"

"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Horácio Martins de Carvalho


CURRICULUM VITAE SUMÁRIO

Arquivos reunidos.

1- A ESPECIFICIDADE CAMPONESA COMO NEGAÇÃO DA LÓGICA CAPITALISTA (PDF aqui)

2- DE PRODUTOR RURAL FAMILIAR A CAMPONÊS. A CATARSE NECESSÁRIA. (PDF aqui)

3- DESAFIOS PARA O AGROECOLOGISTA COMO PORTADOR DE UMA NOVA MATRIZ TECNOLÓGICA PARA O CAMPESINATO (PDF aqui)

4- NA SOMBRA DA IMAGINAÇÃO(1) Reflexão a favor dos camponeses (PDF aqui)

5- NA SOMBRA DA IMAGINAÇÃO (2) A recamponesação no Brasil (PDF aqui)

6-  NA SOMBRA DA IMAGINAÇÃO (3) O camponês e a superação de um ‘destino medíocre (PDF aqui)

7- O CAMPONÊS, GUARDIÃO DA AGROBIODIVERSIDADE (PDF aqui) 

8- Política Compensatória de Assentamentos Rurais como Negação da Reforma Agrária (PDF aqui)

9- SOBERANIA ALIMENTAR: UMA NECESSIDADE DOS POVOS  (PDF aqui)

10- Compra de terras brasileiras por estrangeiros é limitada (Entrevista aqui)

11- Textos reunidos: América Latina em Movimento (Textos aqui

12- Textos reunidos: Alianza Biodiversidad (Textos aqui)

13- Livros na Estante Virtual, sebo (aqui)

 

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Curso de Extensão Universitária: Território Caipira: Agroecologia, Agrofloresta e Saúde no Solo

Convite a tod@s!


Vagas: 30 (trinta) vagas, sendo 10 (dez) vagas gratuitas* destinadas a alunos de graduação do Ibilce/Unesp.

*A gratuidade das vagas não dispensa o pagamento da taxa regulamentar da UNESP vigente à época das inscrições.

Carga horária: 126 horas/aula.

Conteúdo:

Fechar escolas é Crime 
Fonte: APEC (2015)
1. Educação do Campo e Cultura Ambiental (Equipe Fábio Villela. Aula Teórica na Fazenda São José / Orgânicos da Barra – Neves Paulista – SP. Data: 03/08/2019).

1.1. Educação do campo.
1.2. Cultura ambiental e desenvolvimento sustentável.
1.3. Território caipira: construção social e identidade cultural do noroeste paulista.
1.4. Elevação de escolaridade associada à qualificação social e profissional.
1.5. Possibilidades de inclusão produtiva do território caipira.
1.6. Território caipira: uma civilização do milho.
 
Seres ultrassociais, 130 milhões de ano manejando agroflorestas..
2. Educação do Campo e Saúde no Solo I. (Equipe Oliver Naves Blanco. Aula Teórico/Prática na Fazenda São José / Orgânicos da Barra – Neves Paulista – SP. Datas: 20 e 21/07/2019).

2.1. Educação do campo e cultura ambiental no território caipira.
2.2. Território, reforma agrária e modelo de agricultura. O biopoder camponês.
2.3. Os impactos da “agricultura industrial - e Agronegócio.
2.4. Experiências agroecológicas 7.0: produção de compostos orgânicos fermentados, tipo Bocashi.
2.5. Microbiologia dos solos: regeneração natural; captura e multiplicação – silo de microrganismos.
2.6. Cromatografia de Pfeiffer – história e prática completa (os participantes do curso, se agricultores, deverão trazer 2 amostras de solo de 250 g da pior e melhor área da propriedade).
 
Skogsfinnar (finlandeses da floresta) praticando a queimada. Quadro de Eero Järnefelt
3. Educação do Campo e Saúde no Solo II. (Equipe Oliver Naves Blanco. Aula Teórico/Prática na Fazenda São José / Orgânicos da Barra – Neves Paulista – SP. Datas: 17 e 18/08/2019).

