"

"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Consciência Nacional

Reforma Agrária já!
"Porque o latifúndio é o irmão siamês do arcaísmo técnico"
algum lugar no sertão baiano, foto: O. Blanco
Estou lendo Sete Palmos de Terra e um Caixão, ensaio sobre o Nordeste uma Área explosiva, de Josué de Castro. Aliás um excelente livro que integra o conhecimento popular dos porquês do empecilho histórico do lento desenvolvimento da região nordestina.

No final do capítulo V me deparei com um discurso de Josué, na Câmara Federal; e, antes de ler esse livro, em 2013 escrevi dois textos, o que me vinha na cachola no momento: Vaca Magra Nordestina e MaPiToBa; não é coincidência gozar com a mesma linguagem do Josué, é que sentimos o presente, o momento, o movimento. Isso é pura propriocepção de pensarmos um Brasil forte, verdadeiro, livre para todos e todas, brasileiros e brasileiras. Reforma Agrária é de Consciência Nacional.
     
“No ano de 1956, quando o Nordeste se encontrava a braços com as consequências de uma grande seca, num discurso que pronunciei na Câmara Federal do Brasil, procurei mostrar que o problema era mais complexo: que não bastava lutar contra os efeitos das secas para salvar o Nordeste. Ainda nesta época, este discurso recebeu uma cerrada oposição e, o que parecerá mais estranho ainda, oposição por parte dos representantes do próprio Nordeste.

Transcrevo alguns trechos deste discurso, como um novo documento desta progressiva tomada de consciência nacional:

‘Não nego a existência da seca. Nego seja ela a causa do fenômeno da fome no Nordeste; porque a seca é uma causa secundária, subsidiária, que apenas agrava o estado de coisas reinante, determinado por outras causas, mais sociais do que naturais... Quero deixar bem claro este ponto de vista, a fim de não ser mal interpretado porque, como nordestino, como homem da região das secas, como filho de homem do sertão e como neto do retirante da seca de 1877, não nego a existência do fenômeno. É mister entretanto, que não se explore a questão, dizendo que a culpa de tudo é a seca, quando há outros culpados e mais do que ela.

Meu objetivo é esclarecer – e tenho a coragem de dizer que não é a seca que determina a fome; mas outras causas determinantes que necessitam ser removidas; e desejo sugerir um plano que anule essas causas, a fim de evitar a persistência do fenômeno da miséria e da fome que assolam grande área do território nacional... A meu ver, a fome que o Nordeste está atravessando, a miséria aguda, que se exteriorizava mais gritante, mais negra e mais trágica nesta época de calamidade, é mais um fenômeno de ordem social do que natural. Mais do que a seca, o que acarreta esse estado de coisas é o pauperismo generalizado, a proletarização progressiva do sertanejo, sua produtividade mínima, insuficiente, que não lhe permite possuir nenhum reserva para enfrentar as épocas difíceis, as épocas das VACAS MAGRAS, porque já não há lá, nunca, época de vacas gordas. Mesmo quando chove, sua produtividade é miserável, sua renda é mínima, de maneira que ele está sujeito a viver na miséria absoluta, segundo haja ou não inverno na região do sertão.

 E que causas determinam esse estado social, esse estado de estagnação econômica e de proletarização progressiva da região do sertão?

A meu ver, a causa essencial, central, contra a qual temos de lutar todos, é o regime inadequado da estrutura agrária da região, o regime impróprio da propriedade territorial com o grande latifundiarismo, ao lado do minifundiarismo, reinantes no Nordeste do Brasil.

Sendo esta uma região por excelência agrícola, desde que 75% das populações do Nordeste vivem de atividades rurais, 50% da renda sendo retirada da agricultura, ela só poderia sobreviver e desenvolver-se, se a agricultura fosse compensadora, fosse produtiva. Infelizmente, não o é. E por que não é? Porque o latifúndio é o irmão siamês do arcaísmo técnico. Nessas áreas latifundiárias se pratica uma agricultura primária, uma ‘protoagricultura’, sem assistência técnica, sem adubação, sem seleção, sem mecanização, e pelos processos mais rudimentares, exaurindo a força do pobre sertanejo para produzir menos do que o suficiente para matar sua fome.

O latifúndio nessa região é representado pelo fato estatístico significativo de que, de 1940 a 1950, de acordo com o recenseamento demográfico e agrícola, longe de diminuir o tamanho médio da propriedade agrícola, no Nordeste, este tamanho aumentou e vem aumentando de tal forma que, hoje, no Nordeste, apenas 20% dos habitantes das regiões rurais possuem terra; 80% trabalham como arrendatários, como parceiros ou como colonos, porque a terra é monopolizada por pequeno grupo. Para mostrar a que extremo chega esse monopólio, basta referir o fato de que 50% da área total do Nordeste é açambarcada por 3% dos proprietários rurais. Por outro lado, encontramos mais de 50% das propriedades contendo mais de 500 hectares. Há centenas de propriedade de mais de 10.000 hectares... Não me parece justo, portanto, que se tanta ênfase a este fenômeno da seca, porque há coisas muito piores do que a seca no Nordeste: o latifundiarismo e o feudalismo agrário, por exemplo.

