"

"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Intolerabilites sit levis

 "Quanto mais pesado é o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais real e verdadeira ela é. Em compensação, a ausência total de fardo leva o ser humano a se tornar mais leve do que o ar, leva-o a voar, a se distanciar da terra, do ser terrestre, a se tornar semi-real, e leva seus movimentos a ser tão livres como insignificantes".
30 de maio de 2018
por Sebastião Pinheiro


Intolerabilites sit levis”, mas o Brasil dá pouca importância à Terra Preta de Índio, o grande público nem sabe do que se trata. O setor técnico-científico continua subserviente. Já no campo financeiro é importante a participação no “Chicago Climate Change”, relação espúria ou “mafiosa” com grandes empresários do U.S.CFR ávidos pelos subsídios e alinhamento às suas metas. O resto é fascinação e estupefação engendrada para a alienação e consumo do novo segmento econômico. 

A Matéria Orgânica no Solo (SOM) e Matéria Orgânica Dissolvida (DOM) contém a partícula da vida, os ácidos húmicos. Nela ficam famosas as huminas e melanoidinas derivadas das unidades dos polímeros do Sol, como amido e celulose ou carbonizados cosido e seus restos nos alimentos espalhados nas aldeias, que agora podem evitar os impactos da Mudança Climática. Fora isso há grande significado na química dos alimentos (chocolate com Húmus), química agrícola, bioquímica e a química pré-biótica das fermentações nos seres vivos e solo que revolucionam a ciência do solo e assanham as corporações pelo mercado. 

Os polímeros de glucose (amido, celulose, quitina, hemicelulose, pentosas e muitos outros açúcares de 3 a dezenas de átomos de carbono) quando aquecidos seja no fogo espontâneo provocado pela fermentação ou posto como forma de limpeza e segurança para eliminar insetos e roedores nos depósitos de resíduos domésticos dos indígenas em todas partes. Essa carbonização ou pirólise os transformam em furfuraldeídos e outros bastante conhecidos na “caramelização”. Restos de refeições, cascas de mandioca base alimentar de nossos indígenas são parte deste processo, uma vez observado passou a ser intencional. 

É sabido que o caramelo não tem fórmula química, mas sua importância como fonte energética para o metabolismo de micróbios e seres mais evoluídos é muito conhecido. Ele é importante na formação da terra preta de índio, junto com o carvão vegetal e biomassa (foto 1 acima).

O amplo interesse e atenção experimental significativa à natureza amorfa e insolúvel dos polímeros os tornou resistentes à caracterização estrutural convencional. Os físicos usam métodos de Ressonância Nuclear Magnética de Estado Sólido, incluindo a substituição seletiva de 13C, 1H-defasagem e dupla filtragem quântica. Os espectros, e sua interpretação, são simplificados confiando exclusivamente no hidrônio para a catálise. Os resultados para polímeros derivados de ribose, desoxirribose e frutose indicam diversas vias para os furanos, sugerem uma rota simples para pirrol na presença de aminas e revelam um polímero tipo rede heterogêneo no qual moléculas de açúcar reticulam os heterociclos (foto2).

Isso nos obriga a retornar a Reação de Maillard desenvolvida na primeira década do Século XX.

“A reação de Maillard entre carboidratos e compostos nitrogenados originalmente investigados em 1912 foi posteriormente proposta como um possível caminho para a formação de substâncias húmicas em ambientes naturais. No entanto, o papel da catálise mineral da reação de Maillard é pouco compreendido e o efeito promotor da luz sobre essa catálise não é conhecido. O Birnessite (δ-MnO2), comumente presente em ambientes de solo, foi investigada por sua atividade em promover a reação de Maillard entre glicose e glicina a uma intensidade luminosa de 168 µE s– 1 m–2 ou no escuro. A presença de quantidades substanciais de Mn (II) foi detectada tanto no sobrenadante como na fase sólida dos sistemas glicose-glicina-birnessite. A evidência espectroscópica indica que a birnessite, na presença de luz, é um catalisador muito eficaz no escurecimento abiótico de soluções de glicose e glicina. Além disso, birnessite promoveu significativamente a reação, mesmo na ausência de luz. Portanto, o papel catalítico heterogêneo abiótico dos minerais do solo, como a birnessita na policondensação de açúcares simples e aminoácidos, merece atenção na formação de substâncias húmicas em ambientes naturais.”