3.1. Saúde no solo: as ferramentas do bombeiro agroecológico voluntário – comunicação prática.
3.2. Água de vidro (Trofobiose – “Eliciadores”); Produção de fósforo.
3.3. Uso na agricultura dos produtos Ecotech: peletização de sementes; biofertilizantes especiais (super magro e quitosano); Produção e usos do carvão vegetal: Biochar.
3.4. Fosfitos e sua produção natural; sabão de fosfito e farinhas de rochas.
3.5. Bioteste: educando para restauração da microbiologia e saúde do solo e da água.
3.6. Captura de micorrizas e sua importância.
3.7. Solubilizações de frações húmicas – carbono no solo.
3.8. Biotecnologia tropical “Terra Preta Indígena”: técnica indígena para iniciar uma agrofloresta.
3.9. Implantação do campo metagenômica camponês.
3.10. Minerais do solo, origem e formação. Caldas minerais: sílico-sulfocálcica, bordalesa, viçosa e outras.
 
Agrofloresta técnica Ernst Gotsch, Drone Kassius Melo
4. Educação do Campo e Agrofloresta. (Equipe Flávio Costa. Aula Teórico/Prática na Fazenda Santa Isabel, em Potirendaba/SP. Datas: 27 e 28/07/2019).

4.1. A importância da regularização ambiental em propriedades rurais.
4.2. Planejamento socioeconômico e ambiental da propriedade.
4.3. A recomposição florestal para o incremento da biodiversidade local.
4.4. Redesenho de Agroecossistemas.
4.5. Estratégias locais de manejo e conservação do solo.
4.6. Uso de corredores de vegetação.
4.7. Recuperação de solo com produção de alimento e adubo verde.
4.8. Aproveitamento de resíduos locais para uso local.
4.9. Rotação e manejo de glebas e de culturas.
4.10. Sistema de produção principal: Agrofloresta (SAF).
4.11. Estratégias de agregação de valor à matéria-prima.
 
Roça Xavante, Aldeia Ripá, TI Pimentel Barbosa, MT  Maíra Ribeiro

5. Educação do Campo e Agricultura Sustentável. (Equipe Kunio Nagai. Aula Teórico/Prática na Fazenda São José / Orgânicos da Barra – Neves Paulista – SP. Data: 03/08/2019).

5.1. Os problemas da agricultura.
5.2. Agricultura Sustentável: conceitos.
5.3. Agricultura orgânica.
5.4. Melhoramento do solo.
5.5. Nutrição equilibrada, composição da planta, macros e microelementos.
5.6. Métodos de cálculos de adubação.
5.7. Exemplos: morango, tomate, batata, e outras.
5.8. Declínio do citrus.
5.9. Bianualidade do café.

Objetivos: O principal objetivo do curso é oferecer aos alunos do Ibilce/Unesp e a comunidade em geral, a possibilidade de adquirir novos conhecimentos na área de educação do campo. Os objetivos do curso são propiciar meios para analisar as questões teóricas relativas à cultura ambiental, educação do campo, agroecologia e agroflorestas fornecendo aos interessados o instrumental histórico-crítico necessário para a abordagem dos problemas enfrentados neste âmbito disciplinar.

Docente Coordenador: Prof. Dr. Fabio Fernandes Villela – Departamento de Educação – IBILCE/UNESP.

Colaboradores: Prof. Dr. Flávio Murilo Pereira da Costa (Engenheiro Agrônomo/Unb);Eng. Oliver Naves Blanco (Engenheiro Agrônomo); Eng. Juliana Roldão (Engenheira Agrônoma) e Kunio Nagai (Engenheiro Agrônomo).

Público alvo: Comunidade em geral.
Unidade: Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas – IBILCE/UNESP.

Câmpus: São José do Rio Preto.

Local e período de realização:

 Laboratório de Ensino da Pedagogia Ibilce/Unesp, Fazenda São José/Orgânicos da Barra em Neves Paulista/SP e Fazenda Santa Izabel em Potirendaba/SP. Haverá espaço para acampamento dos participantes nas fazendas-parceiras e carona solidária para chegar ao local.

No período de 20/07/2019 a 31/08/2019.

Datas e Horários: Nos dias 20 e 21/07; 27 e 28/07, 03/08, 17 e 18/08 das 8h30 às 12h e das 14h30 às 18h30.

