08 de fevereiro
por Jaboti
Os quatro jovens rebeldes de Liverpool, com seu amor
recomendavam: "Não pare na pista". Então, caminhar é a ordem,
mesmo quando não se consegue ver "a estradinha", nem é possível
"voltar aos 17", mas por toda a Vida poderás cantar essas
músicas ou declamar, como, por exemplo: Caminhante, não há caminho, o caminho é
feito ao andar de Antonio Machado, por Joan M. Serrat.
A escuridão da noite não parecia normal, no entanto,
Lisarb caminhava resoluto e com passos largos e firmes, mas patético
desconfiava que a luz quase no horizonte perceptível afastava-se a seu avanço.
Era estranho, mas não esmorecia, tinha pressa, pois nem tudo é ternura, nem nada
é amor.
Ainda ressoava em seus ouvidos a primeira classe de
"sedição", esse era o apelido que colocou em sua disciplina de
Inteligência. O professor Vasco olhou para todos com desdém e deu as boas-vindas:
ligou primeiro o gerador e depois a luz do retroprojetor e surgiu no quadro iluminado:
“Guerra
é Paz; Liberdade é Escravidão; Ignorância é Força”
Ficou de pé os nove alunos formados em círculo sentados
no solo totalmente nus, que não se banhavam, fazia quinze dias, nem tinham
qualquer acesso no denominado "pregado ao horror",
"A guerra é feita pelos grupos dominantes contra
seus próprios cidadãos, e seu objetivo não é conquistar territórios ou impedir
que outros o façam, mas manter intacta a estrutura da elite". Nós somos rebelião!
"Quem controla o passado, controla o futuro; quem
controla o presente, controla o passado." Nós somos rebelião!
Apertou o passo, a luz parecia mais distante, divagava
sobre coisas que mais tarde foi ler nos livros na universidade, quando deixou a
fase da crisálida e não teve mais ingenuidade juvenil, inocência ...
"Império" de Hardt e Negri, ou "A Grande Transformação ”, de
Karl Polaniy, e os trechos de Eric Arthur Blair acima.
O que ele vira nas selvas e manguezais, agora o estava vendo
nas ruas do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e outros locais...
O passado quando os pobres que faziam festa e imitavam os
nobres, ricos e brancos e superavam todas as suas dores, fazendo com que a dor
individual transformasse em felicidade coletiva está sepultado, mas o povo
alienado não apenas está triste, mas também com ódio, ódio ante à rebelião do
"Viva la Muerte". A realidade dos políticos que roubaram o dinheiro
público para aumentar seu patrimônio, também estava condenada à morte. Agora, a
única e inexorável maneira era servir a uma milícia, seu gigantismo começou
quando os barões do jogo da piscina privada (jogo do bicho) que não pode ser um
crime por ter grande poder, empregava mais de 1 milhão de pessoas em 1980 no
Rio de Janeiro, o que passou a ser uma “contravenção” legal. Uma juiza cretina
interessada em fazer carreira política, sem saber que o A.I.5 e a Constituição
Nacional (1967) são coisas idênticas e antagônicas à piscina privada (jogo do
bicho), onde sim, vale o que está escrito. Ao colocar todos os velhos hierarcas
da piscina na prisão, deixou os filhos, parentes e também oficiais da gananciosa
PM do RJ como seus substitutos com assessoramento de economistas e
administradores de empresas, com uma visão de investimentos "off shore".
O crime organizado nasce da promiscuidade do prisioneiro
político branco, jovem com família e sociedade induzido interna e externamente,
colocado pelos militares golpista a conviver e sobreviver com o
"bandido" sem família, estado ou sociedade. A convivência é útil para
ambos, mas será o tiro no pé dos militares no futuro. O vazio na estrutura da
piscina abre espaço para os oficiais corruptos da PM do RJ ideologicamente
corrompidos para a luta contra a rebelião (subversão), é o melhor que há para o
narcotráfico que foi coibido pelos velhos, agora será estimulado "manu
militare" por uma razão capital, maior lucratividade. As crises econômicas
e desemprego ampliam a necessidade e isso estabelece as milícias. Os Zetas no
México se tornarão um poder paralelo aos militares, como em outros países.
Entre nós, os coronéis aposentados criaram as transportadoras de valores com
tropas treinadas por oficiais do exército. Quando desempregados esses agentes
de segurança passaram a formar os primeiros corpos de milicianos na disputa de
jogos eletrônicos...
Em pouco tempo, as demandas das milícias exigirão apoio
político, mas além da extorsão de políticos, traficantes e sindicatos do crime,
para consolidar e ampliar seu território e nação por uma razão de poder. Em
muitos países, o crime organizado surge à sombra da incompetência ou corrupção
do Estado, e na América Latina no geral, mas no Brasil em particular, é
possível dizer que ele é mais organizado do que o Estado, que o explora.
Ele chega aos conselhos legislativos municipais, assembleias estaduais e agora está presente no Congresso Nacional.
Isso
é o que está se passando em Manaus, São Paulo, Santos, Rio de Janeiro,
A milícia é mais do que um ministério, ou apoiadora de
governantes, ela é hoje desde a base ao primeiro presidente uma corporação, organismo
vivo, invisível, ágil e versátil para a execução de políticas públicas expedida,
mais fiéis do que qualquer bancada, bloco ou igreja.
Seu próximo passo é não perder competitividade nos
investimentos, devido às altas taxas de lavagem de dinheiro em frente aos
bancos internacionais e "mordidas" de políticos e tecnocratas (civis
e militares). Então, muito em breve, ela será uma potência financeira
internacional com seu Banco.
Então, tudo o que lhes é dito, deixa de ser real ou
verdadeiro, torna-se fantasia como o Carnaval. Lisarb, não escondeu a lágrima
fortuita, a luz parecia tão distante que perversa, começou a cantar a marcha carnavalesca
de 1963 “Máscara Negra”, de Zé Keti: “Tanta riso, oh, quanta alegria, mais de
220 milhões de palhaços no salão, Arlequin está chorando o amor da Colombina no
meio do salão..." Continuou no escuro, sem medo, sabia que o Big Brother is watching
you, mas já o havia derrotado inúmeras vezes. Agora era mais fácil. Eram
milícias de Brasília contra milícias dos governadores e através do narcotráfico
e bandidos pobres com previdência organizada, onde vale o que está escrito.
Somos
Rebelião Espiritual!
De
pé, ó vítima da fome De pé, faminto da terra Da ideia a lama já consome Unidos
faremos nesta luta final Uma terra sem ódio, cheia de amor fraternal.
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