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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Biotecnologia Tropical

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 Notícias do Hortão a seguir... 
Arquivo Juquira Candiru Satyagraha

      
JUSTIFICATIVA DE INCUBAÇÃO DO CENTRO DE AGRICULTURA ORGÂNICA DE GUARAPARI - ES

Em 1981 consolidaram-se os anseios e reações ao modelo de agricultura moderna imposto pela ditadura no 1º Encontro Brasileiro de Agricultura Alternativa, em Curitiba – PR, repetido três anos depois em Petrópolis – RJ. A partir das eleições diretas o governo do Rio de Janeiro apoiou um analista do BNDES (economista Sérgio Cabral de Carvalho) na divulgação e mobilização de práticas alternativas junto aos prefeitos municipais convidados.  Em um destes eventos participou Roberto Valadão, prefeito Municipal de Cachoeiro do Itapemirim, e seu chefe de Arborização e Urbanismo, eng. agr. Nasser Youssef Nasr, que demonstrou interesse e instalou em uma área de cinco hectares o Centro de Agricultura Natural “Augusto Ruschi”, o “Hortão Municipal”, para abastecer a merenda escolar de quinze mil alunos e obras sociais (creches, asilos, orfanatos e restaurante dos funcionários, onde se alimentavam mais de 700 funcionários do município), com mínima estrutura e recursos.

Isto poderia parecer um trabalho corriqueiro, mas naquele Hortão toda a produção de frutas e hortaliças era feita sem uma gota de veneno ou de fertilizantes químicos solúveis, tampouco havia controle das mal denominadas ervas daninhas e assustava mais aos técnicos que aos leigos com o cultivo feito totalmente no meio do mato.  Os resultados práticos na produção e estética dos produtos modificaram a visão induzida importada de que os produtos orgânicos deviam ser pequenos, feios e com má apresentação.

O manejo de matéria orgânica (Ciclo do Carbono) era o forte do Hortão, com aplicação de preceitos inéditos, como: “Não existe inseto praga, mas insetos com fome”; as plantas adventícias (ervas daninhas) são os melhores alimentos do solo através dos micróbios; “Nosso cultivo é o intruso e deve se proteger com comunidade vegetal de plantas adventícias, que se tirada provoca a fome nos insetos e o ataque...”; “Uso do pó de granito e mármore dos teares de pedra da região”.

A fama do Hortão ganhou o mundo e provocou inveja no novo prefeito que lutou desde seu primeiro dia para destruir a iniciativa.  Sem ingenuidade, a merenda escolar é um dos maiores instrumentos de corrupção em nosso país desde a da criação do INAF.

Em 1987 a poderosa Petrobras resolveu ampliar este projeto para os terrenos baldios da cidade de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, junto às organizações comunitárias e de mulheres para mitigar a fome, com rotundo sucesso.  Este modelo foi útil ao governo revolucionário cubano no soçobrar da União Soviética no declarado de “Regime de Emergência”.

Somente os brasileiros podem acreditar neste trabalho científico de alto gabarito, que jamais recebeu o devido apoio oficial dos governos federal, estadual; e no municipal era apenas tolerado por sua repercussão, mas foi lentamente aniquilado pela vaidade doentia de um prefeito carreirista, talvez interessado na privatização da merenda escolar e suas oportunas propinas.

Tive a oportunidade de presenciar um “famoso” entomologista, professor da renomada Universidade de Viçosa, que foi recebido com um alerta: “Professor, todos os insetos que o senhor conhece e também os que não conhece estão aqui presentes, mas sem um alfinete nas costas”. O que fez o mesmo imediatamente retirar-se por “assuntos urgentes a resolver”.

A agricultura orgânica, hoje denominada sociologicamente de agroecologia, era ali executada como “agricultura natural”, onde os índices de produtividade eram fabulosos: Laranja, 8 caixas padrão por planta de seis anos, quando a média nacional é de 2,5 caixas. Cenoura e Beterraba 100 toneladas/ha, enquanto a média nacional é de 35 toneladas/ha. Todos os valores eram fantásticos, por exemplo, um pé de alface oscilava em 900 e 1.100 gramas.  No caso da difícil produção de tomate, é bem verdade, que a média nacional era de 80 toneladas por ha, entretanto, o Hortão produzia 63 toneladas/ha, mas com um teor de matéria seca 33% maior, com sementes próprias, sem o alto custo de produção.

Aos dez anos, em 1994, a BBC de Londres escolheu o Hortão entre as quatro maiores inovações tecnológicas existentes, mas este foi o último ano do Hortão por vontade do então prefeito.  O eng. agr. Nasser foi obrigado a demitir-se da prefeitura municipal pelas perseguições, embora tenha conquistado um mandato de Deputado Estadual. Reeleito resolveu enfrentar os desmandos e corrupção da Aracruz Celulose e sua teia de proteção. O que conseguiu foram 23 processos kafkianos para sua desmoralização.

Entretanto, ressurgindo das cinzas como a ave mitológica Fenix, em 2004, o Hortão está agora em Guarapari, cidade litorânea do mesmo Estado brasileiro, sem que houvesse uma responsabilização pelo tempo, conhecimento e avanço perdido, com o apoio da antiga Fundação Juquira Candiru, hoje Juquira Candiru Satyagraha.  Eis que, em uma área de 15 Hectares  com cultivos inovadores como coco, banana, jaca, abiu, goiaba, banana, caju, manga, citros, cravo, canela, hortas, milho, feijão, aipim, além de tanques de criação de  peixes, a Fenix levanta vôo com maior ímpeto. A terra vem sendo trabalhada com maior inovação e os resultados são mais retumbantes ainda.  A única coisa que permanece igual à época anterior, é o descaso das autoridades, preocupadas em apoiar ONGs e suas campanhas de “faz de conta” sobre o uso de agrotóxicos, transgênicos e perfumarias similares.

