Giro de Khepri

ao amigo Francisco R. Caporal

23 de abril

Por Tiao

O besouro, escarabajo, recebe o nome de Ambrosia por cavar o tronco das árvores para fazer sua oviposição e semear junto aos ovos sementes de fungos (esporas) que vão germinar e crescer servindo de alimentos para as larvas que eclodem dos ovos e assim se alimentam por toda parte a fase larval até se tornarem adultos.

O denominamos de besouro ambrosia por causa do significado desse nome, o alimento dos deuses (mitologia grega), muitas vezes descrito como o que confere longevidade e imortalidade a quem o consome. Levado ao Olimpo por pombas e servido por Hebe ou Ganimedes na festa celestial.

É uma licença poética comparar o crescimento do microrganismo semeado com o leite materno de seus filhos.

Sabemos isso desde as abelhas melíferas como a geleia de ambrosia (real) feita em colmeias como alimento diferenciado em qualidade e longevidade, a mel comum, para a vida eterna.

Não existe estrutura ultrassocial de divisão do trabalho nesses besouros, mas sua ação agrícola é reconhecida como algo de evolução na alimentação. Certos pássaros produzem secreções de ácido láctico fermentado em seu papo, conhecido como "leite de pombo".

A inoculação de uma "semente" (esporo) em um substrato para a transformação e desenvolvimento de alimentos é a base suprema da evolução das espécies adaptadas ao habitat, alcançando no tempo-espaço os mamíferos espiritualizados.

Voltamos no tempo-espaço à colonização da interface de detritos rochosos e acúmulos de matéria orgânica de cadáveres de microrganismos na umidade, onde essa inoculação é a preparação primitivo da fermentação inicial e decomposição dos substratos para a multiplicação da vida. Uma infecção genética desta forma anterior é como o “leite materno do solo”, pelo que representa para todas as formas de Vida que dele emerge em evolução desde do al-chemi original do Nilo e com TPI na Amazônia e Xochimilco como al-chemi camponês.

Khépri

Com este racionamento podemos extrapolar para a diferença entre o microrganismo "natural" e o "produto industrial" na Vida e no Clima do Planeta, um engano biotecnológico contra a agroecologia.

É por isso que não entendemos os egípcios ao dizer que seu escaravelho sagrado "rola bosta" que acompanha os mamíferos e movimenta sua matéria orgânica e que elas são é o giro de Khepri (Sol) no Universo, para a reencarnação da Vida.

Sim, não é exagero dizer que a Matéria Orgânica do Bioma quando transformada na Matéria Orgânica Camponesa é a base da vida na Agroecologia. Garantia e sobrevivência humana no planeta.

Esta é uma mensagem aos amigos e colegas de Francisco R. Caporal, amigo de meio século que se tornou Luz, e agora parte feliz, escoltado pelo Guerreiro da Capadócia e de Aruanda, Ogum, Yara, Ogum Dilé. Caporal possibilitou que Santa Maria se tornasse o primeiro município do Rio Grande do Sul a ter uma lei municipal contra agrotóxicos, em 1981, o embrião da lei estadual de agrotóxicos.