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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Sou Cão sarnoso, sou Cínico, sou Estóico & Vivo em Autarquia




31 janeiro 2019
por Sebastião Pinheiro

Prometo não vou mais abordar nada sobre alteamento acima de 81 metros à montante ou barragem de “fango” de sulfetos em zona onde chove mais de 1.400 mm anuais. Isto é assunto de físico-química coloidal que não permite neófitos, nem cultivadores de virtudes.

Tentar entender a repetição de “Mariana” é difícil. Sou da raça do Nelson Rodrigues, para mim toda unanimidade é coisa burra, e ninguém me faz de idiota. O primeiro relatório acertou até mesmo no número de mortos e isso não é “causalidade”, menos ainda casualidade, ambas totalmente antagônicas. Dizem que a inteligência israelense, depois dos jogos olímpicos de Munique em 1972 diante de toda e qualquer unanimidades é obrigada a recorrer a um grupo especial para não admitir o óbvio e repetir a “casualidade”.

Hoje é difícil se dizer: “Sou Cão sarnoso, sou Cínico, sou Estóico & Vivo em Autarquia. É mais fácil aceitar o que dizia em 1977 a norte-americana Kathleen Lee Lyra: “Brasileiro é muito bonzinho”. Sim, o “Museu Nhôtim” estava em um promontório olímpico e o refeitório para a ralé ignara à jusante da geleia de lama.


A Vale foi privatizada* por 3 bilhões de dólares por um congresso de cidadãos eleitos… Neste patrimônio adquirido haviam recursos para serem explorados ao longo de 99 anos; mas haviam passivos que custaram um percentagem daquele montante. Contudo, o valor negativo desses passivos crescem tão vertiginosamente quanto o
valor das ações da empresa. Hoje eles valem o mesmo percentagem do momento da privatização, mas seu valor é parte de 400 bilhões de dólares.


Na primeira barragem “desastrada” foram solucionados 12 milhões de metros cúbicos sem custos fora da “expectativa causalizada”. Minha gente, a turma israelense a ser chamada devia ser aquela contra a unanimidade burra... 

Na nova barragem a casualidade foi mais inusitada, pelo número de mortos, pois desnudou a ambiguidade social da política anterior e a política eleitoreira servil atual com sua arrogância e cretinismo repetida para todos ouvirem das favelas à Davos.

Zenão, violeiro grego
Hoje temos 25 milhões de metros cúbicos já socializados a um custo mínimo, que precisa se mostrado exaustivamente durante uma semana com helicópteros transportando corpos assassinados (agradeçam tranquilos foram doados 25 mil dólares a cada parente de vítima, pelos brasileiros muito bonzinhos), pois a reforma trabalhista garante apenas 50 salários. Que isso significa onde não há Estado ou governo para todos, mas os mais iguais já recuperaram 8% dos 24% perdido. Depois da primeira solução a empresa cresceu mais de 200 bilhões de dólares, pois resolveu um passivo gigantesco com poucos recursos.

Agora está sendo demonstrado o mesmo caminho da ditadura econômica, que alguns idiotas querem disfarçar como ideológica, igual nas fotos do passado recente.

Sim, sou um cão sarnoso, sou um cínico, sou estoico, vivo em autarquia, não dependo do Sol ou do saber de ninguém.



*Em 1998 estávamos no auge das privatizações no Brasil, com o risco iminente de que a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também tivessem este destino. Eu era o coordenador editorial da Editora Fundação Perseu Abramo – ligada ao PT – e nas conversas no conselho editorial e no conselho curador da Fundação havia a convicção de que era importante produzir um livro sobre as privatizações, para denunciar o que estava acontecendo e, ao mesmo tempo, servir como uma fonte de informações para o debate sobre o tema, pois não havia uma sistematização dessas informações para o grande público.
 
(...) O livro era impactante. São menos de cem laudas de texto, mas é um material riquíssimo em informações e em análises que mostravam o alcance e a gravidade do que estava acontecendo no país, com a entrega de mão beijada de um patrimônio construído pela sociedade brasileira durante décadas. O grande mérito do livro – além da liguagem clara e direta – talvez tenha sido o fato de ter sintetizado e reunido as informações que nos permitiram ter uma visão geral do desmonte a que o Estado brasileiro estava sendo submetido, nas comunicações, no setor bancário, no petróleo, na mineração etc.


(...) E de fato o livro teve um papel político importante, pois serviu de instrumento de denúncia e de mobilização contra as privatizações. Tornou-se uma espécie de cartilha da luta contra as privatizações do governo FHC. Até hoje é usado para estudar esse processo. "


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