Período de inscrição:

- Comunidade externa: de 24/06 a 15/07/2019.
- Comunidade interna: de 16/07 a 19/07/2019.

Local de inscrição: Seção Técnica de Comunicações do IBILCE/UNESP. Rua Cristóvão Colombo, 2265. Jd. Nazareth. São José do Rio Preto/SP. Dias e horários para inscrição: de 2ª a 6ª feira (exceto feriados), das 09h às 11h e das 14h às 16h.

Documentos necessários para inscrição:

- Preenchimento da ficha de inscrição;
- Xerox do documento de identidade (RG e CPF);
- Comprovante que ateste ser parte do público alvo (para alunos do Ibilce apresentar o Histórico Escolar);
- Pagamento das taxas.

Investimento – Taxa: O valor do curso é de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) sendo R$ 131,00 a taxa do curso e R$ 19,00 a taxa regulamentar da UNESP.

Informações importantes:

- Inscrições fora do prazo estabelecido neste Edital não serão aceitas.
- Os valores relativos às taxas não serão devolvidos, cabendo aos inscritos a atenção quanto aos critérios estabelecidos neste Edital.
- O valor da taxa regulamentar da UNESP pode ser consultado em:


- Conforme o Artigo 1º, da Resolução UNESP nº 11/2018, o curso é dirigido ao público externo e, caso não haja inscritos, o curso será cancelado.

Mais informações: Telefones: (17) 3221-2318 (Coordenador) e 3221-2320 (Departamento de Educação).


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“Não se faz agroecologia em vaso de apartamento”, diz Kelli Mafort, do MST


quarta-feira, 12 de junho de 2019

AGRICULTURA NEOLÍTICA

Imagem: Juquira Candiru Satyagraha


AGRICULTURA NEOLÍTICA: O lento nascimento da agricultura,
por Heather Pringle Univ. Vancouver   Science282:1446 1998. (artigo pdf)

Durante más de diez mil años, los agricultores han trabajado con la naturaleza para desarrollar miles de variedades de cultivos que se adapten a culturas y climas diversos... Esta enorme diversidad ha sido la base de nuestro suministro de alimentos, pero se ve amenazada hoy en día por la erosión... Los monocultivos y los monopolios están destruyendo la rica cosecha de semillas que nos ha sido legada a lo largo de milenios por la naturaleza y las culturas agrícolas (Vandana Shiva 2003:99). 

Novos métodos mostram que em volta ao mundo, os povos começaram a coletar algumas plantas selvagens muito tempo antes se dedicar a agricultura e que ela e a vida de aldeia andavam juntas. De acordo com pioneiros contadores de história gregas os seres humanos devem a habilidade de cultivar alimentos à generosidade dos deuses. A lenda conta que em uma explosão de bondade, Demeter, deusa da fertilidade da terra e das colheitas, lançou sementes de trigo em um campo arado, que germinou a benção da agricultura e civilização da humanidade.

Por décadas, os arqueólogos consideraram o nascimento da agricultura como uma transformação dramática, Revolução Neolítica, que trouxe cidades e civilização em sua vigília. Neste cenário, a agricultura nasceu após o fim da última idade de gelo, ao redor 10.000 anos há, quando os caçadores-coletores se estabeleceram em comunidades pequenas no Fértil Crescente, faixas de terras nos meandros do Oriente próximo. Aprenderam rapidamente produzir seu próprio alimento, semeando grãos de cereal e selecionando as plantas melhores. A população cresceu com mais crianças por haver maiores oferta de alimentos, aglomerados nas vilas, e avançaram na estrada da civilização. Desta maneira a novela da vida difundiu através do velho mundo.

Mas como sempre em uma boa história, o passar do tempo trouxe uma nova versão. Empregando novas técnicas sensíveis de medição de grãos de pólen de cereais antigos --os investigadores estão construindo um novo retrato das origens da agricultura. Estão empurrando para trás as datas de domesticação das plantas e criação animal (ver sidebar, P. 1448) em todo o mundo, e muitos veem agora o surgimento de um estilo de vida agrária como uma longa evolução, complexa e não uma mudança  dramática.

