05 de janeiro
Sebastião Pinheiro
OLÁ MÉXICO, A PROFESSORA
ANNE MARIE von PRIMAVESI ENCANTOU-SE, AGORA É PURA LUZ PARA A HUMANIDADE.
Recebi
a notícia da passagem da grande professora Primavesi. No coração se
materializam momentos, que não são tristes, ao contrário, são de sorrisos, pois
é isso que ela sempre ensinou e foi educada.
Uma
vez no Hortão de Cachoeira de Itapemirim com Nasser depois de ver
árvores de seis ano que produziam dez caixas (48 kg cada): Ela disse, “isso é
quase demasiado” e ela mesma começou a rir, pois ficou pasmada com nosso
silêncio de estupefação, respeito e veneração.
Foi
a professora mais doce e carinhosa que conheci, tinha tanta habilidade e
conhecimento que calava os agentes políticos e militantes mais radicais, com
exemplos simples: Em uma conferência disse: “Disse a meu filho, que meu neto
está desmineralizado, pois estava calado, triste. Dei-lhe seiva de jatobá (Hymanaea
courbaril), guapinol e ele estava mineralizado na primeira garrafada”.
Desejo,
mas não consigo continuar para finalizar é necessário dizer que o livro
Biocenose do Solo, queimado, pela ditadura corrupta e resgatado pela cidadania
é hoje e continuará em adiante por séculos como o texto sagrado para o manejo
de solos tropicais, pois é muito mais que um livro técnico, é um catecismo de
amor ao solo, a Natureza e a Vida. Hoje é um dia de muita luz irradiando a
todos os camponeses e camponesas no mundo.
Alguém
disse: “Nosso maior esforço deve ser em desenvolver seres humanos livres que
sejam capazes de transmitir propósito e direções em suas vidas.
A
necessidade de imaginação, o sentido da verdade e o legado de responsabilidade,
as três forças são juntas o nervo da educação.”
Ela
o fez plenamente.
Da sua página nas redes sociais: Facebook
Um jatobá que tomba, centenário
Nossa querida Ana Maria
Primavesi faleceu hoje, aos 99 anos de idade. Quase um século de vida,
cerca de 80 anos dedicados à ciência no e do campo. Descansa uma mente
notável, uma mulher de força incomum e um ser humano raro.
Afastada de suas atividades desde que passou a morar em São Paulo com a filha Carin, Ana recolheu-se.
Quase centenária, era uma alma jovem num corpo envelhecido que, mesmo se tivesse uma vitalidade para mais 200 anos, não acompanharia uma mente como a dela.
Annemarie Baronesa Conrad, seu nome de solteira, desde pequena apaixonou-se pela natureza, inspirada pelo pai. Naturalmente entrou para a faculdade de agronomia, mesmo Hitler tentando fazer com que as “cabeças pensantes” desistissem de estudar. Ela não só era uma das raras mulheres na faculdade como também aquela que destacou-se por seu talento natural em compreender o invisível: a vida microscópica contida nos solos.
Nestes 99 anos de vida, enfrentou todas as perdas que uma pessoa pode sofrer: irmãos, primos e tios na Segunda Guerra. Posteriormente, pai, mãe, marido. E seu caçula Arturzinho, a maior das chagas, que é perder um filho. Sua morte hoje, causada por problemas relacionados ao coração, encerra uma vida de lutas em vários âmbitos, o principal deles na defesa de uma agricultura ecológica, ou Agroecologia, termo que surge a partir de seus estudos e ensinamentos. Não parece ser à toa que esse coração, que aguentou tantas emoções (boas e ruins) agora precise descansar.
Nosso jatobá sagrado, cuja seiva alimentou saberes e por sob a copa nos abrigamos no acolhimento de compreendermos de onde viemos e para onde vamos, tomba, quase centenário. Ele abre uma clareira imensa que proporcionará ao sol debruçar-se sobre uma nova etapa, a da perpetuação da vida. E dos saberes que ela disseminou.
Antes de tombar, nosso jatobá sagrado lançou tantas sementes, mas tantas, que agora o mundo está repleto de mudas vigorosas, prontas a enfrentar as barreiras que a impediriam de crescer. Essas mudas somos todos nós, cada um que a amou em vida, cada um a seu modo.
Nossa gratidão pelo legado único que nos deixa essa árvore frondosa, cuja luta pelo amor à natureza prevaleceu. A luta passa a ser nossa daqui em diante, uma luta pela vida do solo, por uma agricultura respeitosa, por uma educação que se volte mais ao campo e suas múltiplas relações.
Ana Primavesi permanecerá perpetuamente em nossas vidas.
Como diz nosso querido amigo Fabio Santos, parafraseando Che Guevara:
Virgínia M. Knabben
O velório e o enterro ocorrerão no cemitério de Congonhas. Velório a partir das 10:00. Enterro às 16:30. Rua Ministro Álvaro de Sousa Lima, 101 – Jardim Marajoara São Paulo capital.
