POR FAVOR, LEIAM COM ATENÇÃO E TOMEM PROVIDÊNCIAS
São Paulo, 03 de Março de 2021
Carta Aberta aos Colegas do Departamento de Geografia (USP) Por Larissa Mies Bombardi
Caros Colegas,
Completei 49 anos na última semana, 31 dos quais vividos no Departamento de Geografia. No início como aluna de graduação, depois como pós graduanda e finalmente, após ter tido inúmeras experiências como professora, ingressei como Docente do Departamento em 2007.
Completo neste mês de março de 2021 catorze anos de docência no Departamento. Tenho pelo Departamento de Geografia, assim como por extensão, pela Faculdade de Filosofia, a nossa “Fefeleche”, e, pela USP, um profundo respeito. Minha vida se construiu neste Departamento! Minha construção enquanto pessoa, enquanto adulta, enquanto ser humano, enquanto professora, enquanto pesquisadora, enquanto ativista se fez neste Departamento. Boa parte das pessoas que marcaram minha vida como “modelos” daquilo em que eu gostaria de me tornar foram meus professores. Citarei apenas três, que hoje estão aposentados: Ariovaldo Umbelino de Oliveira (que é meu mestre desde o TGI), Ana Fani Alessandri Carlos e Maria Elena Simielli. Sempre, desde que me tornei professora aos 19 anos em uma das escolas públicas em Osasco, dando aulas no período noturno para o ensino médio, nutri profundo respeito pelo trabalho que eu realizava, pela escola pública, pelo ensino público, pela relação dialógica professor-aluno, pelo compromisso com a sociedade e, também, pela busca de construção de uma sociedade – no mínimo -mais justa. Alguns dos alunos daquela época tornaram-se meus amigos! Temos pouquíssima diferença de idade. Um deles, aliás, se formou em Geografia em nosso Departamento e fez também mestrado no Programa de Pós-graduação em Geografia Humana. Assim que ingressei como Professora no Departamento de Geografia –após inúmeras comemorações que faziam jus à felicidade que eu sentia por estar aqui, agora, como professora –me orgulhava de ir embora para casa quase sempre perto da meia noite, após a aula de Trabalho de Campo, disciplina que eu ministrava. Continuei por um bom tempo vibrando comigo mesma de ir embora acompanhada dos alunos ainda animados tão tarde da noite!
Orgulhava-me, e orgulho-me até hoje, de ter ido até o oitavo mês de gravidez de meu primeiro filho -semanalmente - para o Assentamento Milton Santos, em companhia da Profa Sidneide e de nossos alunos para realizar um trabalho de extensão. Ainda grávida de meu primeiro filho participei ativamente das nossas plenárias e atividades de greve dentro e fora da USP (em 2009). Jamais vou esquecer do dia em que os alunos subiram correndo da reitoria, fugindo das bombas de gás lacrimogênio. Neste dia, em meio às ligações de familiares preocupados comigo, pois os meios de comunicação já divulgavam o que ocorria na USP, encontrei um dos colegas na rampa que me perguntou: “Vc não está grávida?” Fiz que sim com a cabeça, claro. E ele me deu uma bronca: “Vá para casa!!” Durante o início de minha licença-maternidade de meu segundo filho, que nasceu em Janeiro de 2012, o Departamento por meio da COC solicitou que eu corrigisse provas de recuperação e fechasse notas(o cronograma estava atrasado por causa da greve) e, eu, o fiz! E, embora eu não tenha compartilhado isso com os colegas e nem tampouco reclamado sobre os meus direitos como mulher e como trabalhadora, assumi a tarefa porque entendia que era uma necessidade do Departamento e que eu deveria atender e corresponder, ainda que meu filho fosse recém-nascido, eu estivesse privada do sono e vivenciando outras questões próprias ao período puerperal. Ministrei, por todos estes anos, as disciplinas obrigatórias História do Pensamento Geográfico e Teoria e Método em Geografia I sem dividir turmas com outro professor, com exceção do primeiro ano de minha carreira em que dividi com o Prof Élvio. Sempre turmas lotadas no diurno e no noturno! Em muitos destes anos, eu preferi ministrar aulas no Anfiteatro, como muitos colegas também o fazem. Jamais reclamei ou me furtei a quaisquer destas demandas! Ao contrário, tenho um apreço enorme pelas aulas, pelos alunos e pela relação que construímos. Obviamente, não há aqui qualquer soberba ou pretensão de perfeição. Encaro todo semestre como um “baita” desafio e o frio na barriga é uma constante em todo recomeço. Contudo, honestamente, antes de me tornar mãe, eu conseguia realizar as tarefas com uma organização, disciplina e prontidão bastante difíceis de alcançar neste momento. Eu invejo o tempo que eu tinha antes. Nas duas oportunidades em que me ausentei do Departamento para Pós-doutorado o fiz de forma em que minha saída correspondesse à metade do ano (segundo semestre), com retorno no final do primeiro semestre do ano seguinte, mas, de maneira que, anualmente, minha carga horária estivesse completa!
