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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Lia Giraldo entrevistada sobre a epidemia do mosquito

"Precisamos tirar o foco do mosquito e centrar nas condições e situações que levam a ter criadouros"
“Guerra ao mosquito”. Nas últimas semanas, as manchetes sobre a epidemia do zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, abusaram da expressão e repercutiram à exaustão a declaração do ministro da Saúde, Marcelo Castro, de que o país vem perdendo feio a “batalha”. O titular da pasta, a presidente Dilma Rousseff e outras autoridades vêm reforçando a mensagem de que a população brasileira precisa se unir no “combate” para sair vitoriosa. A novidade da transmissão do zika no Brasil pelo mesmo mosquito que já transmitia dengue e chikungunya, acrescida da tragédia dos milhares de casos suspeitos de microcefalia em bebês parece não ter sido suficiente para que o governo brasileiro repensasse a estratégia de combate que vem sendo adotada, sem sucesso, há 40 anos para o combate ao Aedes aegypti. É o que alerta a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) como resultado do trabalho de cinco grupos de trabalho de pesquisadores que lançaram nesta terça-feira, 2, a ‘Nota Técnica sobre microcefalia e doenças vetoriais relacionadas ao Aedes aegypti: os perigos das abordagens com larvicidas e fumacê’. Nessa entrevista, Lia Giraldo, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, pesquisadora aposentada do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz) e membro do GT Saúde e Ambiente da Abrasco explica os fundamentos da crítica ao paradigma químico de controle do vetor e porque ele é ineficaz e perigoso para a saúde humana e ambiental.



Por que essa linha de ação é tão poderosa e prevalente?

Ela deriva da forma hegemônica de se pensar a causalidade de uma doença sem levar em conta o contexto. Esse modelo de causalidade é do começo do século 20. Nele, busca-se o agente etiológico – a causa única – e traça-se uma relação linear com a doença. Isso leva a uma ação. Notadamente, ao desenvolvimento de uma tecnologia específica para combater aquele agente. É, de fato, um raciocínio que ainda prevalece na saúde pública, está presente nas agências internacionais e, obviamente, interessa ao capital. Então, quando você me pergunta o porquê dessa linha de ação ser tão poderosa, me parece que é por uma conjunção de interesses. Porque ela interessa tanto à agenda do mercado quanto à agenda política. Aos gestores têm interessado o caminho mais curto. Ao contrário, quando você pensa no contexto há que pensar em medidas mais complexas de médio e longo prazos. E isso não cabe no curto espaço de tempo de uma gestão. Demanda planejamento e continuidade. Exige ações integradas, intersetoriais, que abarquem todos os aspectos presentes na produção do fenômeno.

Foi sempre assim?

Já houve momentos em que a visão foi mais ampla, a partir de uma perspectiva de intervenção no ambiente. Se remontarmos à experiência de John Snow na Londres do século 19, veremos que mesmo sem conhecer o agente etiológico da cólera, ele compreendeu que aquela doença estava se espalhando devido às péssimas condições em que vivia grande parte da população. Isso levou ao saneamento de Londres. No caso da febre amarela [início do século 20], a epidemia levou a reformas que envolveram urbanização das cidades. Houve grande preocupação com o saneamento. São histórias que revelam que a ação no contexto, não só na causa, possibilita a solução sustentável do problema. Mas com o desenvolvimento tecnológico, com a perspectiva de ir por um caminho mais curto, buscar a vacina ou o antibiótico, o quadro mais amplo foi deixado de lado. A questão é que o saneamento e a política urbana são estruturantes. Um bom exemplo é a tuberculose. Trata-se de uma doença que tem vacina e antibiótico. Que bom. Foi extinta? Longe disso. Continua ocorrendo, e cada vez em formas mais graves. Isso acontece porque nem a vacina, nem o antibiótico sozinhos deram conta das condições em que vivem as pessoas. Esse raciocínio pode ser ampliado para as doenças crônicas, as doenças cardiovasculares, que não podem ser resolvidas pelo modelo causalista: achar um agente etiológico que precisa ser atacado. São doenças complexas.

Esse paradigma, portanto, não é novidade?

Isso é muito conhecido e já bastante discutido. Mas, apesar de todas as evidências, a ação prática se reporta a uma forma de raciocínio que entra na economia da causalidade praticamente única. Parece que todos os gestores emburrecem quando estão em uma situação como essa da epidemia. Existe uma pressão em dar uma resposta de força, por assim dizer, quase militar. Busca-se o inimigo. É preciso atacar o inimigo. Esse tipo de linguagem não ajuda o enfrentamento do problema.

Quando isso começou a aparecer no Brasil dessa forma?

Em 1996, o equivocado Programa de Erradicação do Aedes aegypt, tinha na sua primeira versão um forte componente de saneamento. Mas, logo em seguida, o Ministério da Saúde fez uma segunda versão e eliminou o componente de saneamento. Em 2002, eles viram que essa meta de eliminar o mosquito não era factível e mudaram o nome de ‘Erradicação’ para Plano Nacional de Controle da Dengue, vigente até hoje. O saneamento foi esquecido. Se esse componente de saneamento tivesse sido mantido e os sucessivos governos tivessem avançado na sua implementação hoje nós teríamos outra realidade. O que acontece é a descontinuidade das políticas, a falta de sustentação, o personalismo que quer esgotar sua ação no espaço de uma gestão.