A última evidência sugere, por exemplo, que os caçadores-coletores do Oriente Próximo cultivaram primeiramente campos do centeio há mais de 13.000 anos mas por séculos depois disso, continuaram a caçar e a recolher uma escala sempre decrescente  plantas selvagens, agricultores propriamente ditos, viveram nas aldeias populosas pelos 8500 AC. E em alguns casos, as vilas parecem muito antes da agricultura intensiva (ver P. 1442). “A transição dos caçadores e coletores a agricultores não é algo rápido” diz Bruce Smith, perito em origens da agricultura do Museu Nacional de História Natural em Washington, D.C. “É um processo de desenvolvimento longo” --e um que não foi necessariamente a par com o surgimento dos assentamentos.

Histórias similares estão emergindo na América do Sul, Mesoamérica, América do Norte, e na China. Embora o cultivo possa ter sido nascido primeiramente no Oriente Próximo, a evidência mais antiga sugere que povos em outros continentes começaram a domesticar plantas como abóbora na costa tropical do Equador e arroz ao longo dos bancos pântanos do Yangtze na China, por exemplo--há 10.000 ou 11.000 anos, milhares dos anos mais cedo do que foi pensado e bem antes dos primeiros sinais de cultivo nas vilas destas regiões. Para muitos pesquisadores, o sincronismo sugere que a ampla mudança ambiental flutuações do clima no final da Idade de Gelo--pode expandir o cultivo, embora pondere exatamente como esta mudança do clima levou os povos em volta ao mundo a plantar sementes para colhê-las.

Cultivando o inferno verde
 
Talvez as mais dramáticas e controversas novas descobertas sobre a agricultura antiga emergiram das Florestas úmidas da América Central e do Sul. Estas florestas, com seu clima úmido, os solos pobres, e o profusão das pragas e doenças, foram por muito tempo considerados um lugar improvável para que os povos antigos começassem a doce labuta de cultivar, diz Dolores Piperno, uma arqueobotânica do Smithsonian Pesquisa Tropical em Balboa, Panamá. “Se os povos estavam indo para uma dura estadia nestas florestas, como eram que vão desenvolver lá a agricultura?” pergunta. E a maioria de pesquisa sugeriu que estes moradores da floresta eram cultivadores antigos entre 4000 e 5000 anos.

Mas as florestas tropicais abrigaram os antepassados selvagens dos principais alimentos como a mandioca e os inhames. Antes de 1950, o geógrafo norte-americano Carl Sauer especulou que estas regiões eram centros adiantados de domesticação de  planta, mas havia pouca evidência para suportar a idéia, como o suave fruto e as colheitas de raiz com amido destas regiões se decompõe nos solos ácidos. As melhores evidências preservadas, encontrou em regiões áridas, tais como sementes das colheitas da grão no Oriente Próximo, atraiu a atenção de a maioria de arqueólogos.

No início dos anos 80, entretanto, Piperno e uma colega Deborah Pearsall, uma arqueobotânica da Universidade de Missouri, Columbia, começou a procurar nos sedimentos da Floresta úmida no Panamá e Equador, restos resistentes de plantas. Focalizaram em phytoliths, corpos microscópicos de Silício que dão forma quando as plantas extraem Si da água. Enquanto o Silício enche gradualmente células da planta, supõe seus tamanho e formas distintas. Piperno e Pearsall desenvolveram meios de distinguir phytoliths das espécies selvagens e domésticas--as plantas domésticas, por exemplo, têm frutas e sementes maiores, e células e phytoliths maiores. Então se ajustaram como identificar espécimes em locais arqueológicos pioneiros.

