22
de março
Por Sebastião Pinheiro
Bom dias,
Lisarb (L) no teclado e em frente ao monitor, feliz por ainda ter contato on-line, conversava com o amigo Spooky e outros buscando superar o clímax do medo e do totalitarismo consolidado pelas grandes cadeias de comunicação, cúmplices e responsáveis pela pandemia e todos que dançam em êxtase e desesperados, como mariposas em volta da lâmpada, fazendo as panelas de tambor ou aplaudindo os da saúde com suas palmas nas janelas. Mas a vida se resumiu maciçamente nisso?
Por Sebastião Pinheiro
Bom dias,
Lisarb (L) no teclado e em frente ao monitor, feliz por ainda ter contato on-line, conversava com o amigo Spooky e outros buscando superar o clímax do medo e do totalitarismo consolidado pelas grandes cadeias de comunicação, cúmplices e responsáveis pela pandemia e todos que dançam em êxtase e desesperados, como mariposas em volta da lâmpada, fazendo as panelas de tambor ou aplaudindo os da saúde com suas palmas nas janelas. Mas a vida se resumiu maciçamente nisso?
Spooky (S),
desencorajado, contestou: Nunca uma Nova Ordem começa simultaneamente para
todos; privilegiados são aqueles que têm lucidez para pensar o amanhã com um
séculos de antecedência, sem divagações ficcionistas, superando medos,
incertezas e totalitarismos. Devemos resgatar os valores comunitários pela alteridade
que vimos como atraso, ignorância ou preguiça. A autoestima indígena, a
humildade do camponês indígena retornar como a tranquilidade em um mundo que
não pode especular, não pode ameaçar e não tem saída. Somente o Sol continua
inexoravelmente sua trajetória cultural, mostrando ao humano o seu rosto no
espelho da natureza. A nova ordem está em andamento, jamais como nunca antes.
Não importam o inepto
presidente cretino, ao baixar um decreto contra o candidato a governador
oportunista que busca lucidez na emergência de bombeiros, mas não a sabedoria
do educador, mesmo que julgado por profissão, não se atreveria a dizer de
vocação.
L - Sim, a publicidade e
propaganda fazem os canais de educação, religião, convívio através de
comunicações dirigidas ou "universais" que cultivam a violência, o
ódio e todos os "pecados capitais" reparam que suas imagens são os grandes
responsáveis pelo caos alienante. As avós sorriem ou deixam de ser visíveis
apenas aos olhos dos netos. Os adultos reconhecem seus erros, vaidades na mesma
velocidade em que perdem a alienação.
S - A quarentena deve ser
o fundamento de novos tempos, para aqueles que acreditam, que o Jonas ao engolido
pela baleia ou, mais poeticamente, a "larva do papalote" que aguarda
imensamente o endurecimento de uma crisálida ou pupa, na possível esperança de
renascer ou voo do adulto.
Esse período passa rapidamente, mas no relógio de cada um, pois como disseste o Sol continua produzindo inexoravelmente a abóbora, mas ela não tem nada a ver com a Bolsa de Chicago ou a especulação de uma cadeia de coiotes, necessita somente da agricultora que o domestique por toda a vida. Ela, a abóbora não será mais produzida por uma empresa transnacional que valoriza 500 vezes mais o marketing, não há como transformá-la nos próximos dias, semanas, meses. Os idiotas estão preocupados com a ansiedade em tomar um chá ou chá de ervas para fortalecer a esperança. Do alto de sua ignorância especializada, dizem que não avançam a solução da avó, que outros sem especialidade transformaram em seu produto alternativo.
Esse período passa rapidamente, mas no relógio de cada um, pois como disseste o Sol continua produzindo inexoravelmente a abóbora, mas ela não tem nada a ver com a Bolsa de Chicago ou a especulação de uma cadeia de coiotes, necessita somente da agricultora que o domestique por toda a vida. Ela, a abóbora não será mais produzida por uma empresa transnacional que valoriza 500 vezes mais o marketing, não há como transformá-la nos próximos dias, semanas, meses. Os idiotas estão preocupados com a ansiedade em tomar um chá ou chá de ervas para fortalecer a esperança. Do alto de sua ignorância especializada, dizem que não avançam a solução da avó, que outros sem especialidade transformaram em seu produto alternativo.
L - Che, amigo, teremos
tempo, muito tempo deixamos que outros venham para expor seus anseios e
esperanças ou não alienação. É importante o canto, cultura, e relacionamento,
quando os pastores da "parem de sofrer", sem voz percebem quem são;
os militares armados estão desamparados; políticos, cegos, desarmados, sem voz
e fora de lugar no novo. Foi isso que a Merkel disse com todas as letras e o
canto disse: - comece de novo ...
S – Será, que aqueles, seguindo
o exemplo de Siddhartha, do Nazareno, Nezahualcolt, Muhammad, Schweitzer, subiram
em uma motocicleta e aproveitaram a juventude, a vida propondo o "novo
humano" na natureza antiga, como Illich disse, por que ouço as avós, como
eu em Yaviche.
O diálogo não é
interrompido, continua com o verdadeiro Chomsky ou uma farsa da inteligência
desesperada, pois muitos viram anteontem em muitas canções do mundo, como por
exemplo em Yaviche, nas Serras de Oaxaca, com avós e netos em diálogos de
esperança e alegria.
Sem medo, com o mesmo
livro dos pastores cegos e sem vozes; com as mesmas armas dos militares
indefesos; os mesmos conhecimentos dos médicos vaidosos. Há um dia radiante que
nasce cheio de futuro e jovialidade.
Carpe diem, no biopoder
ultrassocial camponês, além da epidemiologia estatística industrial periférica.
***
O conhecimento
caminha lento feito lagarta.
Primeiro não sabe que sabe
e voraz contenta-se com o cotidiano orvalho
deixado nas folhas vividas das manhãs.
caminha lento feito lagarta.
Primeiro não sabe que sabe
e voraz contenta-se com o cotidiano orvalho
deixado nas folhas vividas das manhãs.
Depois pensa que sabe
e se fecha em si mesmo:
faz muralhas,
cava trincheiras,
ergue barricadas.
Defendendo o que pensa saber
levanta certezas na forma de muro,
orgulhando-se de seu casulo.
e se fecha em si mesmo:
faz muralhas,
cava trincheiras,
ergue barricadas.
Defendendo o que pensa saber
levanta certezas na forma de muro,
orgulhando-se de seu casulo.
Até que maduro
explode em voos
rindo do tempo que imaginava saber
ou guardava preso o que sabia.
explode em voos
rindo do tempo que imaginava saber
ou guardava preso o que sabia.
Voa alto sua ousadia
reconhecendo o suor dos séculos
no orvalho de cada dia.
Mesmo o voo mais belo
descobre um dia não ser eterno.
descobre um dia não ser eterno.
É tempo de acasalar:
voltar à terra com seus ovos
à espera de novas e prosaicas lagartas.
O conhecimento é assim:
ri de si mesmo
e de suas certezas.
ri de si mesmo
e de suas certezas.
É meta da forma
metamorfose
movimento
fluir do tempo
que tanto cria como arrasa
metamorfose
movimento
fluir do tempo
que tanto cria como arrasa
a nos mostrar que para o voo
é preciso tanto o casulo
como a asa.
é preciso tanto o casulo
como a asa.
MAURO IASI
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