Depois veio a faculdade e o encontro foi com o livro Manejo Ecológico do Solo e Adubação Verde, em 2003. Depois soube de alunos que o professor de Fertilidade do Solo ('um Mané mesmo...) fez uma observação em sala de aula com 90 futuros agrônomos em sala de aula: sequelas da ditadura, a afirmação do professor foi clara, "este livro dever ser queimado e retirado das bibliotecas" (lembrar que o livro Biocenose do Solo e Produção Vegetal foi realmente queimado pela ditadura maldita arquitetada pelos yankee...).
Enfim, o abayomi em 2008. Iaras SP/MST (fotos)
Ilumina a humanidade feixe de luz e ofusque todo autoritarismo demente e vil, corrupto e assassino...
RECORDANDO A ANA PRIMAVESI:
"Maestra faz parte da verdade da naturaleza, a qual é sagrada e bela".
Le debemos a nuestros antepasados, los microorganismos una gran parte de lo que somos cerebralmente. A Ana le debemos todo el esfuerzo sobrehumano que realizo para aproximarnos cada vez mas al entendimiento del milagro de la vida en el suelo.
No hay motivo de tristeza, ni lamentos, lo que continua es mucho compromiso por asumir y mantener vivo en la practica, todo el legado y ejemplo de entrega por defender lo justo para el bienestar de una sociedad fraterna: UN SUELO VIVO.
En Quito, Ecuador, después de una dura jornada con tecnocratas del agro, en la finca de Pacho Gangotena, en la madrugada saliendo del hotel hacia el aeropuerto, la maestra me comento:
(Quito, 16 de septiembre de 2010).
Vovó é um Croma de um solo fértil
A profundeza de seu olhar sobre a vida no solo é registrada em um cromatograma de hunge/kolisko/pfeiffer sem revelá-los... Para confirmar, confiar, defender, e assegurar a arte da agriCultura, sua evolução, e seus valores camponeses, é preciso aprofundar-se nos olhos da Ana, desde então, seu legado escrito, vivido, e escrevivências deixadas para toda a Humanidade; Ana é um Croma de um solo perfeito. Um feixe de luz.
Descreve aquilo que uma análise de cromatografia pode confirmar, sem ter feito a análise. Um croma é o terceiro olho. O olhar do Criador. Olhos de Deus. Olhar de Ana. A conexão daquela/le camponesa/camponês com o alcance da espiritualidade e Ser sujeito, peça principal da Noosfera pulsante e eterna da Terra. A Natureza está por trás e em tudo que cria, evolui ou não no Ser. Criação da matéria e inflexão em si mesmo.
Ela descreve uma adubação com sulfato de molibdênio. 'Trofobióticamente' um biofertilizante fermentado quelatizando o sulfato de molibdênio (harmonizando o impacto do sulfato com energia externa ao solo, antes dele auxiliar a energia já estabelecida com possível equilíbrio no solo..) biofertilizantes também se aplica no solo.. este é o grande salto do Biopoder Camponês. Via foliar entramos no microcirúrgico da coisa, uma síntese rumo ao interior e aos diálogos, dialética agroecológica que é uma delicia em roda...Oliver abç
“Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a Primavesi inteira.”
Virgínia M. Knabben
O velório e o enterro ocorrerão no cemitério de Congonhas. Velório a partir das 10:00. Enterro às 16:30. Rua Ministro Álvaro de Sousa Lima, 101 – Jardim Marajoara São Paulo capital.
Esse foi o terceiro encontro com a Ana, o melhor. O primeiro foi nos
anos 90 ao ler um artigo sobre as Raízes e o Solo em uma revista
Almanaque do Globo Rural (dos anos 80/90) da coleção e pequena
biblioteca de meu pai. De Globo Rural tinha uma pilha, além de Pasquim,
Coleção Planeta, Caros Amigos...
Depois veio a faculdade e o encontro foi com o livro Manejo Ecológico do Solo e Adubação Verde, em 2003. Depois soube de alunos que o professor de Fertilidade do Solo ('um Mané mesmo...) fez uma observação em sala de aula com 90 futuros agrônomos em sala de aula: sequelas da ditadura, a afirmação do professor foi clara, "este livro dever ser queimado e retirado das bibliotecas" (lembrar que o livro Biocenose do Solo e Produção Vegetal foi realmente queimado pela ditadura maldita arquitetada pelos yankee...).
Enfim, o abayomi em 2008. Iaras SP/MST (fotos)
Ilumina a humanidade feixe de luz e ofusque todo autoritarismo demente e vil, corrupto e assassino...
Jairo Restrepo Rivera - La Merda de Vaca
RECORDANDO A ANA PRIMAVESI:
"Maestra faz parte da verdade da naturaleza, a qual é sagrada e bela".
Le debemos a nuestros antepasados, los microorganismos una gran parte de lo que somos cerebralmente. A Ana le debemos todo el esfuerzo sobrehumano que realizo para aproximarnos cada vez mas al entendimiento del milagro de la vida en el suelo.