O antigo Hortão Municipal teve o registro de mais de vinte mil visitas de cidadãos de todas as nações do planeta, onde tecnologias inovadoras como o uso da vegetação adventícia como alimento dos micróbios e fortalecimento do Ciclo do Carbono para a fertilidade; uso de pó de mármore via foliar; uso de biofertilizantes e uso de farinhas de rochas para a mineralização dos alimentos e elevação de sua qualidade, que hoje são moda consumista. Todas tiveram ali seu berço esplendido com uma antecedência de 30 anos da matriz da “Saúde do Solo”, hoje política pública multilateral e oficial na União Européia, que deverá chegar ao Brasil dentro de cinco a dez anos quando for de interesse das multinacionais.

Um curso estratégico de “Saúde do Solo”, com Cromatografia de Pfeiffer, permitiu a análise sistemática do solo da área cultivada e inicio do álbum que levará ao Atlas do solo do Centro de Agricultura Orgânica para acompanhamento da evolução da vida, Ciclo do Carbono, controle e sistematização de sua fixação ao solo, da mesma forma como uma mãe acompanha o crescimento e desenvolvimento de seu filho em um álbum de fotografias, na nova etapa da Juquira Candiru Satyagraha, “Húmus é Vida”.

Em um mundo caótico em que banqueiros oportunistas e ONGs confabulam por dinheiro para “ajudar pobres e marginalizados” ou para fixar Carbono ao Solo e salvar a natureza e planeta para viabilizar a biotecnologia, no Centro de Agricultura Orgânica isto continua a ser feito de forma consciente e responsável, com poupança e recursos próprios, embora tenham seus executores que purgar perseguições e difamações por haver desafiado não só as multinacionais de agrotóxicos, fertilizantes, extensão e pesquisa rural, mas, e principalmente, por ter desafiado a poderosa empresa de celulose de sua majestade real britânica (Aracruz Celulose), desmascarando pelas contundentes ações parlamentares do eng. agr. Nasr.

A situação geológica privilegiada do Centro de Agricultura Orgânica de Guarapari permite intensificar as ações, cursos, formações, capacitações e orientação acadêmica (nacional e internacional) através da pioneira produção nutracêutica, por estar cercado por gigantescos “batolitos” de basaltos, que permite analisar a riqueza e diversidade mineral contida no solo, e em função das tecnologias empregadas no ciclo da matéria orgânica, podem ser parcimoniosamente encontrados nos alimentos ali produzidos, aumentando consideravelmente o seu valor.

As 300 toneladas ao ano de produção diversificada desses alimentos nutracêuticos serão destinadas e absorvidas pela Prefeitura Municipal de Guarapari, para atender à “merenda escolar” e a “obra social municipal”, além de servir de modelo aos municípios capixabas e brasileiros.  A certificação da produção através da Cromatografia de Pfeiffer garante a Saúde do Solo, inocuidade das tecnologias empregadas a consumidores através dos profissionais de saúde (nutricionista, assistente social, enfermeiros e médicos), além do consumo dirigido com análise, avaliação e estudo com projeção internacional.  Integrando-a à formação nacional e regional, principalmente com as Escolas Famílias da região, onde a relação benefício/custo direta será inferior a 0,20 centavos por quilograma de alimento fornecido.

A Lei Nacional 11.947/10 e a resolução Nº 38 do FNDE impõe a aquisição de 30% de produção orgânica na merenda escolar. A PM de Guarapari e prefeituras vizinhas cumprirão os outros 70% com uma ação única no país, através de preceitos de Inocuidade Alimentar, hoje política pública na União Européia, Nafta e Japão onde o Centro de Agricultura Orgânica possui excelência tecnológica com mais de trinta anos de experiência.  O alimento nutracêutico chegará às Escolas e obras Sociais higienizado conforme as normas de inocuidade controlado (traçabilidade) pelas nutricionistas, semi processados para o consumo e segurança alimentar dos alunos e consumidores.

A incubação visa permitir formas de viabilizar:

- A relação entre o Centro de Agricultura Orgânica e a Prefeitura Municipal de Guarapari (Convênio de Comodato) para a produção por um período em função das inversões e infra-estrutura necessárias;
- Um número determinado de técnicos, estudantes e agricultores formados nos cursos, seminários e estágios do Centro;
- Roteiro de visitas de turistas internacionais e nacionais durante a temporada turística;
- Parceria da Prefeitura Municipal de Guarapari, com os poderes municipais vizinhos interessados na divulgação das Tecnologias Desenvolvidas e incubadas pelo Núcleo de Economia Alternativa da UFRGS, com supervisão das entidades profissionais já citadas.
- E outras atividades em comum acordo, por exemplo, produção de leite, carne bovina ou arroz, para a garantia todo abastecimento, que em caso de fenômenos meteorológicos, é possível em um local próprio do município, a instalação de uma área de produção desses alimentos nutracêuticos, capacitação e formação complementar.

Estamos respondendo à Universidad Autônoma de Chapingo, México, berço da Revolução Civil  Agrária, interessada em participar nas ações do Centro de Agricultura Orgânica.


                                                                       
 Porto Alegre, 02 de abril de 2012.
                                                                      
eng. agr. ftal. Sebastião Pinheiro, 
Núcleo de Economia Alternativa - UFRGS.

 

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