Capítulo: atualizações do livro Saúde no Solo - prévias
Espiritualidade, o valor supremo da Vida e seus mistérios
por Sebastião Pinheiro*
Todo poder é violento
não só pela energia, mas por sua ação; sua evolução sobre a Natureza leva aos
disfarces, como o hermetismo. Hermetismo
é o estudo e prática da filosofia oculta e da magia associados a escritos
atribuídos a Hermes Trismegisto (3 vezes grande), deidade sincrética que
combina aspectos do deus grego Hermes e do deus egípcio Thoth.
O reverenciamos através de Francis Bacon (1561 – 1626) e seu credo:
“O conhecimento científico é poder
tecnológico sobre a natureza” na atualidade disfarçado em “mais valia”. Crenças não precisam de fundamentação ou
comprovação. Sua consolidação em geral nas religiões leva à fé necessária à
sustentação de poder, útil e necessária nas crises para evitar o caos. Quando
há crise de poder surge uma saída de fé, pelo que as crenças e religiões estão
acima da ciência, que no seu âmago e atualidade se comporta internacionalmente
como uma crença ao instruir, educar e financiar seus interesses disfarçando
avanços com tendências de interesses.
Esta verdade adequadamente filtrada pelo poder transforma tudo e a
todos, menos à natureza.
O exemplo é primordial: muitos
críticos aos poderosos ao alcançar a esfera esperada (poder) se transformam,
fazem o mesmo ou pior que o que criticava e combatia. O trágico é que isso é feito calcado em uma
fé (revolucionária ou reacionária), quando deveriam perceber sua assunção
deveu-se a sua proposta absorvida pela estrutura do poder. Meios de
comunicação, distante de ser um serviço de utilidade pública concessionado são
órgãos de divulgação de poder e crença, estratégicos pelo poder de proclama e
edito cada vez mais aperfeiçoado. O
parêntese é imperioso: O império evolui
e seu poder na ânsia de alcançar o estágio Totalitário Mundial tinha sua
“terceira”, disputa dialética, embora não dicotômica (D. Trump x H. Clinton). Logo assumirá a execução da obra acorde com
o CFR que o unge. Ele foi denominado por D.Eisenhower como “Complexo Industrial
Militar” (1953) do qual a Agricultura e Natureza são os principais pilares
subordinado à economia.
A história registra que a
grande renovação na Europa pelo cisma religioso que levou a consolidação dos
Estados Nacionais Industriais ameaçando as estruturas imperiais e levará a
perda de fé nas cortes e governos. É um
período de grande desenvolvimento de crenças, fé e hermetismo como atmosfera de
renovação, mas vai desembocar na Primeira Guerra Mundial, e logo, alimentar a
revanche na Segunda, não mais como jogo da corte no exercício de poder sobre a
vida e a morte de súditos. Em concomitante contexto a Guerra Civil nos EUA (1861-1865)
já o havia aplicado seus fundamentos e alicerce da economia no governo,
enquanto na Europa o jogo militar ação de poder da corte para renovação e
controle de fé. Olhando para os “estados
nacionais” na periferia do mundo se pode entender que não há nem o primeiro,
nem o segundo, apenas feudos de poder de clãs, famílias e quadrilhas de
políticos em ação criminosa.
O impacto do Estado Nacional
consolidado sobre a realidade (Natureza) pode ser visto em obras contemporâneas:
A primeira “Cosmos” de Alexandervon Humboldt descortina a dimensão da Natureza no Universo e foi
percebida ao aplicar seu conhecimento na periferia (novo mundo) e compreender o
que desconhecia em biodiversidade social, fruto da biodiversidade natural pelas
transformações de energia e culturas, muito além da Europa Imperial.
Os outros livros,
contemporâneos, são mais complexos e devem ser lidos após o estudo de “Cosmos”. Seu autor é JohannWolfgang von Goethe: “Versuch die Metamorphose der Pflanzen zu
erklären” (1790) “Zur Naturwissenschaft überhaupt”
(1824) - “A teoria da Natureza”, que
junto à “Zur Farbenlehre” – “Ateoria das Cores” serão o método goetheano de análise fenomenológica da
Natureza desde as cores à geologia e ossos e botânica. Mas no novo e novíssimo mundos é possível
perceber pela diversidade social e estrutura de poder que há uma
espiritualidade atraente e misteriosa, que logo chegará à Europa.
