Publicado em 20 de dezembro no Facebook
Por Sebastião Pinheiro
Depois de encerrada uma conferência, é dever avaliá-la com correções e ampliações pelas contribuições. Foi quando recebi a visita de uma mãe pica-pau e seu filho faminto, feliz com a comida (foto), mas com os gritos do árabe "al-gazará" (gritos de guerra)...
Meu plano, em “Los catetos en la Agroecología (Indígena Campesina)”, era abordar o Ciclo da Matéria Orgânica e sua importância no clima para o México e o Brasil, muito semelhantes em sua agricultura desde as guerras napoleônicas. O debate mundial era atual "Terra e Liberdade", que fortalecerá as elites rurais, em particular no Brasil com a lei de terras de 1850, já que os bancos ingleses substituíram a garantia pelos empréstimos de (escravos) por terra, pois programavam os genocídios africano e guarani na Guerra do Paraguai. No México, a interferência de Napoleão III para restaurar a monarquia e seu apoio aos confederados na Guerra Civil dos Estados Unidos para fortalecer sua colônia na Louisiana. Mais tarde, as duas agriculturas serão diametralmente opostas em todos os sentidos no século XX pela maior de todas as revoluções na América do Norte.
Não é possível começar a tratar a importância do Ciclo do M.O no solo para a harmonia do clima no planeta, sem uma referência preliminar ao clima espacial do sistema solar. O livro "Fatores Físicos dos Processos Históricos", de A. L Chizhevsky e respectivas influências dos ventos solares será meu instrumento. Os ventos solares no período da Revolução Mexicana (1910 e 1920) foram de alta atividade e responsável pela revolução. No mesmo sentido, o contrário na década de 1960 a 1970, quando da instalação da ditadura militar no Brasil, organizada e financiada pelo Departamento do Estado dos Estados Unidos com os latifundiários, igreja conservadora e corporações militares com laços familiares com os latifúndios e elites de linhagem que determinam posições diamétricas à revolução de Villa Zapata e outros (registro do centro geofísico da UNAM, em Michoacán).
O México é hoje o único país da América Latina onde camponeses e comunidades indígenas têm autonomia sobre o território com decisões em assembleias ejidatárias, porém, em processo de erosão em função da ordem regional (TLC) e internacional (OMC). O Brasil se orgulha de ter seu PIB principalmente proveniente do Agribusiness de meia dúzia de corporações na maior concentração de terras no mundo na atualidade.
Entender a Reforma Agrária Mexicana nos Vales Yaquí e Mayo de 1920 e sua captura pela "Revolução Verde" do "embaixador plenipotenciário" Henry A. Wallace e outros, teve pouco significado em seu início, mas aos poucos toda a agricultura passou para consumir crédito, insumos e energia por interesses do governo, que os subsidiava como distribuição da renda rural.
Lentamente, a Agricultura mexicana como um todo ano após ano entra na espiral com estupefação, fascinação e dominação. O mesmo fenômeno ocorrerá no Brasil nas áreas de agricultura familiar (diferente das áreas de algodão, cana-de-açúcar, milho, café, trigo, arroz, que não são tipicamente pequenas propriedades, mas tratadas como empreendimentos, seja por pequenas cooperativas ou núcleos de colonização, por exemplo, pimenta-do-reino, em Tomé Açú, Amazônia).
Então, o grande produtor de alimentos do Brasil é o Sul, por isso é a região com menor desigualdade social e econômica. Em seguida, os créditos serão casados com o consumo obrigatório de insumos, subsidiando a indústria transnacional e drenando a renda e riqueza rural para o setor industrial e transnacional. Os agricultores familiares serão impedidos de levar sua produção diretamente para o abastecimento ou mercado, terão que passar pelos coiotes que vão regular os preços de acordo com o interesse central do governo e não a necessidade da população. É o fascismo (arrivista, em pleonasmo) dos militares de 1964/8.
A partir a Guerra Fria, a Ordem do GATT buscará uma agricultura de capital internacional com ênfase na Revolução Verde, que será monolítica para transformar tanto no México quanto no Brasil e todo o mundo em desenvolvimento. O sucesso em um e no outro é inversamente proporcional à identidade cultural na sociedade, mas em ambos não haverá espaço para a consciência e a educação sofrerá forte repressão. A repressão do poder determina, no seu interesse a ideologização, para além da consciência do que está em disputa.