Quais são as evidências que sustentam a ineficácia do paradigma químico para o controle do Aedes aegypti usado para dengue e repetido, agora, para a zika?

A dengue no Brasil deixou de ser apenas epidêmica. É endêmica. Ou seja, antes, quando era epidêmica, a cada quatro ou cinco anos tínhamos marcadamente algumas epidemias. Aí foram entrando mais sorotipos e passamos a ter mais vírus circulando. Hoje são quatro. Por isso, o Brasil se tornou endêmico, de fins de 1990 em diante. Fora isso, a dengue sempre foi considerada uma doença benigna pela OMS [Organização Mundial da Saúde]. Desde o século 18 temos dengue. Só a partir das décadas de 1960 e 1970 é que começa a haver mortalidade. E isso coincide com a entrada do uso dos produtos químicos no controle vetorial. Antes da entrada dos venenos, dengue não matava.

Por isso a importância de chamar atenção para o uso contínuo dos larvicidas e fumacês?

A gente está chamando atenção para as disfunções do uso do veneno. Os problemas de saúde decorrentes do uso do veneno, que ninguém estuda. Esses venenos foram introduzidos em 1968 para a dengue. Esse modelo não impediu a dispersão do mosquito no território nacional. E isso porque o mosquito se tornou resistente. Não impediu que o Brasil se tornasse endêmico. E não impediu que uma doença que a OMS considerava benigna alcançasse o grau de mortalidade que vemos hoje. Porque a doença se tornou maligna? É só porque tem mais sorotipos circulando ou tem mais coisa? É preciso que o Ministério da Saúde responda essas perguntas. Nossa preocupação é centrar a crítica no modelo do mosquito. Eles dizem com todas as letras que o mosquito é o elo vulnerável da cadeia de transmissão. Mas o elo vulnerável somos nós. O mosquito vem demonstrando bastante resistência a essa abordagem há 40 anos. 

Sobre vulnerabilidade da população, a Nota Técnica levanta uma importante discussão sobre a água. É comum nas campanhas de combate à dengue alertas como “não deixe água parada”, levando a entender que é um descuido da população, até porque os exemplos mais recorrentes são vasos de plantas pneus. Mas vocês alertam que a falta de saneamento combinada à intermitência da água leva a população mais pobre a estocar água. E também denunciam a contaminação da água de beber da população nordestina há décadas por larvicidas como o Temephós. Por que a potabilidade da água é importante para o controle do Aedes?

O Temephós foi introduzido em 1968 no Nordeste por recomendação das Forças Armadas americanas. Isso está documentado. Então, a população nordestina está tomando água com larvicida há mais de 50 anos. Isso nunca foi estudado, avaliado, nada. Ninguém diz que a água não é mais potável. Se a água tem larva, ela não é mais potável, certo? Pois é, se tem larvicida também não.  Agora, recentemente, o coordenador do Programa Nacional do Controle da Dengue recomendou que fosse usado larvicida nos carros-pipa. Já que as pessoas são desobedientes e não condicionam corretamente a água, então vamos já botar no carro-pipa. Isso é um absurdo. No Nordeste, nós vivemos um processo contínuo de racionamento de água. E justamente a população mais pobre não estoca água porque quer, mas porque a água não chega. É um processo de intermitência no abastecimento, conjugado com falta de saneamento que leva a população a pôr água nos baldinhos. Se o foco não fosse o mosquito, mas as condições que possibilitam o surgimento de criadouros, o conceito de potabilidade seria fundamental para recuperar nas pessoas a consciência da proteção da água. Para que as pessoas cuidem da água, impeçam que ela se contamine. Permitiria o envolvimento mais proativo da população a partir de algo que é caro a todos nós. Água é vida. Não pode ser poluída de jeito nenhum. Durante muito tempo, quando as doenças diarreicas prevaleciam e matavam muitas crianças, todo o discurso da Saúde Pública era "precisamos da água potável". Precisamos proteger a água. O conceito de potabilidade é muito importante na Saúde Pública. Tanto que quem controla a qualidade da água é o Ministério da Saúde. Só que o próprio Ministério da Saúde envenena a água da população brasileira. Ele permite que larvicidas sejam colocados na água.

O tema da água leva outra questão que é a recorrente responsabilização do indivíduo e das famílias quando o assunto é epidemia causada por Aedes. As autoridades têm reforçado a participação popular para “vencer a guerra”.

É um discurso importante, mas [o foco na responsabilidade de indivíduos e famílias] nunca pode ser maior do que a responsabilidade do Estado com a questão ambiental e com as desigualdades sociais. Onde está a maior parte dos casos de dengue? Onde estão os casos de microcefalia? É só olhar o mapa. O Programa de Dengue precisa passar por uma grande revisão. E tem que se assumir de uma vez por todas que as doenças [dengue, chikungunya e zika] não são democráticas. Há uma iniquidade na distribuição. As pessoas mais vulneráveis são as mais pobres, que estão em ambientes sem saneamento, mais expostas à intermitência da água.

Vocês falam sobre a insustentabilidade do modelo químico em relação ao ciclo de resistência. Pode explicar?