A seca é um fenômeno transitório mas o pauperismo do Nordeste é permanente. Não bastam, portanto, medidas transitórias de emergência, contra a suposta seca: são necessárias medidas de profundidade, de forma estruturais que modifiquem realmente o arcabouço econômico da região nordestina’.

Hoje estas ideias que tanto alarido levantaram por sua heterodoxia, pelo ar de verdadeira heresia diante do coro das ideias consagradas, fazem parte do repertório ortodoxo da consciência nacional. Hoje todo mundo está de acordo, a exceção, apenas, da oligarquia feudal, que os males do Nordeste derivam da exploração econômica aí implantada, que fez desta área uma colônia de outra colônia. A princípio uma colônia de Portugal, explorado colonialmente por outras potências europeias mais fortes e, depois, colônia do Sul do Brasil, explorado colonialmente por várias potências de economia dominante. Isto, hoje, todo mundo sabe e é contra isto que todo mundo protesta”. 

Atualizações

Estabelecimentos e área da Agricultura Familiar

Nordeste

Nº de estabelecimento _ área (ha)
2 187 295                             28 332 599

Não familiar
266 711                47 261 842

fonte. IBGE censo 2006

...


quarta-feira, 28 de maio de 2014

Tanto faz como tanto fez

A todos os Povos Indígenas
Tanto faz , como tanto fez,
Se na primeira vez,
A corja suja e o português,
Puxaram do chão um pano que cobria ,
E descobriram que ali havia,
Terra que homem branco não sabia
E ai o português inteligente como é
disse logo que não queria saber da qual é
“nem em parcelas, nem no cartão,
trago tudo aqui na minha mão ,
o extermínio vamos dividir em sete vezes no pré- datado,
mas terra...
escute bem:
terra, a vista!”
Tanto faz, como tanto fez,
Se no livro de história,
A história é contada em português,
E as palavras são bem branquinhas que nem aquele português,
Seja na escola branca ou preta,
Tanto faz, como tanto fez,
Quinhentos e tantos anos depois,
O português é fazendeiro
E a embarcação é o Estado Brasileiro,
e com trator do progresso,
mata índio, aqui, ali, em todo lugar
ninguém vê mais índio no Brasil,
a não ser os filhos branquinhos pintados
na escola no dia 19 de abril,
Lembra?
Você com rostinho melado de tinta guache,
Peninhas na cabeça, preparando o disfarce
Mas essa carinha branquinha, sem marcas na face,
Não engana ninguém,
Viu?
Seu burguês!
Tanto faz, como tanto fez...
Desce na bica,
Na pica,
Se liga,
Quadradinho de oito,
De doze,
De quatro,
Com a bunda pra fora,
Rebolando
ninguém se importa
Mas quando viu o índio pelado na porta
Pulou da cama como se sonha
E disse:
-Tape logo suas vergonhas!
Tanto faz Tupã, como tanto fez Nhanderu,
Kaiowá, Tupinambá Xucuru,
Xocó, Truká, Tucako,
Olha só que engano
esse livro de história
Ta vendo lá?
Olha lá!
Brasília virando aldeia,
Takape
Burduna
Semeia
Uma flechinha certeira
da mão do guerreiro
E no instante de repente
A flechinha faz um buraco
no peito da presidente
E ai
tanto faz como tanto fez,
Se a primeira vez,
Foi o português
Porque agora não adianta mais de nada,
Você viu lá a Esplanada?
Foi toda retomada,
Os ministros nem quiseram crer,
Mas acredite
Era o caboco no poder

sábado, 24 de maio de 2014

Fosfito

Prosa Técnica_12ª Saber e Fazer_
foto: Aderbal Silva

Araçatuba, 24 de maio de 2014



FOSFITOS
Preparados a base de cinzas e farinha de ossos calcinados para a bioproteção dos cultivos.


“Água de vidro”, silício e fósforo

“Sem a pretensão de tornar os agricultores do campo especialistas na química agrícola, mais vale apena comentar um pouco sobre a história dos Fosfitos e sua composição.

O Si é um elemento químico que jamais se encontra no estado livre na natureza; depois do oxigênio, é o elemento de maior relevância sobre a terra e sempre o encontramos unidos: SiO2. Por esse motivo não é de se estranhar que aproximadamente 30% de toda nossa capa terrestre está contida por esse elemento e, numa profundidade de mais ou menos de 16 km, cerca de 65% corresponde a principal combinação com oxigênio...”

A disponibilidade desse elemento para as plantas depende quase diretamente da ação dos ácido e enzimas, produtos gerados principalmente pela atividade dos microrganismos e da matéria orgânica sobre as partículas das rochas e argilas presentes na terra.