“A reação de Maillard é considerada um importante caminho na humificação devido às semelhanças significativas entre as substâncias húmicas e as melanoidinas formadas por essa via, envolvendo condensação de açúcar-aminoácido. O Birnessite (δ-MnO2) aumenta significativamente a extensão da humificação do sistema glicose-glicina na faixa de pH de 6-8. Comunidades microbianas colonizam as Terras Raras enriquecidas com Birnessite (Todorokite), o que justifica o uso de Farinhas de Rochas, mas as aulas de agronomia continuam com a cantilena da concentração de NPK... 

Os desvios químicos dos ácidos fúlvicos formados no sistema de reação de Maillard se assemelham aos das substâncias húmicas naturais. Além disso, a intensidade de luz de 168 μE s− 1m− 2 exerce um aumento no escurecimento do sistema glicose-glicina-birnessite em comparação com o mesmo sistema mantido no escuro. Igualmente importante é que, mesmo em completa escuridão, a birnessite catalisa a reação de Maillard entre glicose e glicina. Portanto, a catálise de birnessite pode ocorrer em ambientes de solo e sedimento em qualquer profundidade, mas a presença de luz solar deve acelerar a reação.”

Fala-se à boca pequena que o prêmio Nobel de Literatura Garcia Marquez adquiriu uma editora clandestina (Oveja Negra), para produzir livros baratos para os mais humildes. A tradução pirata do livro “Húmus”, do Nobel da Paz, Selman Waksman traz em sua página 23 (O papel do Húmus no Ciclo Orgânico da Natureza), pois havia a preocupação já há mais de 80 anos, com a perda de capacidade de armazenar os Gases do Efeito Estufa no Solo. O referido livro ficou escondido até ser disposto na Web em 2010 faltando mais de 20 páginas e foi traduzido por um grupo de linguistas amigos por interesses óbvios no TVA na preparação dos EUA para a Segunda Guerra Mundial.

Em meio as discussões politico-sociológicas da Agroecologia de interesse do U.S. State Dept., uma colher de pau (com acento) lambuzada de casquinhas bem douradas de pudim de mandioca (foto3), deve ser colocada na conversa importante para a gastrosofia, também do solo, onde há a formação de ácido fúlvico, caminho para a humificação e huminas, como previu Maillard há mais de um Século, além fronteiras pelo clima do Planeta. Se não lestes as duas postagens nos dois dias anteriores será difícil entender o tema em sua dimensão planetária ou a insustentável leveza do Ser.




"Sementes crioulas: Legado dos povos "

Foto: Campesina no México, S. Pinheiro.
Sesc São Paulo - Unidade Birigui. 


“Sementes é a maior quantidade de energia na menor da matéria” (PINHEIRO, 2016). Comemos sementes e somos construídos por sementes: corpo, energia e espiritualidade.

“A indústria de alimentos quer que ignoremos que, depois do sangue materno e seu leite só comemos sementes, a maior quantidade de energia na menor quantidade de matéria, por toda a vida. Sementes é o Sol transformado em alimento, diretamente nos seres vivos que realizam a fotossíntese ou indiretamente naqueles que aproveitam a energia contida na matéria orgânica através de microrganismos, bactérias, fungos e outros”. Nos anos 80, Pat Roy Mooney, denuncia os perigos da perda da biodiversidade e da concentração de capital e poder nas mãos das empresas de biotecnologia, principalmente das que produzem sementes. Essas denúncias tornaram mundialmente conhecidas através de seu livro O Escândalo das Sementes, dizia ele em sua palestra no Rio Grande do Sul no II Fórum Social
Mundial, publicada em 2002: “Se introduzíssemos a diversidade perdida, faríamos muito mais pela fome no mundo”.   


Garantir a possibilidade de construção do conhecimento, bem como, ampliar a consciência cidadã sobre os saberes agrícolas em espaços comunitários, intercomunicáveis urbano/rurais, espaços estes do respeito subjetivo do Saber, são iniciativas da agenda de biopolíticas mundiais cuja possibilidade do maior envolvimento das pessoas locais, em unir o pensamento coletivo, e melhor preparar municípios para os desafios da erradicação da pobreza e diminuição da desigualdade, do melhor acesso a saúde e educação, das transparências políticas e controle das contas públicas, e sobrelevando temas importantes como a segurança social e alimentar, passa pela conservação cultura comunitária e local das Sementes.