É bem evidente a resistência dos insetos aos produtos. O mosquito é muito robusto do ponto de vista biológico. Ele tem uma estratégia de sobrevivência: a ovo deposição. Ele ovo deposita em tudo quanto é lugar. Não é só na água limpa, como se propagandeia. É também nos telhados, nas calhas, nos pneus, tampinhas, folhas. Se ele tem um hotel cinco estrelas disponível, ele vai dar a preferência e depositar mais ovos ali. São ovos que ficam encistados no ambiente durante muito tempo. Passa tempo, vem uma água e o ovo eclode. Nesse processo de reprodução tão acelerado, ele faz mutações. E uma delas é a defesa contra o veneno. Então ele se torna resistente. Com os agrotóxicos usados na agricultura acontece também. A praga fica resistente. Ou aplica em maior concentração, ou muda ou associa a outro veneno e assim aumenta a toxicidade. Para a bactéria, fungo, bicho-alvo. Mas também para humanos que estão expostos. Não tem fim.

Dessa forma potencializa-se um desequilíbrio ecológico?

Você mata os predadores naturais, causando desequilíbrio ecológico. Mata passarinho, sapo, lagartixa, aranha, outros mosquitos que competem [com o Aedes]. Os agentes de endemias mais antigos que aplicam os venenos sabem muito bem disso. O que a gente está chamando atenção é da insustentabilidade desse modelo. Seja por sua baixa eficácia em relação ao seu foco, que seria eliminar ou diminuir a quantidade de mosquito, e ainda expõe a população a situações de risco que não são sequer avaliadas. Ninguém avalia. Do ponto de vista precaucionário, a regra é não ter precaução nenhuma.

O que é o princípio da precaução?

O princípio da precaução nasce quando, na década de 1960, as empresas mandavam navios jogar produtos tóxicos no mar, achando que diluindo no mar não ia acontecer nada. Os ambientalistas começaram a denunciar essa poluição deliberada dos mares e as empresas responderam: "então prova!".  Prova que esses tóxicos estão causando danos na natureza. Os ambientalistas viraram o jogo e respondem: "prova que não está". É a mesma dificuldade. É o poluidor que tem que provar que não está poluindo. Chama-se inversão do ônus da prova. Porque uma coisa é você ter evidências em estudos experimentais, no laboratório, mostrando que os peixes, as algas, as células humanas sofrem problemas, alterações quando expostos a esses produtos. Outra coisa é quando você está na natureza e trabalha com populações. Fica consideravelmente mais difícil. Então quando você tem evidências científicas e estudos experimentais ou moleculares ou ensaios in vitro de que o produto é tóxico, não precisa esperar a prova do dano na população ou na natureza para tomar medidas cautelares de precaução. Por isso o termo: princípio a precaução. Na Europa, esse princípio rege normas. É um princípio importante para quem atua na Saúde Pública, que tem como missão primordial a prevenção e a proteção da saúde. Só que a Saúde Pública tem a prerrogativa de usar produtos proibidos. Como o DDT. Todo mundo sabe que ele tem efeitos orgânicos persistentes. Mesmo assim, por muito tempo, a OMS reintroduziu o DDT no controle de malária na África sob a alegação de que é mais barato. De que os países são pobres e não têm dinheiro para comprar outros produtos.

É  a mesma situação do Malathion?

No caso do Malathion não é mais princípio da precaução. Todos os estudos já mostraram que ele é potencialmente cancerígeno para humanos. E esse acúmulo de informações foi tão grande que a IARC reconheceu essa evidência. Queremos mostrar que, apesar de ser um cancerígeno, o Ministério da Saúde continua prescrevendo. Queremos mostrar que esse e outros produtos químicos são utilizados em uma concentração altíssima e podem provocar, por exemplo, distúrbios neurológicos que não são sequer aventados. Aí você pode dizer que a população tem Guillen-Barré por causa do vírus quando pode ser por causa do veneno.

Porque no Nordeste e no Brasil está diferente?

O que de diferente aconteceu no Nordeste em 2014? A gente fez algumas colocações. Uma delas é a entrada do larvicida novo. O próprio Ministério da Saúde em uma Nota Técnica descreve seu mecanismo de ação. Ele é juvenóide, o que significa dizer que age por alteração no modelo esquelético no processo de desenvolvimento da larva. Provoca má-formação. Tem alguém fazendo algum estudo de biologia molecular para entender as alterações no DNA afetado? Será que poderia ter correspondência ao sítio do DNA humano do ponto de vista dessas má-formações? Não sabemos. Podemos ter um conjunto de condições que potencializaram e criaram uma situação tão diferenciada no Brasil que essa epidemia eclodiu desse jeito. São perguntas. E a nossa obrigação como cientista é fazer perguntas.

As conclusões a que o Ministério chegou em relação a zika e microcefalia seguem que linha de pensamento?

