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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Eugenia Mercantil

by Santiago Caruso


25 de agosto 2013
por Sebastião Pinheiro 

Transformar uma informação em rentável segmento da economia é a arte que se sofistica através dos tempos e feito com tanta habilidade e sutileza que necessita ser exemplificada para tornar-se visível e compreensível...

Ao fim da Segunda Guerra Mundial o plano para implantar a “agricultura industrial” em todos os países, tanto do Ocidente como no Bloco Soviético, colônias africanas e asiáticas usou as figuras da “Fome no Mundo” e Superpopulação no Planeta como instrumentos de medo e ordenamento incondicional. Já havia o desespero da recém terminada guerra e começava a reconstrução na Europa e Japão, além das campanhas de fim do colonialismo tradicional, parte do neologismo “desenvolvimento” (industrial era omitido) e seu espelho subdesenvolvido da Nova Ordem. Assim se satisfaziam a todos, principalmente através de Hollywood, TV, rádio e imprensa escrita com a informação dirigida. Somos filhos e netos deste momento.

A Agricultura, Saúde e Educação eram a primeira necessidade comum a todos capitaneada pelos organismos multilaterais das Nações Unidas recebidos com glória e insumos da química industrial, combustíveis, máquinas, fertilizantes, sementes híbridas, agrotóxicos e extensão, tudo em sincronização e sintonia com o crédito bancário e organismos multilaterais.

Ir contra da Nova Ordem naquele momento era ir contra o poder e seu modelo e logo se era qualificado de místico (religioso fanático ou excêntrico), ficcionista, louco ou comunista, este último colocava a vida em supremo risco.

Mas as críticas veladas, ignoradas e desmoralizadas não eram jogadas fora, serviam para aperfeiçoar a ordem em sua evolução e “upgrade” nas academias e institutos sociais centrais. Por isso ninguém se deu conta de sua organização e aplicação, pois quem o fez era a própria Ordem em seu espaço e na velocidade do seu interesse. Para decifrar o ocorrido são necessários muitas vezes mais de cinquenta anos fazendo ligações inverossímeis próximas à “teoria da conspiração”.

Em 1960 o câncer de mama era uma doença terminal que no máximo em três anos destruía seu portador. A cientista do governo dos EUA, Rachel Carson ao saber-se portadora de um tumor no seio começou uma série de artigos no jornal New York Times com referências ao impacto dos venenos agrícolas que a ciência já começava discretamente denunciar. Da coletânea destes artigos organizou o livro “Primavera Silenciosa”. Em nada diferente em um livro de poesias escrito em 1927 pelo poeta Stephen Vincent Benét que serviu de modelo para o escritor Dee Brown escrever o decantado livro “Enterrem meu coração na curva do rio” em 1970.

O poema (1927) repercutiu somente entre especialista em literatura, onde é conhecido, mas o livro tornou-se cabeceira de todo ambientalista, ecologista em todo o mundo, dito em outras palavras foi “consumido”, por interesse do poder da informação, mas de forma controlada, pois não expandiu para a questão indígena embora seja este seu foco principal. Somos o que a mídia quer como quer e quando lhe aprouver. Não fiz qualquer tentativa de manipular ou induzir, apenas expus um pensamento para análise.

Anúncio publicado em 1955 na edição em español da revista Life.
Continuemos: Os primeiros venenos orgânicos sintéticos HCH e DDT haviam substituídos sais minerais tóxicos derivados do Arsênico que qualquer empresa de fundo de quintal podia produzir, mas tecnologicamente nada mais eram que frações destiladas do petróleo (olefinas) cloradas da primeira e segunda série de Julius Hyman. Serviram para inaugurar o mercado de venenos sintéticos, pois eram de largo espectro e baixo índice de toxicidade aguda, mas deviam ser substituídos por duas razões: - A primeira era terem sua rentabilidade comprometida pela divisão de oferta, principalmente entre as empresas refinadoras de petróleo; - A segunda, mais importante, as moléculas recolhidas no arsenal nazista eram ésteres fosforados de uma sofisticação que assegurava grande vantagem na Guerra Química por mais de um Século (Com o componente militar secreto do TBP um éster também do acervo nazista que em emulsão com querosene à quente servia para separar o Urânio físsil e Plutônio para as bombas atômicas a baixo custo, importante na corrida armamentista da guerra fria). 

