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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

domingo, 6 de junho de 2021

Arsênicos na Agricultura

15 de maio 

Por Tiao

De algum lugar do meu país recebi o pedido para analisar uma composta feita com esterco de galinhas (aves) e que fora analisado em um grande laboratório para descobrir seu conteúdo em metais pesados.

Saudei com alegria o interessado por sua preocupação e recebi o laudo digitalizado. Fiquei atordoado, ainda mais espantado. O conteúdo de Arsênico era bestial.

Em tempos de pandemias, tudo o que você precisa fazer é estudar e estudar.

Desde o século XVIII, os pintores usavam o produto da reação química entre o arsênico e o acetato de cobre, formando cacodilatos para formar em suas telas a intensa cor verde de rara beleza chamada "Verde Paris", mas funcionava como um pesticida contra insetos pragas da batata, da uva e de outros cultivos. Os médicos sanitaristas alemães acompanharam o alto índice de câncer nos pintores que o utilizavam (Scheele Grüne) e perceberam que isso estava se transformando em uma epidemia entre os camponeses, sempre com câncer de pulmão, pele e fígado.

Sobre o arsênico já era conhecido há muito tempo pelos seus prejuízos à saúde, pois as jovens que trabalhavam no campo, para escondê-lo, tentando não parecer camponesa, o tomavam para deixar a pele pálida, o que era valioso nos casamentos com a nobreza em toda a Europa, o que trouxe uma série surtos de envenenamentos e doenças crônicas.

Os sanitaristas alemães procuraram proibir o uso do Verde Paris na agricultura, pois sabiam que nos EE.UU., antes da Guerra de Secessão, a maior causa de mortes entre os  escravos nas plantações de algodão era o uso de Arsênicais de Chumbo e Verde Paris para controlar as pragas. Isso fez com que o Congresso dos EE.UU. em 1900 fizesse a lei pioneira no mundo para proteger os camponeses e trabalhadores em sua agricultura.

Na Primeira Grande Guerra, "armas químicas sintéticas" foram usadas pela primeira vez pelos beligerantes e os ingleses foram os que mais usaram os derivados de arsênico desviados de seus armazéns agrícolas (Gás de Lewis, Lewisite). Os sanitaristas alemães propuseram proibir o uso do Verde Paris e de outros arsênicos na República de Weimar em 1919.

Agora, novamente, estou cavalgando uma das quatro bestas apocalípticas, que merda. Não havia computadores, apenas notebooks e eles são mais antigos do que a memória antiga. Pois estava no Hades, ou no Inferno da desgraça... Em 1975, um grupo de quatro norte-americanos chegou a uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul com seu produto, um herbicida à base de Arsênico, para vendê-lo aos diretores de uma cooperativa. Era muito barato e tinha vantagens em relação ao maior herbicida usado na época, que era a trifluoroalina. Eu já estava sendo bem vigiado pela milicaiada e intimidado por amigos, que oficiais perguntavam sobre mim, na cidade que não tinha 20 mil habitantes.

Não havia muitos dados, mas eu tinha um livro americano, que era o melhor da época.

O arsênico foi a base militar de todas as armas químicas britânicas na Primeira Guerra Mundial e seu uso provou que também eram herbicidas. Após a Segunda Guerra Mundial até 1960, eles usaram na Emergência Malaia contra a independência e os britânicos usaram herbicidas para matar as plantações de arroz. Os produtos eram cacodilatos de arsênio solúveis em água e germinicidas fortes (mata gramíneas).

 O sucesso britânico na Malásia fez com que os americanos o aplicassem no Vietnã. Os americanos usaram Phytar e Ansar como o Agente Azul (Blue Agent) junto com os outros da Operação Ranch Hand, os "Rainbow Compounds", de acordo com queixas no Tribunal Internacional de Crimes de Guerra Bertrand Russell no final de 1967, que foram usados ​​em mais de 60 milhões de litros no genocídio e no ecocídio, entre 1962 e 1973 com resultados catastróficos ainda hoje e esperados por mais de um século.

O Agente Azul era estratégico nos campos de arrozais, já que a Força Aérea havia distribuído antenas para detecção eletrônica via satélite do movimento de tropas, armas e comboios de alimentos, mas as antenas não funcionavam devido à densa cobertura vegetal das copas das árvores, que obrigou o uso de Napalm para queimar a floresta seca para expor os soldados vietcongues, que passarão a se camuflar nos campos de arroz. Os militares dos EUA então começaram a usar o Agente Azul para destruir campos de arroz de bambu e áreas de cultivo de banana, a fim de detectar os inimigos. Eles usaram mais de 4 milhões de galões do Agente Azul, de 1964 até o fim da Guerra. Pois bem, a Ansul Chemical Company queria vender o herbicida Phytar 560 com 26,4% de cacodilato de sódio e 4,7% de ácido cacodílico em água, para uso na plantação de soja para o qual o haviam registrado no Ministério da Agricultura. Os arsênicos que deveriam ser banidos em 1919 na República de Weimar e devido à pressão da indústria só foram banidos em 1944, quando a Alemanha estava em agonia. Com esses dados procurei conselhos de dois amigos advogados O.Z e G.O.M e eles sabiam muito bem que a ditadura me observava de forma intimidante. Eles ajudarão a prevenir a venda e o uso, mas o preço que pagamos foi alto.

Esse é o poder do Complexo Industrial Militar, mais do que uma ditadura, uma ideologia mundial, altamente corrupta e criminosa. Isso foi omitido no livro da Máfia, mas não adiantou nada, hoje mais do que nunca é preciso retomar, pelo governo que ressurge entre nós, tão troglodita que até ignora seus critérios e parâmetros de Riscos/Benefícios expostos em “A Sociedade de Risco, rumo a uma nova modernidade”, de Ulrich Beck e “Os perigos nas sociedades ecológicas”, Nikklas Lehman. Ninguém imagina como cavalgamos para trás com essas bestas.

Nos Estados Unidos, os herbicidas eram usados ​​em campos de golfe para matar certas ervas daninhas até os anos 2000, da mesma forma que os promotores de crescimento à base de arsênico, como Roxarsone e Nitarsone, para aves e porcos. Nos EE.UU. ainda são usados, e com certeza deve ser responsável pelo conteúdo do composto de esterco de aves, porque se é proibido aqui, não é no território Trans-Paraná, Trans-Iteñez ou Trans-Guaporé. Cuidado que do lado de cá é o cis dos rios.

 


 

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