03 de junho
Por Sebastião Pinheiro
Não é vaidade, nem
"alta" ignorância, é uma prática antiga, gosto de escrever mais em castelhano,
como sempre digo, no meu castelhano, que és único no mundo.
Estou em meio a uma
turbulência como as vividas em 1968 na minha juventude já fora do país onde
nasci, onde retornei em 1973 devido ao casamento. Logo pude perceber minha função
profissional e comecei a lutar contra o autoritarismo usando uma arma que ele
não possuía: O conhecimento técnico usado como instrumento de crítica
política, social e econômica.
Posso dizer que tive muito
sucesso e participei em todos os Estados da Federação e em todos os níveis de atividades,
sem participar em nenhum “garimpo”, aquele que buscava ouro e gemas preciosas,
solitariamente fora do alcance do exigente e taxador do governo, (no México,
conhecido como gambusino). Enfrentei as grandes corporações de frente,
quando identifiquei o maior responsável, tornei-me parte dele, como funcionário
público federal, através de concurso público.
Na ditadura, não havia uma
repartição pública democrática, apenas um grupo de técnicos acovardados
validando coisas predeterminadas e autoritárias, um meio muito fértil para
servidão e corrupção notarial, principalmente no interesse das grandes
corporações transnacionais, que por razões estratégicas tinham generais ativos
como presidentes das mesas nacionais de administração das mesma. As de agrotóxicos
todas eram gerenciadas assim.
A segunda situação é que a
formação dos técnicos nas escolas e universidades foi tendenciosa para aquela
realidade notarial e não para servir a sociedade. Não é necessário dizer que
sofri muito, pois por três vezes fui denunciado no trabalho por minhas posições
contra a agricultura moderna. O mais raro é que na terceira vez, me disseram
que a origem das denúncias eram meus colegas.
Tivemos êxito contra os
agrotóxicos com amplo reconhecimento. Dito isto, digo que estou muito, mais muito
decepcionado com a erosão cívica nacional em meio a uma pandemia que não é algo
fácil de entender, prevenir ou evitar diante da realidade em ignorância,
submissa desigualdade à força ao totalitarismo das autoridades dos três
poderes.
No domingo vi mais uma abjeta
caricatura uma procissão à luz de tochas. Aguardei nas redes e meios de
comunicação comentários elucidativos, mas até agora não vi luzes.
Fui estudar e só encontrei na
"Procissão do Fogaréu", com tochas em Goiás na sexta-feira à
noite da Paixão. Mas vi diante do Supremo Tribunal de Justiça (STF) a
caricatura do "Fackelzug" um grupo de tochas com 30 jovens
vestidos de preto com gritos em slogans totalitários contra seus juízes, repito
em caricatura, sem procissão, porque o fackelzug é um instrumento muito antigo
na Europa para apoiar alguém e eu tive a oportunidade de ver um que é
impressionante quando houve um voto de desconfiança em Helmut Schmidt,
que deveria encontrar seu colega na parte soviética daquela triste Alemanha
dividida em quatro partes, formando dois bloco.
O "fackelzug" é a
maior exortação a um líder, disse-me a professora Wiltraud Scholl. É fantástica
a energia que se sente. Não me sentia como um "zambo, jarocho ou
morocho", nem um estrangeiro no meio deles. Eu sabia o que estava fazendo.
Eu ria durante dias do "beijo político" de Helmut Schmidt-Honecker,
um duro recado aos Reagans e Brejnév feitos por dois guerreiros
alemães. Não era necessário ser um visionário ou sonhador para perceber que a
divisão não duraria dez anos e assim foi.
Enquanto isso, por aqui existe
uma quadrilha ignara mal intencionada copiando os documentários pós-Primeira
Guerra Mundial e repetindo sem cotextualização de significados em uma escalada
buscando criar clímax para uma escalada autoritária. No Fackelzug, em 30 de
janeiro de 1933, em Berlim, sob o portal de Bradenburg, no proselitismo do
partido nazista para a eleição de 23 de março, era composto por tropas de
choque S.A e SS e filiados (foto).
As políticas implementadas
pelos nazistas foram transformadas em fackelzügue com o major no mesmo local,
três anos depois. Quando a economia alemã recuperava sua auto-estima, buscando
a vingança desastrosa que se transformou na Segunda Guerra “Mundial", na Europa,
com 30 milhões de vítimas após seis anos de terror.
Os jovens induzidos na
pantomima em frente à Suprema Corte estavam fazendo uma caricatura de
fackelzug, depois de 18 meses de desgoverno, pois ainda não demonstrou a que
veio. Logo não tem o que comemorar como os de Bradenburg em 30 de janeiro de
1936 por seus resultados e pela obrigatoriedade de participar (foto). Os nazis
jamais
alteraram a constituição de Weimar, criaram coisas criminalmente paralelas,
como o Gleichschaltung (um sistema de controle totalitário sobre o indivíduo,
bem como uma estreita coordenação de todos os aspectos da sociedade e do
comércio).
O presidente eleito foi Franz von Papen, do Partido Zentrum, e o político por Braunschweig, Hitler
ganhou um assento no Parlamento Alemão.
As caricaturas dos fascistas
nacionais são bem estranhas, como Brizola disse apropriadamente, são
"filhotes da ditadura" sem nenhuma diferença do governo atual, apenas a
truculência anedótica em para com o lumpesinato, pretendendo comparar com a
ascensão de Mussolini na Itália, da mesma maneira totalitária cumpriu uma
agenda social à qual o governo Bolsonaro está fazendo o oposto. Um exemplo
simples é suficiente, a Consolidação das Leis do Trabalhador do Brasil é uma
cópia fiel da Carta do Lavoro del “Duce”. Embora as modificações de Bolsonaro na
mesma não sejam uma atualização, mas um retrocesso gigantesco.
Da mesma forma, no Plano de Saúde
da Itália era moderno e eficaz. Obviamente que o SUS é muito mais moderno 80
anos depois, mas o ministro Mandietta estava determinado a eliminar o SUS, o
que ainda não podia ocorrer devido a uma infeliz pandemia e arcar profissionalmente,
o que não permitiu. Embora seja ignorada e incentivada pelas altas hierarquias
nacionais.
Se qualquer ignorante
recalcitrante não aceita e não compreende, resta dizer: Mussolini não
teve coragem de fazer a reforma Agrária no Sul da Itália e na Sicília. Ela foi
criada pelas tropas norte-americanas com medo de Giuliano Salvatore, denominado
"bandido" e não "guerrilheiro"; no entanto, o historiador Eric
Hobsbawm o descreve como o último Robin Hood e o primeiro com cobertura da
mídia, pois morreu em 1950.
Aos jovens a recomendação é
simples: se quiserem enfrentar o inimigo com sucesso, estude-o bem, igual ao
ambiente da guerra e, finalmente, a si mesmo. Dessa forma, você não corre o
risco de ser uma caricatura.
Afinal, estamos na Semana do
Meio Ambiente e podemos lembrar que a destruição da República de Weimar,
onde nasceu a agricultura científica pós-moderna (biodinâmica), foi precedida
pelos assassinatos de Rosa de Luxemburgo e Lieberknecht, entre
muitíssimos outros.
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