Não foge do modelo. Como foi imputado a microcefalia ao zika e imputado que o Aedes transmite o zika, foi feita essa conexão e, em função disso, o que o governo tem à mão? O modelo de controle vetorial da dengue. Mas o Ministério da Saúde tomou uma decisão. Construiu essa hipótese, acreditou nela. Só que o remédio que eles estão prescrevendo é a mesmice que não evitou nenhuma epidemia de dengue.  O problema é o mosquito. Se não resolveram o problema do mosquito para a dengue, como é que, agora, o modelo vai dar certo para o zika? Foi feita a conexão entre Aedes, zika e microcefalia, mas ainda há dúvidas em relação a isso. Até agora os entomologistas não fizeram estudos de competência vetorial do Aedes para o zika no contexto brasileiro. Sabe-se que pode transmitir, tudo bem, mas no nosso contexto ninguém sabe ainda como isso aconteceu. Segundo, não tivemos uma sorologia e não soubemos quem de fato teve ou não teve zika. E entre a população que teve [zika], as gestantes que tiveram. E também quantas crianças cujas mães tiveram zika foram infectadas ou não. Para chegar a alguma conclusão, tem que fazer um quadrinho que é assim: mãe infectada x mãe não infectada; criança infectada x criança não infectada; e das crianças infectadas, a distinção entre as que tiveram microcefalia e as que não tiveram microcefalia. Isso se chama estudo de caso controle. Só que tem que ser feito com o passado. Só vão fazer no futuro. Mas não temos a informação mais fundamental, que é quem foi infectado e quem não foi entre as gestantes. Não se sabe. Então, quando você pega um caso de uma mãe com zika que gerou uma criança com microcefalia, isso é um dado. Não é suficiente para fazer essa relação. É um caso. Tem, é claro, uma coincidência. Algo diferente. Provavelmente a hipótese viral é grande. Isso tem que ser levado em consideração. Mas será que só o vírus? Porque em outros países que tiveram epidemia isso não foi suficiente.


‘Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa’ é um dos três eixos no Plano Nacional de Enfrentamento da Microcefalia. Na nota vocês defendem mais financiamento e incentivo para pesquisas que estudem essas relações entre o uso de produtos químicos e as consequências para a saúde humana e ambiental. O foco do governo, contudo, parece ser o desenvolvimento de tecnologias. Como avaliou isso?


Essa é a novidade. Quando você fala em vírus vem o apelo da indústria e dos virologistas, da produção da vacina, da biotecnologia, até do mosquito transgênico. Eu fui numa reunião da Fundação de Apoio à Pesquisa de Pernambuco. Chegando lá havia um grupo de desenvolvimentistas de software para fazer vigilância epidemiológica em tempo real, um grupo interessado em fazer os estudos epidemiológicos, e outro grupo que defendia trocar o larvicida químico por larvicida biológico. Nada disso muda o modelo. Eu falei que era estranho que na reunião não houvesse nenhum entomologista, especialmente porque em Pernambuco temos ótimos entomologistas. Também não havia nenhum engenheiro sanitário. Porque se é para falar em tecnologias para a solução do problema, onde estão os engenheiros sanitaristas para propor saneamentos com tecnologias adaptadas às situações em que a densidade ocupacional é muito alta? Em morros, em alagados? Isso é tecnologia também. Mas o apelo é para as biotecnologistas. É a visão hegemônica de que esse conhecimento hiper-especializado é que é ciência. Então, mais uma vez, diante desta tragédia, não se pensa de forma complexa, pela determinação social do problema, mas, ao contrário, só se pensa no pequeno e no umbigo. E aí você vê as dificuldades em vingar um pensamento estratégico.

Essa visão é unânime?

A Opas [Organização Pan-Americana da Saúde] já está falando que é uma pandemia que vai se alastrar pelas Américas e a tecnologia é a única solução. Já preparando as pessoas para se conformarem com a desgraça. Tem um fatalismo embutido nesse discurso que é ideológico. Faz as pessoas aceitarem de alguma maneira ser pobres, estarem expostas, gestarem bebês com microcefalia. E o que se vai fazer? A culpa é do mosquito. Então guerra ao mosquito. O modelo é bem montado e serve aos interesses da indústria e daqueles que se locupletam com isso. Ninguém é contra o desenvolvimento tecnológico. Somos contra o reducionismo. Somos contra colocar as coisas nesse nível em que nunca se declara a responsabilidade do Estado na perpetuação das condições que propiciam a vulnerabilidade. Repito: ninguém é contra a vacina. Mas a vacina não é panaceia. Está aí o exemplo da tuberculose. A vacina é uma solução importante dentro de um conjunto de outras soluções. É como na discussão sobre a matriz energética. A solução não é apenas a energia solar ou apenas a energia eólica. É a combinação de tudo em movimento junto.

Porque as vozes críticas a essa abordagem não vêm recebendo a devida atenção? Isso se deve a um racha na própria saúde pública, apesar de certo consenso no campo ao redor de conceitos como determinação socioambiental da saúde?

Os pesquisadores que lutaram pelo tema da saúde do trabalhador quando viraram governo fugiram desse tema. Não queriam nem ouvir falar. O modelo político é o de financiamento das empresas. Então, quando você vira gestor, entra em "razões de Estado" que a própria razão desconhece. Saúde ambiental, saúde do trabalhador, vigilância sanitária são temas imersos em conflito de interesses. A gente vira maldito. Ninguém gosta de quem trabalha com movimento social, com os sindicatos, enfim, onde estão os problemas. De forma concreta aflorando os problemas, tentando dar transparência disso para a sociedade. E tem uma parcela que ganha suas bolsas de pesquisa em verdadeiros loteamentos internos, de amizade, etc. e que alimentam linhas de investigação que, tudo bem, têm sua importância, mas estão longe de alimentar transformação social. É um certo acomodamento: no seu mundo, no seu método, com os seus pares. Nosso discurso é contra-hegemônico. E esse discurso incomoda.

