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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

segunda-feira, 7 de março de 2022

Bioinsumos

 

03 de março

Por Sebastião Pinheiro

Há mais uma guerra lá fora e não está longe por razões ecológicas (fenológicas) que Você, com boas habilidades de leitura e interpretação, pode encontrar em "Apoio Mútuo, Fator de Evolução" de Kropotkin, mas recomendo a leitura de "Origens das Espécies" primeiro, de C. Darwin para ter a noção de habitat no tempo-espaço, uma vez que são necessárias condições fenológicas para compreender a ecologia, sem consumi-la, como determinam os mercenários ao serviço da ideologia do poder hegemônico.

 Aquela guerra não é a única, mas os interesses hegemônicos a priorizam alterando psicanaliticamente as sociedades do planeta, da mesma forma que a erupção de um vulcão ou tremor e Tsunami.

Na Índia, no Japão e na China, as datas da floração da cerejeira e da flor do pessegueiro, respectivamente, estão associadas as festividades e remontam ao século VIII da nossa era e isso permite estudar as variações nas condições climáticas, da mesma forma que as anéis em árvores milenares e camadas de gelo na Antártida e sedimentos em geologia.

Na Borgonha existem registros das datas de colheita da uva pinot noir desde 1370, o que possibilita conhecer a variação das temperaturas na primavera-verão. Mas isso são valores recentes, pois a agricultura tem mais de dez mil anos e o principal sempre foi e será observar seu ambiente (que não existe na natureza) e a diferença com o habitat natural, ecossistema ou Bioma.

Peço sua permissão para fazer uma homenagem, que é mais do que um parêntese: Estamos agora em abril comemorando 60 anos de um livro que revolucionou o mundo, mas foi sufocado da mesma forma que o de Kropotkin citado acima. “Primavera Silenciosa”, de R. Carson, só poderia ser entendido com uma leitura política, não religiosa do Êxodo, para compreender as dez pestes de Moisés para conseguir a Liberdade da escravidão no Egito... Carson trabalhou com fenologia em uma área de Refúgio de Aves criado em Patuxent pelo Serviço Geológico dos EE.UU. no início do século XX (1917) para estudar a fenologia das aves.

Sou um velho quase decrépito que alguns jovens me chamam carinhosamente, Tata. Pois o trabalho fenológico de R. Carson sobre o impacto dos inseticidas organoclorados ciclodieno já em 1943 foi tão catastrófico que ela levou ao editor da Reader's Digest, mas ele se recusou a publicar as informações. Apenas 20 anos depois ficamos sabendo do livro acima, quando ela já estava condenada à morte por câncer causado pelo inseticida, que só foi proibido no Brasil na virada do século XXI.

No que resultou combater o poder militar dos agrotóxicos, fazer leis, se o governo vier a público e dizer que os venenos são necessários. Na televisão Band(China) todos os dias vejo o mesmo pensamento do “Editor do Digest”. O câncer é um negócio, como todas as guerras. Não fecho os parênteses, porque hoje no mundo a matriz tecnológica das grandes empresas não é mais a química de síntese, que está no mercado há mais de 40 anos.

Hoje a hegemonia é a biotecnologia, que na agricultura necessita de microrganismos, porém, a política pública oficial do Estado e do Governo é eliminar a legislação e voltar ao passado buscando liberar venenos obsoletos mais rapidamente.

Conhecemos menos venenos no país que em 1970, tal é o revés organizado pelo complexo industrial militar que impede informações e lucros de sindemias, 88% das chuvas do mundo estão contaminadas pelo herbicida Glyphosate®.

Pois bem, a palavra mágica agora é: “bioinsumos”, repetidos em todos os lugares e por todos como algo novo. É estranho, antes de dizermos que para entender Kropotkin era preciso ler Darwin, e para entender Carson era preciso ler Êxodos, não como um pastor “Pare de $ofrer”.

 O que é um "bioinsumo" é a publicidade da aceitação inconsciente do novo (produto da biotecnologia) que substituirá o veneno. É um neologismo.

Um camponês não é um agricultor, um agricultor precisa de insumos e os procura no mercado por comodidade e alienação. Mas há entidades e organizações que ensinam a fazer "bioinsumos". Sim, é verdade, essa é uma forma de propaganda subliminar para facilitar a mudança e implementação dos produtos industriais quando o poder desejar, pois a legislação impedirá seu elaboração, uso etc. Não é assim com as sementes camponesas? Porque seria diferente com as sementes de microrganismos.

Cuidado, não fomos competentes para observar a involução na “saúde do solo” (desculpe, mas estás no Êxodo) devido à involução na Sucessão Vegetal.

Quando os/as camponeses/as, usam individual ou coletivamente microrganismos elaborados, é muito diferente dos produtos industriais da biotecnologia. Na população de microrganismos no produto industrial, toda a população é clone de um mesmo indivíduo, enquanto na população de camponeses/as elaborados, os indivíduos e sua biodiversidade são infinitos. Seu efeito é abrangente como um “recurso” e não como um insumo que precisa ser reposto a cada ano e cada vez mais.