Os organismos multilaterais deslumbram os nacionais com seus mimos e academias periféricas seguem o farol no mundo bilateral, induzidas e manipuladas, copiam estereótipos e repetem clichês ideológicos nas salas de aulas, seminários e conferências, inibindo qualquer reação metabólica ou sistêmica, que não esteja ligada à ideologia . Ditam "modas" na periferia como dependência intelectual muito diferente dos laboratórios sociais instalados em ONGs nos países desenvolvidos ou centrais, sintonizados com metas (objetivos) nacionais, culturais e sociais. As ONGs estrangeiras trazem seus interesses econômicos disfarçados por discursos ideológicos, o que agrada os militantes partidários, mais preocupados com o desempenho de seus partidos nas eleições.
Estratégias, políticas públicas e competência técnica, permanecem em planos inferiores ou periféricos. Isso permite a ação pirata de ONGs, que já são substitutos do Sistema de Extensão Rural do Grupo Rockefeller, em inanição e esgotamento.
Surgem as alternativas induzidas na agricultura periférica, criando um embrião organizacional, que no país desenvolvido foi feito em um laboratório social de ONGs e Universidades como sujeitos. Entre nós apenas como objetos alienados. Muito debatido nas mesas de bares, mas pouco de forma objetiva nas Escolas e organizações de base camponesa. É que ela é futuro saque para grandes corporações que precisam formatar o modelo para poder explorá-lo. É por isso que o dinheiro das igrejas e fundações é aplicado na periferia lentamente, ano após ano.
E chega a agroecologia nascida no Centro Rico, porém, bem mais internalizada na periferia devido à sua sabedoria e cultura, que, no entanto, a ideologização impede ver o problema fora do viés político, tanto por parte dos desenvolvimentistas como progressistas politizados, que precisam servir para sobreviver como objetos as ONGs capitalizadas.
O estudo da Universidade e Academia de Salamanca sobre a proposta de Colombo é conhecida e histórica. O poder influencia e determina a opinião, não a ciência, e esse comportamento avançado ou caudatário subordina-se aos resultados insurgentes, como os ventos solares. Espaço ou decepções pessoais fazem parte da convivência.
Atinge o acúmulo de Organismos de Pesquisa Aplicada de Interesse de Transnacionais de insumos publicarem crípticos, de como fazer caldas de sulfocálcica ou caldas bordalesas, como algo novo e revolucionário. Os organismos multilaterais inicialmente contrárias às alternativas, agora com um atraso de 30 anos, se apropriam como proprietárias e criadoras de biofertilizantes na Nicarágua, onde o mesmo é utilizado por camponeses desde a década de oitenta do século passado, ou seja, 40 anos se passaram. No entanto, os técnicos continuam saindo da Universidade aprovados como fanáticos por agrotóxicos, por fertilizantes químicos solúveis com formação técnica medíocre, obsoleta e ideológica devido ao poder das empresas.
Esses são os piores fatores para impedir a agroecologia camponesa organizada e seu biopoder. No entanto, como Johann Wolfgang von Goethe disse, em 1808 publicou o poema ‘Eles latem’:
Em busca de fortuna e prazer
Mais sempre eles latem para nós,
Eles latem com força...
Quiseram os cães do cavaleiro
Para sempre nos acompanhar
Mas seus latidos estridentes
São apenas um sinal de que cavalgamos... Agradeço as contribuições e aguardo os neutrinos da Estrela...
(O vento solar é uma corrente de partículas carregadas liberadas da atmosfera superior do Sol, chamadas de corona solar. Este plasma consiste principalmente de elétrons, prótons e partículas alfa com energias térmicas entre 1,5 e 10 eV. Incorporado dentro do plasma solar-eólico está o campo magnético interplanetário. O vento solar varia em densidade, temperatura e velocidade ao longo do tempo e sobre a latitude e a longitude do Sol. Suas partículas podem escapar da gravidade do Sol devido à sua alta energia resultante da alta temperatura da corona, que por sua vez é resultado do campo magnético coronal).
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