Enrevista concedida à
Maira Mathias

Fonte: 

Conselho Municipal de Saúde de Natal RN

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Mimético hormonal não é perigoso?

Esclarecimento
por Tião P.

Meu amigo e compadre (cromatográfico) mexicano Maestro Gumercindo solicitou saber qual foi a resposta a um repley, por não ter acesso. Senti-me obrigado a esclarecer, a partir do principio norteador: “Todo gato tem cinco patas”. A pergunta: Mimético hormonal não é perigoso?

A ciência sem aspas em 1947, no Instituto de Higiene Rural de Saratov, União Soviética se comprovou que o DDT (sintetizado em 1867 e descoberto como inseticida em 1939 e que rendeu o Prêmio Nobel de Medicina ao químico da Geigy Paul Müller em 1948 era causador de distúrbio hormonal por mimetizar hormônios, contudo, somente em 2000 cientistas de Israel comprovaram que ele provocava câncer de mama. Nesse interregno foram fabricadas mais de 5 milhões de toneladas técnicas desse produto, talvez por isso a ciência e o que se ensina nas universidades deva receber aspas (foto acima).

O degradabólito responsável pela ação mimética hormonal do DDT é muito similar ao do Pyriproxifen (4 fenoxyfenol éter), isso pode significar tudo, e também, nada, pelo que, no texto diz que a Environmental Protection Agency dos Estados Unidos assim classifica o larvicida”. Perguntar se algo classificado como mimético hormonal tem risco é incompreensível, quando ele foi qualificado de “desgraçado”. Há textos “filosóficos” na FAO/OMS, Codex Alimentarius CCPR impostos pela indústria (GIFAP) sobre a relação Risco/Beneficio ignorando que os riscos são sanitários (ambientais) e os benefícios, ouro. Compreendo a contradição pela doutrinação das pós graduações, onde os alunos, já em 1970 sabiam do bloqueio das enzimas Delta ALA, mas não havia atitudes sujeito, embora repetissem que a Águia Calva Norte Americana, símbolo nacional yankee fizesse proibir seu uso nacional nos EUA, mas não as exportações.

Em seqüência há a afirmação da estupidez da política de colocar larvicida em água... Ela está respaldada no poder da ciência industrial sem aspas e de suas academias, organismos multilaterais como doutrina religiosa, bem acima de ideologia, pelo exposto.

Foi preliminarmente recomendada a releitura do texto calcado no que Edgard Morin chama de complexidade de raciocínio em função do objeto, “diversão” (desvio de atenção e responsabilidade política), quando o sujeito que é a causa, não se sabe o que é.

O desmentido (desmoralizante) sobre o larvicida já surgiu oficialmente. Será verdadeiro? Em Recife na água se utiliza o larvicida BT, como se ele fosse água benta ou leite materno. Radicalizo diante de conformismos.

O trabalho científico citado, sobre o herbicida mostra o que ocorreu em 1947 com o DDT; 1961 com Rachel Carson; Banimento de uso nos EUA em 1972; Ainda hoje (2016) é fabricado e usado na Índia em saúde pública. A complexidade é de Morin, mas Foucault expõe que saber é poder. Mas, Hanna Arendt ensina, que ciência por si só não é sujeito, mas objeto do poder.

No RS, PR, MS, MT, o herbicida está no solo e na água, o Chefe da Vigilância Sanitária em 1999 autorizou o aumento de seu resíduo em 100 vezes para legalizar os cultivos transgênicos igual que nos EUA. Qual é o resíduo desse herbicida no milho alimento natural. Omiti o Transplante de Microbiota Fecal como tratamento ao C. deff já exaustivamente visto.

Aprendi algo muito interessante, a recomendação dos alemães sempre que não entender uma frase, texto ou livro: Releia do fim para o princípio, e encontre as intenções explicitas e implícitas.



Impedir o sucesso na diversão do poder, se divertindo com o despertar dos sujeitos para que deixem de serem “objetos” (foto) é inverter o JUST DO IT (Fais-le), há quase cem anos a ordem dos Flores Magón.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sente o peso da mão

da mão que escreve
_versus_ as mãos que balançam a coerção, mentira e morte

por Sebastião Pinheiro

Hoje encontrei jovens marinheiros, soldados da PE panfletando sobre as ações sanitárias, nisso que se resolveu chamar de guerra ao Odioso do Egito (Aedes aegypti). Isto deveria ter sido feito há mais de 40 anos (Ditadura Geisel) quando as primeiras larvas foram encontradas, mas em garimpo não há lugar para identidade ou memória, nem custos. Usam Oswaldo Cruz, mas esquecem que o básico para ele era o saneamento que acabou com os ratos, piolhos, percevejos domésticos e assim ficou fácil matar os mosquitos. Hoje, já são mais de cinco milhões (dengue), e logo alcançará cinco mil vítimas da microcefalia. Todos estão desesperados, pois a curva cada vez fica mais inclinada e não imaginamos onde vai parar. Guerra improvisada é derrota segura, ainda mais em se tratando “micróbio”, insetos e Saúde Pública.

