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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Espiritualidade (Saúde no Solo)

 Capítulo: atualizações do livro Saúde no Solo - prévias
 
Espiritualidade, o valor supremo da Vida e seus mistérios
por Sebastião Pinheiro*

Todo poder é violento não só pela energia, mas por sua ação; sua evolução sobre a Natureza leva aos disfarces, como o hermetismo.  Hermetismo é o estudo e prática da filosofia oculta e da magia associados a escritos atribuídos a Hermes Trismegisto (3 vezes grande), deidade sincrética que combina aspectos do deus grego Hermes e do deus egípcio Thoth. O reverenciamos através de Francis Bacon (1561 – 1626) e seu credo: “O conhecimento científico é poder tecnológico sobre a natureza” na atualidade disfarçado em “mais valia”.  Crenças não precisam de fundamentação ou comprovação. Sua consolidação em geral nas religiões leva à fé necessária à sustentação de poder, útil e necessária nas crises para evitar o caos. Quando há crise de poder surge uma saída de fé, pelo que as crenças e religiões estão acima da ciência, que no seu âmago e atualidade se comporta internacionalmente como uma crença ao instruir, educar e financiar seus interesses disfarçando avanços com tendências de interesses.  Esta verdade adequadamente filtrada pelo poder transforma tudo e a todos, menos à natureza.

O exemplo é primordial: muitos críticos aos poderosos ao alcançar a esfera esperada (poder) se transformam, fazem o mesmo ou pior que o que criticava e combatia.  O trágico é que isso é feito calcado em uma fé (revolucionária ou reacionária), quando deveriam perceber sua assunção deveu-se a sua proposta absorvida pela estrutura do poder. Meios de comunicação, distante de ser um serviço de utilidade pública concessionado são órgãos de divulgação de poder e crença, estratégicos pelo poder de proclama e edito cada vez mais aperfeiçoado.  O parêntese é imperioso:  O império evolui e seu poder na ânsia de alcançar o estágio Totalitário Mundial tinha sua “terceira”, disputa dialética, embora não dicotômica (D. Trump x H. Clinton). Logo assumirá a execução da obra acorde com o CFR que o unge. Ele foi denominado por D.Eisenhower como “Complexo Industrial Militar” (1953) do qual a Agricultura e Natureza são os principais pilares subordinado à economia.

A história registra que a grande renovação na Europa pelo cisma religioso que levou a consolidação dos Estados Nacionais Industriais ameaçando as estruturas imperiais e levará a perda de fé nas cortes e governos.  É um período de grande desenvolvimento de crenças, fé e hermetismo como atmosfera de renovação, mas vai desembocar na Primeira Guerra Mundial, e logo, alimentar a revanche na Segunda, não mais como jogo da corte no exercício de poder sobre a vida e a morte de súditos. Em concomitante contexto a Guerra Civil nos EUA (1861-1865) já o havia aplicado seus fundamentos e alicerce da economia no governo, enquanto na Europa o jogo militar ação de poder da corte para renovação e controle de fé.  Olhando para os “estados nacionais” na periferia do mundo se pode entender que não há nem o primeiro, nem o segundo, apenas feudos de poder de clãs, famílias e quadrilhas de políticos em ação criminosa

O impacto do Estado Nacional consolidado sobre a realidade (Natureza) pode ser visto em obras contemporâneas: A primeira “Cosmos” de Alexandervon Humboldt descortina a dimensão da Natureza no Universo e foi percebida ao aplicar seu conhecimento na periferia (novo mundo) e compreender o que desconhecia em biodiversidade social, fruto da biodiversidade natural pelas transformações de energia e culturas, muito além da Europa Imperial. 

Os outros livros, contemporâneos, são mais complexos e devem ser lidos após o estudo de “Cosmos”. Seu autor é JohannWolfgang von Goethe: “Versuch die Metamorphose der Pflanzen zu erklären” (1790) “Zur Naturwissenschaft überhaupt” (1824) - “A teoria da Natureza”, que junto à “Zur Farbenlehre” – “Ateoria das Cores” serão o método goetheano de análise fenomenológica da Natureza desde as cores à geologia e ossos e botânica.  Mas no novo e novíssimo mundos é possível perceber pela diversidade social e estrutura de poder que há uma espiritualidade atraente e misteriosa, que logo chegará à Europa.