Quando voltei da Escócia, em 2017, após o pós-doutorado, para ser precisa em 8 de maio, em tempo de acompanhar meu pai que faleceu no dia 30 de maio, deixei de ministrar disciplina na Pós-graduação. Portanto, nestes 14 anos de USP, fiquei, realmente, por dois anos sem ministrar disciplinas na Pós. Entretanto, mesmo tendo saído em dois momentos diferentes para Pós Doc, jamais deixei de “carregar o piano”, como gostamos de dizer. Sempre cumpri a minha carga horária na Graduação. Além disso, em que pese o fato de eu não ter ministrado disciplina na Pós-graduação, nos dois anos que corresponderam ao Pós Doc na Escócia, três semanas após o falecimento do meu pai eu já estava em trabalho de campo por vários dias com pesquisadores da Escócia que vieram à São Paulo. Eu os acompanhei em assentamentos de reforma agrária, em uma das usinas de açúcar da região de Araraquara, além de ter participado com eles de reuniões com lideranças e sindicalistas. Neste trabalho de campo foi a primeira vez que apresentei para assentados e outros camponeses os resultados de minha pesquisa de Pós-doutorado, com o conjunto de mapas recém finalizados. Uma emoção indescritível!!
Em 2018, ano seguinte ao meu regresso, recebi Kendra Briken, da Universidade de Strathclyd e, como professora visitante, que ofereceu palestras e workshop, permanecendo conosco por um mês. Ela também teve participação na banca de meu aluno de doutorado, além de ter se reunido com os colegas do PPGH. Em 2019, também recebi o Professor Brian Garvey, que supervisionou meu pós-doutorado na Escócia, para palestras e entrevistas. Este foi o ano, também, em que realizei o lançamento do Atlas “Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia” na Europa, em sua versão em inglês, graças ao financiamento para sua tradução realizado pelo PPGH. O lançamento foi feito na Escócia e na Alemanha. Na Escócia ele foi lançado na Universidade de Strathclyde em Glasgow, e, na Alemanha ele foi sediado pelo grupo ENSSER –“The European Network of Scientists for Social and Environmental Responsability”em Berlim. Desta forma, entendo que houve um equilíbrio nas diversas atividades por mim realizadas no âmbito da Pós-graduação e, também, da graduação.
