15 de janeiro
Por Sebastião Pinheiro
No livro "Biopoder Ultrassocial Camponês" há a omissão de um exemplo contundente: a rebelião "Maji, Maji", do líder místico Bokero em Tanganika, 1898, e Namíbia 1906.
Não há nada melhor para explicar o triângulo território, questão agrária e modelo tecnológico da agricultura. Perdi aquela oportunidade, mas desejo remediar a situação.
Há
dois anos escrevemos, aqui, sobre a Conferência de Berlim sobre a África, que
começou em novembro de 1884 e terminou em fevereiro do ano seguinte com a parte
do continente africano como porções de uma grande "pizza", algo
semelhante ao que foi feito com a China um pouco antes (foto), com a mesma finalidade.
A crescente necessidade de matérias-primas para as perspectivas de expansão da Sociedade Industrial e do Complexo Industrial Militar, CIM era a tônica oculta pela declaração de posse territorial real em nome da civilização, religião e colonização local.
Na verdade, a exploração dos habitantes para gerar riqueza para as necessidades imediatas das economias em crise com a nova fonte de energia líquida do petróleo empresarial, que não existia na Europa e fez seus reis se ajoelharem a Rockefeller e Rothschield.
O poder militar da Alemanha reivindicou quatro colônias estratégicas para sua expansão econômica. Em Tanganica e Namíbia, o cultivo de algodão impossível na Europa foi implantado como agricultura industrial alemã e em pouco tempo empobreceu os camponeses e destruiu seu comércio com as comunidades otomanas de Zanzibar, com rebeliões e massacres como o "Maji, Maji" de Bokero, onde fanáticos alegavam que as balas dos fuzis alemães seriam transformadas em água e óleo de rícino e não prejudicariam os crentes como agora na pandemia e os pastores e presidente.
Os europeus alteraram o mundo comercial existente nos poucos rios africanos (Níger, Congo, Zambeze, Senegal, Limpopo e Orange) que fazem rotas para entrar ao baixo continente a pretexto de civilização, fé, ignorando seus significados, mesmo no Nilo Branco , Azul e seus gigantescos lagos.
Os EE.UU. não participaram da partilha da África, e isso carece de uma explicação e merece um entendimento, já que eles tinham nela um concorrente ao seu território de agricultura industrial, estrutura agrária e modelo tecnológico, onde seu “biopoder agrário” segregacionista, escravista e fascista foi destruído na Guerra Civil. Na Europa vamos assistir à crise entre a França e o Reino Unido devido a uma disputa por infraestruturas sobrepostas, como o Caso Fachoda, precisamente nos rios e ferrovias a eles associados.
A divisão africana e o novo status de exploração resultarão na maior das crises que é a Primeira Guerra Mundial com o desaparecimento de seis impérios mundiais e gigantescas transformações no mundo que levou imediatamente à Segunda Guerra Mundial, após o laboratório dantesco que Era a Guerra Civil Espanhola.
Quando uma campanha presidencial recomeça, me ocorreu lembrar que os pastores e bispos Bokero estão a mil por Brasil. Agora temos elementos para entender o posicionamento das elites locais na América Latina contra a Reforma Agrária nos moldes de "Terra, Liberdade e Água" que é dinâmico e atualizado dia a dia no México, na barba do "Tio Sam", onde os europeus possuem as longas cadeias de café orgânico, algodão orgânico, frutas e serviços.
Compensamos a omissão, pois Tanganika é MATOPIBA, Cerrado, Caatinga, ACRORRAPAMPA, que no passado foi Polo Centro e SUDAM, com as forças armadas clandestinas do GETAT, GEBAM. Ninguém se lembra disso...
Bill Gates e Slim estão na África fazendo a mesma coisa, sem a necessidade de declaração de posse real ou de partilha do território.
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