A espiritualidade, ocultismo e
misticismo terá em Helena Blavatsky um expoente com sua “Teosofia”, mas Swedenbog, Hahnenmann, Mesmer, Steiner, Kolisko, Pfeiffer
são cientistas fascinados que vão aplicar seus conhecimentos e filosofias para
internalizar aquela espiritualidade exótica na educação, saúde, agricultura e
cultura. Enfrentaram uma guerra (negação da existência, nem tolerância à
diversidade pelos monólitos do poder ameaçados, mercantilismo, fé e “ciência”,
adjetivados que impedem uma educação ampla para permitir diversidades e
expurgar misticismos, especulações muito além do “Audere Sapere”, Força Vital,
Divergências, Vaidades ou mera Espiritualidade.
'Quanto
mais palpável é uma verdade, mais tempo requer para conquistar o lugar a
que tem direito. Os obstáculos, que se colocam em seu caminho, se devem
a que essa verdade desencadeia ao seu redor um verdadeiro ódio. Pois,
ela anuncia uma revolução, uma perturbação dos interesses existentes e
dos lugares conquistados.' - Samuel Hahnemann
No início do século XX, o
filósofo austro-húngaro Rudolf Steiner fundou a Ciência
Espiritual, ou Antroposofia,
inspirado no método de observação dos fenômenos desenvolvido por Goethe onde há
referencias a valores “etéreos” e “espaço cósmico” na agricultura. Por essa
época, o físico Heisenberg formula o “Principio da Incerteza” que traz em
seu bojo muito da formação goetheana.
O modelo do “Complexo Militar
Industrial”, vencedor na Guerra da Secessão, foi bem aplicado pelos alemães para
a reunificação e incorporado à economia, mas dentro de valores culturais
consolidados.
Os matemáticos Max Mason e Warren Weaver
vão equacionar estes valores dentro de seus estudos sobre a natureza na
Alemanha e buscar sanar esta resistência que prejudica metas e aumenta custos
industriais, pelo qual o “Fordismo” foi
aplicado e venerado nos EUA, somente se implantará na Alemanha pela ascensão de
Hitler no desejo supremo de vingança,
na violência
da guerra.
Com a introdução anterior é
possível chegar à Agricultura Biológico
Dinâmico inspirada na fenomenologia goetheana.
É saudável começar pelo princípio,
Kobierzyce é uma cidade polonesa
estabelecida após a derrota alemã em seu território, por Stálin ao avançar as
fronteiras russas em aproximadamente 200 quilômetros sobre a Polônia e
compensá-la com o terreno dos derrotados (Água e Sociedade retornam ao seu
Espaço); antes seu nome era Koberwitz (em Breslau, Baixa Silésia) e tornou-se
famosa, pois ali em 1924 o filósofo croata Rudolf
Steiner proferiu as dez leituras em um curso sobre Princípios Baseados na
Ciência Espiritual para o Desenvolvimento da Agricultura, posteriormente
denominado de Método Biológico-Dinâmico
ou “Agricultura Biodinâmica”, agora
transformado em livro. A este curso realizado no castelo do Conde e Condessa de
Kayserlingk (foto) acorreram 111
intelectuais de seis países preocupados com os rumos da agricultura moderna
estabelecida na Alemanha desde 1842 por obra e arte do Barão von Liebig, que já causava problemas à saúde.
Na introdução diz que: “Na época de transição do Kali Yuga (Era
Escura, iniciada 3.101 a.C e culminada com a encarnação de Jesus Cristo e finda em 1899) para a “Era da Luz”, não só está
degenerando o desenvolvimento moral da humanidade em evolução, senão em consequência
do que fez o humano com a terra e com o que está imediatamente sobre a mesma,
está se encontra em rápido processo de degeneração, que atualmente está
estabelecido estatisticamente e se comenta nas sociedades agrícolas, por
exemplo, e ante a qual o humano está impotente. ”... No domingo de
Pentecostes (19 de junho de 1924) houve o encerramento com uma função pública
de Eurritmia (Forma harmoniosa
buscando a beleza em compasso com o movimento para expressar os estados de
animo que se transforma em meio de comunicação, Marie von Sivers) bastante concorrida. Ali se iniciou o levar a eurritmia
ao solo através da saúde no solo.