A espiritualidade, ocultismo e misticismo terá em Helena Blavatsky um expoente com sua “Teosofia”, mas Swedenbog, Hahnenmann, Mesmer, Steiner, Kolisko, Pfeiffer são cientistas fascinados que vão aplicar seus conhecimentos e filosofias para internalizar aquela espiritualidade exótica na educação, saúde, agricultura e cultura. Enfrentaram uma guerra (negação da existência, nem tolerância à diversidade pelos monólitos do poder ameaçados, mercantilismo, fé e “ciência”, adjetivados que impedem uma educação ampla para permitir diversidades e expurgar misticismos, especulações muito além do “Audere Sapere”, Força Vital, Divergências, Vaidades ou mera Espiritualidade.

'Quanto mais palpável é uma verdade, mais tempo requer para conquistar o lugar a que tem direito. Os obstáculos, que se colocam em seu caminho, se devem a que essa verdade desencadeia ao seu redor um verdadeiro ódio. Pois, ela anuncia uma revolução, uma perturbação dos interesses existentes e dos lugares conquistados.' - Samuel Hahnemann

No início do século XX, o filósofo austro-húngaro Rudolf Steiner fundou a Ciência Espiritual, ou Antroposofia, inspirado no método de observação dos fenômenos desenvolvido por Goethe onde há referencias a valores “etéreos” e “espaço cósmico” na agricultura. Por essa época, o físico Heisenberg formula o “Principio da Incerteza” que traz em seu bojo muito da formação goetheana.

O modelo do “Complexo Militar Industrial”, vencedor na Guerra da Secessão, foi bem aplicado pelos alemães para a reunificação e incorporado à economia, mas dentro de valores culturais consolidados. 

 Os matemáticos Max Mason e Warren Weaver vão equacionar estes valores dentro de seus estudos sobre a natureza na Alemanha e buscar sanar esta resistência que prejudica metas e aumenta custos industriais, pelo qual o “Fordismo” foi aplicado e venerado nos EUA, somente se implantará na Alemanha pela ascensão de Hitler no desejo supremo de vingança, na violência da guerra.

Com a introdução anterior é possível chegar à Agricultura Biológico Dinâmico inspirada na fenomenologia goetheana.

É saudável começar pelo princípio, Kobierzyce é uma cidade polonesa estabelecida após a derrota alemã em seu território, por Stálin ao avançar as fronteiras russas em aproximadamente 200 quilômetros sobre a Polônia e compensá-la com o terreno dos derrotados (Água e Sociedade retornam ao seu Espaço); antes seu nome era Koberwitz (em Breslau, Baixa Silésia) e tornou-se famosa, pois ali em 1924 o filósofo croata Rudolf Steiner proferiu as dez leituras em um curso sobre Princípios Baseados na Ciência Espiritual para o Desenvolvimento da Agricultura, posteriormente denominado de Método Biológico-Dinâmico ou Agricultura Biodinâmica, agora transformado em livro. A este curso realizado no castelo do Conde e Condessa de Kayserlingk (foto) acorreram 111 intelectuais de seis países preocupados com os rumos da agricultura moderna estabelecida na Alemanha desde 1842 por obra e arte do Barão von Liebig, que já causava problemas à saúde.

Na introdução diz que: “Na época de transição do Kali Yuga (Era Escura, iniciada 3.101 a.C e culminada com a encarnação de Jesus Cristo e finda em 1899) para a “Era da Luz”, não só está degenerando o desenvolvimento moral da humanidade em evolução, senão em consequência do que fez o humano com a terra e com o que está imediatamente sobre a mesma, está se encontra em rápido processo de degeneração, que atualmente está estabelecido estatisticamente e se comenta nas sociedades agrícolas, por exemplo, e ante a qual o humano está impotente. ”... No domingo de Pentecostes (19 de junho de 1924) houve o encerramento com uma função pública de Eurritmia (Forma harmoniosa buscando a beleza em compasso com o movimento para expressar os estados de animo que se transforma em meio de comunicação, Marie von Sivers) bastante concorrida. Ali se iniciou o levar a eurritmia ao solo através da saúde no solo.

