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17 de fevereiro 2019
por Sebastião Pinheiro
Em português há a
palavra elã de rara beleza pelo seu significado, mas o brasileiro gosta de usar
o chulo “tesão”. Há múltiplas razões para tal e elas passam pela corrupção
ideológica, política e social, que nos faz aceitar, conviver e crer em
violências estruturais: Como as milícias no crime organizado ou pretensas
“igrejas” organizadas para “crimes”. É impossível aguentar que a Ministra de
Estado encarregada da Família, Direitos Humanos & Mulher propale ofensas ou
idiotices, reiteradamente, sem que o bom senso a cale.
A um ministro
compete externar, apenas e tão somente o referente a políticas públicas.
Questionar o “Evolucionismo” nas escolas obriga uma base que respalde essa
atitude. No Brasil foi dito que pobre gosta de vestir-se de “príncipe holandês”
(Joãozinho 30), mas propositalmente não foi entendida a metáfora que isso é uma
“fantasia”, onde a ausência de cidadania por interesse da "Elite" e
"Estado" merece uma caricatura social, verbigracia o carnaval alemão
(aliás único lugar no mundo onde não podia haver carnaval, mas é um dos mais
significativos pelo sarcasmo ao poder).
Há 30 anos
(09/06/1989) acreditei que a Lei Nacional de Agrotóxicos ia consolidar-se pela
cidadania. Vi a tentativa patrocinada pelo Capital Trilateral em destruí-la.
Enfrentaram a sociedade civil e perderam. Também perdemos quando a fiscalização
da lei foi delegada aos Estados e o governo federal se fez refratário. Nossa
estratégia foi antecipar a outra agricultura. Temporariamente tivemos êxito,
mas novamente, fomos derrotados. Hoje um Kg de arroz transgênico é vendido no
supermercado como “mutante”, quando têm 50 vezes mais resíduo de herbicida por
ser resistente ao mesmo. Somos o único país do mundo onde ele assim é
classificado em fantasia carnavalesca e os agrotóxicos são parte ideológica
corrupta na sociedade e governos nos últimos 30 anos, sem exceção. O arroz da
outra agricultura custa mais de dez vezes e é somente para os muito ricos, o
que é niilismo.
O “assassinado”
Boechat poucos dias antes de sua tragédia de viva voz mandou o Pastor Malafaia
buscar uma “rola”, sem qualquer alusão ao passarinho columbiforme que o
nordestino carinhosamente chama de acauã ou asa branca, me fez lembrar da
infância quando na mesma Rádio Bandeirantes (SP) em 1960 Vicente Leporace
(foto) tinha um programa muito parecido (A hora do Trabuco), casualmente no
mesmo horário, agora para o Brasil. Não vi um cretino sequer referir-se a
quantas vezes o falecido havia respondido a processos pelo exercício, agora
festejado de sua coragem cívica. Será por berço republicano (argentino)?
Voltei a despertar
meu elã, não em agrotóxicos, onde Ministério Público e Movimentos Sociais de
Igrejas creem, igual que a ministra inculta, que o assunto se resolve com
metáforas ou fantasia.
Na sede do império
o Presidente Trump quer construir o seu muro e todos acreditam que é por causa
da invasão de pobres. A coisa mais rentável que há para a economia yankee,
britânica ou japonesa é receber mão de obra formada. A muralha é ideológica e
não é física ao longo do Texas, Arkansas e Novo México. Ela é bíblica e fica em
Israel, que a necessita para poder ter status de sub-império (imperialismo), é
o que entendi na entrevista do filósofo francês Bernard-Henry Levy,
particularmente sobre a pornografia política explícita no país, fruto de
ignorância cívica, religiosa e social.
Em 2010 no Canadá
conheci uma questão ambiental estranha “GENTRIFICAÇÃO”. Há alguns dias estou as
voltas com ela em Porto Alegre. Despachantes da pornografia política idealizam
uma solução no mínimo cretina, para 28 prefeituras e escolhem uma área de 300
hectares próxima a Porto Alegre e Viamão para um investimento de Gentrificação
na acepção dos movimentos quebecois-canadense. Esta área é ocupada por
população nativa mbya-guaraní há duas gerações sobre solo sedimentar e se
prepara para receber o lixo, perdão resíduos sólidos urbanos da região
metropolitana. Não é verdade. É, somente, o chamariz para desalojar os nativos
e privatizar suas terras públicas (sem valor), além de desvalorizar as terras
privadas na região de alta procura para a instalação de condomínios de luxo. É
a estratégia, igual à Muralha de Trump. Há que vê-la e senti-la para tocar as
trombetas e derrubá-la.
“Pensar
globalmente e agir localmente” dá um tesão doido nesse carnaval, sem fantasia
para o poder político pornográfico e mercado niilista dos meios hegemônicos de
comunicação regional, sempre parte interessada, que cala.
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