Voltando à questão da carga horária: pela primeira vez, em 2020, ministrei uma carga-horária baixíssima. Acho que não é demais relembrar aos colegas o contexto em que isto se deu. Como é de conhecimento de alguns, talvez até seja de todos, após o lançamento do Atlas “Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia” na Europa, em abril e maio de 2019, passei a ser “intimidada” pela pesquisa que realizava. Em junho de 2019 recebi indicação de lideranças de movimentos sociais para que eu evitasse os mesmos caminhos, para que eu alterasse os meus horários, para que alterasse a minha rotina, de forma a me proteger de possíveis ataques dos setores econômicos envolvidos com a temática sobre a qual eu me debruço. Eu me perguntava: como uma mulher, mãe de dois filhos, única responsável pelas crianças e pela rotina das crianças poderia mudar algo na rotina? Os colegas mais próximos e os funcionários do DG sabem muito bem que até o período que antecedeu a pandemia, eu sempre chegava no Departamento – todos os dias – às 7h30 da manhã, após ter deixado as crianças na escola. Eu costumava “inaugurar” o estacionamento dos professores todas as manhãs. Estas indicações para que eu evitasse os mesmos caminhos e rotina que aconteceram em junho de 2019, ocorreram em trabalho de campo realizado com os alunos (não é demais lembrar, que como tantas mães do Departamento, deixei meus filhos por dias para realizar este e outros trabalhos de campo). Neste mesmo mês uma série de outras intimidações ao meu trabalho passaram a acontecer, especialmente após a maior rede de supermercados orgânicos da Escandinávia ter boicotado os produtos brasileiros, a partir do conhecimento do conteúdo do Atlas, lançado no mês anterior em Berlim. Dentre outros ataques ao meu trabalho, destaco um artigo publicado por Xico Graziano no portal 365. Neste mesmo mês, eu tinha uma palestra a ser realizada em Chapecó, a convite do Ministério Público de Santa Catarina, que se comprometeu a fazer todo o meu traslado (hotel-aeroporto-local da palestra) escoltada por seguranças. Eu já estava bastante assustada e, em um final de manhã, coincidentemente, estávamos indo almoçar, eu e a Profa Ligia e encontramos a Profa Cleide. Na sequência encontramos, também, o Prof Wagner. Almoçamos todos juntos e eu contei-lhes o que estava havendo.
O Professor Wagner me disse: “você não pode lidar com isto sozinha, você está em uma instituição! Vamos conversar com a Profa Maria Arminda.” Ele então me pediu que eu reunisse e organizasse todas as informações em uma espécie de dossiê. A Profa Maria Arminda nos recebeu na mesma tarde. Eu disse a ela tudo o que estava ocorrendo e que estava considerando a possibilidade de ficar um tempo fora do país realizando um Pós-doutorado, ou em qualquer outra modalidade de inserção acadêmica. Ela me disse que achava que eu realmente deveria fazer isto, aconselhou-me a não viajar para Chapecó e se comprometeu a ligar para o reitor. No dia seguinte, após ter telefonado para o reitor, a Profa Maria Arminda telefonou para o Prof Wagner, dizendo que o reitor também achava importante que eu ficasse um tempo fora do país, também recomendava que eu não fosse para Chapecó e, finalmente, que o reitor ofereceu a guarda do campus para me acompanhar em todo o período que eu estivesse na USP. Eu, entretanto, não quis aceitar a escolta da Guarda Universitária. Considerei que seria melhor eu me preservar psicologicamente e não deixar que isso tomasse um vulto muito grande em mim mesma. Eu precisava –e preciso –estar bastante íntegra para conduzir a criação de meus filhos em um ambiente saudável (física e psicologicamente falando).De toda forma, foi um bálsamo ter recebido o apoio de muitos colegas do Departamento, da Diretora da FFLCH e do Reitor da USP. Recebi também, algumas moções de apoio, dentre as quais eu destaco a do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos que tornou público o apoio a mim e à minha pesquisa.