Diante das inúmeras funções do silício sobre as plantas, se destacam:

-   a capacidade de resistência mecânica que os cultivos adquirem com sua presença;
- sua “responsabilidade” pela formação das estruturas esqueléticas e flexibilidade dos vegetais;
- nos solos mais ácidos em combinação com a matéria orgânica, tem a capacidade de neutralizar a presença de alumínio de uma forma mais eficiente que a prática de calagem (gessagem);
- aumenta a função nutricional do fósforo nas plantas sendo mais eficaz nas aplicações das rochas fosfatadas;
- nas folhas, ao mesmo tempo que reduz a transpiração, aumenta a fotossínteses;

- resistência mecânica contra o ataque de Oídios, Rizotocnia, Helminthosporium, Rhynchosporium, Pythium, ácaros, trips, larvas e mosca branca;


Oídio
Rhizoctonia
Helmitosporiose do milho (Exserohilum turcicum)
Rhynchosporium
mycology Pythium
Pythium

- em condições climáticas e ambientais adversas proporciona resistência ao cultivos contra geadas, estres hídricos, secas, salinidade e calor;
- incrementa as funções metabólicas dos frutos e flores, e aumenta a fertilidade do pólen;
- ajuda a reduzir muitos elementos no solo para que as plantas retome, seu estreito vínculo com o Ca, Mg e K promovendo maior resistência nos frutos pós-colheita naquele estante;
- da maior resistência as raízes das plantas contra os patógenos do solo;
- ativa mecanismos de defesa na planta através da produção de enzimas e polifenóis;
- no solo evita a lixiviação nutricional dos elementos fósforo e potássio;
- na natureza, em combinação com outros elementos, forma silicatos de ferro, magnésio, cálcio, potássio e alumínio;
- forma parte da parede celular da plantas ao mesmo tempo respondendo pela formação dos tricomas glandulares nas mesmas, os quais são como uma espécie de ‘pelos de vidro’ que tem a função mecânica de defesa das plantas, principalmente contra o ataque de insetos. Por outro lado, os tricomas também secretam metabólicos como terpenos, flavonoides e fenóis, os quais são compostos fitoquímicos que atuam contra o ataque de fungos;


tricoma
- nas plantas aumenta a capacidade de armazenamento e distribuição de nutrientes;
- promove a transformação do fósforo não disponível para as plantas em forma assimilável e previne a transformação de fertilizantes ricos em fósforo em compostos insolúveis;
- nas raízes promove a colonização por microrganismos simbióticos.

No Japão, Alemanha e Suécia e outros países industrializados, fazem mais de dois séculos que os silicatos solúveis são comercializados pelo nome de “água de vidro” para o tratamento de enfermidades, desmineralização de pessoas e agricultura.

Na natureza existem uma grande variedade de compostos a base de silício, na forma de silicatos e alguns podem ser preparados artificialmente. Na forma de sais de vários ácidos silícicos.

A ‘água de vidro’ pelas funções imunológica e mecânica que possui, é excelente protetora para as plantas, principalmente contra o desenvolvimento de enfermidades fungicas e bacterianas.

Para o emprego nos cultivos podem ser preparadas em qualquer lugar, roça, propriedade rural, a partir de uma reação química entre a cinza de madeira em combustão com o hidróxido de potássio e pó de cimento.

2KOH + cinzas + K2CO3 – K2SiO3

As melhores cinzas podem ser obtidas a partir da queima total da casca de arroz, as quais são capazes de produzir diretamente “água de vidro” sem a necessidade da utilização do hidróxido de potássio e pó de cimento.

Para preparar a “água de vidro”, quando não existe a possibilidade de conseguir a casca de arroz, podemos mesclar 10 kg de cinzas de lenha, 2 kg de hidróxido de potássio e 2 kg de cimento, devendo queimá-los ao mesmo tempo numa fogueira ou forno durante o tempo de 2 ou 5 horas. Quando há a possibilidade de conseguir ossos frescos podem fazer a combustão com a mistura dos mesmos. Ao finalizar o processo da combustão das cinzas com os ossos podemos agregar água muito quente a uma porção de cinzas, assim obtemos “água e vidro” potássica para ser empregada diretamente por via foliar na proteção dos cultivos, na proporção de 2 até 4%.

Fósforo

 Com a grave crise que sofre a agricultura industrial, devido a sua dependência total da energia petroleira, agora a matriz tecnológica dos adubos químicos troca de nome: “Biotecnologia”. A voz da mediocridade técnica e de muitos políticos anuncia a nova oferta de produtos, serviços e as patentes nas mãos de multinacionais. Entre os produtos oferecidos estão fungos, bactérias e outros similares que requer o elemento nitrogênio, com a finalidade de mobilizar grandes quantidades do elemento fósforo, já definido durante várias décadas no solo, ao mesmo tempo provoca reações biotecnológicas para liberar o fósforo das rochas como o futuro “agroecológico”.