O poder ocidental é pródigo,
estabelece parâmetros e critérios, fora dos quais qualquer forma de
questionamento ou contestação é desmoralizada pelo que questões espirituais na
área tecnológica e científica são impedidas. Isso é mais marcante onde
sabedoria, honestidade e humildade são vistas como defeito social. Nos meus
últimos sessenta anos de estudioso em agricultura sempre me preocupei em não
permitir misturar aspectos místicos esotéricos com a luta contra o modelo de
agricultura industrial periférico altamente corrupto, ignorante e estulto,
principalmente pelo desconhecimento em química, física e biologia pelo conjunto
de técnicos, acadêmicos e políticos.
Fui presenteado com o livro
Curso sobre Agricultura Biológico Dinâmica,
de Rudolf Steiner por um colega mexicano e ofereço para copiar a quem estiver
interessado. É leitura, releitura e estudo imperioso.
Muito do que aprendi no
Colégio Agrícola, Faculdade de Agronomia, Florestal e Laboratórios de Química
foram consolidações e sistematizações da sabedoria camponesa de minha família e
comunidade. As novidades foram primeiramente filtradas antes de serem inseridas
e acomodadas.
É difícil ler essa obra, mas
obrigatória sua releitura primeiro por estarmos entre os cinco últimos piores
países em educação, depois pela influência argentária do mundo atual.
Em agricultura o uso de
química desmedida no solo vivo leva a alteração dos processos metabólicos e a
densidade dos alimentos é alterada de forma tão notável que a medida de sua
massa em água ou solução de água-álcool (densidade) demonstra sua má qualidade,
pouca conservação e riscos para a saúde. O que deveria ser notável de forma
simples é mantido na escuridão pelos interesses econômicos. O efeito da massa
relativa (MR) e gravidade relativa (GR) no planeta tem a resultante das fases
da Lua (MR 0,0123 e GR 0,166) sobre essas tecnologias impróprias.
No livro isso é tratado em
forma exponencial ao relacionar as massas de: Mercúrio (rotação de 58 dias e 16
horas terrestres e translação de 87,97 dias recebendo 7 vezes mais luz que a
Terra e MR 0,0553 e GR 0,378); Vênus (rotação de 243,01 dias terrestres e uma
translação de 224,7 dias terrestres e MR 0,815, GR 0,907); Marte (translação de
686,98 dias terrestres, e a rotação dura 24 horas e 37 minutos e MR 0,107);
Júpiter (translação de 11 anos e 315 dias terrestres, rotação de 9 horas e 56
minutos e MR 0,0123 e GR 2,36); Saturno (translação de 29 anos e 6 meses
terrestres, rotação de 10 horas e 15 minutos, MR 317,8 e GR0,0,916), foto.
Será ressonância mórfica? O "Daily Mail de Londres de hoje (09 de
dezembro de 2016) estampa claramente: - A
Terra está 588 milhões de km de distância de Júpiter e a 1,3 bilhões de
quilômetros de Saturno, mas estes pesos pesados do nosso sistema solar têm uma
enorme influência sobre o que se passa no nosso planeta, e poderia ser para
agradecer a existência da humanidade. As órbitas desses planetas estão mantendo
o nosso mundo se movendo em um caminho circular a distância certa do Sol para a
vida para florescer.
Movendo a órbita de Saturno
apenas 10 por cento mais perto do sol cria um puxão que iria esticar a órbita
da Terra por dezenas de milhões de quilômetros. Esta vista está olhando para o
lado iluminado de sol dos anéis de Saturno próximos de 25 graus acima do plano
do anel. Isto é de acordo com ElkePilat-Lohinger da Universidade de Viena, na Áustria, que desenvolveu
modelos de computador para entender como Júpiter e Saturno afetaram a forma das
órbitas dos outros planetas.
Usando um modelo simples que
não incluía outros planetas internos, o professor Pilat-Lohinger descobriu que quanto maior a inclinação, maior o
alongamento na órbita da Terra, de acordo com um relatório de Jeff Hecht no New Scientist.
