"As contradições foram contidas, na medida do possível, pelo topo, e quando finalmente elas se desataram prevaleceu a tendência a favorecer o poder que cresceu e se transformou nesse ínterim, convertido naturalmente em árbitro político final." Florestan Fernandes - Da Guerrilha ao Socialismo
24 DE ABRIL
POR SEBASTIÃO PINHEIRO
Os brasileiros estão divididos entre decepcionados e
regozijados com a renúncia do Ministro da Justiça. Eu, no México, nem falava
nada, enquanto no Pampa argentino, "che me ne frega",
porque me preocupo com coisas mais sérias: - O governador do Estado de Nova
York prestou homenagem ao Brasil ao acusar o governo Bolsonaro por suas ações
patafísicas na pandemia. Por razões óbvias, podemos entender que Cuomo cita
Bolsonaro, como uma maneira de atingir seu mentor Trump. O bilionário e o
militar têm algo em comum diametralmente antagônico com o político Cuomo (e com
todos os políticos) em relação à vida e seus valores.
O comportamento tosco do mandatário ianque tem em seu "coroinha
brasileiro" uma "cover histriônica".
Em viagem à Índia, a referência a Mahatma Gandhi
mereceu a resposta: - "Ele é pacifista, eu sou oficial militar".
Esta resposta, se não for esdrúxula, é estúpida. Isso tem a ver com o atual
desespero do mundo?
Os números de mortos na pandemia para o artista da TV e o
milionário não tem significado real e concreto como teria para o político, que
deve prestar contas à sociedade para continuar sua carreira, que é uma meta; o
mesmo acontece com o militar que também persegue a promoção fundamentada no
cumprimento de metas, mas quando é truncada a ascensão, e é político
permanecido no cargo máximo, no caso já alcançado. Logo, o desejo será pelo
título de ditador, o que justifica mais além que as próximas eleições, poder total
e eterno.
Há um aspecto importante: no Ministério da Saúde, o
médico político foi substituído por um economista que em sua apresentação, disse
que já foi médico. Obviamente, o primeiro pensamento sobre ascensão nas
próximas eleições e o segundo sobre as vantagens de seu cargo diante da
pandemia. É assim que, o “respirador” para os casos graves para uns é um
instrumento para salvar votos, enquanto que para o outro é um investimento
desnecessário não justificado pela insignificância dos mortos e comórbidos.
Parece um dilema tratado como uma contradição,
levando-nos a algo que aqueles que recebem uma educação desprivilegiada com ou
sem um berço (de ouro) discernem através de um livro que foi escrito, ou melhor,
recompilado em uma pandemia e enriquecido na Alemanha em 1300 e 1400, que
chegou a Inglaterra e foi transformado em The Tragical History of
the Life and Death of Doctor Faustus (A História Trágica da Vida e Morte do Doutor Faustus), comumente conhecida simplesmente como doutor Faustus,
é uma tragédia isabelina de Christopher Marlowe, baseada em
histórias alemãs sobre o personagem do título Faust. Foi escrito em algum
momento entre 1589 e 1592, e poderia ter sido feito entre 1592 e a morte de
Marlowe em 1593. Dois anos depois, duas versões diferentes da obra foram
publicadas na era jacobina.
O poderoso efeito das primeiras produções da obra está
indicada pelas lendas que se acumularam rapidamente ao seu redor: que os
demônios reais uma vez apareceram no palco durante uma atuação, "para a grande surpresa tanto dos atores como dos
espectadores", algo que foi dito teria deixado alguns espectadores loucos.
De volta à Alemanha, por Johann Wolfgang von Goethe,
as primeiras formas da obra, conhecidas como Urfaust, se desenvolveram entre
1772 e 1775; no entanto, os detalhes desse desenvolvimento não estão totalmente
claros. Urfaust tem vinte e duas cenas, uma em prosa, duas em prosa e as
restantes 1.441 linhas em verso rimado. O manuscrito foi perdido, mas uma cópia
foi descoberta em 1886.
A primeira aparição da obra impressa foi Faust, um Fragmento,
publicado em 1790. Goethe completou uma versão preliminar do que hoje é
conhecido como Parte Um em 1806. Sua publicação em 1808 foi seguida pela edição
revisada de 1829, a última a ser editada pelo próprio Goethe.
Goethe terminou de escrever Faust, segunda parte, em 1831.
Foi publicado postumamente no ano seguinte. Ao contrário de Fausto, primeira parte,
o foco aqui já não está na alma de Fausto, que tem sido vendida ao diabo, mas
sim em fenômenos sociais como a psicologia, a história e a política, além de
temas místicos e filosóficos. A segunda parte formou a ocupação principal dos
últimos anos de Goethe.
Há muito o que aprender com os livros antigos. O herói
militar Filinto Müller da ditadura usou um texto do Dr. Fausto de
Goethe para justificar seus ultrajes. Foi contestada por um patriota que saiu da
antiga escola pública e esclareceu que o senador usava o discurso de
Mefistófeles. Na verdade, ele era tão temido quanto, no país do ódio, tortura e
morte, que merecia um livro “Faltou alguém em Nuremberg”, de David
Nasser.
Como na escola (educação), igual à saúde e segurança,
destruída dia a dia, é necessário somente a educação não privilegiada,
pois aquela outra cria e determina territórios e sociedade de idiotas e genocidas.
***
23 de abril
"Governo usa só crianças brancas em foto de divulgação de novo programa"
"O
pessoal reclama, mas o que deveriam esperar, quando no primeiro ato de
campanha: - "Escolhido candidato a vice na chapa do deputado Jair
Bolsonaro (PSL), o general Mourão (PRTB) declarou nesta segunda-feira (6) de
agosto de 2018 que o “caldinho cultural” do Brasil inclui a “indolência” dos
povos indígenas e a “malandragem” dos negros africanos. De cunho racista, a
declaração (escute no áudio abaixo) foi feita por Mourão, militar da reserva,
em um evento na Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul (Serra Gaúcha)
– no que foi seu primeiro evento público já como candidato, informa o site da
revista Veja, que divulgou a fala em primeira mão.
Seria
possível esperar outro tipo de publicidade governamental? Por que não realçam,
aqui, como nos EUA, a etnia dos mortos na pandemia e a idade das vítimas... Por
outro lado o presidente dos EUA Donald Trump, igualmente, disse que desejava
migrantes noruegueses, mas sequer mereceu resposta, mas o Chanceler Nacional
fez um documento sob encomenda para agredir o principal parceiro comercial com
quem temos um superavit de 50%... Tomara o império não desvie a frota
estacionada no Caribe."
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