O fósforo é um elemento estratégico na nutrição de todos os seres vivos, ao mesmo tempo que se constitui na substância básica para desenvolver a capacidade de pensar e a vida. Por outro lado, o conteúdo do fósforo nos ossos determina o crescimento e o desenvolvimento normal das células da medula óssea e a solidez dos organismos vivos. A fixação do fósforo no solo e sua deficiência é um grave problema para os vegetais, impedindo o crescimento e o desenvolvimento normal do sistema imunológico.

Os depósitos de fosfatos e apatitas sempre tem sido as principais fontes de fósforo que a indústria o explora para oferecer a humanidade, sob a forma de marca registrada.

Na agricultura, a indústria da agroquímica patenteou o “invento” da solubilização e alta concentração desse elemento através das reações químicas para oferece-lo no mercado. Estrategicamente, as universidades do setor agropecuário foram tomadas por industrias para a oferta de suas fórmulas comerciais e prestação de serviços; sutilmente e com má intenção, a ideologia da alta solubilidade química dos insumos ocupou por completo o espaço cerebral dos laboratórios de solos das instituições. A imposição ideológica da solubilidade química cresceu com mentiras e enganos, e passou a encenar que a utilização das farinhas de rochas fosfatadas eram ineficientes. O biólogo John Burdon Sanderson Haldane, de origem inglesa e naturalizado na Índia, respondeu uma pergunta sobre os fertilizantes químicos: “Para que preocuparmos em preparar fórmulas solúveis, se um grupo (microrganismos) as prepara para nós”.

A sociedade industrial em nada, não considera os tempos de geoevoluções e os fenômenos que sucedem os mesmos, pois para a indústria o que importa é o descarte em menor tempo possível dentro de sua lógica tecnológica.

“É muito raro ver um técnico ou um ingênuo agrônomo que não entenda como a natureza é capaz de formar um milímetro de solo fértil a partir de uma fração de rocha, em que o insolúvel se torna solúvel; ainda é mais raro, que não entenda como uma série de minerais contidos em diferentes rochas, são capazes de transformar (animar-se) para serem o suporte da vida”.

Porém as minas ou depósitos de fósforo sempre tem estado espalhado por todo o mundo, sua utilização direta na forma de farinhas de rochas nunca se foi divulgado para sua massificação, pois não traz grandes divisas econômicas para a indústria dos fertilizantes químicos. Os tratamentos da rocha fosfórica com ácidos tem permitido que a indústria agroquímica possua a “propriedade intelectual” desses produtos como insumo básico para a agricultura, com exclusividade e alto valor agregado.

Durante mais de 150 anos ouvimos a oferta dos fertilizantes da agroquímica, a partir de reações químicas do ácido sulfúrico sobre a rocha fosfórica:

Ca3(PO4)2 + 2H2SO4 ------- 2Ca(H2PO4)2 + CaSO4 (gesso descartável)

Controlando a quantidade de ácidos na reação era possível economizar insumos, mas o fertilizante industrial era de qualidade inferior em função de ser mais facilmente absorvido e fixado no solo:

Ca3 (PO4)2 + H2SO4 ------- Ca (HPO4)2 + CaSO4

A pergunta é mais simples: Porque este conhecimento básico da solubilidade das rochas não é ensinado nos cursos de Agronomia, Química, Biologia, entre outras? Em vez disso são ensinados os marketing e o adestramento para a oferta e o consumo de produtos com alto agregado em tecnologias.

Posteriormente o superfosfato simples foi transformado pela agroindústria em matéria prima através da seguinte equação:

2Ca3(PO4)2 + 6H2SO4 -------- 4H3PO4 + 6CaSO4 (1ª equação)

Ca3(PO4)2 + 4H3PO4 ---------- 3Ca(H2PO4)2 (2ª equação)

Esta é a fabricação do superfosfato simples, em que somando as duas equações teremos:

3Ca3(PO4)2 + 6H2SO4 --------------- 3Ca(H2PO4)2 + 6CaSO4

Nosso maior interesse ao efetuar a explicação da metamorfose química descrita acima com o elemento químico fósforo, é tentar dominar a tecnologia para poder contextualizar e redesenhar em função da realidade, no momento da necessidade na própria propriedade dos campesinos, com os recursos provenientes do interior de suas propriedades.

Não é nenhuma novidade que a casca de arroz é abundante na maioria dos países. Em análises da casca de arroz constatou conter aproximadamente 90% de composição de silício, transformando numa alta porcentagem de dióxido de silício (SiO2) através do calor. Então, quando mesclamos o dióxido de silício com uma farinha de rocha rica em fósforo como a apatita e farinha de ossos, calcinada numa pirólise, obtemos a matéria prima para fabricar qualquer tipo de fertilizantes fosforados com os quais os cultivos fortalecem seu estado nutricional e imunológico:

Ca3(PO4)2 ------------ 3SiO2 ------------- 3CaSiO3 ---- P2O5 (P4O6)

Esses silicatos de cálcio e potássio, assim como os pentóxidos e trióxidos de fósforo são estratégico para a economia de um país periférico e podem ser preparado na casa de qualquer agricultor, sem custos e utilização de energia externa.   

