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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Caxi


Caxi (ou Cachi) Lagenaria siceraria ou communis
O Caxi ou "Cachuchu" como é chamado por alguns produtores, devido a parte interior se parecer muito com o tradicional chuchu quando o se consome, tem sido encontrado em todo território mineiro, em comunidades tradicionais da agricultura familiar. Essa hortaliça de sabor mais agradável do que o chuchu, quando se quer consumir deve ser colhida bem nova, pois possui a casca dura e, com o tempo ela se transforma em cabaça. 

Encontrei a hortaliça sendo consumida em comunidades Quilombolas e tradicionais da agricultura familiar mineira tanto em Vazante, noroeste de minas, quanto em Fortaleza de Minas, no sul. Trago aqui algumas informações retirada do artigo escrito por Arlete Marchi Tavares de Melo e Silvia Rocha Moreira - Recursos genéticos e caracterização de cucurbitáceas subutilizadas e/ou negligenciadas no IAC.

Selecionei um pequeno trecho do artigo abaixo que fala sobre a espécie:

O gênero Lagenaria possui seis espécies, sendo cinco selvagens perenes e L. siceraria, que é cultivada como anual há milênios, em toda região tropical. De acordo com Dodaneus (1583), citado por Teppner (2004), a cabaça já era utilizada como hortaliça à época do descobrimento das Américas. No Brasil, a cabaça, também denominada de calabaça, porongo, purunga, caxi (ou cachi) etc., é considerada uma hortaliça não-tradicional, pois não é consumida regularmente. É uma cucurbitácea nativa da África, cujas sementes, protegidas dentro do fruto, foram disseminadas pelo mundo por meio das correntes oceânicas. Dados arqueológicos indicam sua presença no Peru, pelo menos, desde há 10 mil anos.

Distribuída por todo o mundo, existe uma enorme variabilidade de forma e tamanho dos frutos, gerada durante os milhares de anos de seleção humana em locais distintos, tornando essa espécie como uma das que apresentam maior variabilidade entre as cucurbitáceas. Os frutos jovens de cabaça têm a casca tenra e pubescente e polpa com alto teor de umidade. Quando maduros, tornam-se glabros com casca grossa e lignificada, o que a torna impermeável e com polpa seca e fina. As sementes são grandes, com textura corticosa, cor marrom e formato característico (Whitaker & Davis, 1962).

Quanto ao uso, o fruto seco tem inúmeras e fascinantes aplicações: conservação de líquidos e alimentos crus e cozidos; armazenamento de sementes, decoração, cuias, chocalhos, cachimbos, gaiolas, conchas, pesca etc. Na região Sul do Brasil, as cabaças são produzidas e utilizadas para a fabricação das cuias nas quais é preparado o tradicional mate e a seleção dos frutos é baseada no formato, levando-se em conta o diâmetro externo dos mesmos (Bisognin & Storck, 2000). Os homens de algumas tribos da África e Nova Guiné ainda h oje têm um costume inusitado, inserindo cabaças cilíndricas em seus pênis. Antropólogos acreditam que, além de servir de proteção, essa prática tem uma importante função social (Armstrong, 2007). Os nativos utilizavam o fruto para conservar remédios, além de usar a própria cabaça como planta medicinal por ter componentes diuréticos, eméticos e antipiréticos.

Para fins culinários, frutos e ramos jovens são consumidos como alimento. Na Ásia, a polpa de frutos desenvolvidos de uma determinada variedade de cabaça é cortada em tiras e submetida à secagem para uso em pratos típicos. Nos dias de hoje, recomenda-se que seu consumo seja na forma cozida e a preferência deve ser dada para os tipos não amargos. O principal componente do amargor é um triterpenóide chama do de cucurbitacina, a qual é toxica quando ingerida em grandes concentrações. Modernamente, L. siceraria vem sendo utilizada como porta-enxerto para outras cucurbitáceas, especialmente de melancia (Levin & Lange, 1991; Robinson & Decker-Walters, 1997).

Entre os acessos de cabaça da coleção do IAC, foram a valiadas e descritas características agronômicas e morfológicas de oito acessos. Os genótipos foram caracterizados para os seguintes descritores: hábito de crescimento, presença/ausência de gavinhas, formato da folha, pubescência da folha, cor da flor, expressão sexual, formato do fruto, cor do fruto, textura da casca, peso do fruto seco, número de frutos por planta, comprimento do fruto, largura do fruto, cor da semente, peso de 100 sementes e presença/ausência de amargor (Esquinas-Alcazar & Gulick, 1983). Com base nas características avaliadas, cinco genótipos foram selecionados como próprios para consumo devido à ausência de amargor e outros dois mostraram-se adequados para uso ornamental (Melo & Azevedo, 2003).


