03 de agosto de 2013
por Sebastião Pinheiro
Em “Da Guerra” Carl von
Clausewitz diz: “Tudo é simples na Guerra, mas mesmo o simplíssimo é difícil”.
Voltando à questão do brócolis (M)*(ler primeiro o texto no final deste): ... Moisés depois de frequentar a elite
egípcia e sua formação optou por ser escravo entre os judeus. Com os sábios da
nova comunidade aprendeu que as pragas e doenças dos seres vivos têm
componentes ambientais e foi porta voz deste conhecimento ao reivindicar a
liberdade (pragas bíblicas).
Em todas as civilizações
esta relação é conhecida e os mecanismos para evitar orientaram a agricultura e
sua educação. Sendo empregados meios para evitar aqueles problemas, muitas
vezes sais (Enxofre, Arsênico, Cinzas vulcânicas, cinzas de fogão, pós de
pedras, plantas, sangue, etc.). Isto foi prosperando e a relação causa – efeito
foi esvanecendo, mas com o advento da Sociedade Industrial ela passou para o
inconsciente coletivo, pois um produto ou mercadoria soluciona o problema. Logo
é prioritário esquecer a sabedoria do passado e conquistar o novo ($), o que
pode parecer bom (fantástico) para todos.
Chega de prolegômenos,
vamos ao grão. Francis Bacon bradou que não há limite ou ética entre o saber e
natureza (vida) e o venerado von Liebig provou que o Nitrogênio e Carbono não
eram monopólio dos micróbios e que o húmus não era a molécula sagrada da vida.
Após a Primeira Guerra Mundial passamos a buscar a síntese da natureza em
laboratórios e fábricas por uma patente industrial, pela exclusividade e
lucratividade.
Fazer Aspirina, antes tirada
da casca do sauce®, a partir do Carvão Mineral ou Petróleo e ser dono único (P)
disto é algo fantástico, embora macabro desde uma observação anterior com seu
acumulo de sabedoria. Este exemplo engloba toda a indústrias (química
–farmacêutica – militar – agrícola – alimentar - têxtil e tudo que possa ser
pensado). Os impactos econômicos sociais e humanos foram e serão gigantescos
pela transformação.
Os EUA é um conjunto de
países muito interessante. Jackson, da nota de vinte dólares, dizia que a
introdução de uma planta útil é um ato de patriotismo atrelando economia e
sentimentos. Já um pouco antes da Guerra de Secessão empresários diziam yankees
que as sementes deviam ser proibidas de ser livremente vendidas e que os
criadores de sementes deveriam ter direitos sobre as mesmas que só poderiam ser
multiplicadas com pagamento e autorização deles. A evolução desta ideia foi um
rastilho de pólvora e na virada do Século XX a maioria dos países tinha leis de
proteção para os criadores de sementes e organismos internacionais foram
criados com regras e convenções para a proteção destes à exemplo das patentes
de síntese industrial. Por exemplo, a Lei Argentina era de 1935, a cubana de
1938 e a UPOV era o organismo internacional que dirimia dúvidas.
Lembremos que a descoberta
do DNA é contemporânea à Guerra de Secessão embora o trabalho de Rosalynd
Franklin para sua estrutura molecular e multiplicação tenha sucesso logo após a
Segunda Guerra Mundial e foi apropriado indevidamente por J. Watson, pelo
trabalho laureado com o Premio Nobel...
Com o domínio das técnicas
de reprodução celular ficou fácil transferir as estruturas de genes de um ser
para outro e construir os “super-heróis” que encantam a garotada (e adultos) e
fazem parte da educação e propaganda. Observemos que as páginas de Mary Shelley
são de uma beleza (quase religiosa), mas foram transformados no “Frankenstein”
que a mídia – propaganda - governo, divulga que amedronta até mesmo os animais
domésticos, pois até parte do título foi mudado (...e o moderno Prometeu), mas
o pior é que poucos leram ou estudaram. Vemos todos os dias a exaltação de
transplantes de coração, fígado, rins, pele, sem perceber o macabro que isso
representa sobre qualquer ponto de vistas, pois perdemos, já a referência de
evitar as causas para não necessitar corrigir os efeitos.