Fosfitos



São preparados que se fazem a partir da farinha de ossos previamente calcinada e mesclada principalmente com casca de arroz ou de café, em condições de combustão muito lenta.

A farinha de ossos calcinada contém principalmente entre 24 e 28% do elemento cálcio, e entre 8 e 14% do elemento fósforo, e a cinza da casca de arroz pode chegar a conter até 90% de silício.

Nos ossos o cálcio e o fósforo estão fortemente unidos, formando o fosfato de cálcio. Mesclando a farinha de ossos calcinada e moída com a casca de arroz, e mediante uma combustão lenta e incompleta é possível obter um produto que denominamos fosfito, em que o fósforo está livre e altamente disponível para as plantas e o cálcio se liga ao silício para também ser aproveitados pelos cultivos.

Função de cada elemento

As principais funções do silício e do cálcio é fortalecer a estrutura das plantas, dando flexibilidade e ao mesmo tempo promover uma grande resistência imunológica contra o ataque de insetos e enfermidades, aumentando assim a eficiência da fotossíntese nas plantas cultivadas.

A principal função do fósforo é prover constantemente a energia necessária nas plantas para seu desenvolvimento pleno, de modo tal que todas as atividades fisiológicas se cumpram em forma normal e saudável.

Usos

Recomenda utilizar o produto, sendo possível, durante todas as etapas do desenvolvimento fisiológico das plantas, sendo que, se pode aplicar desde o revestimento das sementes, crescimento vegetativo, floração e frutificação.

É ótimo para fortalecer o desenvolvimento normal das plantas fazendo a crescer com vigor e plena saúde. No mais, é um excelente produto quando se aplica em cultivos que estão afetados por ataques de enfermidades fúngicas e bacterianas. Mesclando os fosfitos com um pouco de pasta sulfocálcica obtém se um creme de excelente qualidade, principalmente para o controle de câncer nos troncos de árvores frutíferas.

Os fosfitos, tem uma grande vantagem de serem absorvidos e espalhados em todas as direções e partes verdes da planta, como também, as raízes. Devido esta ação sistêmica, a curto prazo, permite rapidamente corrigir deficiência de fósforo nos cultivos e podem ser aplicados de diferentes formas: em sistemas de irrigação, pulverizações foliares, pincelando os troncos ou partes afetadas das árvores e na imersão de plântulas para o transplante.

Uma vez aplicado o fosfito nos cultivos, os mesmos são absorvidos em um tempo aproximadamente entre 3 e 6 horas e por isso se deve ter cuidado com as dosagens, para qual se recomenda não aplicar quantidade superiores a 24 kg por hectare, pois os mesmos podem apresentar fitotoxicidade. No mercado estão disponíveis uma série de produtos à base de fosfito de potássio, cobre, magnésio, cálcio, boro, zinco e manganês, os quais além de fornecer ou prover o elemento fósforo aos cultivos, também ajuda a corrigir as deficiências de outros elementos que provocam problemas fisiológicos nas plantas: enegrecimento apical do tomate e pimentão, empedramento do mamão papaia, queda das plumas do algodão e dos grãos recém formados do cafeeiro. 

Utensílios

O principal utensilio para elaboração dos fosfitos é o “morteiro metálico”.
- tubo de 1,70 a 2 metros de comprimento
- 3 ou 4 polegadas de diâmetro
- altura do chão entre 15 a 17 cm



Morteiro queimador feito em Araçatuba – SP – custo R$ 27,00


Ingredientes

- 5 a 10 sacos de casca de arroz ou café;
- 50 kg de ossos, preferivelmente frescos e crus; o melhor material ósseo são as mandíbulas pela presença dos dentes e alta concentração de fósforo que os animais depositam na parte do corpo;
- madeiras (lenha para queimar os ossos e iniciar a queima da casca no morteiro);
- Tambor de 200 litros metálico com furos no fundo;
- Um pilão, moedor de café;
- Peneira.

Calcinação dos ossos


Tambor com furos no fundo para permitir a entrada de ar e queimar os ossos junto com a lenha em seu interior.

Após a calcinação dos ossos os mesmos devem ser moídos, ou socados em pilão, assim, obtemos a farinha de osso.

Com a farinha de ossos moída, acender o morteiro e circundar com as cascas de arroz até cobrir totalmente o fogo, mantendo o aceso apenas no centro e entrada inferior do morteiro. Aplicar a farinha de ossos, 3 a 5 kg acima da primeira capa de casca de arroz.

Iniciando a combustão lenta da casca de arroz.

