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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

terça-feira, 1 de março de 2022

Crime é crime, tragédia é teatro

La Madre Llama

21 de fevereiro

Por Sebastião Pinheiro

Na enciclopédia eletrônica wiki diz: A tragédia é uma forma literária, teatral ou dramática de linguagem solene, cujos personagens principais são ilustres e são enfrentados de forma misteriosa, invencível e inevitável, devido a um erro fatal ou condição de caráter (a chamada hamartia) contra um destino fatal (fatum, fado ou sina) ou os deuses, ... gerando um conflito cujo fim é irremediavelmente triste: a destruição do herói principal, que morre ou enlouquece.

Compreender um desastre é essencial na abordagem cidadã. O que é um desastre?

No mesmo livro pedagógico consta: “Um desastre é um evento natural ou causado pelo homem que afeta negativamente a vida, a subsistência ou a indústria e muitas vezes leva a mudanças permanentes nas sociedades humanas e nos animais que habitam esse ambiente; nos ecossistemas e no meio ambiente. Uma catástrofe é um evento que tem consequências desastrosas. Os desastres revelam a vulnerabilidade do equilíbrio necessário para sobreviver e prosperar.”

 A mídia diz que o que aconteceu em Petrópolis-RJ é uma tragédia. A questão não está em concordar ou discordar dessa afirmação. A colônia “alpina” na região mais íngreme do Bioma Mata Atlântica, projetada pelo arquiteto Julius Friedrich Koeler, mesma considerada inadequada para assentamentos humanos.

 Dinheiro e poder forçaram a construção da segunda cidade artificial do Brasil, inaugurada em 1847 com menos de mil habitantes, quase todos alemães por nostalgia alpina, a primeira é Recife feita por Nassau.

O censo oficial de 2010 registrou 295.800 habitantes, mas no desastre do ano seguinte, o dobro da população inicial foi imolada e desabrigada. Por ser a cidade com maior nível de segurança pública do Rio de Janeiro e a sexta mais "segura" do Brasil, com alto IDH, a população hoje é o dobro, mas o governo por razões totalitárias não permitiu a realização do censo.

Choveu 270 mm em quatro horas e trouxe morte e caos sem que ninguém o correlacionasse com sua “favelização”, e é um eufemismo chamar isso de “tragédia”. Crime é crime, tragédia é teatro.

Nas áreas de mineração de ferro em Minas Gerais existem hoje três dezenas de super lagos de lama em altíssimo nível de risco e com as chuvas todos estiveram no umbral de ruptura. O mesmo que aconteceu há cinco e três anos respectivamente (Mariana e Brumadinho) onde as mortes foram calculadas com cinco anos de antecedência. Em todos esses "passivos ambientais", que por serem passivos, nas privatizações receberam um preço pequeno, mas quando o desastre ocorre, eles se transformam em um ativo do problema resolvido de grande valor e trazem um lucro gigantesco nas ações nas bolsas internacionais, como aconteceu em Mariana e Brumadinho e acontecerá nas demais.

Em 1984 estive em Petrópolis para participar do II Encontro Brasileiro de Agricultura Alternativa e tive a oportunidade de visitar toda a bacia alta e a cidade durante cinco dias. Ela tinha alguns raros gaviões nas encostas, mas não havia na cidade Plano Diretor de Manejo Florestal e Correção de Nascentes e Torrentes que orientasse o Plano Diretor de Habitação. Quem regulamenta o uso do solo urbano e rural na cidade é o valor do metro quadrado são as imobiliárias e as elites locais e não a sociedade cidadã, então não há nada o que fazer.

Quando o presidente chegou a Petrópolis, diretamente de uma visita a Putin na Rússia e Viktor Orbán em uma campanha eleitoral descarada, sem dizer coisa alguma, ignorou a destruição, a morte e o luto como se estivesse vivendo fora da realidade. A imagem com a mão no coração em frente ao monumento ao soldado soviético morto, lembrei-me do discurso de Goebbels parabenizando os subordinados pela manhã e obrigado  a demiti-lo à tarde. A foto é o monumento La Madre Llama...

Uma enquete em Petrópolis ou em qualquer outra cidade sabe quem é a ativista Sara Winters (veja o rostinho da boneca, foto) treinada no estilo da feminazi ucranianas, depois contratada para a campanha política e ações que levaram à sua prisão pelo STF. Claro, 95% não sabem, três anos depois. 

 Em 1963, na crise dos mísseis atômicos em Cuba, vimos Kennedy/OTAN e todos os fascistas dizerem sim. Em 2022 na Ucrânia, após o golpe de 2014 e o organizado flerte britânico com os militares da OTAN, a anexação da Crimeia doada por Khrushchev e a ação de Putin é idêntica à de Kennedy. Ou não é?

O terceiro filho da rainha da Inglaterra paga para não ir a julgamento nos EE.UU., mas ninguém discute que dois agentes de pedofilia envolvidos cometeram suicídio nas prisões. É ou não é uma tragédia com roteiro e atores? Carpe Diem


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