Ucrânia

26 de fevereiro

Por Tiao

Lisarb: Vocês veem na ação da União Europeia uma perfídia militar, como um negócio encoberto, que os "meios de comunicação hegemônicos" disfarçam em todo o mundo boxeando a Rússia para cometer as mesmas ações de Hitler, hoje, sobre uma sociedade consumista e alienada?

Spooky estava sentado sobre o tapete em posição de flor de lótus. Sem abrir os olhos nem se mexer, começou a responder: - Clausewitz foi muito claro: a guerra é política por outros meios e a publicidade é sua pior arma. A cada minuto vemos nas redes sociais novas facetas antes ocultas e a polarização cresce enquanto a Ucrânia entra em desespero em seu território ocupado sem revidar. Nem mesmo nas áreas cheias de fascistas não há confrontos reais. Será um acordo entre velhos militares. Por outro lado, nenhum apoio veio de quem prometeu. A cada minuto fica mais longe a Ucrânia percebe que está subjugada e sozinha. A face financeira da OTAN será muito boa para receber de cinco a dez milhões de jovens, com educação de qualidade para renovar a velha e decadente Europa.

Em 1956 na Hungria quem ganhou foram os países que receberam os húngaros. Toronto tornou-se uma cidade magiar; vimos a mesma coisa em 1961 em Berlim, depois em 1982 na Polônia. Não podemos dizer o mesmo dos turcos em Berlim e na Alemanha, por causa da questão religiosa, porque demorou um pouco mais para conseguir as "benesses". Não vamos esquecer a invasão dos albaneses na Itália e decepcionados com suas queixas sobre como a vida dos cães na U.E. em seus televisores. O século 21 é muito diferente do século XI com os cruzados ou do século XVI com os piratas e corsários dos monarcas.

 A Europa após 300 anos de escravidão negra em plena modernidade fez a Conferência de Berlim 1884-1885 para resolver seus problemas e destruiu um continente, sem conseguir deter a Primeira Guerra Mundial e continua até hoje na África fazendo o mesmo. Portanto, seria ingenuidade esperar que eles se comportassem de maneira diferente.

Hoje sua economia cresce com esta guerra e vai ganhar muito, pois a Ucrânia precisará desesperadamente comprar armas sofisticadas. Os russos estão usando a Ucrânia para treinar diante de um EE.UU. em declínio moral, tecnológico e economicamente? A OTAN fez necessário dizer que a Europa Ocidental se distanciou muito da Europa Oriental (Pacto de Varsóvia), que continua sendo o Segundo Mundo, 30 anos socialmente atrasado, apesar de uma economia de corporações norte-americanas, inglesas, alemãs e francesas crescer exponencialmente . A Ucrânia foi induzida da mesma forma citada nos exemplos anteriores e agora está expurgando pagando caro por sua bonomia, que por ser um termo pouco conhecido é ignorado como uma virtude e apresentado como honestidade ingênua? O que Saladino disse sobre o valor de Jerusalém?

 O xamã Ashaninka, com um gesto se apresentou, a Guerra Fria foi um ótimo negócio para a Europa parasita dos EE.UU. com a OTAN. Podemos dar valor a isso, mas na cronologia europeia isso é apenas um fim de semana. O embrião da Comunidade do Carvão e do Aço franco-alemã, logo Benelux, e mais tarde a Comunidade Econômica Europeia, valorizou o território em disputa ideológica e obrigou todos os continentes a priorizar os problemas econômicos da Europa dividida em duas partes por razões econômicas, apresentadas como ideológicas . Toda a pesquisa, cultura, política, economia e sociedade no mundo priorizou a preparação para a guerra em uma corrida armamentista.

O fim da Guerra Fria para o Ocidente não é a paz, mas um mero armistício, como Versalhes é o que dizem Thatcher, Reagan e J. Pablo II, uma capitulação do modelo do Oriente, ignorando que o Oriente está mais distante. Vimos que toda a energia da Rússia foi privatizada sob controle britânico, norteamericanos e alemão, com a participação do bêbado Yeltsin. Ninguém observou a estratégia dos russos de renacionalizar seu recurso natural, a Gazprom, e exportar a Máfia Russa para o mundo. O líder totalitário (Putin) faz parte dessa estrutura e está no poder há 20 anos. O xadrez de pressão da OTAN é a Ucrânia (nazi-fascista), o território projetado para a guerra econômica. A resposta russa é retornar o tampão amortecedor estratégico militar, reformulando Clausewitz: Política é guerra militar como meio.

