Mina de Fosfato

14 de maio 2018.

por Sebastião Pinheiro

 

Na brincadeira: Resultou que São Pedro promoveu uma festa no Céu para todos os bichos. O sapo gritou, Viva, Magnifico, Fantástico... O que desagradou o organizador, que avisou: Todos estão convidados, mas animais de boca grande não entram. Ao passo que o sapo fazendo sua bocona bem pequenina disse pobrezinho do crocodilo.

Na sociedade vivemos; e na sociedade industrial aprendemos e somos impedidos de falar sobre as coisas, para não perder dinheiro por isso se mantém o silêncio obsequioso ou ignorância, comodidade e alienação. Fora dessa fábula de brincadeira, eu desconhecia que no Estado onde vivo uma empresa ia extrair Fosfato. Comecei festejando... fui estudar..

 

Esse é um assunto que me interessa há muito tempo. Estudei, que todas as grandes reservas de Fósforo estão próximas ao mar como Fosforita por reunir cadáveres de animais no passado ou Apatita como rochas também em bacias sedimentares.

Religiosos, militares e outros andam muito preocupados, pois o maior problema das diferentes nações agrícolas hoje é que o único a produzir fósforo é a empresa Cargill, também monopolista do Sal de cozinha e uma grande vendedora de grãos (trigo, soja, cevada, centeio, arroz, etc.) no mundo. Disse religiosos e militar sem provocar o pleonasmo.

MINERAÇÃO permite que os poderosos lavem dinheiro, diminuindo ou aumentando o rendimento do produto obtido de acordo com os seus interesses, mas isso é um problema fiscal do Estado para a população o problema é bastante mais grave, como a devastação, a poluição e o desastres. Um dos livros que mudou minha vida, iniciada com uma "infância para Oliver Twist" foi "Rebelião dos Ratos" do colombiano Fernando Soto Aparicio, distante de muitos outros, o livro que marcou minha cidadania em sua fonte natural em 1968 Argentina. Foi o último livro que li em voz alta para minha esposa em sua cama de passagem, até algumas horas depois de sua morte. Voltemos ao Fósforo, que é estratégico tanto para os religiosos quanto para os militares. Será permitido pela Cargill esse flerte, quando a ditadura militar, dizer assassina é pleonasmo para o State Depat., foi induzida a financiar uma BNH, no bairro de Peixinhos, sobre a mina, a céu aberto, de Fosforita de Olinda como há 3 anos postamos no Facebook; o segundo maior depósito do planeta na Baixa Califórnia também está como uma reserva de mercado para seus donos, igual à de Piura...

Tanto a Apatita quanto a Monazita são fontes de Fósforo contendo agregados minerais radioativos como Tório, Urânio e metais pesados ​​tóxicos, como Cádmio e Chumbo, além de terras raras estratégicas, hoje dominadas pela China e que tem EEUU muito preocupados com o controle dos preços e dos fluxos de produção. Algo que já na União Europeia na década de 70 não aceitava níveis de metais pesados ​​em suas importações, o que aumentava a poluição nos países da América Latina, onde o governo entendeu a questão ambiental como um entrave.

Sem as "Terras Raras" (as duas linhas abaixo do centro da Tabela Periódica com Lantánidos de 52 a 75 e Actinidos de 89 a 121) não há a "Guerra nas Estrelas" de Reagan (1980-8), nem satélites ou celular e tendo isso nas mãos dos chineses é não ter força política imperial para comandar o mundo. Cerca de dez anos atrás, na TV gringa é o debate mais estratégico analisado. É mina de fosfato ou de Urânio e Terras Raras?

 

Bem, há um empreendimento de mineração de fósforo na parte meridional do Estado do Rio Grande do Sul para a produção de Fósforo e Urânio, por suposto festejado pelos governantes pelos impostos oficiais e as doações compulsórias ou propinas partidárias (coimas).

Sobre os órgãos  de meio ambiente, sem comentários, ou melhor, recordemos do que disse um ministro britânico nos anos posteriores a Conferência das Nações Unidas em Estocolmo em 1972: "As funções dos órgãos de meio ambiente nos países periféricos é “impedir que o meio ambiente traga prejuízos aos empreendimentos econômicos financeiros". Ou seja eles querem que os periféricos adquiram créditos, tecnologia e serviços dos países centrais que não têm nem natureza, nem meio ambiente, mas o comercializam como ninguém mais no mundo.

Temos que nos preocupar com o potencial de contaminação não só com o Chumbo, destruidor do Império Romano (saturnismo), mas com os lantanídeos e actinídeos, pois na região de Três Estradas temos a bacia hidrográfica do rio Camaquã como o terceiro mais importante contribuinte  da Lagoas dos Patos de grande importância para uma região carente de água e com uso na agricultura e berço de peixes (camarões).

Em passado autoritário recente, uma das primeiras privatizações feitas no Brasil, mesmo em meio à ditadura explícita, foi a das minas de ouro do Grupo Pignatari, no rio Camaquã, no final dos anos 70. O dinheiro público transformado em privado e um passivo financeiro novamente tornado público, como é bom ser liberal com o dinheiro do povo. Agora vejo um empreendimento de Fosfato, Terras Raras e Urânio e me pergunto: fora da comoção nacionalista pela caridade de Fosfato (sei das reuniões militares sobre o assunto), haverá sustentabilidade nesse empreendimento ou teremos algo parecido com o que ocorreu com a mina ouro citada, que por dados analisados na FURG detectaram Chumbo, Cádmio e outros metais pesados ​​fazem 30 anos. Em tecnologia é necessário ter cuidado e não festejar como o sapo e ter de fazer uma boca pequenina depois.