No hay motivo de tristeza, ni lamentos, lo que continua es mucho compromiso por asumir y mantener vivo en la practica, todo el legado y ejemplo de entrega por defender lo justo para el bienestar de una sociedad fraterna: UN SUELO VIVO.
En Quito, Ecuador, después de una dura jornada con tecnocratas del agro, en la finca de Pacho Gangotena, en la madrugada saliendo del hotel hacia el aeropuerto, la maestra me comento:
"Jairo, cuanto mas profunda
es la contemplación de las cosas naturales, mas bellas son las que
vemos. No hay motivos para estar prendida esa televisión a toda hora en
ese hotel, es un irrespeto"
(Quito, 16 de septiembre de 2010).
***
Ana Maria Primavesi virou semente. Em solo vivo Por Tânia Rabello
"Ainda uma repórter foca, visitei Ana Primavesi no início dos anos 90, em
seu sítio em Itaí (SP), pela extinta revista Guia Rural, da Abril. Doce
lembrança de um dia agroecológico. Foto do Kim-Ir-Sen, de 11/4/1991."
"A
agricultura convencional é a arte de explorar solos mortos. (…) as
pessoas que comem agora estas colheitas, comem plantas doentes e também
se tornam doentes. Uma planta deficiente somente pode gerar um homem
deficiente e deficiência sempre significa doença. Por isso precisa-se a
cada ano mais leitos hospitalares. Doenças antes nunca vistas aparecem,
especialmente de vírus, como também nas
plantas as pragas e doenças aumentam ano por ano. Em 1970 existiam no
Brasil 193 pragas. Atualmente ultrapassa 650. De onde vieram? Bactérias,
fungos, vírus e insetos que antes eram pacíficos e até benéficos agora
se tornam parasitas. Por que? Porque as plantas são doentes nos solos
doentes. E o solo é doente quando perde sua vida, sua porosidade, seu
equilíbrio em nutrientes”.
"Finalmente he llegado el día
donde la Legenda Viva pasó a ser una Legenda Inmortal. Lo que sí es
triste para los que la conoccieron, pero alegra la humanidad, pues ahora
ella pertencence a todos. Buen camino" - Sebastião Pinheiro
Oliver Blanco - @extensionista
Vovó é um Croma de um solo fértil
A profundeza de seu olhar sobre a vida no solo é registrada em um cromatograma de hunge/kolisko/pfeiffer sem revelá-los... Para confirmar, confiar, defender, e assegurar a arte da agriCultura, sua evolução, e seus valores camponeses, é preciso aprofundar-se nos olhos da Ana, desde então, seu legado escrito, vivido, e escrevivências deixadas para toda a Humanidade; Ana é um Croma de um solo perfeito. Um feixe de luz.
Descreve aquilo que uma análise de cromatografia pode confirmar, sem ter feito a análise. Um croma é o terceiro olho. O olhar do Criador. Olhos de Deus. Olhar de Ana. A conexão daquela/le camponesa/camponês com o alcance da espiritualidade e Ser sujeito, peça principal da Noosfera pulsante e eterna da Terra. A Natureza está por trás e em tudo que cria, evolui ou não no Ser. Criação da matéria e inflexão em si mesmo.
Ela descreve uma adubação com sulfato de molibdênio. 'Trofobióticamente' um biofertilizante fermentado quelatizando o sulfato de molibdênio (harmonizando o impacto do sulfato com energia externa ao solo, antes dele auxiliar a energia já estabelecida com possível equilíbrio no solo..) biofertilizantes também se aplica no solo.. este é o grande salto do Biopoder Camponês. Via foliar entramos no microcirúrgico da coisa, uma síntese rumo ao interior e aos diálogos, dialética agroecológica que é uma delicia em roda...Oliver abç
- Entrevista: Ana Maria Primavesi (@extensionista)
"Sem dúvida foi uma grande honra para o professor Sebastião Pinheiro receber o convite da professora Ana Primavesi
para escrever o prefácio de atualização de seu livro, Manejo Ecológico
de Pastagens em regiões Tropicais e Subtropicais recém laçado pela editora Expressão Popular. (acesso aqui).
Li o livro quando me encontrava como Técnico de Desenvolvimento Agrário
II (INCRA/FEPAF/MST), Assentamento Pirituba II (Itaberá/Itapeva -
2007/2009) e coordenei a parte técnica da pecuária familiar ecológica
aplicando na prática o livro da Ana. Um laticínio em mãos dos camponeses
voltou a funcionar...
Adquiram o livro, leia. É fonte de água limpa e cristalina; é vida; paixão pelo solo e pelos seus semelhantes. Um lindo reconhecimento entre maestros nos enchendo de esperança para seguirmos firmes na luta. O.Blanco"
Adquiram o livro, leia. É fonte de água limpa e cristalina; é vida; paixão pelo solo e pelos seus semelhantes. Um lindo reconhecimento entre maestros nos enchendo de esperança para seguirmos firmes na luta. O.Blanco"
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