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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

sábado, 4 de abril de 2020

Terrorismo psicossocial



02 de abril
por Sebastião Pinheiro

Usando um pretenso paralelismo com o livro do Nobel colombiano, vivemos "O ódio em tempos de cólera", em nossa pandemia entre patetas (chiflados) e burocratas modernos, aproveitando para exercícios nostálgicos. Há 20 anos, ao ouvir "La llorona" em Vera Cruz cantada e duas marimbas, cai em lágrimas...

Ontem recebi na língua Zoque das Selvas quentes de Oaxaca, onde dançam as nervosas nauyacas (Bothrops atrox). Por economia, não tenho TV a cabo e sou obrigado a assistir as notícias nos quatro canais de TV abertas, o que me força a ver um programa de agitação policial, dizer repressão é pleonasmo. Os três canais são religiosos do "Para de Sofrer". Mais uma vez vi algo incomum no mesmo programa do início da semana e minha imaginação voou imediatamente para 22 anos atrás em Paraguarí e Rincón-í, com lembranças mais profundas que o lago de Ypacaraí…

No amado Paraguai conheci um jesuíta espanhol, agora não é pleonasmo, chamado Francisco de Paula Oliva, que possui o título de Pai'i, algo como professor, mestre por sua sabedoria. Estávamos no desastre causado pelo Delta Pine (Monsanto-Bayer) com sementes de algodão sem poder germinativo, importadas pela corrupção dos EE.UU. e tratadas com 6 inseticidas fosforados e uma bactéria geneticamente modificada. Na verdade não era muita semente-lixo, o que economizaria muito dinheiro por não ser descartada legalmente naquele país, o equivalente a US$ 2.500 a tonelada. Ao mesmo tempo que poderia render muito lucro nas terras guaranis, mas não tinha poder germinativo e as 660 toneladas foram jogadas em uma cidade próxima a uma escola, intoxicando, contaminando e matando seres humanos e Vida.

Pai'i tinha um programa de rádio ao lado de sua igreja e fomos entrevistados várias vezes por ele. Recebi um alerta importante fora dos microfones. Na ditadura paraguaia, há muitíssimos jornalistas que foram subsidiados por militares com uma “mesada” regular. Os contrários sabem os riscos que correm. - Cuidado, porque é perigoso dizer certas coisas aos jornalistas errados que querem promoção pecuniária ... Ri, pois disse a ele: em Cali Colômbia, eles me alertaram que todos os taxistas procuram falar com estrangeiros, mas não é para a polícia, era para o narcotráfico de drogas saber quem é quem...

Hoje, na TV, lembrei-me de Pai`i Oliva: o jornalista Datena chama no ar o isolado e invisível presidente Bolsonaro, para uma entrevista entre as perseguições policiais, mortes, tiros e ambulâncias em tempos de pandemia.
 
De manhã, o presidente usou as redes (Twitter) para ser visto novamente no espelho da sociedade nacional, com um vídeo mentiroso feito por um correligionário buscando a corrida por comida na quarta cidade do país (Belo Horizonte) no que é qualificado como terrorismo psicossocial. Em questão de minutos, a imprensa descobriu que era uma mentira hedionda (Deep Fake News), pior que a peste negra de Yersinia na Europa. O infeliz Bolsonaro estava precisando trocar as fraldas para a infância matinal. O jornalista como um jogador de vôlei perguntou sobre o vídeo mentiroso, para que ele se limpasse junto a sociedade, principalmente entre os mais humildes, depois do panelaço da noite anterior.

Eu ria, comi uma fatia de pastel, presente pelo santo, escutei a chorona em Zoque, ela tinha uma harpa. Harpa é Paraguai, lembrei do Pai'i Oliva, as ditaduras sempre usam as mesmas armadilhas, ainda mais em chocalhos de morte (estertores).

Ninguém fala sobre algo fantástico que a TV não mostra, porque para que as pessoas vejam é necessário que um jornalista honesto decodifique: - Hoje no Brasil, e no mundo a pandemia colocou os políticos reféns da ditadura e dos economistas (Chicago Boys) do monetarismo gringo, subordinado ao medo e risco do coronavírus tecnocrático.

Essa é a discussão oportuna. Esse é o problema, não a nova ordem, o novo paradigma e outros onanismos do cérebro em tempos de isolamento e ódio. Saúde, Educação e Segurança quando subordinados geram corrupção e epidemias, até pandemias.

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https://www.ft.com/content/19d90308-6858-11ea-a3c9-1fe6fedcca75 

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