.
Isso está empobrecendo não só as pessoas, como também a natureza.
E a cegueira que nos impede de ver, tanto a riqueza da diversidade quanto a própria diversidade é o que chamo de monocultura da mente. Funciona maravilhosamente a partir de uma posição de poder. Você extermina a vida, você extermina a auto-organização da vida, você extermina a sustentabilidade das comunidades locais e você torna tudo dependente de seu poder, seu controle, sua propriedade.
Uma monocultura da mente é, literalmente, a raiz da ditadura sobre a Terra. É um instrumento de poder e controle. Não produz mais e sim controla mais.”
Vandana Shiva
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"no artigo 5º, inciso IV da Carta da República: 'é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato'."