Imbuída de sua responsabilidade os grandes bancos (Chemical Bank) tinham interesse na substituição dos organoclorados, pelos fosforados de cem a dez mil vezes mais rentáveis. Mas precisavam que isto fosse feito sob controle para evitar o caos ou retrocesso no mais importante setor da agricultura industrial, estratégico para a corrida armamentista. O livro de Rachel Carson foi consumido sem grandes impactos na agricultura norte-americana. Teve algumas empresas que fizeram documentos contrários a ele, “Desolate Year”, da Monsanto em 1962, mas a “inteligência industrial”
soube contornar, organizar & financiar em todo o mundo a “Campanha contra os Agrotóxicos” dirigidas, e nos seus interesses. 

Somente em um lugar sabemos que não vingou a Campanha da Indústria, no Sul do Brasil, pois estava o Lutz, a Agapan e a Coolméia, além de um grupo de autênticos ecologistas que dominavam a temática do veneno. Um exemplo, quando a indústria ordenou as suas ONGs financiadas que declarassem um não à “Dúzia Suja” (aqueles clorados ultrapassados e não tão rentáveis, nome baseado no livro/filme homônimo que fala de doze criminosos heróis na Guerra), isto entre nós fez oba-oba em São Paulo e Rio de Janeiro, mas no Rio Grande do Sul e Paraná havia a pergunta: Podes dizer qual é a dúzia limpa? Outra campanha 03 de dezembro, Dia Mundial do NÃO USO DE AGROTÓXICOS. Não seria melhor usar só nesse dia lembrando Bhopal e deixar todos os outros 364 dias sem usar? 
Esta rebeldia criou um espaço que rapidamente se transmutou em uma agricultura sem venenos com base científica como em nenhum lugar com a maior feira livre conhecida na época. As conquistas foram muitas, leis municipais, leis estaduais, lei nacional. Em agosto de 84 foi estabelecido um selo para garantir o consumidor da qualidade dos morangos do Estado com análises do LARV do M.A em parceria com a Emater/RS. Este certificado gratuito não evoluiu por ser subversivo à ideologia da agricultura industrial e em menos de uma década desapareceu e também aquele laboratório no M.A.

Nessa época os toxicólogos apresentavam a figura de um hipopótamo totalmente submerso no rio, apenas com as narinas visíveis e diziam que assim era a toxicologia dos venenos, conhecíamos apenas 0,5% dos seus riscos. Hoje a situação dos agrotóxicos não está somente consolidada, está blindada pela OMC (Agronegócios), o hipopótamo submergiu e se sabe menos de toxicologia que em 1970, inclusive o governo. Na mídia como na ciência qualquer informação contra agrotóxicos perde a conta de publicidade ou bolsas de pesquisas. Hoje o agronegócio transforma induz e manipula agricultores, que veem a preocupação ambiental como coisa de perdedores e concentrar a posse da terra é tudo o que interessa. O governo açula seus militantes em campanhas cosméticas para tirar uma casquinha e animar a torcida, sem mobilizar, conscientizar ou educar, apenas consolida sua heteronomia.

Pelo lado da saúde, afinal o câncer de mama que matou Rachel Carson hoje representa em nível mundial uma indústria superior a centenas de bilhões de dólares; leucemia outro tanto; fígado, pâncreas, pulmão etc., etc., .... Todos eles programadas a crescer exponencialmente. Neste momento o número de agricultores é um pouco maior que os de presidiários, mas à medida que diminui os primeiros aritmeticamente, os segundos crescem geometricamente (lembrando alguém que fez esta relação sobre alimentos e população). Mas isso dá dinheiro, muito dinheiro, pois é um processo de eugenia mercantil. Essa é a mão invisível que outro alguém se referiu. Quanto à educação é melhor calar. Não dá, para não dizer.

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