Estou esperando que cada vôo nacional seja obrigado a explodir em seu interior na partida e chegada uma bisnaga de inseticida com aroma de flores (Cada custa 10 dólares); Depois serão os ônibus nas rodoviárias. A economia vai crescer mais de 0,5%. Não é exagero, pois já estou calculando os custos dos tratamentos no Sistema Único de Saúde e Previdência Social.

Fiquei assustado quando os jornais, rádios e TVs resolveram publicar, como notícia material de cunho informacional marqueteiro. Cidadania é o jeito de dizer o que deve ser dito, pois mídia é serviço público de concessão. Os amigos mexicanos me obrigaram a estudar o tema, como sempre como autodidata e no exercício pleno da cidadania.

Quando os organismos multilaterais especializados (Nações Unidas) declararam a emergência fiquei mais assustado ainda. Ainda mais, quando um site inglês dizia que o epicentro (Juazeiro, Petrolina e Jacobina) do brote de “Zika” está na área de dispersão do mosquito geneticamente modificado, o que nada ou tudo pode significar. Outro site dizia que o causador da microcefalia era a Atrazina um herbicida de milho, que trás nos seus dados toxicológicos poder causar má formações, é teratogênica (faz nascerem monstros); Depois foi a vez do perigoso herbicida o 2,4-D apontado como o causador da desgraça da microcefalia. Em rio revolto vantagem para o pescador diz o ditado.

Os “cientistas” argentinos e brasileiros vieram a público, dentro da mesma direção e sentido anterior, dizer que a culpa estava no larvicida Pyriproxifen (foto) que se aplica na água potável, é altamente rentável para quem o vende, pelo que, quem deveria se preocupar com a qualidade e inocuidade da água potável, mas sua compra traz crescimento do PIB e propinas. Fui obrigado a me atualizar com o livro da OMS/FAO sobre o desgraçado larvicida e todos os seus ensaios toxicológicos. Ele tem 12 degradabólitos e um deles é reconhecido pela EPA e Eurosaúde (4-Fenoxifenol éter) como mimético de hormônios. O que encontrei de “risco” é tão pouco, que afasta o aventado publicado nos jornais repelido pelo Ministro da Saúde. Conheço esse mundo de cartórios e burocracia, meio ambiente, tecnologia e saber.

Há quem diga que eles fazem a economia crescer. Passei a vida e paguei um preço caríssimo por isso, brigando contra os abusos dos venenos, que era um complô de empresas criminosas e funcionários públicos, quando honestos, incompetentes ou cagões e modéstia à parte de veneno, eu estou velho, mas ainda me divirto com as manipulações acadêmicas, extensionistas e ambientalistas. Sim, diversão é o que me parece que estão fazendo com tanto palpites e improvisações. Esclareço: Diversão no sentido de desviar a atenção, sem nada a ver com carnaval ou festa junina.

Lembrei que o mosquito geneticamente modificado (tem gente que prefere chamá-lo transgênico) pode ser o responsável por estar disseminando o vírus ou vírus. E isso a própria empresa detentora Oxford International Tecnologies em seus “documentos confidenciais” demonstra que o resultado científico encontrado na reprodução livre dos mesmos alcança 15% quando as larvas são alimentadas com ração para gatos feita carne de frangos, criados com doses cavalares de tetraciclina. Cai para apenas 3% quando a ração tem outra fonte sem a contaminação. Com 0,03% que é a liberação não desejada de fêmeas, já seria suficiente para se impedir esse desatino. Sabe-se, repito que há sete vezes maior possibilidade de uma fêmea geneticamente modificada acasalar com um macho selvagem que com igual a ela. Logo se tem o problema criado. Se você acha 0,03% uma quantidade ínfima, quando se soltam 30 milhões de mosquitos transgênicos são, só 9.000, que a cada mês se multiplicam algumas vezes.

Outra cientista externa que o problema é de saneamento e políticas públicas. Sim, saneamento, pobreza, miséria, falta de governo, ignorância, corrupção, comodidade e tudo mais que for pensado, mas não é hora, estamos em Guerra carajo.

O mapa inglês aponta para o “epicentro” e o grosso dos casos de microcefalia está no nordeste, não na Colômbia onde o número de vítimas do “vírus” é grande, mas não há casos de microcefalia, que dia a dia fica com cara de algo peculiar do Brasil.

O mapa de incidência da microcefalia ressalta um tipo de alimentação predominante, o milho. No milho é possível se encontrar algo que possa provocar esse desastre? Bem, o milho é cultivado por toda parte, mas todo ele hoje é geneticamente modificado para o uso de herbicida Roundup, Glyphosate e Bt. Primeiro, o resíduo permitido desse herbicida no cereal é muito alto acima de 50 ppm e um nordestino come diariamente “cuscus” no desjejum? Sim, religiosamente. Mas não temos um “suspeito”, pois ele foi autorizado pela CTNBIO; Segundo o milho Bt produz uma toxina ou CRY e CYT proteínas do grupo Delta Endotoxinas extremamente perigosas para a vida. O livro “Altered Genes Twisted Truth” de Steven Drucker prova com documentos da FDA como Reagan, Clinton, Bush Jr. e Obama não permitem que se regulamente a biotecnologia no mundo, logo as CTNBio da vida somente podem tratar o efeito gerado pelo evento livre de análises. Por isso o alarme da OMS/OPAS soa mais como proteção à ideologia imperial e governos incompetentes e corruptos. Lembram a Eosinofilia Mialgica da Showa Denko; Algodão Bollgard no Delta do Mississipi e os moranguinhos verdes da Souza Cruz. São muitos os cartões de crédito corporativos clandestinos (de empresas) distribuídos para burocratas, cientistas e políticos prostituídos, pelo que usei a metáfora da (Lilith de Gilgamesh). Quem ousar desafiar sente o peso da mão yankee, britânica, francesa, alemã.