A gravidade de Júpiter, que é
2,5 vezes mais forte do que a da Terra, é capaz de puxar outros planetas do
sistema solar - inclusive o nosso. Quando Marte e Vênus foram adicionados ao
modelo, as órbitas dos três planetas estabilizaram ligeiramente, mas a
inclinação de Saturno ainda tinha uma grande influência na Terra.
O modelo descobriu que
inclinação de 20 graus de Saturno traria a órbita da Terra mais perto do sol do
que Vênus. Isso também faria com que Marte deixasse o sistema solar
inteiramente. Em um estudo semelhante no início deste ano, a Universidade de
Nova Gales do Sul e Royal Holloway University de Londres, dirigiu vários
modelos de computador do nosso sistema solar.
Com cada iteração, os planetas
no sistema solar permaneceram em seu lugar enquanto Júpiter se movia em
diferentes orbitas, variando de circular a elíptica. Os cientistas também
moveram toda a órbita de Júpiter para dentro e para fora para testar o que
teria acontecido se o planeta tivesse se formado mais perto do sol, ou mais
longe. Cada simulação foi tomada através de um período de tempo de um milhão de
anos, registrando onde a Terra teria sido a cada 100 anos como resultado da
posição de Júpiter.
"A suposição padrão é que
isso é algo que é importante", disse Jonti
Horner, astrônomo e astrobiólogo da Universidade de Southern Queensland. "Há muita flexibilidade onde Júpiter
será, e você assumiria que, você teria uma variação muito suave na forma como a
órbita da Terra se comporta ao longo do tempo".
Enquanto as localizações de
Júpiter resultaram em pouca mudança na órbita e inclinação da Terra, o efeito
sobre o clima da Terra permaneceu obscuro.
Não fosse a força da gravidade
cósmica suficiente (leiam o livro Agriculture of Tomorrow de Lilly
Kolisko, 1938) pensem na variação do Campo Eletromagnético do Sistema
Solar pelas orbitas de seus planetas e sua influência sobre os seres vivos no
Planeta Azul como disse Iuri Gagárin (foto). Ontem morreu John Herschel Glenn
Jr. o segundo astronauta a orbitar a Terra.
O livro aborda, ainda, como
transformar a energia contida em diversos seres vivos potencializando-a sobre
os microrganismos do solo, o que hoje passa a ser a coqueluche dos “siderophores”.
Contextualizá-lo no tempo espaço da sabedoria camponesa na segunda década do
Século XX quando já estava em gestação o fenômeno nacional-socialista e
projetá-lo nas vinculações com o voo de Rudolf
Hess (filho de mãe inglesa) à Escócia em 10 de maio de 1941 e suas
implicações antroposóficas, quatro anos antes da rendição alemã se faz muito
necessário.
Rudolf
Steiner morreu em 1925, mas deixou para a humanidade: “Nunca,
antes, houve tanta informação e menos conhecimento”. Imaginem isso sem
escola ou política sem ética. Talvez você não ache isso importante, mas hoje
nos EUA há um banco (Openbiome Bank criado no MIT) para vender transplante de
microbioma fecal ou dito de forma popular “que
te fazem comer merda”. Para quem tem
fé e crê, isso é “ciência” e não violência.
Ao passo que os preparados Biológico-Dinâmicos (à
exemplo das Homeopatias e outros tratamentos) são tratados como negação da
ciência, charlatanismo, ocultismo e similar pelo temor ao seu poder.
Sem temor, pruridos ou crença
devemos colocá-los dentro da Biologia Molecular e com suas análises livres
teremos respostas científicas de alto valor. Recentemente um agricultor do
Movimento dos Pequenos Agricultores Familiares fez análises cromatográficas de
folhas de erva mate (Ilex paraguaensis)
colhidas na lua cheia e se assombrou com a diferença gigantesca no resultado. Os
cromatogramas dos diferentes preparados biodinâmicos mostram uma transformação
energética fantástica. Um laboratório com cientistas honestos pode isolar todas
as interferências e validar esses resultados ou refutá-los, mas jamais negá-los
sem comprová-los, para dentro de duas ou três décadas aproveitar e usar como
vantagem mercadológica aquele conhecimento, como vem sendo feito em toda a
agricultura.
