..da agriCultura ao futebol
por Sebastião Pinheiro*
No mundo
ultrassocial da propina é tempo de “Copa América”. Os anfitriões chilenos,
então injuriados com a trave do Mineirão se assustaram com a sua balançada pelo
Equador. Perdoem moro em uma cidade muito politizada com mais de cinco horas
diária de programas futebolísticos nas rádios e não houve uma palavra sequer,
suspicaz sobre a interferência norte-americana na FIFA quando meia dúzia de
larápios cucarachas latino-americanos receberam uma chinelada por vontade e
ordem da justiça dos Estados Unidos, arauto da honestidade ultrassocial e
caráter sem jaça. Não estranhei que europeus ou norte-americanos tenha sido
excluídos da troupe por “mais iguais”.
Futebol é coisa tão
séria que na seleção yankee quinze jogadores falam melhor o alemão que o
inglês. Será que no esporte, igual que na corrida “espacial e guerra fria”, a
disputa será travada no Lebensraum ultrassocial germânico? Por outro lado,
pobre povo russo, igualzinho em 1980 quando gastaram os tubos com a Olimpíada e
tiveram o “boicott” financeiro-ideológico, mas não podiam impedir a prefeitura
de Los Angeles de receber a bandeira e a chama para a próxima Olimpíada pela
Sociabilidade.
Os holandeses jogam
bom futebol, mas o príncipe Bernhard marido da Rainha Juliana foi convidado a
“beber em celebração” à Lockheed e na empresa yankee não houve punição para
nenhum CEO pelo suborno. Aliás, pela amplitude e envergadura mundial dos
subornos da Lockheed era coisa bem acima da autonomia de vôo do Departamento de
Estado, veja na wikipedia...
Sendo propinas
& futebol coisas sérias, para esquentar os tamborins garanto que vocês não
sabem quem foi Quirino Cristiani, nem nosso compatriota equivalente Anélio
Latini Filho. Não, não são nomes de jogadores de futebol ou subornadores de
empreiteiras ou FIFA. O primeiro é argentino e foi o autor do primeiro filme
longa metragem de animação “El Apostol” em 1917 e novamente bateu o recorde com
o primeiro longa metragem de animação sonorizado em 1931. Já o Anélio é nosso
compatriota carioca e realizou outra proeza de igual magnitude, pois sozinho
durante cinco anos (1948 a 1953) fez o primeiro longa metragem nacional
“Sinfonia Amazônica”, de fantástica beleza.
O triste é que isso
não é ensinado na escola nem aqui, nem lá pela mesma razão que os jogadores da
seleção yankee mal falam o idioma nacional e a TV não mostra o que não lhe
interessa.
Não só na educação,
mas na agricultura passou o mesmo. Muitos não sabem, mas lentes e águias em
edafologia/pedologia da velha escola francesa, austro-húngara ou russa foram de
fenestrados das universidades e substituídos por jovens que foram aprender a
ciência do “solo suporte inerte das raízes” nos EUA, onde o ludopédio e
apelidado de “Soccer”.
O tempo passou e
eles já terminaram seu ciclo ou senis gozam de aposentadoria, mas seus filhotes
ou “peixinhos” [O termo “peixinho”, segundo o dicionário Michaelis significa:
Pessoa que se sente protegida por outra, influente, e que, por isso, goza de
certos privilégios.], agora retornam e assumem a nova realidade pós-moderna,
onde o que era “moderno” se transformou em “agronegócios” e o espelho
“alternativo” em “agroecologia” embora quase nada tenha mudado além do discurso
e alienação, contudo alguma ressonância mórfica resiste enquanto todo o
Carbono, Nitrogênio e Enxofre acumulado no solo agrícola desvaneceram-se nos
gases do Efeito Estufa e Ameaça de Mudança Climática.
Ao que José
Arguelles em seu livro Manifesto pela Noosfera... (2011) consolida:
- Vladimir
Vernadsky - "A evolução tem fases ou etapas: A evolução geológica ou
geosfera; a Biosfera ou evolução biológica e a noosfera ou evolução da
consciência universal”;
- Teilhard de Chardin - “A Noosfera é o espaço virtual em que o nascimento da psique (noogênese) é o lugar onde ocorrem todos os fenômenos patológicos e normais - do pensamento e inteligência”. Ao dizer: “A noosfera - literalmente "esfera da mente" ou camada mental da Terra - é uma palavra e um conceito cunhado em conjunto por Jules le Roi, filósofo francês e estudante de Henri Bergson, o jesuíta paleontólogo Pierre Teilhard de Chardin e geoquímico russo, Vladimir Vernadsky, em Paris, em 1926. Na raiz da definição primária da noosfera há a percepção dual: de que a vida na Terra é uma unidade que constitui todo um sistema inteiro conhecido como Biosfera; e que a mente ou a consciência da vida como todo um sistema vivo - a camada de pensamento na Terra - é uma unidade que é descontínua, mas a mesma extensão que todo o sistema da vida na Terra, incluindo seus sistemas de suporte inorgânicos. Uma terceira premissa crucial que emerge a partir dos dois primeiros é que a noosfera define a próxima fase inevitável da evolução terrestre, que transformará a Biosfera.
