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por Sebastião Pinheiro
- redes sociais -
Meu sentimento é de vergonha, em 1994 uma equipe com uma advogada, um agrônomo, um farmacêutico/bioquímico e um médico constituiu o Grupo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação em Agricultura e Saúde (GIPAS). Por espírito ético e enlevo moral elevado, levaram suas pesquisas, dados e gráficos a uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
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Fomos perseguidos pela British American Tabacco, seus políticos e ministros burocratas e demais lacaios em servidão. O trabalho realizado foi publicado no Relatório Azul (foto) em 1995 e logo os dados locais foram confirmados por cientistas espanhóis da universidade de Granada. Por aqui silêncio e cúmplice. Passaram-se 23 anos e vimos muitas coisas interessantes, como, em 2008, um livro sobre Agrotóxicos financiado pela Fundação Ford, Igreja Cristã, Fundação Alemã e alemães sobre agrotóxicos foi publicado para justificar que o Brasil passou a ser o PRIMEIRO MAIOR CONSUMIDOR DE AGROTÓXICO NO PLANETA. Enquadramos isso na "Sociedade de Risco" e "Violência Estrutural". O mais absurdo que vivemos foi um grupo de médicos do Ministério da Saúde desesperados solicitarem socorro, pois os técnicos do MAPA ameaçaram invadir com 300 técnicos seu Seminário sobre Alimentação Orgânica na Merenda Escolar, no hotel Nacional em Brasília. Atendemos com muita vergonha. Vimos grupos organizados recebendo uma fortuna para emitir lista na internet com propósito de propaganda, publicidade
governamental como se fosse uma campanha contra os agrotóxicos. O desatino mais cretino/estúpido foi o livro "Agradeça ao Agrotóxico por Esta Vivo". (foto)
Agora vejo na Revista do Conselho Estadual de Medicina Gaúcho a constatação tardia.
No Brasil é muito raro colher feijão, aveia, cevada, trigo e soja sem que seja dissecado com herbicida Roundup (Glyphosate), Gramaxone (Paraquat) e Banvel (Dicamba).
AGROTÓXICOS E O ELEVADO NÚMERO DE
SUICÍDIOS NO RIO GRANDE DO SUL
“O número de mortes por suicídios no
Brasil aumentou 12% em quatro anos e colocou o Ministério da Saúde em alerta. Em 2015, foram 11.736 notificações ante a 10.490 registradas em 2011, segundo
dados divulgados no dia 21 de setembro.
Ao desmembrar o primeiro Boletim
Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil, divulgado dia 21
de setembro, pelo Ministério da Saúde, a região Sul fica nitidamente em destaque.
Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná respondem por uma taxa de 23% dos
casos. Considerando que os Estados detêm somente 14% da população nacional, o
número é preocupante.
A região é acompanhada de perto pelo Ministério da Saúde há 10 anos. São fortes os indícios de que o problema possa estar relacionado à cultura do fumo e aos agrotóxicos usados nas lavouras. “Pesticidas manganês aumentam o risco de provocar danos ao sistema nervoso central”, observa a diretora do departamento de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Fátima Marinho. Para ela, essa relação precisa ser acompanhada de perto. “Além do suicídio, a ação do pesticida está associada a outros agravos, que também precisam ser avaliados, como câncer e malformações congênitas. Esse assunto precisa estar na agenda.”
Pelos dados coletados pelo Ministério
da Saúde, estão no Rio Grande do Sul três das quatro cidades com piores
indicadores de suicídio. O município de Forquetinha é o que apresenta a pior
taxa de suicídio no País. São 78,7 casos a cada 100 mil habitantes. Para se ter
uma ideia, a taxa de mortalidade nacional é de 5,7 a cada 100 mil.
Em segundo lugar, vem Taipas do
Tocantins, com 57 casos por 100 mil. Travesseiro, no Rio Grande do Sul, vem em
terceiro lugar, com 55,8 casos por 100 mil; e André da Rocha, também no Rio
Grande do Sul, com 52,4. Agrotóxicos e o elevado índice de suicídios no Sul,
Cremers participa de ações referentes aos agrotóxicos.
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) fecharam parceria para ações que qualifiquem as notificações de intoxicação causadas por agrotóxicos. O acordo foi firmado em 2015 pelo presidente Fernando Matos. O Cremers é representado hoje pelo conselheiro Dirceu Rodrigues. O trabalho conjunto possibilita a sensibilização dos médicos no reconhecimento e atuação nas suas áreas de trabalho. O processo serve para prevenir, atender e diminuir a ocorrência desse tipo de intoxicação.
A exposição dos trabalhadores rurais a esses produtos químicos representa um problema de saúde pública. Além disso, há o risco do consumo de alimentos e água com resíduos contaminados.
No momento da identificação desses casos, o médico deve atuar junto à sua equipe para a notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
A notificação é compulsória e as
informações geradas servem para reavaliação do registro dos químicos mais
tóxicos e para implementação de ações de vigilância e atenção à saúde. Desde
2008 o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), para cada caso notificado há 50 não notificados.”
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