A duração de toda a tarefa depende da quantidade de materiais que se tem disponível para fabricar o preparado fosfito. É importante saber que quanto mais lenta o processo de combustão, melhor será a qualidade do produto final.

Observação:

Tanto o calor como a fumaça que se desprende de todo o processo de fabricação dos fosfitos, em muitos casos, podem ser aproveitados para controlar o impacto das geadas em lugares frios aonde se trabalha com estufas na produção de flores, hortaliças ou mudas.

Aplicações dos fosfitos na Agricultura

Podem ser aplicados principalmente: no revestimento de sementes, biofertilizantes foliares especialmente fosfatados, adubos orgânicos, alimentação de minhocas, tratamento e recomposição de estercos e urinas, junto ao pó de folhas secas, multiplicação e ativação de microrganismos nativos dos bosques, etc.

No entanto, a melhor maneira de trabalhar com a aplicação dos fosfitos é através dos processos de fermentações anaeróbicas, entre os quais destacamos o enriquecimento do biofertilizante Super Magro no momento do preparo.  

preparação do biofertilizantes fermentado
biofertilizantes con La mierda de Vaca e Fosfito
- utilizar 3 a 5 kg de fosfito no preparo de 200 litros do tradicional biofertilizante Super Magro. Servirá para potencializar os efeitos energéticos, hormonais e nutricionais do preparado. Aplicar na proporção de 3 a 7 litros em 100 ou 200 litros de água;

- Dissolver 100 gramas de fosfito em 20 litros de água, mesclando com ½ a 1 litro de calda sulfocálcica. As aplicações estimularam o poderoso sistema eliciador que as plantas possuem para se defender principalmente dos ataques de enfermidades fungicas e bacterinas.

A aplicação dos fosfitos fermentados pode se fazer diretamente sobre as folhas dos cultivos ou diretamente sobre o solo, numa concentração que poderá variar entre 2 a 10%. Quando a aplicação destinar ao solo, o ideal é que o mesmo esteja com o máximo de uma boa cobertura verde para sua incorporação a posterior com a poda fornecendo um alto teor de matéria orgânica.

Fonte_ El ABC de la Agricultura Orgânica, fosfitos y panes de piedra _ Jairo Restrepo Rivera . Julius Hensel_ p. 288 a 302.

Contribuições_ Oliver Blanco @extensionista_Blanco Agricultura_traduções rústicas no linguajar caboclo do cerrado alagado pantaneiro do Santo Antônio do Leveger... Caso não entender, procurar uma aproximação amiga até a fonte, ou os serviços de uma de nossas tradutoras do dialeto local, capiau-periurbano. 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

domingo, 18 de maio de 2014

Sementes da Paixão

Sementes da Paixão from AS-PTA on Vimeo.

Contribuiu via facebook: Euclides Domingues Ferreira Neto
Fonte: AS.PTA

A Biosfera

"A vida é a grande força geológica." Vladimir denominou a matéria viva de "água animada".

La biosfera


Pintura "o abismo", do artista de San Francisco Shoshanah Dubiner que interpreta a visão do russo Vladimir sobre a biosfera. "Fogo verde" fonte: website Sho.Sha.Nah


A TEORIA DA BIOSFERA DE VLADIMIR VERNADSKY


por Maiane Gonçalves


E. Suess (1831-1914), geólogo austríaco, inventa a palavra "biosfera" no final do século XIX. Wladimir Vernadsky (1863-1945), mineralogista russo, pai da ecologia global holista, define o conceito numa perspectiva mais ampla e complexa. O conceito de "biosfera" impõe-se a partir de então.

Biosfera é uma compreensão da vida terrestre concebida como totalidade. Vernadsky abre uma nova pesquisa: a geo-química global, designada como a química e a história da crosta terrestre. A tradição anglo-saxônica estava mais ancorada em conceitos geo-botânicos e Vernadsky introduz uma visão ecológica da terra. Ele ajudou a fazer da ecologia uma ciência da terra. No início, essa visão ficou restrita à área russa. Alfred Lotka introduz a ecologia global nos Estados Unidos e no ocidente.

O início dessa perspectiva está na pedologia (Bodenkunde em alemão), isto é, a ciência do solo. Ela mostra a importância das propriedades físicas e químicas do solo e de sua situação climática. Um autor importante para essa perspectiva foi o especialista russo em solos, Dokouchaev, com quem Vernadsky trabalhou, estudando o rico solo da Ucrania. Vernadsky é mais de formação mineralogista. A mineralogia, para ele, é o estudo dos fenômenos químicos que acontecem na crosta terrestre, seguindo processos e reações físicas e químicas. Com isso, ele consegue juntar a mineralogia e a pedologia.

Em 1926, Vernadsky publicou a célebre obra "A biosfera" (republicada em inglês: The Biosfere, Oracle (Ariz.): Synergetic Press, 1986), cuja intenção era chamar atenção dos naturalistas, geólogos e sobretudo biólogos da importância do estudo quantitativo da vida em suas relações indissolúveis com os fenômenos químicos do planeta. A obra consta de duas partes: I. A biosfera no cosmo; II. O domínio da vida.