Com a possibilidade de
biossíntese de micróbios, plantas, animais e humanos (tive a oportunidade de
conversar com um casal pais de gêmeos que fazia uma análise de DNA para saber
se os mesmos eram fraternos ou fruto de um só ovulo. Eles tinham assinado
contrato de inseminação com garantia de nascimento de um filho. Se o resultado
do DNA determinasse que eram gêmeos de dois óvulos estavam ricos foi o que
entendi... O que não deixa de ser macabro.) Uma economia trilionária surgiu sob
a égide da filosofia de Francis Bacon. Genes de interesse (pró-herbicidas;
contra a germinação; contra a seca; contra a inundação; contra o frio; contra o
calor; contra a altitude; contra a salinização; contra acidez; contra a
alcalinidade; contra longediurna; contra brevediurna etc.), é apenas a ponta do
iceberg, pois a atriz fez a ablação dos seios, sem mudar a estética, por
possuir genes. Projete o futuro.
O triste é que os
professores nas escolas de agronomia, nutrição e saúde não conhecem a história
da Canola, nem sabem o que este nome significa e quando começou; nem os
militantes partidários e sua relação com as campanhas contra transgênicos por
aqueles financiados. Daí aos brócolis (M) e etc. é uma questão de ter dinheiro
e vontade (Proj. Manhattan).
Na Assembleia Legislativa do RS (2000) um membro da CTNBIO, médico anunciou que somente um gene mudado na bactéria Yersinia pestis evitaria a Peste Negra que fez a Europa perder um terço de sua população. Isto não é macabro é oportunismo barato.
Nesses dias vi algo macabro
um ex-membro da mesma comissão, denuncia que ela atua pró-transnacionais. O
interessante é que uma colega dele de faculdade retirou-se daquela comissão nos
primeiros três meses de sua criação (1998) alegando que não ia convalidar com
sua presença os interesses daqueles que ali estavam em maioria de dois terços.
Muitas vezes confundimos ideologia com responsabilidade, militância ou purga
consciente a ação partidária contraditória à “Terra Livre de Transgênicos”.
Adianta a campanha permanente contra os agrotóxicos.
Isto é macabro, pelo avanço
(biossíntese) na própria indústria de venenos (todas agora na China, Índia e
Brasil). O médico na Assembleia gaúcha terminou seu panegírico com a frase
filosófica “Será noite para perceber quão belo foi o dia”, mas ignora que,
“livros não dão respostas” ao que Cora Coralina poetizou: “O conhecimento se
aprende com mestres e a sabedoria no convívio (...) com seu povo”. Humildemente
ousaria complementar: (autêntico).
*31 de
julho 2013
Há um livro feito em 1985, “Muito Além da
Revolução Verde” tradução do original de Henk Hobbelink (holandês). Ali no
prefácio e no anexo colocamos nossa leitura do futuro. Há outro livrinho que é
“Transgênicos o fim do Genesis” (2000) também de valor premonitório sobre as
patentes e serviços com alimentos. Em 1986 com o início da Rodada Uruguai do
GATT todas as proibições de mercuriais, clorados, e etc. caíram por terra e
foram publicadas no Diário Oficial da União. Era a nova Ordem da OMC, mais poderosa que o FMI, pois está acima
do Estado Nacional e suas leis. Tive a oportunidade de assistir em Cancun a VII
Reunião da OMC onde a Empresa Monsanto tinha 2.500 ONGs. Eles
organizaram uma distribuição de alimentos transgênicos em uma “favela” em
Cancun. Sou pragmático: Quando na Sociedade Industrial um produto novo, não é
mais caro e, por conseguinte para os mais ricos? Jamais. Foi pedido à Monsanto
que ela fosse distribuir as “cestas básicas” transgênicas no Hotel Maya Cancun
de 6 estrelas onde estava hospedada as delegações da U.E. e toda as Nações
Unidas (OMC) por ser alta tecnologia e por eugenia, para os melhores...
O Brocoli, a Kale, e
muitas outras plantas de caráter nutracêutico estão sendo patenteadas. Talvez
não lembres a patente do cupuaçu pelos japoneses; da pinga, cachaça pelos
norte-americanos, ambos voltaram atrás. Do arroz basmati pelos
norte-americanos. A China tentou patentear um símbolo mexicano o nopal
(cactus). O que a Monsanto (eu sei quem está por trás dela, pois ela é uma
cabeça de praia para a grande invasão). Abandonei esta luta em 2000 quando vi
que um grupo de militantes-partidários travestidos de ativistas resolveram
açambarcar o tema para sua bandeira.
Hoje muitos deles
recebem recursos da Fundação Ford, Rockefeller e similares para lutarem contra
os OGMs. Minha leitura é simples, é a forma mais barata de recolher informação
contrária para formatar ações concretas. Dominas bem o english? Procure toda a
leitura possível sobre gentrification, Zero tolerance, Metropolitan Zones.
Tomara que os brasileiros comecem a estudar a Teoria dos Jogos para não serem
transformados em bandeira militante.
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