Nesta primavera, após quase 20 anos de pesquisa, a equipe publicou seus achados em um livro intitulado As origens da agricultura nas planícies Neotropicas. Em um estudo, mediu phytoliths da abóbora de uma seqüência de camadas no Vegas Site 80, um local no Litoral na borda da Floresta Tropical do sudoeste do Equador. Dos fragmentos associados das conchas assim como o carbono preso nos phytoliths eles mesmos, eram carbono-data capaz os micro-fóssil. Um fino aumento no tamanho do phytolith indicou que pioneiros no Equador domesticaram a abóbora Cucurbita moschata há mais 10.000 -- uns 5000 anos mais cedo do que pensavam alguns arqueólogos. Tal sincronismo sugere, que os povos da região começaram a cultivar suas próprias plantas depois que o gelo no local foi extinto no final da última Idade de Gelo e a floresta tropical recuperou a região. “Eu penso que é a chave da iniciação da agricultura aqui,” disse Piperno. Se este achado for aceito, a abóbora do Equador rivaliza com a evidência da mais velhas plantas domesticadas nas Américas--as sementes de uma outra abóbora Cucúrbita pepo, escavada em uma caverna mexicana árida e datados diretamente a 9.975 anos (Science, 9 maio 1997, Pp. 894 e 932).

A técnica do phytolith está empurrando para trás as primeiras datas para o cultivo do milho nas Américas, diz Piperno. Phytoliths examinados de amostras de sedimentos na rocha-abrigo de Aguadulce no Panamá central por Piperno e por seus colegas e carbono-datado diretamente e analisando conchas dos mesmos extrato implica que o milho cultivado começou há 7.700 anos. O que é tão somente mais de 2500 anos antes do esperado na Floresta úmida, que 1500 anos antes nas áreas áridas das Américas.  Quase certamente, o mais velho milho parcialmente domesticado no local veio de em algum lugar, porque o antepassado selvagem do milho é conhecido somente de uma franja de terra no México. Mas os dados da abóbora levantam perguntas importantes, diz Piperno, sobre onde a agricultura emergiu primeiramente nas Américas. “A floresta claramente tropical está em campo.”

Mas a comunidade está dividida a aceitar a evidência do phytolith. Alguns críticos questionam dados dos phytoliths, dizem que o carbono de outras fontes poderia ter sido penetrado pelas rachaduras e fendas nas superfícies fósseis, enviesando os resultados. Outros tais como Gayle Fritz, um arqueobotânica da Universidade de Washington em St. Louis, indicam que as conchas e outros objetos usados suportam as datas não podem ter a mesma idade que os phytoliths. “Eu estaria mais excitado que qualquer um para empurrar os dados abaixo”, diz Fritz, “mas meu conselho é agora que os povos devem olhar estes como inacreditáveis.”

Entretanto, os proponentes tais como Mary Pohl, um arqueólogo da Universidade do Estado da Florida em Tallahassee, anotam que a equipe de Piperno suporta tipicamente suas reivindicações com linhas múltiplas da evidência, de modo que mesmo um conjunto de datas suspeitas, o corpo de trabalho lhe faça o espaço livre alguma domesticação ocorreu iniciando mais cedo nas florestas úmidas. Diz: “Os dados parecem irrefutáveis na minha mente".

Se assim, viram algumas suposições básicas sobre o relacionamento entre a vida da vila e a agricultura na floresta tropical. Por anos, diz Piperno, investigadores acreditou que os primeiros fazendeiros lá viveram nas vilas, como os fazendeiros neolíticos bem-estudados do grão do leste próximo. “Porque a vida estabelecida em aldeia não é encontrada nesta parte das Américas até 5000 anos, [investigadores pensavam] que os meios de produção de alimentos estavam tão atrasados”, diz Piperno. “Mas não há estudos.” Em seu ponto de vista, a agricultura na região veio muito tempo antes da vida em aldeia. Milhares de anos, diz, “você teve a tomba roça e queima itinerante na selva em vez de agricultura estabelecida em aldeias.”

Domesticando o Arroz selvagem

Ao mesmo tempo em que os pioneiros americanos podem ter plantado suas primeiras abóboras, caçador-coletores há uns 16.000 quilômetros ao leste ao longo das margens do rio de Yangtze estavam começando a cultivar o arroz selvagem, de acordo com novos estudos do arqueobotânico Zhijun Zhao e colegas do Smithsonian Tropical Research. O arroz, a mais importante colheita de alimento do mundo, julgava-se ter sido cultivado primeiramente ao redor 6500 anos no sul da Ásia, onde o clima está morno bastante suportar o crescimento luxuriante do arroz selvagem. Mas nos 1980, restos soterrados de arroz foram revolvidos ao longo das margens do meio Yangtze. Diretamente datado com carbono tem-se 8000 anos, estes grãos são do arroz cultivado mais antigo e sugerem que o centro do cultivo estava realmente mais ao norte.