O cientista colombiano Manuel Elkin Patarroyo criou em 1987 (há 30 anos) uma vacina contra a Malária, mas até hoje não conseguiu registrá-la, embora tenha sido laureado com o prêmio Príncipe de Astúrias (Espanha). Qual o valor de mercado para uma vacina para Zika? O amigo Ronaldo Botelho postou o vídeo do jovem empresário yankee que mudou o preço de um medicamento para a SIDA (AIDS) de 7,00 para 700 dólares. Foi filmada sua audiência no Congresso dos EUA e não respondeu o por quê fez isso. O interessante é que as pessoas não são capazes de perceber que isso é peça de propaganda ideológica... Agricultura, Educação e Saúde são meros negócios (sustentáveis e solidários). Logo a Ética seguirá a troça.

Despertem: O Glyphosate pode causar esse tipo de má formação (microcefalia). Sim, pode e isso foi trabalhado por um grupo de cientistas argentinos há mais de seis anos: Glyphosate-based herbicides produce teratogenic effects on vertebrates by impairing retinoic acid signaling…, H Acosta, SL López, AE Carrasco - Chemical research in …, 2010 - ACS Publications.

Fica fácil usar os genes indicadores de bloqueio de ácido retinóico, Tritionin, bem mais profundo que encontrar a presença bioquímica de vírus. O professor especialista da USP disse que na Eslovênia foi encontrado o Zika (do Brasil), mas não esclareceu se ele foi comparado com o Zika da ATCC VR-84 caçado por J. Cassals e patenteado pela Fundação Rockefeller. Detalhes não são bugalhos. Não há água ou alimento no mundo sem resíduos de Glyphosate.

Por fim, hoje já não se usa a toxicologia clássica como à trinta anos para determinar causa e efeito de genotoxicidade, cronicidade, câncer, mimetismo hormonal etc. Há uma série de genes indicativos em cada ser vivo para evitar a aleatoriedade de resultados e sua expressão gênica é o resultado positivo ou negativo. (foto)


A Eurolex traz o nome de uma série deles em suas finalidades. O resto é diversão, marketing e desespero, para avós, pais e comunidade. A força do império está na desmoralização dos dominados. Tudo continua como antes, pois poder é um fluxo vertical de energia e não permite qualquer tipo de indução, manipulação, diversão e marketing contrario aos seus interesses. Só faz guerra quem detém poder. É Vandré tu estavas iluminado: “Vem vamos embora, esperar não é saber...”

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A Biosfera

Livro: A Biosfera (PDF)

"A vida é um mineral animado. Vida é a integração das energias eletromagnéticas: Fóton (Sol), Rádion (gravidade escalar do Centro da Terra), minerais (especialmente Carbono e água), após ultrapassar a membrana celular e se transformar pelo metabolismo. A evolução das membranas impõem maior diversidade e proporcionalidade mineral neste metabolismo para o alcance da noosfera ou consciência cósmica. Quanto mais evoluído um ser vivo maior diversidade mineral necessita em sua nutrição, e isso permite alcançar a noosfera".