Em agosto daquele ano, 2019, recebi um convite para ir à Bruxelas em dezembro para a presentar no Parlamento Europeu na “Conferência Aberta Sobre o Acordo Mercosul-União Europeia” os resultados de minha pesquisa. Obviamente fiquei bastante honrada com o convite. E, obviamente, também fiquei temerosa. Todos nós sabemos como tem se constituído este momento político do país. Em Bruxelas, em dezembro de 2019,ao ser recebida por alguns parlamentares e, especialmente, por um dos membros do Parlamento, eles mostraram-se extremamente preocupados com a minha situação. Eu disse especialmente a um deles, Paul-Emile Dupret, que me recebeu com sua família em sua casa: “veja, eu não fui efetivamente ameaçada”. E, ele me respondeu: “não precisa”. Insistiu para que eu não voltasse ao Brasil, colocou-me em contato com a Anistia Internacional, Revibra e outras redes de solidariedade e Direitos Humanos. Além, de, naquele momento, ter criado para mim uma conta alternativa de e-mail e outras indicações de comunicação alternativas. Enfim, desde então eu tenho tentado me estruturar para me proteger e aos meus filhos. É de conhecimento de todos que eu me programei para viajar em março de 2020 e, por isso, no primeiro semestre de 2020, não me foram atribuídas disciplinas. Isto foi conversado com a COC (da qual eu também faço parte). Não viajei em março do ano passado, como todos sabem, por causa da pandemia. Me estruturei, então, para viajar em setembro. Em agosto de 2020, na véspera do Dia dos Pais, fomos assaltados em casa. Foi bastante difícil!! Deixamos a casa no dia seguinte! Ficamos hospedados temporariamente em casa de parentes e foi nesta condição que eu “preparei” meu pedido de afastamento apresentado, obviamente, em cima da hora no Conselho de setembro.
Levaram meu computador. Era um laptop antigo de baixíssimo valor, mas que tinha todo o meu banco de dados. Felizmente eu tinha um “backup” em outro local, em um HD externo escondido, que não foi encontrado. No dia seguinte ao assalto, após ter passado uma parte da noite presa no banheiro e, posteriormente, na delegacia, um parente me perguntou se o assalto poderia ter a ver com meu trabalho. Nunca foi novidade que não tenho o hábito de deixar os meus arquivos nas nuvens. Honestamente essa hipótese nem passou pela minha cabeça no dia do assalto. E, realmente não seis e tem relação com o meu trabalho. Talvez não tenha. Mas, jamais saberei. Desde então estou morando com meus dois filhos em um local emprestado e improvisado na expectativa de poder ficar um tempo fora do Brasil o quanto antes. Em 2020 publiquei, em parceria com Immo Fiebrig e Pablo Nepomuceno, dois artigos no Research Gate sobre a correspondência espacial entre suinocultura e Covid-19. Os artigos tratam da hipótese, ainda não comprovada, mas já discutida por outros pesquisadores, de que a criação intensiva de animais possa ser um dos veículos de propagação da doença. Um destes artigos foi posteriormente publicado no “Le Monde Diplomatique Brasil” o outro está submetido à revista Confins. Publicamos um terceiro artigo, em janeiro de 2021, na edição especial do Le Monde Diplomatique Brasil intitulada “Pandemia e Agronegócio”. Em função destes artigos a Associação Brasileira dos Produtores de Proteína Animal enviou um e-mail para mim, com cópia para a Coordenação do PPGH e para o Reitor da USP afirmando que eu não poderia tecer tais hipóteses, num absoluto tom de intimidação. A Embrapa também emitiu uma nota “técnica” sobre este artigo. Há cerca de três semanas, após ter dado uma entrevista ao Jornal Nacional, Xico Graziano novamente voltou a fazer ataques diretos ao meu trabalho, tentando desqualificá-lo. Este tem sido o cotidiano de meu trabalho e de outros tantos colegas envolvidos com este tipo de temática.
