25 de abril
Por Sebastião Pinheiro
“A questão central mundial são as desigualdades, que
criam uma situação de epidemia. Nossa elite periférica controla isso com bons
distratores econômicos, sociais e religiosos. Com soluções para as
desigualdades, os outros problemas são secundários e terciários.”
No Brasil, existe um termo importante
"garimpeiro" e significa um tipo de trabalhador. Aquele que procura
riqueza mineral na natureza (no México é o Gambusino), etimologicamente o termo
se origina de "grimpeiro", que é depreciativo, é aquele colonizador
que escalou as grimpas e lugares difíceis para fugir dos fiscais da coroa
portuguesa que quitava 1/5 do ouro ou diamante como tarifa. De onde surgiu a
expressão: Quintos dos infernos!
No decreto brasileiro de mineração em seu artigo 70 (O
trabalho individual de quem utiliza instrumentos rudimentares, dispositivos
manuais ou máquinas simples e portáteis, na extração de pedras preciosas,
semipreciosas e minerais metálicos ou não metálicos, valiosos, em depósitos
aluviais ou aluvião, em cursos de água ou nas margens reservadas, bem como em
depósitos secundários ou de planalto (grupiaras), encostas e morros altos, depósitos
genericamente chamados garimpos).
Ao me ensinarem no México o termo "gambusino",
passei a usá-lo em substituição ao "pen drive", já que a informação
digital era "meu" ouro ou diamante.
O ouro é formado pela colisão de duas estrelas de Nêutrons
e se dispersa pelo universo. O diamante é a transformação do Carbono na
fornalha dos vulcões, especialmente os strombolis por sua coroa de pedra.
Os de sincretismo social brasileiro dizem que estamos sob
a gerência de Xangô o Orixá, coroado de Justiça e Igualdade. Então, temos que
ver que, quando os místicos alertam para dezenas de vulcões despertarem no
planeta no mesmo dia, quando um vírus aponta todos os erros do modo de vida e
as desigualdades consolidadas, vimos o Ministro da Justiça, ex-juiz, que
condenou um dos candidatos presidenciais de forma casuística e rápida,
alterando as eleições, mancomunadas com o impeachment da presidenta. Ontem, ele
se demitiu com denúncias inusitadas devido à gravidade, impensável para
cidadãos de outros países, mas no Brasil, o próximo escândalo o faz esquecer
mais cedo por causa de sua menor insignificância. Ninguém cobrará ou responsabilizará
o que foi feito, como pois a elite assim determina.
O triste e deplorável foi a resposta apresentada na TV
pelo presidente Bolsonaro, eleito sob aquelas circunstâncias provocadas em
grande parte pela corrida garimpeira-gambusina do juiz Moro, mentor-curador eleitoral
diante a massa fascinada, fanática ou iludida. Vimos uma prova idiota ou o
espelho da ditadura que busca justificar-se como uma classe contra a ameaça
comunista devido à desigualdade que o vírus explícita ou desnuda.
Não é o final normal dos dramas das telenovelas mexicanas
ou o surreal dos similares brasileiros. De todos as idiotices, uma me deu medo, a
declaração do Senhor presidente: "- Em 1973, fui recrutado na Escola
Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas, São Paulo". Mas o
documento diz que ele era um "aluno" e não um recruta, mas o cadete necessita
cursar três anos para concluir o Segundo Grau e ter acesso direto à Academia
Militar (foto acima).
Vamos deixar de ser um gambusino do dinheiro, ideologicamente
responsável doutrinário pela pandemia.
Enquanto contamos e enterramos os mortos nas trincheiras
coletivas, iguais a Nova York, Milão, Paris, Madri e todas as outras
localidades, percebemos que o problema não é o vírus da natureza, mas sim o modelo
único de sociedade, onde tudo é alcançado sozinho e unicamente através do
dinheiro.
As forças do Griot de Xangó nos ajudarão a restaurar os valores
éticos e morais, muito além dos lemas e moedas do início do modernismo, hoje em
dia ultrapassados e obsoletos, principalmente quando usados por
gambusinos-garimpeiros.
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