Se considerarmos os quatro grupos de profissionais mais importantes em nossas sociedades, sem pensar em uma hierarquia entre elas, podemos dizer que aquelas que educam, curam, orientam o espírito e as que organizam a sociedade, são elas.
Assim, é possível dizer que nessas ramas estão todas as atividades estratégicas de uma sociedade, porém há uma quinta que é muito especial, porque está na "natureza" e simultaneamente está fora dela, pois estuda profundamente a natureza para compreender e executar algo que não existe na natureza: a agricultura. Sim, não percebemos que a agricultura não existe na natureza, e que apenas cinco espécies a praticam. Três são insetos (cupins, formigas cortadeiras e abelhas melíferas e polinizadoras, e dois são mamíferos, o outro é o rato topo-pelado da Etiópia).
Ao ocupar o espaço da natureza para fazer agricultura (tempo), todos eles realizam uma série de simbiose para facilitar o seu sucesso com microrganismos, domesticação de plantas, animais e manejo da flora e da fauna.
Fazer a agricultura que não existe na natureza por meio de uma estrutura ultrassocial é uma questão de gênero em todas as espécies desde seus primórdios, por meio de um grupo de trabalhadores especializados com a finalidade de alimentar a todos/as da comunidade, da sociedade e até da humanidade.
E para fazer isso é necessário trabalhar simultaneamente na educação, na cura, na orientação espiritual e na organização sócio-política na sociedade, já que o camponês e a camponesa se encarregam de alimentar a todos. Se um professor pode se dedicar a dar suas aulas, um médico a curar, um padre a orientar espiritualmente, o economista ou político a organizar a sociedade, é porque um camponês ou camponesa com uma antecedência de até 30 anos preparou as condições para que eles o tivessem o alimento, sem conhecê-los, com humildade e ética de grande alteridade.
O vínculo ético-espiritual do camponês com a natureza e com o seu espaço único confere-lhe uma distinção ímpar na sociedade, desde o mineral mais desconhecido que forma o solo, ao microrganismo que o enriquece com Matéria Orgânica única dos fluxos e harmonia dos ciclos biogeoquímicos no planeta que necessita ser preservado.
Tudo isso é belo e poético até chegarmos à desigualdade e à fome por questões de poder e ganância.
Resolver estes dois invites no grande desafio ético e moral, para se alcançar e se tornar um agrônomo, quando chegar a consciência, de quem o alimento é um ato único que ninguém mais pode fazer igual, a não ser o camponês atendido por ele como profissionalmente, pois nada pode produzir alimentos, tampouco existe indústria de alimentos sem o camponês que é o único que os produz.
Então, o agrônomo é ao mesmo tempo todas as quatro atividades na mesma pessoa a todo tempo e o especialista que trabalha com o que não existe na natureza e é um senhor dos camponeses, por isso se diz que ele é um agente de plantão, aos camponeses em suas atividades.
Sua missão está extrapolada, quando se descobre que os agrotóxicos intoxicam os camponeses, os herbicidas destroem a fertilidade do solo e contaminam a natureza. Agora surge uma nova dimensão, pois no Antropoceno, o humano adquiriu a capacidade de ameaçar a natureza de forma irreversível. E isso significa que o agrônomo precisa se antecipar na consciência para corrigir os desvios de poderes e governos para a preservação do meio ambiente e da natureza, devido ao clima do Planeta. Mas profissionais vêm construído essa consciência antropogênica para que a consciência cósmica de Vernadsky, Theilard du Chardin e Eduourd LeRoy, a denominada Noosfera.
Acho que em poucas palavras isso é ser agrônomo: Aquele que entende a natureza para dela se alimentar orientando o camponês a ser ultrassocial, quando ele faz o que não existe na Natureza.
Isso, magnificamente, é mágico e sagrado.
Por favor, coloque em espanhol e corrija todos os erros de concordância, gramática e sintaxe.
Sebastião Pinheiro, eng. Agro. U.N.L.P - Buenos Aires - Argentina / UFRGS, PORTO ALEGRE / RS - BRASIL.
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