11 de fevereiro
Por Sebastião Pinheiro
O exercício da cidadania torna-se muito difícil onde o nível de honestidade é baixo e o IDH o acompanha.
Em 1990, um dos primeiros atos do presidente eleito de Mello foi tentar não regulamentar a Lei Nacional de Agrotóxicos, que tramitava em regime de emergência pelo assassinato do ambientalista Chico Mendes por fazendeiros na Amazônia (Projeto Nossa Natureza). Era arrogante, mas não o conseguiu.
O Ministério da Agricultura manteve os registros fora da lei por mais de dez anos. Jamais se fez uma fiscalização de seu uso junto aos camponeses.
As universidades manteve o ensino em todos os níveis e sob o nome de Defensivos Agrícolas.
Para evitar problemas com a Corregiduría General de la Federación, decidiram unilateralmente delegar a responsabilidade da fiscalização nas províncias (Estados), porém, sem repassar recursos, o que é inconstitucional e ninguém nunca reclamou. É por isso que nós passamos a ser o primeiro consumidor no mundo de Defensivos Agrícolas.
Agora, o Congresso Nacional finalmente resolveu revogar a legislação na Câmara baixa e os descontentes estão gritando em massa, mas a mídia sabe que qualquer notícia que os fabricantes não gostem será cortada pela conta de publicidade. Este é o Estado democrático de direito no país.
É muito difícil tratar estes assuntos, pois o Complexo Industrial Militar determina que todos aqueles que se opõem a abusos e desastres com agrotóxicos sejam identificados como "ambientalistas".
Um dos primeiros escândalos ocorreu com escravos nos EE.UU. em 1860 devido ao envenenamento por arsênico, que deu origem à primeira lei de proteção aos trabalhadores contra agrotóxicos no planeta em 1900.
Este fato se repetiu na Alemanha em 1919 também com os mesmos arsenicais, mas a CIM criou as “tolerâncias” e as “carências”. O problema só pôde ser resolvido em 1944, quando o território alemão já estava invadido pelas tropas soviéticas.
Em 1959 nos Estados Unidos, o herbicida Aminotriazole utilizado no cultivo de cranberries (mirtilo vermelho) causou outro escândalo nacional e prejuízos de 50 milhões de dólares na época, devido à suspensão da comercialização próximo ao Dia de Ação de Graças, por ser a sobremesa na festividade.
Os resíduos de Aminotriazol causaram câncer na garganta das cobaias de laboratório e passou à história como o Escândalo Cranberry (Red Bilberry) envolvendo os políticos candidatos à presidência, Nixon e Kennedy que bebiam e comiam frutas contaminadas, em visita aos agricultores.
No Brasil e no mundo há um escândalo de contaminação por 2,4-D para combater plantas mutantes resistentes ao Glifosato, Paraquat, mas tudo está protegido pela OMC, OCDE, que impedem medidas como as adotadas na Alemanha e nos EE.UU.
O escândalo é a contaminação dos vinhos por resíduos de 2,4-D em todos os continentes, mas hoje é muito diferente de 1959 quando a Associated Press publicou para todos os norte-americanos: que o presidente Eisenhower não ia ter a sobremesa Blueberry Reds no Dia de Ação de Graças.
Todos aqui ignoram a reclamação de Sansão e Seneff sobre o Glifosato, formador de príons...
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