Define a biosfera, como a região única da casca terrestre, ocupada pela vida, que não é um fenômeno exterior ou acidental na superfície terrestre. A vida está ligada por um laço estreito à estrutura da própria crosta terrestre e faz parte de seu mecanismo...A vida e toda matéria vivente podem ser concebidas como um conjunto indivisível no mecanismo da biosfera.

A propriedade da vida é sua ubiqüidade (está em toda terra), sua prodigiosa capacidade de ocupar qualquer espaço livre. Essa difusão e multiplicação da vida são manifestações terrestres da energia geo-química da vida na biosfera. O antrópodes, ácaros e termitas são a massa principal de matéria animal, vivendo sobre a terra; sua capacidade de reprodução pode em pouco tempo ocupar toda a superfície da biosfera. O caso das bactérias é ainda mais singular. A sua energia geo-química manifesta-se pela rapidez de sua difusão e multiplicação. Multiplicam-se em progressão geométrica. Mas a vida como um todo multiplica-se nas dimensões finitas do planeta e nos limites impostos por sua constituição e seu ambiente.

Vernadsky vê a biosfera como um mecanismo cósmico harmonioso, desprovido de azar ou de acaso. Biosfera é o domínio da crosta terrestre, ocupada por transformadores que mudam as radiações cósmicas em energia terrestre ativa. Essas transformações acompanham a migração de todos elementos químicos através da matéria vivente e sua emigração para fora dela.

Os elementos da biosfera distribuem-se em três grupos:

1) A matéria vivente é o conjunto das espécies vivas (99 % são autotróficas e 1% são heterotróficas).

2) A matérias biógena que compreende os combustíveis fósseis, a turfa dos pântanos, o húmus proveniente da matéria viva.

3) A matéria bioinerte que são a água, as rochas sedimentares e a parte baixa da atmosfera indissociáveis da história da vida.

Vernadsky já apontava, naquele tempo, para o papel protetor da camada de ozônio. Ela serve de limite superior da biosfera. O oxigênio forma-se na biosfera por processos bio-químicos que desaparecerão com a extinção da vida. Vernadsky defende que esse mecanismo é inalterável em todas as eras geológicas. Ele resume as leis que regem esses processos em dois princípio:

1) A migração biógena dos elementos químicos na biosfera tende à sua manifestação mais completa.

2) A evolução das espécies, atingindo a criação de novas formas vitais estáveis, deve mover-se no sentido do aumento da migração biógena dos átomos na biosfera. Por exemplo, no início da era paleozóica houve uma aceleração da migração biógena do cálcio para a emergência dos vertebrados. Assim, o surgimento da vegetação terrestre significou a migração do oxigênio, hidrogenio e carbono.

A irrupção do homem civilizado significou uma ruptura no processo de migração biógena. A face da terra mudou substancialmente. A era dessa transformação apenas começou. O surgimento do ser humano foi sendo preparado por todas as eras anteriores. O ser humano está ligado ao bloco da vida junto com todos os seres vivos. Está ligado a esse bloco pela nutrição. Toda construção social é movida por essa necessidade. O ser humano é um animal heterotrófico cuja ação geológica tornou-se imensa no curso do tempo. Com o surgimento da agricultura a natureza virgem foi aniquilada. Introduziram-se novos compostos químicos desconhecidos e novas formas de vida. Isso cria uma situação inquietante, agravada pela distribuição injusta das riquezas.

Vernadsky prega uma mudança nas formas de alimentação e na utilização das fontes de energia por parte do ser humano. A realização dessa utopia social é de grande urgência. Ele prega a utilização da energia solar e a transformação do ser humano em animal autotrófico, consumindo apenas sínteses alimentares. Isso terá repercussões imensas. Será a expressão de um processo que dura milhões anos. Para Vernadsky, essa nova utopia será possível pela ciência.

A HIPÓTESE "GAIA" DE JAMES LOVELOCK

James Lovelock
Gaia quer ser um conceito ainda mais amplo que biosfera, importante para compreender o destino da terra como planeta vivente. A terra é entendida como uma gigantesca máquina termo-química. A proposta explicativa de James Lovelock está principalmente em duas de suas obras: Gaia: New Look at Life on Earth (New York: Oxford University Press, 1979) e The Ages of Gaia (New York: Norton, 1988). Essa última obra está traduzida ao português: As eras de Gaia: A biografia da nossa terra viva (S. Paulo: Campus, 1991).

A hipótese de Lovelock é uma proposta original de uma auto-regulação da terra e da vida que ela carrega. O conjunto da terra e da vida formam um sistema que tem a faculdade de manter a superfície terrestre num estado propício para prossecução da vida na terra. Lovelock afirma que a terra é um ser vivente. Ele foi buscar na mitologia grega o nome da deusa Gaia, para designar essa entidade viva. A sua hipótese não é mitologia, mas ciência. Como climatologista, Lovelock chegou a essa teoria a partir dos seus estudos científicos sobre os diferentes climas da terra.