Os negócios da indústria de alimentos
(finanças, combustíveis, máquinas, genética, fisiologia, estatística e armas)
moldaram a educação, sociedade e fé e toda e qualquer referência à
espiritualidade é comparado à blasfêmia ou heresia da Inquisição. O casamento
da ciência com a religião foi denunciado em 1576, mas não houve perdão a Giordano Bruno, embora o reconhecimento
de erro em 2000 pelo Papa Bento XVI.
Contudo, oito anos antes na Conferencia das Nações Unidas para o Meio
Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro a Agenda 21 trazia o tema da Espiritualidade
(cap. 36), que alvoroçou “cientistas”, principalmente os ligados à Biologia
Molecular.
Na mesma agenda a Segunda Seção em seus 13
capítulos dedicada à Natureza e na Seção III os capítulos 26 sobre Indígenas e no
capítulo 32 sobre a organização dos Agricultores trazem conteúdos inerentes à
Espiritualidade ultrassocial destes.
Já se passaram 25 anos
surfando a onda da “sustentabilidade”, mas o único que vemos implantar-se é o Totalitarismo Mundial, através das empresas de biotecnologia que
devastam o planeta para o alcance de seus lucros fáceis, exterminando e arrasando
tudo o que seja antagônico aos seus interesses e lucros, principalmente o
cultural e o espiritual.
Previmos com antecedência,
embasados na Agenda 21 que somente os aspectos bioéticos seriam capazes de
evitar a catástrofe geral e foi isso que aconteceu. Agora reiteramos, ressaltando que
a única forma de reverter valores é o caminho trilhado através dos valores
espirituais, ainda vigentes nas populações indígenas, populações tradicionais e
comunidades de agricultores e esperamos mudar o rumo da situação através dos
valores estratégicos do biopoder camponês.
Para utilizar a Biologia
Molecular como ação estratégica para o Biopoder Camponês veja este texto
(postado no Facebook): O amigo, prof. Zeca (Pampa-Selva) Pires, me fez pensar
quando postou sobre um novo de análise de solo. Com apenas três anos, em 1950,
a morte de meu pai obrigou a entender e estudar as violências antes de
compreender o porquê da vida. O positivo é que adquiri a capacidade de perceber
as sofisticações e fantasias por trás das violências.
Nos últimos anos debrucei
sobre análises de solo um pouco além do sentido tecnológico de Liebig, Henry, Rothamstead, Rockefeller, TVA ou Yagodín. O postado
mostra uma nova ferramenta que propõe mudança, mas pode escamotear a manutenção
da ideologia ao que os vulgares dizem: “Mudam
as moscas, mas o substrato permanece o mesmo”.
Destemido, despretensioso e
sem soberba orgulho-me dos enfrentamentos e embates contra as violências
antropo-etno-tecnológicas e todas as derrotas que contribui nas pretendidas
vitórias que desejava construir.
1.
O BACULLOVIRUS alastrou pela soja e quem deveria apoiar com
logística e estratégia sempre esteve com suas táticas sorrateiras solapando-o
induzidos pelas empresas de venenos contrariadas e prejudicadas pela queda nas
vendas, pois as oito aplicações caíram para 0,5/Ha em toda a soja. Não imaginam
quantas vezes fui alertado sobre o risco de usar lagartas sem o conhecimento do
número de cápsides ativos para garantir um controle efetivo. Eram doutos
professores e pesquisadores de pedigree. Foram mais de duas décadas de uso sem
qualquer problema. Mas, como bem disse a Assentada M. G. Gonçalves, a escola
deseduca e impõe a subserviência ao status. As autoridades pressionadas
cumpriram ordens internacionais e o Bacullovirus foi para a lata do lixo. Hoje
um livro sobre o seqüenciamento genômico do Bacullovirus custa mais de 800
dólares e nele não há uma referencia aos doutos nativos, nem sequer aos
adventícios, pois todo o material foi apropriado pelas mesmas empresas de
agrotóxicos que não queriam a “alternativa” fora do seu tempo.
2.
