17 de março
por Sebastião Pinheiro
Lisarb estava incomodado abriu o dicionário e procurou o termo “metonímia”, tinha uma razão forte estava estudando um trabalho científico de um grupo nacional sobre assessoria de docentes e pesquisadores da Universidade do Oregon sobre as Terras Pretas de Índio, nele denominado de ADE (Amazonian Dark Earth) substituindo outros termos similares.
O cerne do trabalho nos leva ao continente africano, mais precisamente à AGRA de Agnes Kalibata, empregada de benemérito Bill Gates, pois há lugares com TPI em vários pontos da África, os mais conhecidos são em Serra Leoa e tem a ver com assentamentos humanos de nativos (indígenas africanos). Ilhas foram construídas na Amazônia para criar melhores condições de formar solos antropomórficos e desde o sul da América até o México há TPI, inclusive uma delas que é patrimônio da Humanidade, em Xochimilco, as Chinampas. Não estranho, que durante a Guerra Fria ela fosse vista como relicto do passado, para não incomodar as estruturas Complexo Industrial Militar (C.I.M), contudo, busquem hoje quem faz os estudos sobre as Chinampas e qual o nível destes estudos, uma garrafa de Winogradsky a céu aberto.
Lisarb é vacinado e não pensa que os deuses eram astronautas ou coisa similar, pois aprendeu nos bancos escolares que, o gato sempre tem cinco patas, e que devemos buscá-la, o que não é fácil, foto.
O nível de reducionismo científico é muito estranho para um mundo onde faz menos de vinte anos que o solo voltou a ter vida, para se vender saúde, como insumo, não como vacina. Lembrou o enquadramento de professores aposentados pelo “venerado”, hoje Ato Institucional N.5 da Ditadura excrescente. Incompetência é outra coisa, pois a Itália, Alemanha e Japão na mesma época tomaram ações contra o que consideravam criminosos políticos, sem alterar uma vírgula em suas constituições e leis normais. Não compare as duas situações, situe-se, apenas na competência de ambas as partes em disputa lá e cá, nem precisa entrar na justificativa e mérito.
Se não entenderam, me permitam um exemplo simples. Já antes da Segunda Guerra Mundial a bilateralidade escondida como “a quinta pata do gato” de ideologia fez que ambos os “Complexos Industriais Militares” priorizassem governos títeres totalitários (Mussolini, Hitler, Franco, Salazar, em uma confraria enriquecida depois daquele conflito com as fronteiras da Ásia, África e América Latina, pois o Complexo Industrial Militar tinha seus instrumentos de doutrina e poder.
Era raro que não se saiba que a Terra Preta de Índio é citada por Francisco de Orellana no Século XVI e norteamericano James Orton a descreva em 1870 (William M. Denevan, University of Wisconsin-Madison William I. Woods, Southern Illinois University, Edwardsville) e registrada pelo holandês Sombroek, Wim G. em 1966: “Amazon Soils. Centre for Agricultural Publications and Documentation, Wageningen, Netherlands. See esp. pp. 174-176, 252-256, 261”.
Quando Lisarb viu o nome da OSU (Oregon State Universyte) lembrou de uma cena cultural vivida em 1974 em Santa Maria no RS-Brasil, um grupo de economistas e agrônomos mostrava um trabalho sobre eficiência dos herbicidas no nordeste do Brasil. E pelo pouco discernimento do que faziam diziam que era um atraso e ignorância o uso da enxada pelos “sertanejos”. Um jovem agrônomo alagoano vendedor de agrotóxicos levantou e protestou: “- Rapaz, pensa no que você está fazendo, o único trabalho que tem um sertanejo para ele e seus filhos é limpar seu roçado com enxada e foice e você quer fazê-los gastar dinheiro com herbicida?
Fora de lugar como um mamute siberiano, naquele ambiente, Lisarb completou. - O estranho é a OSU fazer isso para beneficiar uma empresa destruindo o solo e sociedade. Porque na equipe multidisciplinar do Projeto não chamaram um sociólogo ou religioso, melhor ainda um psicólogo.
No intervalo do cafezinho, que a idiotice ambulante repetia a cada minuto o termo “know how” e denominava de “coffee break”, Lisarb foi importunado por um agente da repressão, que queria saber o que fazia, onde trabalhava, o porquê da participação e coisas afins, mas estava vacinado. Ele não tinha as meias pretas, nem o sapato preto, logo não era miliciano de terra, e como não tinha uma construção perfeita no idioma, tampouco era do mar ou do ar. O alagoano, ficou amigo de Lisarb se casou com uma pelotense e fez mestrado e passou no concurso do órgão de pesquisa oficial para o estado do Acre, depois merecidamente transferido ao RS onde se aposentou.
Tudo bem, mas e a “quinta pata do gato” agora? Sem entrar no mérito dos autores, parafraseando a Paul Virilio & Silvère Lotringer, em “Guerre Pure, a militarização do cotidiano”, 1980, diz: saber fazer não significa que se saiba o que se faz. Contudo, na OSU, sim se sabe com quantos algoritmos se esconde a quinta e as outras patas do gato.
Porque querem encontrar uma razão para as terras pretas não serem um antropo-solo, é que nessas condições ele pode ser tombado pela OMC, UNESCO-UNIDO-SECRETARIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS como patrimônio da Humanidade.
A ciência conhece o que são as reações de Haber-Weissz (1930), Fenton (1989), Ferridoxinas e sideróforos na TPI.
A Terra Preta de Índio tem uma capacidade de absorver os gases do Efeito Estufa em uma agricultura antagônica a atual de destruição do solo, devastação da natureza e degradação da microbiologia no solo (D elevado à terceira potência) o maior risco para a água e clima do planeta. Perda de território e mau exemplo de uma Agroecologia Indígena Camponesa.
Uma agricultura de preservação do Sol, Solo e Ser (S elevado à terceira potência) é a "chemi", "terra preta do Nilo" (al-chemi-a) que criou o império egípcio (Heródoto); A das Chinampas, criou o Imperio Azteca pela mão humana, como a Terra Preta de Índio da Amazônia feita também ultrassocial e pode salvar o planeta e a Amazônia.
O resto é coisa de milicianos travestidos de mercenários e vaidosos soldados da fortuna.
Há uma crise climática séria no Planeta, o líder do C.I.M, D. Trump já foi jogado na lata de lixo da história e a questão do clima volta com todo gás. O avanço militarista na Amazônia para ocupação de todo o território como espaço de agricultura de insumos, altamente mecanizáveis (AGRONEGÓCIOS) é a política pública da AGRA e Bill Gates, Carlos Slim e Rockefeller, pelo que ninguém sabe que o porto clandestino de Cargill construído sem amparo constitucional no meio da Amazônia é ignorado, da mesma forma que os silo ambulantes da SARTCO – CARGILL não tem atoleiros e cada barcaça pode transportar em comboio mais de 1000 carretas sem pagar pedágio ou ter atoleiros e assaltos.
Todos se subordinam ao Complexo Industrial Militar. Eles não necessitam utilizar o pretexto da ideologia exótica para justificar seus atos, pois agora atuam como os subversivos do Século XX, pois sob o CIM foram rebaixados à milicianos.
Sim, o gato tem cinco patas.
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La Comuna de París y las mujeres revolucionarias
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