A afirmação central é que a própria vida contribui para conservar as condições para a vida no planeta terra. Ela interage constantemente com o meio-ambiente físico-químico, formando com ele um ser vivente. Gaia é uma entidade complexa, compreendendo a biosfera terrestre, os oceanos e a terra. O conjunto forma um sistema cibernético de feed-back, que procura o ambiente físico e químico optimal para a vida sobre o planeta. A preservação das condições relativamente constantes para um controle ativo da vida pode ser descrito pelo termo homeostasia.

A teoria de Gaia é uma alternativa à sabedoria convencional que vê a terra como um planeta morto, feito de rochas, oceanos e atmosfera inanimados e meramente habitado pela vida. Ao contrário, a terra é um verdadeiro sistema, abrangendo toda a vida e todo seu meio ambiente, estreitamente acoplados de modo a formar uma entidade auto-reguladora.

Na primeira obra, Lovelock fala de "biota", como conjunto da vida terrestre, e biosfera, como o conjunto do ambiente da vida. Gaia é mais extenso que biosfera, entendida como parte do planeta onde existe vida, porque inclui a totalidade da atmosfera, rochas e oceano.

Para Lovelock, a terra e a vida que ela carrega são um sistema que possui a faculdade de regular sua temperatura e a composição de sua superfície, mantendo-os propícios à existência de seres vivos. Trata-se de um processo ativo, tributário, sem contrapartida, da radiação solar. Gaia é um sistema auto-organizado e auto-regulado no qual a vida microbiana joga um papel fundamental. As miríades de micro-organismos que povoam toda a crosta terrestre são os principais responsáveis pelas condições favoráveis à vida. Eles regulam a temperatura e a composição da atmosfera da terra, a salinidade dos mares, as condições do solo. As pesquisas da microbiologista Lynn Margulis ajudaram ao climatologista Lovelock entender e fundamentar a sua teoria.

Bacteriófila Lynn Margulis
A hipótese Gaia suscita interesse, mas também objeções principalmente por assinalar uma teleologia à terra, dando ao mundo uma capacidade de previsão e um sentido de projeto do qual não existe prova. A essa objeção, Lovelock responde que ela esquece algumas observações tangíveis: o fato da crosta terrestre, os oceanos e o ar não serem dados brutos. Eles são diretamente produzidos pelos seres vivos ou modificados por sua presença. Para responder aos seus objetores, Lovelock cria um modelo de explicação, comprovado em computador: a "parábola das flores margaridas".

Ele imagina um planeta floral, habitado por duas espécies de margaridas, uma clara e a outra escura, cujo ambiente é reduzido apenas à uma variável, a temperatura. Debaixo de 5º e acima de 40º, elas não sobrevivem. O planeta floreal é clareado por uma estrela cuja luminosidade aumenta com a idade como no caso do sol. Na baixa temperatura, as margaridas escuras são favorecidas e absorvem mais radiação e crescem. Assim elas aumentam e fazem subir a temperatura localmente e depois regionalmente. Isso abre espaço para que apareçam as margaridas brancas, enquanto que as negras emigram para regiões mais frias, levando igualmente a um processo de aquecimento e assim sucessivamente. Trata-se de uma retroação positiva.

Com esse modelo, Lovelock quer explicar a possibilidade de regulação do ambiente por uma biocenose. Ele coloca-se a pergunta: Será que a evolução do ecosistema do "planeta das margaridas" levaria a autoregulação do clima? Essa parábola introduz uma novidade na ecologia, a retroação, que permite internalizar variáveis do ambiente. Essas variáveis são suscetíveis de modificação pelo comportamento da biocenose. Esses mecanismos autoreguladores são típicos da teoria dos sistemas e da cibernética. Nesse sentido não existe uma determinação teleológica.

Para Lovelock, a hipótese gaia introduz um conceito de terra no qual:

1) a vida é um fenômeno planetário;

2) não pode existir uma ocupação parcial dum planeta por organismos vivos;

3) a visão de Darwin é modificada, porque é necessário acrescentar que o organismo afeta seu ambiente;

4) tomando as espécies e seu ambiente físico num conjunto único, podemos construir modelos ecológicos que são matematicamente estáveis.


Outro ponto controverso da teoria de Lovelock é o mecanismo de estabilização do teor atmosférico de oxigênio ao redor de 21%. Desde que existe vida na terra esse teor permaneceu estável, porque acima de 25% provocaria incêndios, eliminando a vida, e abaixo de 15%, a asfixia dos seres vivos aeróbicos. Existe, segundo Lovelock, uma auto-regulação homeostática da própria vida no planeta que possibilita essa taxa permanente.


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