O poder ocidental é pródigo, estabelece parâmetros e critérios, fora dos quais qualquer forma de questionamento ou contestação é desmoralizada pelo que questões espirituais na área tecnológica e científica são impedidas. Isso é mais marcante onde sabedoria, honestidade e humildade são vistas como defeito social. Nos meus últimos sessenta anos de estudioso em agricultura sempre me preocupei em não permitir misturar aspectos místicos esotéricos com a luta contra o modelo de agricultura industrial periférico altamente corrupto, ignorante e estulto, principalmente pelo desconhecimento em química, física e biologia pelo conjunto de técnicos, acadêmicos e políticos.
Fui presenteado com o livro Curso sobre Agricultura Biológico Dinâmica, de Rudolf Steiner por um colega mexicano e ofereço para copiar a quem estiver interessado. É leitura, releitura e estudo imperioso.

Muito do que aprendi no Colégio Agrícola, Faculdade de Agronomia, Florestal e Laboratórios de Química foram consolidações e sistematizações da sabedoria camponesa de minha família e comunidade. As novidades foram primeiramente filtradas antes de serem inseridas e acomodadas.

É difícil ler essa obra, mas obrigatória sua releitura primeiro por estarmos entre os cinco últimos piores países em educação, depois pela influência argentária do mundo atual.

Em agricultura o uso de química desmedida no solo vivo leva a alteração dos processos metabólicos e a densidade dos alimentos é alterada de forma tão notável que a medida de sua massa em água ou solução de água-álcool (densidade) demonstra sua má qualidade, pouca conservação e riscos para a saúde. O que deveria ser notável de forma simples é mantido na escuridão pelos interesses econômicos. O efeito da massa relativa (MR) e gravidade relativa (GR) no planeta tem a resultante das fases da Lua (MR 0,0123 e GR 0,166) sobre essas tecnologias impróprias.

No livro isso é tratado em forma exponencial ao relacionar as massas de: Mercúrio (rotação de 58 dias e 16 horas terrestres e translação de 87,97 dias recebendo 7 vezes mais luz que a Terra e MR 0,0553 e GR 0,378); Vênus (rotação de 243,01 dias terrestres e uma translação de 224,7 dias terrestres e MR 0,815, GR 0,907); Marte (translação de 686,98 dias terrestres, e a rotação dura 24 horas e 37 minutos e MR 0,107); Júpiter (translação de 11 anos e 315 dias terrestres, rotação de 9 horas e 56 minutos e MR 0,0123 e GR 2,36); Saturno (translação de 29 anos e 6 meses terrestres, rotação de 10 horas e 15 minutos, MR 317,8 e GR0,0,916), foto.

Será ressonância mórfica?  O "Daily Mail de Londres de hoje (09 de dezembro de 2016) estampa claramente: - A Terra está 588 milhões de km de distância de Júpiter e a 1,3 bilhões de quilômetros de Saturno, mas estes pesos pesados do nosso sistema solar têm uma enorme influência sobre o que se passa no nosso planeta, e poderia ser para agradecer a existência da humanidade. As órbitas desses planetas estão mantendo o nosso mundo se movendo em um caminho circular a distância certa do Sol para a vida para florescer.

Movendo a órbita de Saturno apenas 10 por cento mais perto do sol cria um puxão que iria esticar a órbita da Terra por dezenas de milhões de quilômetros. Esta vista está olhando para o lado iluminado de sol dos anéis de Saturno próximos de 25 graus acima do plano do anel. Isto é de acordo com ElkePilat-Lohinger da Universidade de Viena, na Áustria, que desenvolveu modelos de computador para entender como Júpiter e Saturno afetaram a forma das órbitas dos outros planetas.

Usando um modelo simples que não incluía outros planetas internos, o professor Pilat-Lohinger descobriu que quanto maior a inclinação, maior o alongamento na órbita da Terra, de acordo com um relatório de Jeff Hecht no New Scientist.