As datas estão empurradas agora para trás mesmo mais distante, revelando uma transição longa, gradual à agricultura, de acordo com o trabalho na imprensa no Antiquity por Zhao.  Ele analisou uma seqüência de phytoliths abundantes no arroz de uma caverna chamada Diaotonghuan na província do norte de Jiangxi ao longo do médio Yangtze, que foi escavada por Richard MacNeish, diretor da pesquisa da Andover Foudaton para Pesquisa Arqueologica em Massachusetts e Yan Wenming, um arqueólogo da Universidade de Peking em Beijing.
 




Evolução Neolítica.

Em torno do mundo, as sociedades domesticaram as plantas e os animais, mas só se dedicaram a cria-los e cultivá-los plenamente até milhares de anos mais tarde.
S. BAUER/ARS; G. HEILMAN; CENAS do S. DALTON/OSF/EARTH; ANIMAIS do B. WRIGHT/ANIMALS; B. FRITZ/ARS

A datação com carbono radiativo parece ter sido contaminada pela água subterrânea, assim que Zhao construiu a cronologia relativa baseada em artefatos de cerâmica e pedra de épocas conhecida coincidentes com os dados encontrados nos phytoliths. Em semanas recentes, Zhao refinou ainda mais sua cronologia no Antiquity em conseqüência de um estudo conjunto com Piperno, sobre dados paleo-ecológicos dos sedimentos na região do lago.

Para seguir o trabalho dos antigos cultivadores no local, distinguiu os phytoliths do arroz selvagem e domesticado medindo diferenças minuciosas no tamanho de um tipo particular de célula de cobertura da semente. Com este método pioneiro de Zhao, Pearsall, Piperno, e outros na Universidade de Missouri, diz: “Nós podemos assegurar uma exatidão de 90%”.

Contando as proporções de fósseis selvagens e domesticados do arroz, Zhao fez um mapa de um deslocamento gradual à agricultura. Em uma camada datada com pelo menos 13.000 anos, os phytoliths mostram que os caçador-coletor na caverna estavam jantando arroz selvagem. Mas já há 12.000 anos, aquelas refeições cessaram abruptamente — Zhao suspeita que o clima se transformou em mais frio e o grão selvagem, desapareceu desta região por tais circunstâncias. Os estudos dos núcleos do gelo de Groelândia revelaram um período frio global chamado o Dryas mais novo de aproximadamente 13.000 a 11.500 anos há. Estudos do próprio Zhao em phytoliths e pólen nos sedimentos do lago da região revelam que a vegetação adaptada mais ao calor começou a recuar na região ao redor 12.000 anos.

Como o recuo do período mais frio, entretanto, arroz retornou à região. E os povos começaram de novo por volta de 11.000 anos novos a --semear, colher e selecioná-lo produzindo o arroz. Na zona de Diaotonghua onde se encontrou restos de um tipo de cerâmica crua encontrada em outros três locais da região e radiodatadas como de 9.000 a 13.000 anos, Zhao encontrou os primeiros phytoliths de arroz domesticado --a evidência mais antiga do cultivo de arroz no mundo. Mas estes cultivadores chineses adiantados eram caçadores e recolhedores, diz Zhao. “A caverna está cheia de ossos de animais da época--principalmente cervos e porco selvagem--e plantas selvagens,” anota. Certamente, foram outros 4000 anos antes que o arroz doméstico dominar o arroz selvagem e se transformar na base da dieta há aproximadamente 7.000 anos.

Faz o sentido que a transição para o cultivo foi lenta e gradual e não uma ação rápida como antes retratados, diz MacNeish. “Uma vez que você aprende plantar, você deve aprender a armazenar um excesso e selecionar o melhor híbrido do que está plantando,” ele anota. “E quando isto começa a acontecer, então muito gradualmente sua população começa aumentar. Você planta um pouco mais e mais.”  Em algum ponto, conclui, os caçador-coletores em locais como Diaotonghuan eram incapazes de recolher bastante alimento selvagem para suportar sua prole e assim teve pouca escolha e aprendeu a cultivar em sério.