De Sun Tze trazemos: "A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar". Mas há sempre dois adversários no tabuleiro e “Quem insiste em resolver as dificuldades resolve-as antes que surjam”, idem.

 Putin foi à China para garantir suas costas (e bolsos), porque ambos sabem que o que acontece na absorção da Polônia, o Báltico é a mesma coisa que a OTAN pretendia com a Ucrânia e Taiwan, daí a expressão "Efeito Orloff" da propaganda da vodka brasileira e sua ressaca monumental no dia seguinte. Os russos evitarão a ressaca (Ucrânia) para si e para a China.

 A OTAN ficou surpresa ou é outra traição como foi feita para Hitler desde Espanha em sua guerra civil? Isso cheira a escaramuças que vai continuar em escala cada vez mais forte, pois ambos os lados sabem o que o outro tem e pode fazer. A Ucrânia é um peão fora do tabuleiro e o jogo continua.

Lisarb, compenetrado, agradeceu a todos e falou: No Brasil do século XVII havia uma expressão que se repetia em todos os lugares: O mundo está dividido em três partes: Europa, França e Bahia (a parte do poder-cultural do Brasil tão caricatural na época como hoje em dia.). Parece que Napoleão não morreu e Marengo cavalga no meio da névoa de fumaça 200 anos depois.

Não há mais agricultura no mundo, há negócios no campo dominados por gigantescas corporações que estão mais além da guerra militar ou econômica, já que são donas dos recursos. A Cargill-Rússia é proprietária do Fósforo russo, estratégico para a agricultura mundial. A Cargill detém 90% do Fósforo do mundo (Mosaic), igual ao sal de cozinha. No Brasil, 15.000 empresas possuem 130 milhões de hectares; a situação na Argentina é a mesma ou pior, a mesma de todo o mundo onde só há commodities.

No entanto, não sabemos que a única mina de fósforo que existia no Brasil (Peixinhos, Olinda) foi fechada e nela foi construído um conjunto habitacional pelos militares da ditadura a pedido da Cargill em 1967. O mesmo aconteceu com a Potássio de Sergipe e agora se repete com o Potássio da Amazônia Oriental, com os militares como intermediários e lobistas junto com o atual governo que é uma cópia do modelo ucraniano elaborado pela OTAN.

Os brasileiros não possuem o petróleo do "pré-Sal". O petróleo é uma "commodity" internacional com ações em bolsa e não tem nada a ver com os brasileiros, sejam eles civis, militares ou eclesiásticos, todos eles só recebem alguns dividendos do petróleo, da soja, do milho. Os proprietários (donos) determinam de quanto é esta ganância e, por meio da corrupção política fazem leis em seu interesse e até nomeiam juízes nos tribunais.

 Isso não é de hoje, é dos tempos de Ur na Caldéia, dos faraós, de Moisés. A divisão da China é muito recente em fatias como uma pizza pela Europa, Estados Unidos e Japão e isso se deu por perder a guerra e ser obrigada a usar drogas para trazer lucro ao Império Britânico.

Yes, somos Ucrânia, somos aquela China em fatias com os mesmos males. É por isso que não percebemos quando um candidato vem a público e lança sua plataforma como se fosse uma postura política antagônica ao presidente que visitou Putin.  

A reação do presidente é admoestá-lo na TV. Não há consciência de que o xadrez é jogado por um e apenas dois jogadores, diferente dos “gambusinos”, que sempre atuam sozinhos.

No Brasil, quando não somos garimpeiros (gambusinos), somos "fãs" torcendo, quando não, sob o "Efeito Orloff" em sentido amplo.

Não tenho pretensões, nem presunções, mas gosto da liberdade como conceito, não como produto de consumo. Na minha memória está o tabuleiro de xadrez Quino, 1969. Não é um código QR, é para ajudar. Carpe Diem.