A gravidade de Júpiter, que é 2,5 vezes mais forte do que a da Terra, é capaz de puxar outros planetas do sistema solar - inclusive o nosso. Quando Marte e Vênus foram adicionados ao modelo, as órbitas dos três planetas estabilizaram ligeiramente, mas a inclinação de Saturno ainda tinha uma grande influência na Terra.

O modelo descobriu que inclinação de 20 graus de Saturno traria a órbita da Terra mais perto do sol do que Vênus. Isso também faria com que Marte deixasse o sistema solar inteiramente. Em um estudo semelhante no início deste ano, a Universidade de Nova Gales do Sul e Royal Holloway University de Londres, dirigiu vários modelos de computador do nosso sistema solar.

Com cada iteração, os planetas no sistema solar permaneceram em seu lugar enquanto Júpiter se movia em diferentes orbitas, variando de circular a elíptica. Os cientistas também moveram toda a órbita de Júpiter para dentro e para fora para testar o que teria acontecido se o planeta tivesse se formado mais perto do sol, ou mais longe. Cada simulação foi tomada através de um período de tempo de um milhão de anos, registrando onde a Terra teria sido a cada 100 anos como resultado da posição de Júpiter.

"A suposição padrão é que isso é algo que é importante", disse Jonti Horner, astrônomo e astrobiólogo da Universidade de Southern Queensland. "Há muita flexibilidade onde Júpiter será, e você assumiria que, você teria uma variação muito suave na forma como a órbita da Terra se comporta ao longo do tempo".

Enquanto as localizações de Júpiter resultaram em pouca mudança na órbita e inclinação da Terra, o efeito sobre o clima da Terra permaneceu obscuro.
Não fosse a força da gravidade cósmica suficiente (leiam o livro Agriculture of Tomorrow de Lilly Kolisko, 1938) pensem na variação do Campo Eletromagnético do Sistema Solar pelas orbitas de seus planetas e sua influência sobre os seres vivos no Planeta Azul como disse Iuri Gagárin (foto). Ontem morreu John Herschel Glenn Jr. o segundo astronauta a orbitar a Terra.
O livro aborda, ainda, como transformar a energia contida em diversos seres vivos potencializando-a sobre os microrganismos do solo, o que hoje passa a ser a coqueluche dos “siderophores”. Contextualizá-lo no tempo espaço da sabedoria camponesa na segunda década do Século XX quando já estava em gestação o fenômeno nacional-socialista e projetá-lo nas vinculações com o voo de Rudolf Hess (filho de mãe inglesa) à Escócia em 10 de maio de 1941 e suas implicações antroposóficas, quatro anos antes da rendição alemã se faz muito necessário.

Rudolf Steiner morreu em 1925, mas deixou para a humanidade: “Nunca, antes, houve tanta informação e menos conhecimento”. Imaginem isso sem escola ou política sem ética. Talvez você não ache isso importante, mas hoje nos EUA há um banco (Openbiome Bank criado no MIT) para vender transplante de microbioma fecal ou dito de forma popular “que te fazem comer merda”.  Para quem tem fé e crê, isso é “ciência” e não violência.

Ao passo que os preparados Biológico-Dinâmicos (à exemplo das Homeopatias e outros tratamentos) são tratados como negação da ciência, charlatanismo, ocultismo e similar pelo temor ao seu poder.

Sem temor, pruridos ou crença devemos colocá-los dentro da Biologia Molecular e com suas análises livres teremos respostas científicas de alto valor. Recentemente um agricultor do Movimento dos Pequenos Agricultores Familiares fez análises cromatográficas de folhas de erva mate (Ilex paraguaensis) colhidas na lua cheia e se assombrou com a diferença gigantesca no resultado. Os cromatogramas dos diferentes preparados biodinâmicos mostram uma transformação energética fantástica. Um laboratório com cientistas honestos pode isolar todas as interferências e validar esses resultados ou refutá-los, mas jamais negá-los sem comprová-los, para dentro de duas ou três décadas aproveitar e usar como vantagem mercadológica aquele conhecimento, como vem sendo feito em toda a agricultura. 