O berço da civilização

No Oriente Próximo, arqueólogos estudaram o início da agricultura por décadas e tinham a idéia de que ali começou a Revolução do Neolítico. Contudo, devemos nivelar que parece que houve uma longa transição rumo à agricultura. Embora a vida estabelecida em aldeias surja cedo nesta região, sua conexão precisa com o cultivo ainda é obscura.

Os últimos achados em Abu Hureyra, uma aldeia a leste de Aleppo, na Síria, onde os habitantes eram semi-sedentários ocupando o local no início da primavera até um outono tardio, julgando os tempos de colheita de mais de 150 espécies de plantas identificadas à época. Entre as plantas remanescentes há sementes do centeio cultivado, diferentes dos grãos selvagens por ausência de aristas e tamanho maior. Os arqueobotânicos Gordon Hillman e Susan Colledge da London College datou uma daquelas sementes como de uns 13.000 anos, de acordo com trabalho não-publicado que apresentaram em uma oficina internacional no início de setembro. "Se a data for confirmada, este centeio será a grão de cereal domesticado mais antigo do mundo".

Estas datas são quase uma evidência que a domesticação de plantas precede o milênio. E o centeio não é o primeiro sinal de cultivo uniforme em Abu Hureyra: Imediatamente antes do surgimento deste grão doméstico, a equipe encontrou um crescimento fantástico nas sementes remanescentes das ervas-daninhas que crescem junto às domésticas. Tudo isto ocorre há uns 2500 anos antes que a data mais aceita para o nascimento da agricultura plena nas aldeias populosas no Oriente Próximo. Embora o semi-sedentarismo dos habitantes contrariem as idéias antigas de uma revolução agrícola rápida".

A antecipação da data para a domesticação das plantas no Oriente Próximo não é totalmente inesperada, diz a Bar-Yosef da Universidade de Harvard. Por exemplo, os habitantes de Ohallo II, onde agora é Israel tinham tomado sementes selvagens de cereal como a parte principal de suas dietas há 17.000 AC, de acordo com o trabalho publicado por Mordechai Kislev, o arqueobotânico Bar-Ilan da Universidade em Ramat-Gan, Israel. Além disso, como observadores próximos da natureza, era quase certo que estes alimentos pioneiros semeado na terra rendem eventualmente mais sementes. Bar-Yousef diz: “Estes povos conheceram muito bem sua fauna e flora e provavelmente as cultivaram durante muito tempo antes de mudarem para a agricultura realmente.”

Apenas quando os caçador-coletores começaram a semear sementes e cultivar campos regularmente, entretanto, permanece não-claro. Por diversos anos, muitos estudiosos do Oriente Próximo favoreceram a teoria que a mudança do clima associada com a Dryas era a causa mais provável. Bar-Yosef, por exemplo, sugere que os habitantes do Fértil Crescente plantaram primeiramente campos do cereal a fim de impulsionar fontes de grãos, quando a Dryas chegou e cortou drasticamente as colheitas selvagens. E em Abu Hureyra, Hillman pensam que a seca que acompanhou as recentes Dryas era a chave do fator. Antes do salto nas ervas daninhas e da aparência do centeio domesticado, os habitantes confiaram nos alimentos selvagens como reservas de amido. Com o tempo, giraram para plantas mais resistentes à seca--e também a produtividade. Assim “a aridez progressiva poderia certamente ter sido o ímpeto para o cultivo de amido,” diz Hillman.

Mas os dados novos para o período frio no Oriente Próximo pintam uma visão mais complexa. No workshop nos Países Baixos, Uri Baruch, um palinologista no Departamento de Antiguidades de Jerusalém em Israel e Syze Bottema, um palinologista no Instituto Groningen de Arqueologia nos Países Baixos, anunciou que teve um trabalho difícil para re-datar um pólen no lago Hula no norte de Israel. Sua estimativa original publicada recuou nas florestas decíduas de carvalho--em função do frio e secas pela manifestação local da recente Dryas--começando há aproximadamente 13.500 anos.  Mas após corrigir esta contaminação do velho carbono dissolvido na água do lago, encontraram que o período frio no Oriente Próximo foi muito mais tarde começando ao redor 13.000 anos e terminando ao redor 11.500 anos.

