Deveras
é de imensa importância ter um veículo de comunicação em nossa comunidade a
edificar nossas informações, nossas notícias e novidades externas; nossas
histórias e estórias, nossas conquistas passadas e as que estão por vir, nossa
cultura. O jornal preservará e contribuirá com o ato da leitura, a mais
completa forma de se educar, pensar e de se interagir entre os seres humanos.
O
que nos leva a resistir tanto contra os males do capital? O que nos faz lutar
por justiça? Por soberania alimentar, soberania popular? Por respeito? Por
Reforma Agrária? Pela produção da vida coletiva e social; e não pela
metamorfose humana de se buscar sobreviver de forma individual nesse mundão tão
distante e ao mesmo tempo tão globalizado? Seria a nossa busca por liberdade e pela
nossa emancipação?
É a nossa
liberdade de expressar e preservar nossa cultura que nos faz resistir a
multifinanceira e cruel desigualdade do sistema capitalista. É a nossa
Resistência Cultural; nossa cultura, nossa poesia, nossas músicas, nossos
costumes, nosso folclore, nossas danças, nossa natureza, nosso tipo especial de
raça humana.
A
maneira como nossa cultura vem sendo desfragmentada pelas novas tendências
mundiais de consumo deve ser debatida pela comunidade. É nesse ponto que o
sistema nos atinge; no detalhe da compra; nos ilusórios produtos; como aceitar
que numa rodinha de pessoas decide-se o que vamos vestir, comer, ouvir. Muito
se debate sobre o capitalismo, seus males, suas teorias, mas nada se discute sobre
a causa de transmissão, até doentia e epidêmica, degenerativa, que atinge nossa
cultura e nossas famílias.
Conscientizar-se sobre nossos
consumos é a maneira mais certa de atingir e frear o capitalismo. Negamos as
empresas multinacionais mais continuamos a consumir seus produtos. Negamos o
império americano mais sua cultura invade a nossa e nem percebemos o estrago.
Devemos sim entender a forma capitalista de sobreviver. Marx nos diz que
“a estrutura do processo vital da sociedade, isto é, o processo da produção
material, só pode desprender-se do véu nebulosos e místico no dia em que for
obra de homens livremente associados, submetida a seu controle consciente e
planejado”; homens livres para nos unir em associações, assim gerir e tocar
nossas estruturas – agroindústrias, que terão o esqueleto capitalista mais um
coração socialista.
Oliver Blanco
P.S. “Atenção, para não apostar nas
esperanças erradas: o que o Brasil tem de melhor, não é nem futebol, nem
telenovela. O que o Brasil tem de melhor é sua cultura, seu pensamento crítico
e os movimentos sociais”.
Emir
Sader
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"no artigo 5º, inciso IV da Carta da República: 'é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato'."