O Sesc é um espaço do Saber. Sua gestão tem permitido preservar a Cultural e Lazer, dentro de um espaço dinâmico e acelerado: o espaço do Mercado, do comércio. Mais uma vez agradeço o convite da instituição em poder participar deste projeto Ambiental de re-conexão do cidadão aos braços da Natureza, cujo cordão umbilical nunca deveria ter se rompido.

Encarecidamente,


Oliver Blanco


Proposta de diálogos e atividades 

- O resgate das Sementes e do Conhecimento;
- A nova Lei de Sementes e Mudas, Lei 10.711/03; Lei de Cultivares – Produção de Sementes Registradas;
- O Escândalo das Sementes – História das sementes Híbridas, Transgênicas;
- Sementes locais: experiências agroecológicas de conservação e uso;
- Avaliação das Sementes Crioulas;
- A multiplicação das Sementes Crioulas;
- O armazenamento das Sementes Crioulas – Banco de Sementes;
- Práticas de biofortificação camponesa: peletização de sementes;
- Intercâmbio de Sementes e Conhecimentos locais.



 Informações: _AQUI_

terça-feira, 29 de maio de 2018

"São Pedro tem dia dedicado à biodiversidade"

foto: Graça D'Auria - Jornalista - Centro de Comunicação Rural (Cecor/CATI)
Muita satisfação em poder contribuir para que se consiga oferecer encontros mensais deste porte e se possível, em outros municípios e Regionais do Estado de São Paulo.

Acredito que aja uma certa urgência em fortalecer o resgate da qualidade do meio ambiente rural; prover e oferecer boas matérias primas na gestão dos recursos naturais, ao reafirmar antigos princípios seculares de Cultura, quase totalmente apagada pela macroeconomia exógena e que também, fez sucumbir a base da economia camponesa, a muito mais tempo estabelecida em seus territórios Caipiras.

Por nossa cidadania brasileira e profissional da Engenharia Agronômica, fiz uma denúncia pública sobre o envenenamento da produção de alimentos no Estado de São Paulo, no dia em que comemoramos nossa Biodiversidade, e seus efeitos na evolução social e econômica de nossas Comunidades Rurais, deixando tecnicamente quase esclarecida, suas origens externas.

Sendo assim, esses valores imemoriais já não podem ser apagados; temos esperanças em poder aprofundar esses valores culturais campesinos, referenciais de nossa agriCultura, e transformá-los espiritualmente, resguardando novamente o oikos e a alegria da Roça,

sou grato aos amigos Leandro Biral, Maurício, Osmar...                                                            Oliver Blanco



"A abertura foi cultural e ficou a cargo do rapper e poeta Lucas Afonso, que permeou o evento com apresentações de seus poemas. Acostumado a participar de outros tipos de eventos, como rodas culturais, Lucas disse estar “encantado” com tudo que também pôde aprender neste dia, principalmente com a oficina sobre meliponicultura, ou seja, a criação de abelhas sem ferrão, ministrada pelo engenheiro agrônomo Osmar Mosca Diz, da Divisão de Extensão Rural da CATI. A seguir, houve um bate-papo com o engenheiro agrônomo e escritor Oliver Blanco, que lembrou os vários momentos pelos quais a agricultura passou, como a revolução verde, e o atual em que parece haver uma maior conscientização da população em relação aos alimentos produzidos de maneira a manter a saúde do solo, a preservar os recursos naturais, a oferecer alimentos mais saudáveis para consumo.