Os negócios da indústria de alimentos (finanças, combustíveis, máquinas, genética, fisiologia, estatística e armas) moldaram a educação, sociedade e fé e toda e qualquer referência à espiritualidade é comparado à blasfêmia ou heresia da Inquisição. O casamento da ciência com a religião foi denunciado em 1576, mas não houve perdão a Giordano Bruno, embora o reconhecimento de erro em 2000 pelo Papa Bento XVI.  Contudo, oito anos antes na Conferencia das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro a Agenda 21 trazia o tema da Espiritualidade (cap. 36), que alvoroçou “cientistas”, principalmente os ligados à Biologia Molecular. 

 Na mesma agenda a Segunda Seção em seus 13 capítulos dedicada à Natureza e na Seção III os capítulos 26 sobre Indígenas e no capítulo 32 sobre a organização dos Agricultores trazem conteúdos inerentes à Espiritualidade ultrassocial destes. 

Já se passaram 25 anos surfando a onda da “sustentabilidade”, mas o único que vemos implantar-se é o Totalitarismo Mundial, através das empresas de biotecnologia que devastam o planeta para o alcance de seus lucros fáceis, exterminando e arrasando tudo o que seja antagônico aos seus interesses e lucros, principalmente o cultural e o espiritual.

Previmos com antecedência, embasados na Agenda 21 que somente os aspectos bioéticos seriam capazes de evitar a catástrofe geral e foi isso que aconteceu. Agora reiteramos, ressaltando que a única forma de reverter valores é o caminho trilhado através dos valores espirituais, ainda vigentes nas populações indígenas, populações tradicionais e comunidades de agricultores e esperamos mudar o rumo da situação através dos valores estratégicos do biopoder camponês.
 
Para utilizar a Biologia Molecular como ação estratégica para o Biopoder Camponês veja este texto (postado no Facebook): O amigo, prof. Zeca (Pampa-Selva) Pires, me fez pensar quando postou sobre um novo de análise de solo. Com apenas três anos, em 1950, a morte de meu pai obrigou a entender e estudar as violências antes de compreender o porquê da vida. O positivo é que adquiri a capacidade de perceber as sofisticações e fantasias por trás das violências.

Nos últimos anos debrucei sobre análises de solo um pouco além do sentido tecnológico de Liebig, Henry, Rothamstead, Rockefeller, TVA ou Yagodín. O postado mostra uma nova ferramenta que propõe mudança, mas pode escamotear a manutenção da ideologia ao que os vulgares dizem: “Mudam as moscas, mas o substrato permanece o mesmo”.

Destemido, despretensioso e sem soberba orgulho-me dos enfrentamentos e embates contra as violências antropo-etno-tecnológicas e todas as derrotas que contribui nas pretendidas vitórias que desejava construir.

1. O BACULLOVIRUS alastrou pela soja e quem deveria apoiar com logística e estratégia sempre esteve com suas táticas sorrateiras solapando-o induzidos pelas empresas de venenos contrariadas e prejudicadas pela queda nas vendas, pois as oito aplicações caíram para 0,5/Ha em toda a soja. Não imaginam quantas vezes fui alertado sobre o risco de usar lagartas sem o conhecimento do número de cápsides ativos para garantir um controle efetivo. Eram doutos professores e pesquisadores de pedigree. Foram mais de duas décadas de uso sem qualquer problema. Mas, como bem disse a Assentada M. G. Gonçalves, a escola deseduca e impõe a subserviência ao status. As autoridades pressionadas cumpriram ordens internacionais e o Bacullovirus foi para a lata do lixo. Hoje um livro sobre o seqüenciamento genômico do Bacullovirus custa mais de 800 dólares e nele não há uma referencia aos doutos nativos, nem sequer aos adventícios, pois todo o material foi apropriado pelas mesmas empresas de agrotóxicos que não queriam a “alternativa” fora do seu tempo.