Igual destino teve o Controle dos AGROTÓXICOS (Receituário Agronômico), quantas horas de cursos, treinamentos
gratuitos por mais de duas décadas. Eu gostaria de ganhar 10 dólares por cada
vez que escutei: “Temos a melhor lei de agrotóxicos do mundo”. Sim, eu já teria
comprado o Aston Martin dos meus devaneios vulgares. Conquistamos a lei
estadual e nacional, no entanto elas nunca foram aplicadas, pois seu elogio era
para anulá-la e manter-se a corrupção cartorial daqueles com dever de ofício.
Do alto de sua ignorância foi dito, que era preciso usar os agrotóxicos para
que os pobres pudessem comer. É por isso que os EUA são o terceiro consumidor,
e em queda acelerada. A lei nacional não aplicada foi mudada três vezes para
atender interesses industriais. O descalabro foi nomear o Presidente Executivo
do lobby dos Agrotóxicos para chefiar a Câmara Setorial do Governo. Ele fez as
vendas crescerem mais de 300 por cento, isto quando as sementes transgênicas
surgiam para diminuir o uso dos venenos. Enquanto, os militantes no governo criaram
a Campanha “Permanente” contra os mesmos. Aqueles mesmos professores,
pesquisadores que diziam nos anos 70 e 80 que o uso de veneno estava
diminuindo, pois os clorados e fosforados estavam sendo substituídos por
piretróides sintéticos que tinham pequena concentração por isso era usado maior
quantidade. Hoje pedem o olhar misericordioso e condescendente;
3.
Os BIOFERTILIZANTES são já conhecidos há mais de 35 anos na
agricultura a partir do RS, mas somente agora os entreguistas podem festejar o
surgimento do SERENADE®, apenas um “ALINIT” de 1893 da mesma empresa com
alterações genéticas para proteção; há orgulhoso status em consumi-lo...
4.
As SEMENTES AGROECOLÓGICAS, que deveriam ser idealizadas por dever
de Estado, mas sem autorização imperial, ficou revolucionaria à cargo dos “Sem
Terra” reforçando a ironia fina do Prof. Darcy Ribeiro;
5.
Sobre as FARINHAS DE ROCHA é interessante que um estrangeiro leu um
livro em português e criou uma ONG financiada pela primeira Government NGO e
logo um séquito servil articulou a nova legislação sobre as mesmas para atender
os interesses das grandes corporações de insumos e serviços na agricultura. Não
obstante, há hoje mais de cem empresas produzindo “Pós de Rochas” na América
Latina.
6.
A AUTOCERTIFICAÇÃO CAMPONESA foi a resposta derradeira à
picaretagem das certificações LEISA & SARD (Conferência em
Hertogenbosch/91), imediatamente denunciada. Lembro um corrupto que para
justificar-se choramingava: “Não se pode ignorar 80 bilhões de dólares ano”.
Hoje Coca Cola, Nestlé, Cargill e Pepsi hegemonizam o mercado de orgânicos,
controlam seus preços e subvencionam muitas ONGs. Mas apesar deles a
Auto-certificação Camponesa é mundial;
7. Por fim, mas muito longe de
ser finalmente, o prof. Zeca (Pampa-Selva) Pires nos alerta sobre as novas
análises. Estamos esperando isso, igual ao Bacullovirus OGM, Serenade OGM ,
legislações, etc. há muito tempo. É por isso que o prof. Zeca e outros na
América Latina já possuem seus Campos de Metagenômica com a finalidade de
“Transplante de Células Tronco do Microbioma do Solo” e Observações
Metaproteômicas in situ na terra camponesa. Através da Cromatografia de
Pfeiffer avançamos na análise das "Huminas Álcali Insolúvel" e
"Huminas Álcali Solúveis", importantes na fixação de Carbono,
Nitrogênio, Enxofre e minerais raros nos Biomas Pampa e Cerrado e avaliar os
impactos de fungicidas e herbicidas sobre a Saúde no Solo. Há os mais avançados
que vão além integrando nela as homeopatias (foto) feita por eles na ETA –
Viamão.
8.
Ansioso espero a nova derrota agradecendo a oportunidade, pois o Prof. Milton
Santos alertou: “A força da alienação vem
dessa fragilidade dos indivíduos, quando apenas conseguem identificar o que os
separa e não o que os une... O mundo não é formado apenas pelo que já existe, mas
também pelo que pode efetivamente existir”. Não há o que temer, pois temos
tempo, muito tempo.
