05 de março
Por Sebastião Pinheiro
Uma das matérias que mais agrada os estudantes é história. Por sua amplitude é necessário muito mais estudo sistemático para conhecê-la, o que só se alcança com ótimos professores. Quem estuda venenos não pode ignorar a vida e estripulias do rei de Ponto Mitrídates, responsável pelo mitridatismo, uma estratégia de acostumar o corpo com pequenas doses de veneno para adquirir resistência e sobreviver através de um antídoto universal.
Na Ucrânia há vinte anos Viktor Iúshenko candidato presidencial depois de uma ágape despertou com a pele totalmente empolada, parecendo um sapo transformado por uma bruxa malvada. A U.E. colocou todo seu arsenal midriático em ação para que ele não perdesse a eleição. Ele sobreviveu e se elegeu, mas comportou bem porque sabia que os envenenadores ainda tinham veneno e poder.
Os acusados eram conhecidos ao norte da fronteira e centro de influência sobre o pequeno país. Iúshenko terminou seu mandato e o Viktor substituto foi o Yanukovich, que sofreu um golpe ao negar-se a se alinhar com a União Europeia, pois sabia que a sua dose de veneno ia ser cavalar.
A Ucrânia tem as terras mais férteis do mundo e uma posição geográfica invejável para uma Europa Ocidental carente de agricultura de tal nível, mas tem créditos e insumos industriais para transformá-las em seu agronegócios. Os bancos da OTAN patrocinaram o golpe, digo “Revolução da Dignidade”. É sempre assim. No ano seguinte isso aconteceu no Brasil com o mesmo tinte, tom e acordes, embora as terras não sejam férteis, mas o pré-sal, valia mais do que a “Poza Rica” em Vera Cruz em 1924 e as escaramuças de Hitler em 1938 para garantir sua guerrinha mundial. Mas não foi golpe, foi para parar a roubalheira, todos disseram... o mesmo modelo, temperado a quatro mãos invisíveis dos bancos da OTAN e NSA. O Brasil ia cruzar o Rubicão (Caesar) e não voltaria mais a ser o mesmo. Logo, era necessário um veneno eficiente, mesmo sendo uma mulher a mandatária. Veio o golpe venenoso. Seu povo afeito ao ocultismo viu simultaneamente o mesmo que os ucranianos.
A elite e as corporações esotéricas uniformizadas tão medíocres, que o vice assumiu como se tudo fosse normal.
Na Ucrânia um candidato identificado com Trump foi eleito, idem no Brasil com os mesmos ambientes políticos e programas. Imaginem no país invadido pela Operação Barbarosa, 21 de junho de 1941 que imediatamente criou uma divisão SS Nazista com jovens ucranianos de pedigree. Bem poderiam ser oportunistas, sem caráter. E agora cumprem ordens? Comemorar em campos de futebol com estandartes SS e criar milicias como as S.A. para matar concidadãos 80 anos depois é provocar o centro hegemônico e querer tripudiar a situação sem suficiente estofo, más intenções ou ato de fé resiliente.
Desculpem vimos isso aqui desde o primeiro discurso de governo, com o Goebbels caricato parabenizado pela manhã e demitido a tarde. Na Fundação Palmares há um diretor afro descente que chama seus concidadãos de escravos em público. Um militar que libera “7,62”, embora não saiba destravar uma pistola automática, nem comer frango. As milicias do RJ, agora são muito similares ao Batalhão Azov, nostálgicos das S.A. veem alguma semelhança entre Ucrânia e Brasil? Desculpem eu vejo a mesmas quatro mãos dos bancos da OTAN e NSA. Contudo, ver quatro patas no gato não é novidade. Vejo a quinta que é o recrudescimento e revanche nazista nada diáfana em seu agronecrócios (insumos, serviços, commodities e orgânicos).
Uma viagem rara em momento estranho e com frases de Plínio Salgado, do Anauê no interior do Kremlin. Petulância tem limite, qualquer professor de história ficaria indignado.
O superlativo de medo é paúra, isso é que vemos quando pedem para apoiar o país invadido militarmente. Vemos a relutância obstinada. Mas o pior é que os comunicadores do poder central aqui, como lá se obrigam ao mesmo comportamento servil.
Bem, nada está tão ruim que não deva piorar: há duas semanas um dos produtos do golpe de 2014 em São Paulo e hoje, deputado federal fez um podcast e pediu a criação do Partido Nazista. Uma aula de história, ou uma foto do cemitério em Pistoia, Itália seria suficiente. Outro representante da mesma organização golpista foi fazer campanha como candidato ao governo de São Paulo na Ucrânia durante a invasão militar. Meu Deus, disse coisas sobre as jovens nervosas fazendo armas para deter o inimigo invasor. Imagina a tensão e o medo e o respeito ao ver um estrangeiro e jovem ombro a ombro na luta. Contudo, o energúmeno disse coisas sobre elas, sem sequer saber dizer "da" o "nyet". Será que ele não viu faz dois meses o médico brasileiro não respeitar comerciantes egípcia e purgou cadeia e multas milionárias. A questão já não é de saber história; é falta de educação e carência de cidadania. Este é o selo de qualidade servil dos dois governos em um só. Veja a charge espanhola e releia o primeiro parágrafo, Carpe Diem.
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