O evento chamado 3.ª Tarde Orgânica já ocorreu em 2015, em Tietê, e, em 2017, em Bofete. Este ano, Leandro Biral, que já havia participado dos outros dois auxiliando na coordenação, resolveu trazer para o município de São Pedro a comemoração. “São Pedro é um município turístico, por onde passam muitas pessoas de diferentes regiões; além disso outras escolhem São Pedro para viver depois da aposentadoria, vêm em busca de uma vida mais saudável e, geralmente, estão ávidos por conhecimento. Então estamos aproveitando essa vocação para levantar alguns temas que precisam ser considerados para uma vida mais saudável”, explicou Biral."
Conferir a Matéria:

São Pedro tem dia dedicado à biodiversidade


  • 23/05/2018
  • Graça D'Auria - Jornalista - Centro de Comunicação Rural (Cecor/CATI) 


  • Biopoder Campesino
  • Saúde no Solo
  • Biopoder Campesino
  • Saúde no Solo


Atraso propositado


28 de maio de 2018
por Sebastião Pinheiro

O nome é o primeiro, depois vem os demais, então: Intolerabilis sit levitas (A insustentável leveza do Ser) para entender, que o escritório multilateral para agricultura e alimentação (FAO) não é um órgão ultrassocial, é apenas diplomático e provoca vaidade. Ela tardiamente, reconheceu que a "agricultura moderna" desapareceu e deixou em seu lugar o agronegócio e a crise continuou a crescer para exigir mudanças.
O que era antes ensinado sobre higiene e inocuidade, pasteurização e esterilização são coisas do passado com as novas posturas em função da nova matriz tecnológica da biologia molecular, microrganismos e biotecnologias. Há um salto formidável. O novo assusta por ser diametralmente oposto. A ousadia fez "upgrade" e as tecnologias se superam sem controle religioso ou social. A voracidade é consumir, mesmo que não se saiba o por quê.
Na área rural por seu proposital atraso temos um paradoxo quadrático: - A primeira é que não há agricultura na natureza, pois ela é uma ação (tempo) ultrassocial nela mesma, logo não poderia ser usada a denominação de "agronegócios", pois não há "negação do ócio" por ela estar fora da natureza e o trabalho despendido é antagônico a isso; - O segundo paradoxo é que o solo onde ela é praticada é uma evolução da natureza, impactado pelas tecnologias empregadas no agronegócios a cada dia mais distantes do "natural" e próximo do artificial, com o limite ao zero.
O paradoxo quadrático é potencializado quando "a negação do ócio na agricultura" busca o neologismo "sustentável" transplantado da economia pelos mesmos banqueiros e financistas que criaram o primeiro, para suas tertúlias filosóficas. É necessário explicar que "sustentável" é a economia que não perde capital. Ao passo que o solo nos agronegócios tende aceleradamente a zero, enquanto nas práticas e tecnologias da agricultura tradicional nem sequer permitiu perceber esse limite. O que transforma o agronegócio em um fator (vetor) de insustentabilidade no espaço/território com seus drenos de capital campesinos, concentração no setor industrial e serviços de uma economia local subordinada à Ordem Internacional.


Não há espaço/tempo para as ingenuidades em crer que a “Agricultura Biológica”, “Agricultura Orgânica”, “Sintrópica” ou Agroecologia e Agrofloresta tenham sido geradas pela resistência e organização contrárias à Ordem Imperial. Todas elas foram uma indução suave, sutilmente financiada por ONGs pelos mesmos que geraram e controlaram a Agricultura Antiga, e também, a Moderna. Para os retardatários, é difícil perceber isso.


O termo "transição" na agroecologia "tradicionalmente induzida" perde significado semântico, pois mudar é atitude e não o corolário dos preceitos. Mas tampouco podemos ser desajeitados em não perceber que os movimentos políticos conflagrados pelo poder, a transição é uma excelente forma de abordar algo sem compromisso de transformá-lo em diretiva política ou pública de seu governo.



É possível que esta seja uma forte razão para aqueles que usam tecnologias socialmente apropriadas como forma de desestabilizar o poder e suas induções imperceptíveis, sejam cobrados por eles da mesma forma como são pelos movimentos sociais, diametralmente antagônicos àqueles e lutam por sua derrubada do poder.


Manter a lucidez e desenvolver dia a dia novas tecnologias e estratégias socialmente apropriadas é um repto e um senso de dever cumprido do bombeiro agroecológico, que constrói o biopoder campesino sobre os fundamentos de fatos pelos bancos para seu poder.
 


 

Rede Soberania

Rede Soberania
Esta Nação é da Multitude brasileira!

Blogueiros/as uni vós!

.

.
.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...