- Teilhard de Chardin - “A Noosfera é o espaço virtual em que o nascimento da psique (noogênese) é o lugar onde ocorrem todos os fenômenos patológicos e normais - do pensamento e inteligência”. Ao dizer: “A noosfera - literalmente "esfera da mente" ou camada mental da Terra - é uma palavra e um conceito cunhado em conjunto por Jules le Roi, filósofo francês e estudante de Henri Bergson, o jesuíta paleontólogo Pierre Teilhard de Chardin e geoquímico russo, Vladimir Vernadsky, em Paris, em 1926. Na raiz da definição primária da noosfera há a percepção dual: de que a vida na Terra é uma unidade que constitui todo um sistema inteiro conhecido como Biosfera; e que a mente ou a consciência da vida como todo um sistema vivo - a camada de pensamento na Terra - é uma unidade que é descontínua, mas a mesma extensão que todo o sistema da vida na Terra, incluindo seus sistemas de suporte inorgânicos. Uma terceira premissa crucial que emerge a partir dos dois primeiros é que a noosfera define a próxima fase inevitável da evolução terrestre, que transformará a Biosfera.
Como observado por
Gowdy, a "ultrasocialidade é um resultado evolutivo, e a evolução não
consegue enxergar adiante”.
Cromatografia do Solo |
No entanto, em nome
do amor à natureza ou da governança mundial sustentável, grandes financistas e
suas corporações se apropriam da energia dos sonhos e esperanças para promover
o gigantismo de suas empresas, assim adquirem as cooperativas & empresas de
interesse público (“PBC” ou “B”) criadas para humanizar, sociabilizar e
“higienizar” a produção de alimentos e qualidade de vida. É o que faz
Coca-Cola, PepsiCo, Nestlé, Danone, Cargill, Kellog’s e algumas outras. E foi
assim que a pioneira Cooperativa Ecológica Coolméia foi fechada pela corrupção
aliada ao ódio militante despido de visão pedagógica e cidadã, que oblitera a
possibilidade de ver o "nimbus" (aura) e glória da vida em um
cromatograma do microcosmo do solo.
Para aproximar a
ressonância mórfica e entender a coluna/garrafa de Sergei Winogradsky do final
do Século XIX e início do XX na Suíça (onde seguramente influenciou os estudos
de microbiologia do químico E. Pfeiffer e a Dinamólisis de Kolisko para a
construção do holograma (na parte está representado o todo) do solo vivo.
Coluna/garrafa de Sergei Winogradsky |
Pela foto é fácil
ver que amostras extraídas do mesmo prato teórico da coluna/garrafa e realizado
seu cromatograma mostra as grandes variações no cromatograma acima ou abaixo
indicando as alterações dinâmicas nos ciclos biogeoquímicos (C, N, S, M.O. Fe,
etc.) no ambiente daquele prato teórico. Logo, através do seu metabolismo e
autopoiese o crescimento e desenvolvimento continuo da fertilidade do solo
vivo, capaz de absorver grande parte do C, N, S e outros gases do Efeito Estufa
que ameaçam a Mudança Climática, mas não interessa ao poder central ou
periférico, pois contraria todo o modelo atual de sustentabilidade bancária sem
moral ou ética que lucra 9 bilhões de dólares ano importante para o monopólio
da indústria de agri-arma-limentos.
O estudante ficou
feliz em poder ler “A Máfia dos Agrotóxicos e a Agricultura Ecológica” escrito
nos anos 80, mas de lá para cá discursos, propagandas, firulas dia a dia ganham
espaço no denominado “período de transição” dando sobrevida às práticas
incoerentes: Secado e Incineração de amostras de solo misturadas para
determinar sua vitalidade, que somente serve para garantir a comercialização
compulsória de fertilizantes químicos e manter o status quo do império.
Quando enxergo
adiante penso no “Sinfonia Amazônica” com um fundo da Cantata Profana, Mandu
Çarará de Heitor Villa-Lobos e logo percebo além do "nimbus" (aura) e
glória do cromatograma da vida no microcosmo do solo a ressonância moral com
seus raios éticos.
Sim, o ambiente faz a gente...
*Engenheiro Agrônomo e Florestal, ambientalista e escritor. (publicação original em sua página do facebook)
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