2. Igual destino teve o Controle dos AGROTÓXICOS (Receituário Agronômico), quantas horas de cursos, treinamentos gratuitos por mais de duas décadas. Eu gostaria de ganhar 10 dólares por cada vez que escutei: “Temos a melhor lei de agrotóxicos do mundo”. Sim, eu já teria comprado o Aston Martin dos meus devaneios vulgares. Conquistamos a lei estadual e nacional, no entanto elas nunca foram aplicadas, pois seu elogio era para anulá-la e manter-se a corrupção cartorial daqueles com dever de ofício. Do alto de sua ignorância foi dito, que era preciso usar os agrotóxicos para que os pobres pudessem comer. É por isso que os EUA são o terceiro consumidor, e em queda acelerada. A lei nacional não aplicada foi mudada três vezes para atender interesses industriais. O descalabro foi nomear o Presidente Executivo do lobby dos Agrotóxicos para chefiar a Câmara Setorial do Governo. Ele fez as vendas crescerem mais de 300 por cento, isto quando as sementes transgênicas surgiam para diminuir o uso dos venenos. Enquanto, os militantes no governo criaram a Campanha “Permanente” contra os mesmos. Aqueles mesmos professores, pesquisadores que diziam nos anos 70 e 80 que o uso de veneno estava diminuindo, pois os clorados e fosforados estavam sendo substituídos por piretróides sintéticos que tinham pequena concentração por isso era usado maior quantidade. Hoje pedem o olhar misericordioso e condescendente;

3. Os BIOFERTILIZANTES são já conhecidos há mais de 35 anos na agricultura a partir do RS, mas somente agora os entreguistas podem festejar o surgimento do SERENADE®, apenas um “ALINIT” de 1893 da mesma empresa com alterações genéticas para proteção; há orgulhoso status em consumi-lo...

4. As SEMENTES AGROECOLÓGICAS, que deveriam ser idealizadas por dever de Estado, mas sem autorização imperial, ficou revolucionaria à cargo dos “Sem Terra” reforçando a ironia fina do Prof. Darcy Ribeiro;

5. Sobre as FARINHAS DE ROCHA é interessante que um estrangeiro leu um livro em português e criou uma ONG financiada pela primeira Government NGO e logo um séquito servil articulou a nova legislação sobre as mesmas para atender os interesses das grandes corporações de insumos e serviços na agricultura. Não obstante, há hoje mais de cem empresas produzindo “Pós de Rochas” na América Latina.

6. A AUTOCERTIFICAÇÃO CAMPONESA foi a resposta derradeira à picaretagem das certificações LEISA & SARD (Conferência em Hertogenbosch/91), imediatamente denunciada. Lembro um corrupto que para justificar-se choramingava: “Não se pode ignorar 80 bilhões de dólares ano”. Hoje Coca Cola, Nestlé, Cargill e Pepsi hegemonizam o mercado de orgânicos, controlam seus preços e subvencionam muitas ONGs. Mas apesar deles a Auto-certificação Camponesa é mundial;

7. Por fim, mas muito longe de ser finalmente, o prof. Zeca (Pampa-Selva) Pires nos alerta sobre as novas análises. Estamos esperando isso, igual ao Bacullovirus OGM, Serenade OGM , legislações, etc. há muito tempo. É por isso que o prof. Zeca e outros na América Latina já possuem seus Campos de Metagenômica com a finalidade de “Transplante de Células Tronco do Microbioma do Solo” e Observações Metaproteômicas in situ na terra camponesa. Através da Cromatografia de Pfeiffer avançamos na análise das "Huminas Álcali Insolúvel" e "Huminas Álcali Solúveis", importantes na fixação de Carbono, Nitrogênio, Enxofre e minerais raros nos Biomas Pampa e Cerrado e avaliar os impactos de fungicidas e herbicidas sobre a Saúde no Solo. Há os mais avançados que vão além integrando nela as homeopatias (foto) feita por eles na ETA – Viamão.

8. Ansioso espero a nova derrota agradecendo a oportunidade, pois o Prof. Milton Santos alertou: “A força da alienação vem dessa fragilidade dos indivíduos, quando apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os une... O mundo não é formado apenas pelo que já existe, mas também pelo que pode efetivamente existir”. Não há o que temer, pois temos tempo, muito tempo.