Estas datas sugeriram que os fazendeiros de Abu Hureyra podem ter começado a cultivar o centeio antes das recentes Dryas ao final do período cálido e úmido que o precedeu. “As datas do centeio domesticado e os grãos de pólen não combinam em seus tempos” diz Mark Blumler, geógrafo na Universidade de Estado de Nova Iorque, em Binghamton.

Além disso, outros indicam a mais clara evidência para a domesticação de grãos tais como trigo e cevada no Oriente Próximo vem ao redor 10.500 anos, depois que a recente Dryas desvaneceu e o clima melhorou outra vez. Por então, diz George Willcox, arqueobotânico no Instituto de Pré-História Oriental no St-Paul-le-Jeune, na França, outros fatores poderia ter contribuído à transição. Caçador-coletores na região, por exemplo, tinham estabelecido uma pequena aldeia por volta 12.300 e 10.500 anos. Lá, diz: a imensa população humana e sobre exploração de alimentos selvagens poderia ter orientado o povo a cultivar. “Porque os povos neste tempo parecem viver em um lugar,” diz Willcox, “poderiam usar-se acima de todos os recursos de uma área particular.”

Colocando a evidência de todo mundo junto, um novo retrato das origens da agricultura começa a emergir. No Oriente Próximo, algumas aldeias nasceram antes da agricultura e podem mesmo ter forçado sua adoção em alguns casos. Mas em outra parte--China, América do Norte, e Mesoamérica--plantas foram cultivadas e domesticadas por caçador-coletores nômades, talvez para aumentar seu abastecimento durante as mudanças climáticas que acompanharam a fase final da última Era do Gelo. De outra forma, já não faz sentido supor uma forte ligação causal entre cultivar e a vida estabelecida na aldeia, diz Piperno.

Certamente, em muitas regiões, os agricultores estabelecidos surgiram somente séculos ou milênios depois do cultivo. Muitos povos antigos simplesmente ocuparam a terra para coleta e cultivo, criando economias mistas (ver sidebar, P. 1447). “Por longo tempo nós os pusemos em caixas pretas” como fazendeiros ou caçador-coletores, anota Joanna Casey, arqueóloga na Universidade da Carolina do Sul, Columbia, e um especialista em origem da agricultura na África Ocidental. Mas os cultivos mistos e forrageados não são necessariamente uma etapa “no caminho” para a agricultura a pleno--foi um estilo de vida por largo prazo para muitos grupos. “Estas sociedades de meio termo não são certamente falhas,” diz o Smith do Museu de História Natural Smithsonian. “Não são as sociedades que tropeçaram ou tem congelado seu desenvolvimento. São elas que encontraram uma excelente solução em longo prazo para seus desafios ambientais.”

Eventualmente, algumas razões permanecem não-claras, muitos pioneiros domesticadores tornaram-se verdadeiros agricultores --pelos 10.500 anos no Oriente Próximo, por 7000 anos na China, e mais tarde nas Américas e na África. E durante esta transição, as populações humanas começaram a formar aldeias.  Os sítios arqueológicos no Fértil Crescente estudado intensivamente, por exemplo, aumentaram mais de 10 vezes o tamanho, de 0.2 hectares a 2.0 a 3.0 hectares, durante este período da transição. A combinação de aldeamento e garantia de alimento trazidos sobre “um período mais longo de fertilidade pela melhor alimentação da mulheres,” diz a Bar-Yosef, ajustando o estágio para cidades e civilização.

Assim parece que as antigas lendas gregas tenham em parte razão quando disseram como as sementes foram esparramadas pelo o mundo, criando os centros de domesticação sobre muitos continentes. Mas as cidades e a civilização não chegaram necessariamente ao mesmo tempo em que as sementes. A deusa Demeter aparentemente teria uma benção de cada vez. 

Fonte: PDF 
 

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