A morte viaja a cavalo

20 de junho
Por Sebastião Pinheiro 

Há coisas a dizer que nos obrigam a pensar duas ou três vezes antes. Isso ocorre devido à idade e à maneira de perceber a vida, onde hoje a grande maioria não tem acuidade suficiente para entender. Em 1968, entre os mais famosos filmes de "espaguete ocidental", há um "cult" inesquecível com Lee van Cleef, (Death Rides a Horse), bem traduzido para "A morte viaja a cavalo". Não consigo encontrar outra figura, anedota ou comparação com a deterioração do governo brasileiro, pois o castigo como no filme está chegando a galope. 

Busquei desde o juramento, desfile e posse, acompanhar a todos os ministros. Confesso que fiquei assustado com o discurso do ministro das Relações Exteriores, acredito ser o pior de todos. Senti angústia, mais que tristeza ao ver as citações em guarani do Padre Anchieta e de seus poemas sagrados. Doeu na minha alma. Depois que o jovem Neo-Goebbels me deixou assustado, porque ele tinha autorização e, mais do que isso, foi parabenizado por seu superior por essa pantomima e pela reação, foi derrotado. 

As diatribes do Senhor ministro da Educação pareciam esconder um marco referencial ideológico templário ou fascista, no entanto, a participação de Su Merced na reunião de 22 de abril fora de sua pasta no exórdio cretinoso repleto de ofensas prematuras e absurdas, me levaram a prever um final breve e triste igual a Policarpo Quaresma. 

Anteontem, no Jornal Nacional da Globo, tive a oportunidade de aguardar a queda como estratégia de preservação para o chefe dele. A apresentação jornalística foi digna de um "Oscar" ou "Palma de Ouro". 

Passei a buscar um nome que havia estudado faz agora ou no próximo ano, 50 anos. Não me lembro bem, mas o encontrei, é derivado do grego "kakistos", que significa "piores", e forma a kakistocracia, o governo dos piores. É por isso que me lembro do espaguete ocidental acima mencionado. Essa termo foi usada pela primeira vez na Inglaterra pelo religioso Paul Gosnold em seu sermão, em 9 de agosto de 1644, pregado à Santa Maria Mãe de Deus. 

Hoje o ministro fugiu para a EE.UU., depois de renunciar na presença do presidente ontem pela manhã, já no meio do pandemônio pela prisão do paraquedista subordinado ao presidente da República, e agora subtenente F. Queiroz da Força Militar do Rio de Janeiro, e chefe de gabinete do filho do mesmo, que era deputado e agora é Senador da República pelo primeiro estado da federação. Suspeita-se que o detento seja da liderança das milícias que infestam o Rio de Janeiro. 

Ele estava escondido na casa do advogado do presidente da república e é o elo do crime organizado no Rio de Janeiro, onde há cinco ex-governadores presos por corrupção. 

Cerca de nove anos atrás, um trabalhador com uma profissão de palhaço de circo apresentou sua candidatura ao Congresso Nacional como deputado e tinha um slogan perfeito para a época. "Vote no Tiririca, não há risco de piorar." Hoje, diante das últimas 72 horas, podemos dizer, que aquele deputado eleito com o maior voto de todos os

tempos, que fez um trabalho dentro de sua humildade de muitíssimo mérito, estava totalmente errado, porque não imaginava o que viria a acontecer. 

Bolsonaro é hoje o representante mais digno da pior casquitocracia do planeta. Tem abaixo de seu salto os mortos por Covid-19, incluindo a morte de povos indígenas, a devastação da natureza e a destruição com seu ódio dos sonhos da nação. 

Veja o filme "A morte viaja a cavalo", tem um bom final que nos traz esperança de que amanhã o pesadelo desapareça na prisão de Bangu 8.

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