Fotos: Oliver Blanco

25 comentários:

Juliana Vitrio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Juliana Vitrio disse...

Olá! Gostaria de saber se vocês possuem a informação de quais são as vitaminas que possuem no caxi verde, quando consumível.
Obrigada!

sara disse...

qual a substancia que possui o caxi verde se e uma planta medicinal

Blanco disse...

Vocês conhecem a Tabela de Composição de Alimentos - Sonia Tucunduva Philippi...

Bem, acredito que o caxi, que vem servindo como porta-enxerto para cucurbitáceas, e também por ser rústica, de hábito de crescimento e desenvolvimento igual a abóbora-kabotchan, segundo a Tucunduva o kabotchan possui: Energia 40.00 ; Carboidratos: 9.8 ; Proteínas: 1,2 g ; Gorduras totais 0,3 ; Fibras totais: 0,6 g ; Vitamina A: 350 RE (equivalente Retinol); Vitamina C: 42 mg ; B1: 0,05 mg ; B2: 0,04 mg ; Ca: 12 mg ; Fe: 0,7 mg ; e P: 27 mg. Mas isso depende muito do manejo nutricional do solo, tipo de solo, sistema de produção, etc... não sei se serve de referência Juliana Vitrio.

Sara, no texto é citado os componentes diuréticos (uréia, ácido etacrínio, Piretanida, outros), eméticos (que combatem as intoxicações; provoca vômitos) e antipiréticos (que reduz a febre... deve ter os princípio ativos da dipirona). Pesquisando esses termos você poderá tirar alguma conclusão.

Creio que alimentando-se do Caxi estamos nos desintoxicando naturalmente (agrotóxicos, substância ruins, artificiais que ingerimos erradamente para alimentar nossas células...) e estaremos nos medicando, prevenindo uma febre, por exemplo, por ingerirmos o princípio ativo da dipirona... e por aí vai. Importante é se alimentar bem.

Abraços Oli

Anônimo disse...

Já consumi o caxi e tenho sementes... deve ser colhido bem novo... caso passe o tempo de colher e consumir, o consumo pode provocar leve mal estar... pelo menos assim observei. A planta que dá o fruto produz um odor que não agrada todo mundo.

Ana Bia disse...

Alguém disponível para doar sementes?

Esmeralda disse...

Olá, parabéns pelo Blog!
Sou da empresa Gramas Primavera, conte conosco para informações sobre:
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Um grande abraço!
Cordialmente, Vera Lucia.

Marcio disse...

tenho sementes!

Anônimo disse...

EU tenho semente Para doar entre em contato por email sasterranova@hotmail.com

Anônimo disse...

Olá sou da Bahia e aprendi a gostar do Caxi em Espírito Santo,Vitória e trouxe a semetnte plantei e to colhendo amei

ZK disse...

Bom dia a todos
Sou de Mato grosso do Sul
Alguém tem sementes de Quiabo-de-metro?

S E J A F E L I Z disse...

Que legal! Ganhei um chuchu desses no outro dia! Fiz ensopado!

Natália Costa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Natália Costa disse...

Olá sou do Ceará, Meu sogro cultiva essa hortaliça, e eu gosto bastante. Acho seu gosto muito parecido com o da abobrinha.

Anônimo disse...

Na UFGD estiveram pesquisando o caxi para dar valor agregado ao produto, fizeram um estudo para produzir fruta cristalizada essas coloridinhas que aparecem nos panetões de Natal !.

Unknown disse...

Qual mês a planta?

Unknown disse...

Amei a hortaliça muito gostoso refogado.

João Paulo disse...

Parabéns, ótimo post. Trabalho com grama natural (Esmeralda e São Carlos) e se alguém se interessa segue o meu contato. Obrigado desde já.

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Unknown disse...

Fica uma delicia tbm é feito a maionese do caxi eu fiz aqui na minha casa e todos amaram 😍

Unknown disse...

Olá! Boa tarde! Eu me chamo Rogério e sou estudante de agronomia na Universidade Federal de Santa Maria(UFSM), RS. Estou fazendo um estudo sobre os tipos de caxi comestíveis. Por favor o senhor poderia me doar algumas sementes ou fazer trocas de sementes comigo? Eu tenho sementes de milho preto e milho vermelho. Desde já muito obrigado!

Anônimo disse...

Sou de jundiai/SP, minha família veio do Paraná e trouxe o caxi de lá. Faço escondidinho de carne seca coberta de caxi fica uma delícia

Anônimo disse...

Cachi não e Chuchu. E da família do pepino

Anônimo disse...

Cachi não é Chuchu. É da família do pepino.

ZK disse...

Chuchu também é da família do pepino. Todas curcubitaceae.

ZK disse...

Caxi = Lagenaria siceraria

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