11.XII.2019
por Sebastião Pinheiro
tradução Oliver Blanco
Sofri mais uma agressão cretina ao ler nos periódicos hoje que 25% dos
agrotóxicos utilizados no Brasil são ilegais e irregulares.
O estranho disso é que a agência do governo, que faz o controle da
presença de venenos nos alimentos não diga que sua contrapartida a Agricultura
é responsável por não permitir a educação para correção, fiscalização e punição
por isso, pois delegou as ações aos Estados, como prestador de serviços, sem
pagar pelo mesmo, pelo que ambos ignoram a Diretiva Comunitária 414/91 da União
Europeia e nos EEUU na Califórnia está a Lei e a Guia de Regulação que Qualifica
Aplicadores, Certifica Aplicadores, Licencia os controladores de Pragas e
Assessores Licenciados no Controle e Comerciantes designados Agentes, etc., que
pode ser lido na web em inglês. (de grande importância para os diálogos
técnicos/sociais em nível político/municipal/civil, do uso de agrotóxicos, principalmente a partir dos anos 80, no avanço da cana-de-açúcar, soja, manejo de pastagens e
eucalipto com tratamento fitopatológico de guerra – aplicação aérea de agrotóxicos,
erosões, nível de controle etc. ... Blanco)
A insídia é mais profunda a publicidade governamental ao afirmar que,
0,89% das amostras (41 delas) podem provocar intoxicação aguda, ou seja
envenenar a quem ingere o alimento. Isso sem considerar as interações de
potencialização e sinergia do veneno com a nicotina, álcool ou cafeína em
separado ou em conjunto, que é o problema mais grave, sem considerar seus
impactos sobre os efeitos dos anticoncepcionais. Sem ignorar as dessecações das
colheitas com Glifosatos que fazem os cereais e oleaginosas apresentarem níveis
de resíduos mil vezes maiores que os permitidos e provocam intoxicações agudas,
mas não são analisados.
Fui estudar, para compreender, a Hipocrisia, Incompetência e Corrupção
implícitas na proclamação, ou posição fascista do governo.
Um conselho é sempre bem-vindo, dos melhores ainda: Rochefoucauld (1615)
é quem diz: “A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude”. Mas
atual é Chomsky, “O hipócrita finge emular comportamentos corretos, virtuosos,
socialmente aceitos, mas recusa-se a aplicar a si os mesmo valores que se
aplicam aos outros”. Inicialmente compreendem o fim da publicidade O tango Nostálgico,
de escutar sua louca risada, fui buscar no passado, no Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico, quando foi elaborado o Programa Nacional do Defensivo
Agrícola no Planalto Nacional de Desenvolvimento da Ditadura Militar. Muitas
fábricas de órgãos condenados nos EEUU foram exportadas para o Brasil.
Vamos estudar o caso individual de um destes o “Toxafeno” USP 2,565,471 Hercules, 1945 da empresa Hercules do Brasil S.A. Este
produto é individual pois não tem uma fórmula química. É produto de uma reação
entre a resina de pinus com o gás cloro dentro de um reator e se compõe de 670
substâncias cloradas com núcleos aromáticos formadores de DIOXINAS CLORADAS que jamais deveria ser permitido seu uso ou sua fabricação, no
entanto, foi usado até os anos 90.
Não comecei a estudar o Taxofeno. Me interessava estudar o Glufosinato que é o herbicida
usado no arroz transgênico “Liberty Link” e sua sinergia com o Arsênico que o cultivo de arroz irrigado extraí da
água e acumula no cereal. É claro que isso interessa à hipocrisia das Agências
e Ministérios: de Agricultura, Saúde ou Meio Ambiente.
Estudando o Taxofeno, também chamado Canfeno
Clorado encontrei
uma pérola: Ele sinergiza a teratogênese
do Glufosinato: “Theteratogenicity of Glufosinate ammonium,
an active ingredient in herbicides, was assessed using whole embryo culture
(Watanabe and Iwase, 1996)” e isso também ocorre com o Cloropyrifós, além de
provocar encefalia e microcefalia.
Em 29 de março de 1974 o presidente dos EEUU (foto) esteve com o ditador
Geisel para organizar a transferência de fábricas de organoclorados sucata (obsoletas...),
dentre eles o Toxafeno; no dia seguinte ao sair do cargo de ditador, o general foi
ser presidente da Química do Nordeste S.A. (Norquisa) uma das fabricantes de organoclorados com participação maioritária
do grupo Odebrecht. Somente em 2018, foi desclassificado o memorando da CIA
de abril de 1974 enviando por William Colby ao Secretário de Estado dos EEUU Henry
Kissinger com detalhes da execução sumária de mais de 100 “subversivos” que
receberam a autorização pessoal de Ernesto Geisel (Phillips, Tom (May 11,
2018). " ‘Astonishing’ CIA memo shows Brazil's ex-dictator authorized
torture and executions". The Guardian. Retrieved August 27, 2018.)
A outra agressão me veio ao receber a Revista Citricultura, com artigos
de propaganda ideológica sobre a insídia descarada dos agrotóxicos, que não
podem mais ocultar-se, mas atraem doutores para contemporizar. Não basta o
fanatismo com os alunos no século passado.
Agora reconhecem que o Glyphosate é propagador de doenças no solo, plantas e natureza, coisas que James E. Rahe na Simon Fraser, da Universidade British Columbia denunciava em 1990 e T. Yamada o fez em 2006 no
Café, Citricultura, Uvas e Eucalipto.
O que mais me assusta é que o autor ignora a meia vida do Glyphosate no
solo (nove anos) e recomenda continuar usando com “parcimônia”, mesmo depois de
dizer que ele é responsável pelo surto de Xilella fastidiosa. Nem por Deus, canalhas!
Sou um retardado, cinquenta anos depois finalmente consegui entender a
hipocrisia de denominar os agrotóxicos de “defensivos agrícolas” em
bipolaridade comédia e tragédia (foto), que vale muito dinheiro.
...tipo:
_ ... Zorra (Deputado Agrotóxicos) & Agro é Pop, da rede Globo de TV ... _
Um comentário:
Sobre a reatividade do produto herbicida, na soja RR , liga se com argilas, ferricas, com persistência de 30 anos no solo.
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