A Agência Pública está fazendo uma série de reportagens, podcasts, sobre pesquisadores que estão sendo perseguidos e, ao dar-lhes uma entrevista na semana passada, me dei conta do peso que tem sido lidar com todas estas esferas ao mesmo tempo. Bem, estes são os motivos pessoais que me movem! Acho que os motivos profissionais já são mais do que conhecidos pelos colegas do Departamento e estão suficientemente descritos e documentados no Pedido de Afastamento que apresentei ao Conselho no último dia 10 de fevereiro. Mas, para aqueles que não sabem, concorri a uma bolsa na Universidade Livre Bruxelas em novembro de 2020 e a conquistei! O início está previsto para 01 de Abril de 2021. Penso que ela será um passo importante para minha pesquisa, mas que também terá importância para o Departamento. A resposta positiva para este posto chegou no dia seguinte ao Conselho de dezembro. Perguntei, à Secretaria do DG se eu poderia apresentar o pedido no Conselho Extraordinário de Janeiro, mas o pedido não pôde ser apresentado em função do teor daquele Conselho. Então, esperei que novos documentos viessem e os apresentei juntamente com o pedido no dia que antecedeu o Conselho de fevereiro.
Me comprometi junto à COC, em uma conversa com o Prof Eduardo Girotto, a ministrar aulas no 1º Semestre de 2021. E me comprometi, após ter conversado com o funcionário Frederico, do RH da FFLCH e ter sido informada de que não havia incompatibilidade administrativa em me afastar e ministrar disciplinas neste primeiro semestre, uma vez que as disciplinas serão ministradas remotamente em função da pandemia. Nesta oportunidade, início de dezembro de 2020, o funcionário me informou que vários professores da FFLCH se afastaram no segundo semestre de 2020 nesta mesma condição que eu havia solicitado. Eu sei da sobrecarga a que todos estamos expostos!! Jamais quis sobrecarregar qualquer colega!!Infelizmente a universidade tem se tornado um ambiente duro, competitivo e machista. Dei minhas aulas “online” no segundo semestre de 2020 às 21h20 com meu filho mais velho do meu lado! Foi muito duro! Dei as aulas todas síncronas!!
Com exceção de duas em que convidei as profas Glória e Rita para ministrarem palestras. Nas demais aulas, eu vestia o meu pijama com as crianças e as colocava na cama! Após eles adormecerem, eu me vestia novamente para dar minha aula. O meu filho mais velho, entretanto, muitas vezes não dormia. Meus alunos são prova de que ele ficava até a aula acabar ao meu lado. Durante todo o ano passado dividi meus dois equipamentos: celular e computador entre meus dois filhos, para que pudessem assistir suas aulas on-line. Fui também professora deles! Toda a alfabetização do meu caçula ficou sob minha responsabilidade. Não consegui, obviamente, como ainda não estou conseguindo, atender às reuniões da CCP e do Conselho(eu era membro até dezembro de 2020). Está sendo muito duro, sobretudo para as mulheres, lidar com a agora “tripla ou quádrupla” jornada de trabalho. Sinceramente, espero que o rolo compressor neoliberal que tenta desmontar esta Universidade não nos faça ficar uns contra os outros. Penso que nós, mais do que ninguém, sabemos que é o que normalmente acontece quando os trabalhadores são colocados em seu limite. Esta carta, mais do que qualquer outra intenção, tem o objetivo de poder expor os meus motivos e buscar solidariedade dos colegas com relação ao meu pedido de afastamento. Sempre penso que tem fases da vida em que nos doamos mais ao trabalho e outras fases em que podemos doar menos. Já que não temos mais os nossos cafés e nem a nossa “rampa” e, como também, não fui ouvida pelo Conselho em fevereiro, achei que uma carta aberta seria a melhor forma de expor aquilo que eu penso e aquilo que me move. Tenho prova de todas as informações que menciono nesta carta. Desde o Boletim de Ocorrência até as cartas e artigos intimidatórios. Meu currículo Lattes está atualizado e qualquer colega pode consultar as minhas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Posso garantir que foram inúmeras, e que talvez tenham tomado de mim mais do que eu pudesse dar. Peço desculpas pelo tamanho da carta. É uma carta-desabafo de um momento em que não podemos nos encontrar.
Com profundo carinho e gratidão pelo Departamento de Geografia da USP que foi e é, sem dúvida, uma grande estrutura de minha formação como pessoa, despeço-me dos colegas e coloco-me à disposição para conversar e prestar quaisquer esclarecimentos.
Larissa Mies Bombardi.
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