9. Eles são especialistas em “Matopiba” onde duas empresas mandam (uma delas é dona de todo o fertilizante fosfatado do mundo e preocupa a milicaiada latinoamericana, que está livre da faina nos golpes de Estado e de caçar políticos da Guerra Fria. Eles ainda ignoram o que seja “ecopoiesis” das corporações sobre o Biopoder Ultrassocial Camponês. Sim, a bola da vez imperial é o judiciário, mas precisa modernizar-se.

10. "Toda comodidade é cara, aliena e retarda a evolução do cérebro” pelo que a primitiva parte “reptília” é ativada de forma subliminar para o consumo através do dinheiro, status sem sentimentos, sabedoria e dignidade.

11. “Ex nunc” (a partir de agora) permite a torção do enredo (plot twist) contra a falsa sensação de consolo do que não pode ser encontrado em outros fenômenos (Nietzsche). “Deus ex Machina” é da coxia da tragédia grega e deve por lá perambular, quando os doutos andam não mais à cavalo, porém no Jet set internacional.

Perdão, Mestre Quintana saiu hendecassílabo. Ignoramos que o penteado da Princesa Leia Organa, de Guerra das Estrelas foi copiado do povo Hopí (foto). Imitamo-los tocando flauta aos luares conscientes como o Kokopili para ajudar a vida crescer integrando o pó de estrelas ao microbioma com harmonia. O Oliver enviou um croma de Fladen, que é idêntico ao da Água Termal de Vicente Dutra feito pelo Marcos Fiametti, mas não há interesse da “ciência adjetivada em refutar, apenas negar e "La nave va"



A espiritualidade impregna a letra do poema: O vento leva as respostas (The answer blowin’ the Wind) enquanto as perguntas agridem meu rosto (However questions knock in my face), mas sem qualquer violência (but without any violence.  “Nesses tempos bicudos” é necessário aclarar que poesia é cultura.
Isto posto podemos abordar a questão da Espiritualidade na construção do Biopoder Camponês, pois não estranhamos ao ver um grupo diverso de economistas retornarem do exterior com a cantilena que não existiam mais camponeses no mundo.  Camponeses, haviam eles aprendido não usam dinheiro, nem podem viver na forma como hoje se vive em diferentes países, e que nem mesmo na África há mais camponeses.  A pretensão esdrúxula responde a alguma indução coercitiva, de poder invisível. 
  
Na atividade ultrassocial de produzir alimentos é praticamente impossível isolar valores espirituais desde o nomadismo, caça, pesca ou no extrativismo e produção.  Evidentemente, que para as cadeias de agronegócios a negação da espiritualidade acelera a destruição da organização camponesa, pois é uma peça de resistência à sucumbência das populações tradicionais.  E o uso da espiritualidade inerente aos indígenas e camponeses torna impossível sua destruição, aliás como consta na Agenda 21 Global. 

Uma leitura acurada sobre a Teoria da Natureza de Goethe nos faz entender o valor da espiritualidade na Natureza para os indígenas, populações tradicionais e, também para os agricultores pelo mistério na transformação da energia do Sol em cadeias de Carbono, Nitrogênio, Hidrogênio, Oxigênio, Enxofre e Fósforo em sua ação ultrassocial que inexoravelmente alimenta a todos os humanos.

Na natureza e para o indígena, assim como para o agricultor (camponês), o termo espiritualidade (do latim spiritus, espitu), não depende da doutrina, escola filosófica ou ideologia que a trate, assim como do contexto em que se utilize. Em um sentido amplo, significa a condição espiritual pelo ambiente e não compreensão total das transformações que vivência.

Neste sentido, e referido a uma pessoa ou comunidade, se refere a disposição moral, psíquica, cultural e ética, que possuí quem cultiva o respeito ao meio onde vive em “unicidade” de alimento, virtudes, memórias e esperanças do ser humano (um ser superior) e o que pode vir após a morte.

Neste sentido a espiritualidade é mais que um valor material ou referencias literárias de poder. É sim, o valor supremo da Vida (Natureza) e seus mistérios.
 
*Sebastião Pinheiro:
 
 
 

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