Vladimir Ivanovich Vernadsky,

 mineralogista russo, cristalógrafo, geólogo, geoquímico e etc. Nasce em São Petersburgo em 12 de março de 1863. Vladimir passa a infância na Ucrânia, começando sua educação em Kharkov, mas em seu retorno da família a São Petersburgo, frequenta a escola secundária onde ele mostra um grande interesse em ciências naturais. Vladimir Ivanovich entra na faculdade de física e matemática da Universidade de São Petersburgo, onde ele se torna um estudante de V.V. Dokuchaev, fundador da ciência do solo, e defende o seu doutoramento em 1885, após o qual é apontado como um bolseiro de investigação para o laboratório de mineralogia.
Em 1888 Vernadsky visita a Europa, onde se pratica a cristalografia em Munique e a química e tecnologia de mineração na França. Ministrou palestras em Moscou como docente da Universidade Estadual de Moscou entre 1890 e 1898. Desenvolve teoria da gênese mineral e defende sua tese de Doutor (Fenômeno da matéria cristalina deslizante) em 1897, sendo nomeado como professor da Universidade Estadual de Moscou. No próximo século Vernadsky começa com os estudos em história da ciência, antecipando a sua ideia depois da ciência pensado como um fator de geologia. O cientista vive entre duas capitais russas - Moscou e São Petersburgo, coleta títulos e prêmios da Universidade de Moscou e São Petersburgo Academy of Science.
Em dezembro de 1909 Vladimir Vernadsky apresenta o seu relatório "paragêneses de elementos químicos na crosta da Terra", que mais tarde dá à luz a geoquímica, no XII Congresso de médicos e cientistas naturais. Vladimir Ivanovich incentiva pesquisadores a aplicar a nova técnica, usando fenômeno radioativo, para o estudo da história de elementos químicos e sugere existência de relação genética entre elementos químicos. Ele também funciona em maior desenvolvimento de hipóteses sobre como viver mundo orgânico afeta história de elementos, que formam a crosta da Terra.
Após o cientista percebe que substâncias radioativas são importante fonte de energia e possíveis meios para criar novos elementos químicos, ele começa mapeamento detalhado dos depósitos de substâncias radioativas e recolhe toneladas de amostras de rochas. Vernadsky estabelece Comissão Radium, em 1909, e primeiro laboratório de geoquímica abre em São Petersburgo no ano seguinte.
A energia de Vernadsky é inesgotável - ele é eleito acadêmico ordinário de São Petersburgo Academia de Ciências, em 1912; dirige o Museu de Mineralogia e Geologia em 1914; juntamente com outros cientistas eminentes coordena o desenvolvimento da indústria de mineração de metais e assim por diante. Em 1917 Vernadsky pensa sobre a criação de uma nova disciplina científica - biogeoquímica, lidar com a matéria viva como uma parte ou função da biosfera.
Depois Grande Revolução de Outubro social de 1917 muda a vida de povo russo, Vernadsky é nomeado presidente do comitê científico do Ministério da Agricultura e professor da Universidade de Moscou, no entanto, suas atividades políticas anteriores faz com que deixe a Rússia, e o cientista desloca-se para Kiev, onde estabelecer Academia ucraniana de Ciências torna-se a sua responsabilidade. Então Vernadsky se move para Simpheropol, onde trabalha como professor de mineralogia e cabeças Simpheropol Universidade até 1921, quando ele é rejeitado devido à rápida evolução da situação política.
Mantendo o queixo para cima, Vladimir Ivanovich retorna a São Petersburgo, onde
começa a ensinar geoquímica - composição química da matéria viva. No mesmo ano ele aceita o convite de Sorbonne e muda-se para Paris com sua esposa, deixando sua filha na Universidade de Praga, para a leitura de curso geoquímica. Seu livro "Geoquímica" vem fora da imprensa em 1924 (na Rússia parece em 1927 sob o título "Ensaios sobre Geoquímica" nome). Vernadsky trabalha em conjunto com Maria Curie e publica um relatório "matéria na biosfera viva" e um artigo "autotrofismo Humano", no qual ele convence a humanidade para sintetizar alimentos de minerais, omitindo intermediários vegetais e prevê aparecimento de animais autotróficos.
Em 1926, o cientista publica sua obra fundamental "A Biosfera", onde se refere a matéria viva como parte do Universo, não só do planeta Terra. Em 1928, o seu relatório sobre a "evolução da espécie e matéria viva" conferência toca correlação entre a migração biogênica de átomos e evolução das espécies; sugere que a composição química elementar do organismo, a concentração de rádio, por exemplo, é uma característica de espécies. Desde 1927 Vernadsky viaja muito, aplicando cursos e palestra na Alemanha, França, República Checa e etc. No entanto, o cientista se recusa a mover-se no exterior e continua suas atividades científicas, sendo preso a sua convicção de que só a ciência pode salvar Rússia. Em 1934 Vernadsky publica uma brochura "problemas de tempo da ciência moderna" e um livro "História de águas naturais". Em 1936, Vladimir Ivanovich une a teoria da Antroposfera (noosfera) do Leroy com um novo estado da biosfera, a abertura de um novo período na história do nosso planeta e do espaço...
Vernadsky dirige a Comissão sobre meteoritos e poeira espacial, e a Comissão de isótopos e participa no Comité Internacional de geocronologia e outros eventos. Ele é um dos fundadores do projeto nuclear soviético. Seu último trabalho "Algumas palavras sobre a noosfera" vem fora da imprensa em 1944.


Vladimir Ivanovich Vernadsky morre em Moscovo, em 06 de janeiro de 1945. _Fonte: russa_


Descarregar PDF:

_A Biosfera - parte 1_
_A Biosfera - parte 2_


Fonte: Fundación César Manrique

Noosfera
Vladimir Ivanovich Vernadsky, criador do conceito noosfera (à esquerda) com Alexander Yevgenyevich Fersman, fundador do Centro de Ciência Kola (direita). Cortesia Kola Science Centre.
Impulsionada pela grande experiência soviética para viver de forma racional com a natureza, os territórios da Península de Kola foram investidos por um plano em grande escala para preencher o Ártico e para estabelecer a base científica para a exploração industrial dos seus recursos.

A Península de Kola foi um dos locais de uma nova experiência para uma soberania científica na qual reformulou conexões entre as ações humanas e os processos naturais. As ligações entre a biosfera, a atmosfera e a geosfera estão aqui estendido para a noosfera; o espaço do pensamento humano conceituado em 1920 por Vladimir Ivanovich Vernadsky. Vernadsky foi o líder do KEPS - A Comissão para o estudo das forças produtivas naturais da Rússia.

Vernadsky e seu colega Aleksandr Evgenievich Fersman, que estabeleceu o Centro de Ciência de Kola - foram os fundadores da escola russa de geoquímica. Fersman foi responsável pelo programa de vigilância 20 milhões de km2 do território soviético de recursos minerais.

_Fonte: Forensic Architecture_

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