9. Eles
são especialistas em “Matopiba” onde duas empresas mandam (uma delas é dona de
todo o fertilizante fosfatado do mundo e preocupa a milicaiada latinoamericana,
que está livre da faina nos golpes de Estado e de caçar políticos da Guerra
Fria. Eles ainda ignoram o que seja “ecopoiesis” das corporações sobre o
Biopoder Ultrassocial Camponês. Sim, a bola da vez imperial é o judiciário, mas
precisa modernizar-se.
10.
"Toda comodidade é cara, aliena e retarda a evolução do cérebro” pelo que
a primitiva parte “reptília” é ativada de forma subliminar para o consumo
através do dinheiro, status sem sentimentos, sabedoria e dignidade.
11. “Ex
nunc” (a partir de agora) permite a torção do enredo (plot twist) contra a
falsa sensação de consolo do que não pode ser encontrado em outros fenômenos
(Nietzsche). “Deus ex Machina” é da coxia da tragédia grega e deve por lá
perambular, quando os doutos andam não mais à cavalo, porém no Jet set
internacional.
Perdão, Mestre Quintana saiu
hendecassílabo. Ignoramos que o penteado da Princesa Leia Organa, de Guerra das
Estrelas foi copiado do povo Hopí (foto). Imitamo-los tocando flauta aos luares
conscientes como o Kokopili para ajudar a vida crescer integrando o pó de
estrelas ao microbioma com harmonia. O Oliver
enviou um croma de Fladen, que é idêntico ao da Água Termal de Vicente Dutra
feito pelo Marcos Fiametti, mas não há interesse da “ciência adjetivada em
refutar, apenas negar e "La nave va"
A espiritualidade impregna a
letra do poema: O vento leva as respostas (The answer blowin’ the Wind)
enquanto as perguntas agridem meu rosto (However questions knock in my face),
mas sem qualquer violência (but without any violence. “Nesses
tempos bicudos” é necessário aclarar que poesia é cultura.
Isto posto podemos abordar a
questão da Espiritualidade na
construção do Biopoder Camponês, pois não estranhamos ao ver um grupo diverso
de economistas retornarem do exterior com a cantilena que não existiam mais
camponeses no mundo. Camponeses, haviam
eles aprendido não usam dinheiro, nem podem viver na forma como hoje se vive em
diferentes países, e que nem mesmo na África há mais camponeses. A pretensão esdrúxula responde a alguma indução
coercitiva, de poder invisível.
Na atividade ultrassocial de
produzir alimentos é praticamente impossível isolar valores espirituais desde o
nomadismo, caça, pesca ou no extrativismo e produção. Evidentemente,
que para as cadeias de agronegócios a negação da espiritualidade acelera a
destruição da organização camponesa, pois é uma peça de resistência à
sucumbência das populações tradicionais.
E o uso da espiritualidade inerente aos indígenas e camponeses torna
impossível sua destruição, aliás como consta na Agenda 21 Global.
Uma leitura acurada sobre a
Teoria da Natureza de Goethe nos faz entender o valor da espiritualidade na
Natureza para os indígenas, populações tradicionais e, também para os
agricultores pelo mistério na transformação da energia do Sol em cadeias de
Carbono, Nitrogênio, Hidrogênio, Oxigênio, Enxofre e Fósforo em sua ação
ultrassocial que inexoravelmente alimenta a todos os humanos.
Na natureza e para o indígena,
assim como para o agricultor (camponês), o termo espiritualidade (do latim spiritus, espitu), não depende da
doutrina, escola filosófica ou ideologia que a trate, assim como do contexto em
que se utilize. Em um sentido amplo, significa a condição espiritual pelo
ambiente e não compreensão total das transformações que vivência.
Neste sentido, e referido a
uma pessoa ou comunidade, se refere a disposição moral, psíquica, cultural e
ética, que possuí quem cultiva o respeito ao meio onde vive em “unicidade” de
alimento, virtudes, memórias e esperanças do ser humano (um ser superior) e o
que pode vir após a morte.
Neste sentido a
espiritualidade é mais que um valor material ou referencias literárias de poder.
É sim, o valor supremo da Vida (Natureza) e seus mistérios.
*Sebastião Pinheiro:
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