Resíduos de Herbicidas nos Alimentos e o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

26 de janeiro 2023

Por Sebastião Pinheiro  

Perdoe-me, muitas vezes não entendo as coisas e fico como todos na população, atordoado (o que não significa com  o cu afogado), mas sim aniquilado em minha consciência e direitos). Alguns estão indignados com a denúncia dos Yanomami, contra as autoridades imunes (Bolsonaro, Vice Mourão e Ministra Damares). Insurgente questiono: - E todos os outros se sentem excluídos, com medo, dissimulação ou conivência, porém, o espelho os reflete como os anteriores.

A máquina governamental da ditadura era um feudo medieval de despachos e interesses privados manipulando o povo humilde para servir as elites parasitas, que retornou.

Nas madrugadas quentes de verão, gosto de ler ciência. Meu tema é sempre metabolismo de venenos químicos, alcaloides, metabólitos secundários e coisas que me fazem exercitar minha insônia.

Caiu do céu um parecer da Comissão Nacional de Segurança Biotecnológica, a respeito de sementes transgênicas resistentes a herbicidas fenoxiacéticos e glufosinato de amônio (foto). É muito interessante, porque o técnico analisa sua opinião, que é publicada na web. Ele apenas analisa os elementos fornecidos pela empresa sobre a criação do Evento Transgênico. Como se não houvesse integração entre os dois Eventos entre eles no ambiente que varia de acordo com as condições que fariam um computador ser muito bem alimentado com fartura de dados para uma extração suficiente. Já de madrugada comecei a me irritar, pois não havia uma palavra sobre a comunidade microbiológica, sucessão vegetal, nem uma letra sobre os impactos toxicológicos das duas moléculas químicas tóxicas.

Contrariado busquei o ácido 3-methylphosphinicopropionic (MPPA) e N-acetyl-glufosinate (NAG), perigosíssimos resíduos de herbicidas nos alimentos. Faz um ano que houve uma denúncia destes resíduos e não teve respostas pertinentes ao público, sobre o feijão contaminado.

Já na madrugada encontrei a Revista de ‘Incapacidade’, Clínica e Neurociência ISSN 2341-2526 Vol. 8 núm. 1, 2021, pp. 39-51 https:/doi.org/10.14198/DCN.19750

Resíduos de agrotóxicos e o transtorno do espectro autista - Pesticide residues and autism spectrum disorder Pedro Andreo-Martínez1*, Inmaculada Navarro-González 2, Nuria García-Martínez3 Aceptado/Accepted: 20/04/2021. Um ano antes do escândalo nacional, a obra já estava publicada, por Pedro Andreo-Martínez, Inmaculada Navarro-González e Nuria García-Martínez Editorial: Universidade de Alicante (Espanha), mas não foi levada em consideração, que deixo com vocês:

"O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba um conjunto de transtornos do neurodesenvolvimento que se caracterizam por interação social deficiente, comunicação restrita e comportamentos repetitivos e estereotipados. A etiologia do TEA é desconhecida até hoje, razão pela qual várias equipes de pesquisa multidisciplinares estão fazendo grandes esforços para tentar elucidar os fatores e mecanismos envolvidos em seu aparecimento e causa. Neste sentido, existe um crescente interesse no estudo de fatores ambientais como a exposição a resíduos de Agrotóxicos já que se dispões de sufuciente evidência científica sobre os efeitos neurotóxicos que estes podem provocar. Porntanto, podem se formular hipóteses de associações específicas entre TEA e os resíduos de agrotóxicos. Este artigo realiza uma revisão sistemática sobre a influência da exposição a resíduos de agrotóxicos e o aparecimento de TEA.”

“A metodologia para realizar este trabalho de revisão sistemática seguiu as diretrizes estabelecidas pelo método PRISMA, encontrando um total de sete artigos elegíveis para discussão. Os resíduos de agrotóxicos estudados pelos artigos selecionados foram os organofosforados e seus metabólitos; organoclorados, incluindo endosulfan e bifenilos policlorados juntamente com seus metabólitos; os carbamatos; piretróides, incluindo cipermetrina; e glufosinato de amônio. O estudo da ação destes pesticidas centrou-se no período pré-natal, investigando a sua exposição em grávidas que viviam em áreas próximas de campos de cultivo onde são aplicados pesticidas, em modelos animais de ratos e em culturas de células cerebrais. Verificou-se que existe uma relação entre a exposição a agrotóxicos no período pré-natal e o risco de aparecimento de TEA na prole juntamente com uma disbiose na microbiota intestinal em camundongos. Portanto, é importante avaliar o fator de risco da exposição a resíduos de agrotóxicos no desenvolvimento de TEA com mais dados, para os quais são necessários mais estudos in vitro e in vivo para elucidar os mecanismos bioquímicos precisos envolvidos ...”