O termo “recurso” tem um componente patrimonial, pois seu efeito é fenologicamente integral sobre a matéria orgânica (ultrassocial), que é diferente da matéria orgânica no bioma, porém, o impacto do produto industrial é mais desastroso no bioma do que o produto campesino, o mesmo que na química sintética na matriz anterior.

Me perdoe amigos, os camponeses/as venceram a "guerra" contra os venenos químicos, com biofertilizantes, farinha de rochas e água de vidro e sementes camponesas, microrganismos e todos os recursos patrimoniais do Biopoder Camponês, mais além dos insumos.

No local onde havia o Refúgio das Aves e Vida Selvage em Patuxent, Maryland foi transformada no Quartel Militar do Fort Meade em 1991.


Continuação,

- Na primeira parte Você pode ter ficado atônito, porém, esse objetivo é restaurar o valor da leitura, pois leitura é formação, cultura, dignidade e não consumo. Vejam que muitos de nós lemos a televisão, a rádio, os jornais e redes sociais como forma de consumo sem estudar culturalmente a leitura e perdemos lentamente nossa capacidade de reflexão conceitual, sem saber quem a influência ou induz. Violência, brutalidade, guerra, degradação humana, mesmo ao nível da depravação, são inadvertidamente consumidos, não só o social ou quotidiano, mas também a tecnologia (Bioinsumos).

Então, a fenologia é um instrumento científico para demonstrar isso, como vetor resultante da energia do “apoio mútuo” entre os ciclos bióticos e abióticos na evolução do ecossistema, bioma ou natureza. Vamos a um exemplo clássico ensinado por Gorshkov e Makarieva em Regulação Biótica do Clima: - Diariamente excretamos uma quantidade de energia inoculada com uma grande diversidade de microrganismos estratégicos para recolonizar o planeta como resultado energético pessoal de nossa alimentação, saúde, cultura e sociedade , em resposta ergonômica à Evolução. Um grupo de mamutes come teozintle, e em seus excrementos, espalham suas sementes em uma época do ano no meio de uma quantidade de matéria orgânica digestiva e com microrganismos que estão relacionados com sua germinação e evolução devido ao conteúdo energético, que o tempo atrairá a si e aos humanos para aquela planta/semente alimentos atrativos, e uma parte deles também excretadas, em um ambiente mais próximo ao humanos, facilitando o processo de domesticação. Essas energias estão se ajustando na fenologia e na evolução. (Tocuila, Texcoco)


A partir do século XVIII, surgiram escritórios burocráticos em muitos países onde foram anotadas as fases fenológicas (fenofase, sub-períodos) dos cultivos, como vimos. Isso permitia o registro, controle, avaliação e normas e regulamentos necessários para a agricultura. Estes serviços de fenologia exigiam dados meteorológicos, climáticos e de solo e convencionalmente usavam certas plantas como boas indicadoras. Isso ajudava muito os agricultores e as autoridades e o sistema educacional de formação e científico.

 Os mapas de plantio e colheita, mapas de geadas precoces e tardias, horas de frio, luz (foto-período) para cada tipo de semente camponesa, os distritos fenológicos ou agrometeorológicos foram construídos em mapas com seus territórios.

Ninguém imagina qual era o nome do escritório, departamento ou serviço que existia nos países para agrometeorologia, fenologia, solos, clima e outros…. Pesquise os arquivos da Inglaterra, França, Alemanha, Itália, México, Argentina e outros. Essa organização se chamava Setor de Agroecologia, Eu tive a grande honra de ter o Eng. Agr. A J. Garbosky, como chefe de práticas de campo do professor Hector Mangieri no curso de pós-graduação. Durante 27 anos, organizou 2.700 agradecimentos enviados de todo o país para o Arquivo Agroecológico Argentino. Até os anos 1970 isso era normal e ali trabalharam Azzi, Papadakis, De Fina, Damario, gigantescos Agroecólogos.

O desenvolvimento da agricultura industrial mais tarde trouxe um impacto crescente na fenologia, pois propunha um longo tempo de pesquisa para a autorização de uma nova semente industrial, sem que percebêssemos a diferença entre as duas sementes. Não havia mais estrategistas, para ler, sem consumir, que as empresas tinham pressa, publicidade e propaganda para seus produtos. Por isso não aceitaram nenhuma restrição e hoje são o Estado no "agronegócios" que vemos na televisão, rádio e redes sociais.

A fenologia passou ao segundo plano, mas quando dizemos que agroecologia é camponês indígena, tem tudo a ver com nossa identidade, mas ainda mais com o caráter dos microrganismos em nossos solos, que precisam ser nativos, silvestres e não produtos industriais selecionados e clonados, com manejo da Fenômica industrial mais além da Genômica corporativa. Nossa metagenômica camponesa é indígena-camponesa, porque seus microrganismos têm população e possui fenologia, os dados registrados naquela agroecologia, desde o intestino dos mamutes, camponeses, microrganismos e bósons negros, porque a luta segue e segue, Zapata Vive.


 

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