"... 5.1. Glufosinato de amônio (GLA) é um herbicida amplamente utilizado em todo o mundo [31]. Um estudo de Aris e Leblanc [32] descobriu que um metabólito do GLA (3-ácido -metilfosfinicopropiônico) pode ser detectado em quase todas as amostras de soro sanguíneo de um grupo de pares mãe-bebê, indicando exposição universal e potencial exposição transplacentária.”

Embora a neurotoxicidade do GLA esteja bem documentada [31, 33], os mecanismos subjacentes pelos quais o GLA afeta o desenvolvimento do SNC permanecem amplamente desconhecidos. Nesse sentido, Dong, Guan [6] usou um modelo animal de camundongo para estudar os efeitos da exposição pré-natal ao GLA. O grupo de tratamento apresentou atividade locomotora reduzida, formação de memória prejudicada e comportamentos semelhantes ao TEA. Além disso, foi observada uma alteração no IM e no metabolismo, possivelmente responsável pelos comportamentos anormais compatíveis com TEA em camundongos.”

Isso é grave, muito grave e triste.

Os Yanomami vítimas de Bolsonaro, Mourão, Damares vivem na fronteira entre Brasil e Venezuela e são as pessoas com maior diversidade microbiológica no intestino (microbioma) do planeta e que isso é uma herança da evolução da vida, estudos feitos por Dra. Gloria M. Domínguez Bello da U. NY e U Rutgers, começou em 2008 e publicada recentemente.

Sem a pandemia de SARS Cov-2, a tensão entre vizinhos encaminhava-se para o conflito e estaríamos todos aniquilados na nossa cidadania, muito mais do que atordoados e cúmplices do genocídio.

                                          ***

Estamos em luta contra todas as Elite! Ativamos o modus Florestan Fernandes:

**vou colocar o que Florestan Fernandes escreveu no prefácio do livro de Safira Bezerra Ammann (Ideologia do Desenvolvimento de Comunidade no Brasil):

"Ser 'intelectual orgânico das classes trabalhadoras' é uma opção política. Mas, não se pode fazer essa opção de ficar em uma 'prática teórica' crítica ou rebelde que se compões com a reprodução da ordem burguesa e com o Estado capitalista."

.... "Por maior que seja nosso apego a posições ortodoxas ou 'dogmáticas', como se costuma dizer, nunca devemos permitir que o extremismo político nos cegue."

... juquira faz: "O Desenvolvimento de Comunidades também pode ser explorado, como técnica social, a partir de baixo e a rede institucional não precisa ser confinada às organizações nacionais ou internacionais da burguesia." ...

e "Os 'intelectuais do Desenvolvimento de Comunidade" [ou os da Agroecologia do MAPA, paulistas ie ie ie Altieri...] não foram só intelectuais orgânicos da burguesia nacional e do imperialismo. Mais que isso, foram plenamente domesticados para preencher papéis sociais que só servem aos interesses das classes dominantes, à estabilidade da ordem e à racionalidade do capitalismo periférico, malgrado as exceções pessoais ou mesmo de grupos inteiro que porfiaram em entrosar o Serviço Social aos interesses e aos valores sociais das classes trabalhadoras. Essa domesticação institucionalizou-se, aos níveis da ação governamental e da iniciativa privada e o trabalho de Safira Ammann sugere, de maneira vigorosa, que devemos tomar posição contra isso."

ele diz, "...o conformismo também é extremista; só que ele tem o inconveniente de aprisionar o Desenvolvimento de Comunidade e o Serviço Social aos interesses mais egoísticos e estreitos de pequenos grupos. O que se entende como 'neutralidade ética' só seria possível (e produtivo) se existissem igualdade social, liberdade (amplio aqui o Flores Magón, 'todas as liberdades, e também econômicas") e solidariedade. Onde os pequenos grupos monopolizam a riqueza e o poder, a neutralidade constitui um comércio com os poderosos e converte-se em uma fraseologia hipócrita."